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A FORMAÇÃO
DE UMA PASTAGEM
Lembre-se que, para cada invernada ou área da propriedade, existe uma espécie
ou cultivar mais adaptada e produtiva;
A escolha só deve ser feita depois da análise química e física do solo, da avaliação
do clima, da topografia da existência de impedimentos físicos, da presença de
invasoras e do histórico da área;
Dependerá ainda da produtividade desejada, do nível das tecnologias que se quer
usar, do objetivo que se busca na produção, da época do ano que se pretende utilizar
a forragem, dentre outros;
Escolha sempre sementes com garantia, com procedência garantida. A baixa
qualidade deste insumo é fator de insucesso na formação de pastagens.
Passo a Passo para a Formação
de uma Boa Pastagem
O preparo do solo
O plantio
A melhor época de plantio é quando as chuvas passam a ocorrer com com maior
freqüência (novembro a janeiro no Brasil Central).
Seja qual for o método escolhido o plantio deve possibilitar a distribuição uniforme
das sementes por toda a área a ser formada. No caso de plantio em linhas ou
covas, o espaçamento entre elas deve ser o menor possível:
Uma causa freqüente de insucesso é o plantio de quantidades insuficientes de
sementes. A boa regulagem do equipamento de plantio é uma forma de garantir
que a quantidade certa de sementes seja plantada. Essa quantidade, chamada de
taxa de semeadura, varia de acordo com o tipo de capim e lote de sementes.
Sugestões de taxas adequadas de semeadura (kg de sementes por hectare) são mostradas
na Tabela 1.
Passo a Passo para a Formação
de uma Boa Pastagem
Estimando o sucessso
Manejo de formação
Taxas de semeadura
Taxa Mínima de
Capim semeadura
(Kg/ha de SPV)
Piatã 4,00
Marandu 4,00
Xaraés 4,50
Mombaça 3,00
Tanzânia 3,00
Massai 3,00
Campo Grande 3,00
Para ajustar a taxa de semeadura para lotes comerciais de sementes que não
apresentam 100% de VC, faz-se o seguinte cálculo:
Origem
O capim-piatã é uma cultivar de Brachiaria
brizantha desenvolvida a partir de planta
originária da África e que faz parte da
coleção de forrageiras da Embrapa.
Vantagens
Avaliações realizadas apontam o capim-
piatã como uma importante alternativa para
a diversificação de pastagens. Produz
forragem de boa qualidade, tem boa
acumulação de folhas, seus colmos são
mais finos e é muito bem aproveitada pelo
animal. Tem mais resistência às cigarrinhas
típicas de pastagens que o capim-xaraés e é
mais tolerante que o capim-marandu a solos
com má drenagem. Ótima alternativa para
integração lavoura-pecuária e consorciação com a leguminosa estilosantes Campo Grande.
É uma forrageira de porte médio com altura entre 0,85 m e 1,10 m. Não tem pêlos nas folhas e seus
colmos são finos e verdes. É moderadamente resistente às cigarrinhas típicas de pastagens
(Notozulia entreriana e Deois flavopicta), desfavorecendo a infestação e a sobrevivência das ninfas.
Assim como acontece com outras brizantas, não é resistente à cigarrinha-da-cana (Mahanarva
fimbriolata), muito comum na região Norte do Brasil.
Floresce cedo, nos meses de janeiro e fevereiro, e sua inflorescência apresenta até doze
ramificações, o que diferencia essa cultivar das demais. Produz de 150 a 450 kg de sementes
puras/ha/ano e cada grama contém aproximadamente 120 sementes. Não é indicada para solos
de baixa fertilidade, mas adapta-se bem em solos arenosos de média fertilidade. Recomenda-se a
aplicação de calcário suficiente para elevar a saturação por bases do solo ao mínimo de 40%.
Responde bem à adubação fosfatada. Sugerem-se aplicações anuais de 75 kg/ha de nitrogênio e,
a cada três a quarto anos, 30 kg/ha de enxofre e 40 a 50 kg/ha de uma fórmula que contenha
zinco, cobre e molibdênio.
Piatã
Cultivar de Brachiaria brizantha
Plantio
Deve ser feito da mesma forma como o das outras braquiárias. Antes de tudo é preciso fazer uma
análise de solos para definir as quantidades de adubos necessárias. Durante o preparo da área,
devem-se adotar as medidas de contenção de erosão recomendadas, como a construção de
terraços de base larga. Essa forrageira pode ser plantada pelo sistema convencional, com preparo
do solo ou em plantio direto, em sistema de integração lavoura-pecuária. A quantidade de sementes
usada deve ser suficiente para distribuir 50 delas por metro quadrado. Isso equivale a, no mínimo, 4
kg de sementes puras viáveis por hectare. Devem-se enterrar as sementes entre 2 e 5 centímetros
de profundidade usando-se plantadeira ou fazendo-se o plantio a lanço seguido de gradagem
niveladora. A época certa para o plantio vai de meados de novembro a fevereiro, quando o período
das chuvas é mais intenso no Brasil Central. Quando necessário, deve ser feito o controle de pragas
e plantas invasoras, para garantir a boa germinação e formação da pastagem. Quando bem
implantada e manejada, a pastagem de capim-piatã estará pronta para o primeiro pastejo, cerca de
dois a três meses após o plantio.
Produção animal
Os ganhos de peso animal promovidos pelo capim-piatã são semelhantes aos do capim-marandu e
superiores aos do capim-xaraés. Observaram-se ganhos de peso de 660 a 900 gramas/animal/dia
nas águas e 200 a 350 gramas/animal/dia no período seco. Os ganhos por hectare são maiores que
os do capim-marandu e menores que os do capim-xaraés. Em solos de média fertilidade e bem
manejados, obteve-se entre 580 e 720 kg de peso vivo/hectare/ano, com a capacidades de suporte
das pastagens situando-se entre 2,2 e 5,2 UA/ha nas águas e 1,2 a 1,8 UA/ha na seca.
Alternativas de uso
As mesmas das cultivares Marandu e Xaraés, apresentando a vantagem de promover desempenho
animal levemente superior no período seco. As três cultivares de brizanta lançadas pela Embrapa
apresentam florescimento em épocas diferentes do ano (capim-piatã no início do verão, capim-
marandu no final do verão e capim-xaraés no outono). Essa diferença favorece o seu uso
estratégico, aproveitando os períodos de melhor valor nutritivo e produtividade de cada uma delas.
Marandu
Cultivar de Brachiaria brizantha
Origem
Cultivar de Brachiaria brizantha, também
conhecida como “braquiarão”.
Originalmente coletada no Zimbábue,
África, foi estudada em parceria com a
Embrapa Cerrados. Disponível desde 1984.
É cultivada em cerca de 70 milhões de
hectares no Brasil.
Estima-se que em 2006 os benefícios
econômicos gerados foram superiores a 3,9
bilhões de reais.
Vantagens
Apresenta boa produtividade de forragem
de qualidade, boa cobertura de solos,
capacidade de competição com invasoras e
estabelecimento rápido.
Planta cespitosa, folhas pouco pilosas na face ventral e sem pilosidade na face dorsal, bainhas
pilosas, inflorescências com até 40 cm de comprimento, com quatro a seis rácemos.
O mesmo não foi constatado, no entanto, quanto à cigarrinha-da-cana Mahanarva fimbriolata, o que
limita sua utilização extensiva em áreas com histórico de problemas com cigarrinhas deste gênero.
É a melhor alternativa de forrageira resistente às cigarrinhas típicas de pastagens, como Notozulia
entreriana, Deois flavopicta, D. incompleta, D. schach e Aeneolamia selecta. Apresenta resistência
por antibiose, reduzindo a sobrevivência e prolongando a duração do período ninfal.
Em algumas regiões do país, ultimamente, tem sofrido ataque por cigarrinhas do gênero
Mahanarva, que são cigarrinhas associadas com gramíneas de grande porte, como a cana-de-
açúcar.
Em colheita com automotriz estima-se uma produtividade de 80-120 kg/ha de sementes com 40% de
valor cultural. Há relatos de duas ou três colheitas sucessivas a partir de fevereiro, resultando em
produções de 250 kg/ha, e de colheitas mecanizadas em varredura com produtividades superiores a
800 kg/ha de sementes puras. As sementes apresentam dormência acentuada. Um grama contém
entre 110 e 145 sementes puras.
Não é recomendada para solos de baixa fertilidade e com drenagem deficiente.
Nos Cerrados, recomenda-se o uso da calagem para elevar a saturação por bases para valores entre
40% e 45% na profundidade de 0 a 20 centímetros.
Marandu
Cultivar de Brachiaria brizantha
Plantio
Em climas com estação chuvosa no verão, como a região Centro-Oeste, pode ser semeada desde
meados de outubro até o final de fevereiro, sendo ideal de novembro a dezembro.
Para um bom estabelecimento, em boas condições de plantio (clima, época, preparo de solo),
recomenda-se uma taxa de semeadura de no mínimo 4 kg/ha de sementes puras viáveis, a
profundidade entre 2 e 5 cm e incorporação com grade niveladora ou plantadeira.
Apresenta produção anual de matéria seca da ordem de 8 t/ha, que pode chegar a 20 t/ha com
aplicação de fertilizantes. Em amostras simulando o pastejo animal, os conteúdos de proteína bruta e
digestibilidade in vitro da matéria orgânica, nos períodos das águas e da seca, foram,
respectivamente, 9,3 %, 6,2 %, 61,2% e 51,5%.
Têm-se observado ganhos de peso entre 590 g/animal/dia e 850 g/animal/dia nas águas e de
mantença de peso e 400 g/animal/dia no período seco.
A capacidades de suporte varia entre 1,5 e 2,4 UA/ha nas águas e entre 0,8 e 1,2 UA/ha na seca, em
solos de média fertilidade e bem manejados. Nessas condições a produtividade animal varia entre
400 a 500 kg de peso vivo/hectare/ano.
Em áreas de pastagens recuperadas com a utilização de lavoura de soja e plantio posterior
simultâneo com milho e adubação, fêmeas nelores desmamadas produziram entre 13 arrobas e 19
arrobas de carne/hectare.
Sob pastejo contínuo, deve ser manejada a uma altura entre 20 e 40 cm. Sob pastejo rotacionado,
os animais devem iniciar o pastejo com 35 cm de altura e saírem quando a pastagem estiver com
15 cm.
Pode ser utilizada tanto por bovinos como ovinos e caprinos. É recomendada para o pastejo
diferido (feno-em-pé).
Xaraés
Cultivar de Brachiaria brizantha
Origem
Cultivar de Brachiaria brizantha.
Originalmente coletada em Burundi, África.
Disponível desde 2003. Foi estudada em
parceria com a Embrapa Cerrados,
Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa
Gado de Leite, Comissão Executiva do
Plano da Lavoura Cacaueira, Instituto de
Zootecnia de São Paulo, Universidade
Estadual de Maringá e Associação para o
Fomento à Pesquisa de Melhoramento de
Forrageiras Tropicais.
Vantagens
É mais tolerante a solos com drenagem
deficientes do que a cv. Marandu.
Planta cespitosa, com altura de até 1,5 m; folhas lanceoladas e longas, verde escuras, com poucos
pelos. Colmos enraízam nos nós.
Em testes específicos, sempre apresentou baixos níveis populacionais de cigarrinhas, embora não
tenha apresentado nível de antibiose que a caracterize como resistente às espécies de cigarrinhas
típicas de pastagens (Notozulia entreriana e Deois flavopicta).
Isso limita sua utilização em áreas com histórico de altos níveis populacionais de cigarrinhas,
sobretudo, nas áreas onde predominam espécies de cigarrinhas do gênero Mahanarva.
Mostrou-se susceptível à mela-das-sementes quando em condições de alta umidade e baixa
temperatura associadas a frentes frias durante o florescimento e maturação das sementes.
Florescimento tardio (outono). Produz entre 100 e 120 kg/ha de sementes puras viáveis por hectare,
com cerca de 130 sementes por grama.
Planta exigente em fertilidade, intermediária entre a cv. Marandu e as cultivares de Panicum.
Recomendações gerais como as descritas para a cv. Tanzânia.
Recomenda-se adubação anual com 75 kg de nitrogênio/ha.
Xaraés
Cultivar de Brachiaria brizantha
Plantio
Em climas com estação chuvosa no verão, como a região Centro-Oeste, pode ser semeada desde
meados de outubro até o final de fevereiro, sendo ideal de novembro a dezembro.
Para um bom estabelecimento, em boas condições de plantio, recomenda-se uma taxa de
semeadura de no mínimo 4,5 kg/ha de sementes puras viáveis, a uma profundidade de semeadura
de 2 a 5 cm, e incorporação com grade niveladora ou plantadeira.
Produz anualmente cerca de 25 t/ha de massa seca, com teores médios de cerca de 10 % de proteína
nas folhas. Setenta e cinco por cento da produção de massa se dá na época chuvosa. As folhas
representam 70 % da massa total na estação chuvosa, caindo para 24 % na estação seca. Apresenta
alta velocidade de rebrota.
Sob pastejo rotacionado, em amostras de forragem, simulando-se pastejo animal, os conteúdos de
proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica, nos períodos das águas e da seca, foram,
respectivamente, 10,3 %, 8,8 %, 60,4 % e 55,8 %.
Têm-se observado ganhos de peso de 550 g/animal/dia a 800 g/animal/dia nas águas e de 50 a 310
g/animal/dia no período seco.
A capacidades de suporte varia entre 2,5 e 6,0 UA/ha nas águas e entre 1,4 e 2,2 UA/ha na seca, em
solos de média fertilidade e bem manejados. Nessas condições a produtividade animal varia entre
600 a 810 kg de peso vivo/hectare/ano.
Sob pastejo contínuo, deve ser manejada a uma altura de 30 a 45 cm. Sob pastejo rotacionado as
alturas indicadas para a entrada e saída dos animais são 35 cm e 15 cm, respectivamente.
Pode ser cultivada em praticamente todo o país, em regiões com bom regime de chuvas, sem
invernos rigorosos.
Similares as da cv. Marandu, tendo como vantagem a maior tolerância a solos com má drenagem
temporária.
Tanzânia
Cultivar de Panicum maximum
Origem
Cultivar de Panicum maximum. Planta
originalmente coletada na Tanzânia, África.
Lançado em 1990 em parceria com a
Embrapa Acre, Embrapa Cerrados,
Embrapa Amazônia Oriental, Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais,
Instituto Agronômico do Paraná e Comissão
Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira.
Cultivada em cerca de 5 milhões de
hectares, com estimativa de impacto
econômico, em 2006, de mais de um bilhão
de reais.
Vantagens
Variedade de alta produtividade e
quantidade, de fácil manejo para a
espécie.
Planta cespitosa, com altura de até 1,30m, folhas decumbentes, com 2 a 2,6 cm de largura, colmos
levemente arroxeados, folhas e bainhas sem pilosidade ou cerosidade.
Apresenta resistência às cigarrinhas Notozulia entreriana e Deois flavopicta, causando menor
sobrevivência ninfal. Comparativamente, tem maior resistência do que as cultivares Tobiatã e
Mombaça. Apresenta susceptibilidade mediana à queima das folhas, causada por Bipolaris maydis.
Floresce predominantemente em maio. Produz até 150 kg de sementes puras em colheitas manuais,
ou acima de 200 kg em colheitas mecanizadas. Em média, apresenta cerca de 900 sementes puras
por grama.
Não é recomendada para solos de baixa fertilidade. Exigente em fósforo (P) e potássio (K),
especialmente na implantação.Nos Cerrados, recomenda-se o uso da calagem para elevar a
saturação por bases para 45 a 55 % (0 a 20 centímetros).
Adubação com P deve ser feita segundo a textura do solo:
3
- mais de 60 % de argila - elevar teores de P (extrator Mehlich-1) para 4 a 5 mg/dm .
3
- 36 a 60 % de argila: 8 a 10 mg/dm .
- 16 a 35 % de argila: 12 a 15 mg/dm3.
- menos de 15 % de argila: 18 a 21 mg/dm3.
3
A adubação potássica deve ser feita sempre que os teores de K estiverem abaixo de 50 mg/dm
(extrator Mehlich-1).
Para recuperação de pastagens e/ou uso em pastejo intensivo, recomenda-se a aplicação de 30
kg/ha de enxofre e 30 kg/ha de uma fonte composta de micronutrientes, como FTE, a cada 4 anos.
É altamente responsivo ao nitrogênio quando os outros nutrientes estão em níveis adequados.
Tanzânia
Cultivar de Panicum maximum
Plantio
Produz acima de 30 t/ha/ano de massa seca, com teores médios de 16 % de proteína nas folhas e 9 %
no colmo. As folhas representam 80 % da produção anual, e são consumidas da mesma forma que os
colmos. A produção é estacional, sendo 90 % produzido na época chuvosa.
Sob pastejo rotacionado, em amostras simulando o pastejo animal, os conteúdos de proteína bruta e
digestibilidade in vitro da matéria orgânica, nos períodos das águas e da seca, foram,
respectivamente, de 13,5 %, 7,0 %, 65,6 % e 54,5 %.
Têm-se observado ganhos de peso entre 650 e 1.100 g/animal/dia nas águas e entre 150 e 400
g/animal/dia no período seco.
A capacidade de suporte varia entre 2,0 e 6,0 UA/ha nas águas e entre 1,0 e 1,5 UA/ha na seca, em
solos de alta fertilidade e bem manejados. Nessas condições a produtividade animal varia entre 600 a
1.200 kg de peso vivo/hectare/ano.
Origem
Cultivar de Panicum maximum. Planta
originalmente coletada na Tanzânia, África.
Lançado em 1993 em parceria com a
Embrapa Acre, Embrapa Cerrados,
Embrapa Amazônia Oriental, Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais,
Instituto Agronômico do Paraná e Comissão
Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira.
Cultivada em cerca de 5 milhões de
hectares. O impacto econômico de seu uso
na pecuária em 2006 foi estimado ser maior
do que um bilhão de reais.
Vantagens
Variedade de alta produtividade,
especial para sistemas intensificados de
produção animal.
Planta cespitosa, com altura de até 1,30m, folhas decumbentes, com 2 a 2,6 cm de largura, colmos
levemente arroxeados, folhas e bainhas sem pilosidade ou cerosidade.
Medianamente resistente às cigarrinhas, sendo mais resistente que a cv. Tobiatã, porém menos
resistente que a cv. Tanzânia. Não há relatos de danos expressivos causados por doenças.
Plantio
Produz acima de 40 t/ha/ano de massa seca em solos bem adubados, com teores médios de
cerca de 13 % de proteína nas folhas e 9 % no colmo. As folhas representam 82 % da produção
anual. A produção é estacional, sendo 89 % produzido na época chuvosa.
Sob pastejo rotacionado, em amostras de forragem simulando o pastejo animal, o conteúdo de
proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica, nos períodos das águas e da seca,
foram, respectivamente, de 12,0 %, 6,0 %, 63,4 % e 52,3%.
Têm-se observado ganhos de peso entre 570 e 1.100 g/animal/dia nas águas e entre 100 e 300
g/animal/dia no período seco.
A capacidade de suporte varia entre 2,5 e 8,0 UA/ha nas águas e entre 0,8 e 1,2 UA/ha na seca,
em solos de alta fertilidade e bem manejados. Nessas condições a produtividade animal varia
entre 550 e 1.150 kg de peso vivo/hectare/ano.
Deve ser manejada sob pastejo rotacionado. As alturas indicadas para a entrada e saída dos
animais são 90 cm e 30 cm, respectivamente.
Pode ser cultivada em praticamente todo o país, em regiões com bom regime de chuvas, sem
invernos rigorosos.
Pode ser usada para silagem, mas não é apropriado para fenação. Pode ser usada em sistemas
silvipastoris e em sistemas de integração lavoura e pecuária. Preferencialmente para bovinos,
ovinos e caprinos.
Massai
Cultivar de Panicum maximum
Origem
Híbrido espontâneo entre Panicum
maximum e Panicum infestum. Coletada
originalmente na Tanzânia, África.
Disponível desde 2000.
Vantagens
Variedade mais rústica dentre os
Panicuns, de fácil manejo e que fornece
boa cobertura de solo.
Forma touceiras, com altura média de 60 cm e folhas sem cerosidade e largura de cerca de 9 mm. Os
colmos são verdes e finos. É característico o grande número de perfilhos formados, maior do que
qualquer outra cultivar conhecida de Panicum.
Dentre as cultivares de Panicum, é a que se mostrou mais resistente às cigarrinhas-das-pastagens,
apresentando baixos níveis populacionais de adultos e ninfas no campo, devido ao prolongamento
do período ninfal e baixos níveis de sobrevivência do inseto.
Não há relatos de danos expressivos causados por doenças.
Floresce a partir de março, com vários picos, porém mais intensamente em maio. Produz cerca de 85
kg de sementes puras por hectare. Em média, há cerca de 900 sementes puras por grama
Não é recomendada para solos de baixa fertilidade. Dentre as cultivares de Panicum, é a mais
tolerante ao alumínio do solo, mas recomenda-se seu plantio em solos com saturação por bases entre
40 e 50 %.
Adubação com fósforo (P) deve ser feita segundo a textura do solo:
3
- mais de 60 % de argila - elevar teores de P (extrator Mehlich-1) para 4 a 5 mg/dm .
3
- 36 a 60 % de argila: 6 a 10 mg/dm .
3
- 16 a 35 % de argila: 12 a 15 mg/dm ;
- menos de 15 % de argila: acima de 15 mg/dm3.
O potássio deve estar na faixa de 50 a 60 mg/dm3.
Recomenda-se a aplicação de 30 kg/ha de enxofre, 40 a 50 kg/ha de uma fórmula, como o FTE ou
equivalente, que contenha cobre, zinco e boro.
Massai
Cultivar de Panicum maximum
Plantio
Recomenda-se plantio de no mínimo 3,0 kg/ha de sementes puras viáveis em boas condições de
plantio. Em condições adversas ou integração lavoura e pecuária deve-se aumentar em pelo 50 %
essas taxas.
Em áreas com chuvas a partir de setembro semear entre outubro e fevereiro, preferencialmente entre
novembro e meados de janeiro. Semear de 2 a 5 cm de profundidade, incorporadas com grade
niveladora ou plantadeira.
Em área adubada e corrigida, sob pastejo rotacionado, produz anualmente cerca de 20 t/ha de massa
seca, com teores médios de cerca de 9 % de proteína nas folhas e 8 % no colmo. As folhas
representam 80 % da massa total na estação chuvosa, caindo para 18 % na estação seca.
Sob pastejo rotacionado, em amostras de forragem, simulando-se pastejo animal, os conteúdos de
proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria orgânica, nos períodos das águas e da seca, foram,
respectivamente, 11,0 %, 5,0 %, 59,0 % e 50,5 %.
Têm-se observado ganhos de peso de 400 g/animal/dia a 700 g/animal/dia nas águas e de mantença
a 100 g/animal/dia no período seco.
A capacidades de suporte varia entre 3,0 e 6,0 UA/ha nas águas e entre 1,5 e 2,0 UA/ha na seca, em
solos de alta fertilidade e bem manejados. Nessas condições a produtividade animal varia entre 500
e750 kg de peso vivo/hectare/ano.
Deve ser manejada, preferencialmente, sob pastejo rotacionado. As alturas das plantas para entrada
e saída dos animais devem ser 60 cm e 20 cm, respectivamente.
Pode ser cultivada em praticamente todo o país, em regiões com bom regime de chuvas, sem invernos
rigorosos. Apresenta bom potencial para áreas com maior incidência de chuvas.
Pode ser usada para fenação. Pode ser usada em sistemas silvipastoris e em sistemas de integração
lavoura e pecuária. Preferencialmente para bovinos, ovinos caprinos e eqüinos.
Campo Grande
Cultivar de Estilosanthes
Origem
É uma mistura física de sementes
melhoradas de Stylosanthes capitata (80 %)
e S. macrocephala (20 %).
Planta de origem nacional. É uma
leguminosa forrageira. Te m como
característica principal a fixação biológica
de nitrogênio, devido a sua associação com
bactérias fixadoras de nitrogênio. Com isso
pode obter esse elemento da atmosfera,
sem necessidade de adubação nitrogenada
complementar, o que lhe confere teores de
proteína bruta superiores aos das
gramíneas.
Disponível desde 2000, está plantada
atualmente em cerca de 450 mil hectares.
Em 2006, seu uso resultou numa estimativa
de benefício líquido de 13,7 milhões de
reais.
Vantagens
Planta herbácea da família das leguminosas, folhas trifoliadas. Apresenta hábito de crescimento
cespitoso, com altura média de 1,10 m em plantios solteiros ou consorciados, sem alta pressão de
pastejo.
Não foram constatados, até o momento, danos de expressão ocasionados por insetos nas áreas de
pastagens consorciadas com o Estilosantes Campo Grande.
Em áreas de produção de sementes, no entanto, essa leguminosa está sujeita ao ataque de alguns
insetos incluindo a lagarta do pescoço vermelho Stegasta bosquella, bem como pelo besouro do
gênero Apion, que danifica as sementes.
Apresenta alto grau de resistência à antracnose, a principal doença de leguminosas forrageiras.
Campo Grande
Cultivar de Estilosanthes
O florescimento ocorre em duas épocas, por ser mistura física de sementes de duas espécies. As
plantas de S. macrocephala florescem no final de março e início de abril, enquanto as de S. capitata
florescem ao final de abril e inicio de maio.
A colheita de sementes ocorre entre 50 e 60 dias após o florescimento.
Devido a obtenção biologica do nitrogênio, dispensa adubação nitrogenada.
Entretanto, tem exigências de cálcio, fósforo e potássio e micronutrientes para uma boa fixação
biológica, que devem ser corrigidos segundo análise de solo.
Deve ajustar-se a saturação por bases para 30 % a 35 %.
Plantio
Semear 2,5 a 3 kg de sementes puras e viáveis escarificadas por hectare em pastagens formadas
usando-se sistema convencional ou mínimo de preparo de solo. Se a introdução for em sistema de
preparo convencional do solo, a semeadura poderá ser feita a lanço, seguida de uma gradagem
niveladora, se possível, com um rolo compactador acoplado atrás da mesma. Se a introdução for em
sistema de plantio direto, em pastos degradados ou já formados, deve-se elevar em 50% a
quantidade de sementes. Quando o plantio for feito em área nova, com semeadura simultânea do
capim e da leguminosa, recomenda-se reduzir em 30% a quantidade de sementes do capim.
Produz de 6 a 14 toneladas de massa seca/ha/ano em plantio solteiro, com teor de proteína bruta nas
folhas entre 15 % e 18%.
Ideal para reciclagem natural de nitrogênio, seja em estandes puros ou em consorciação com
gramíneas, para funcionar como adubo destas. Entretanto, seus efeitos como adubo são melhor
vistos a partir do segundo ano de consorciação.
Em pastos consorciados, a preferência de pastejo é pelas gramíneas, embora ocorra o contrário com
eqüinos e ovinos.
Em pastagens consorciadas e com pastejo contínuo, deve-se manter a pastagem com pressão de
pastejo ajustada de forma a evitar que a gramínea faça sombreamento excessivo sobre a leguminosa.
Adapta-se bem a solos com teores de argila inferiores a 30 %. Pode ser cultivada desde o norte do
Paraná até a região Nordeste, em áreas com precipitações superiores a 900 mm..
Boa para cobertura verde em culturas perenes como fruteiras ou espécies florestais. Serve também
como adubo verde para recuperação de áreas degradadas de pastagem.
Unidades da Embrapa
Endereços