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FACULDADE INTERNACIONAL DE SÃO LUÍS - ISL | WYDEN

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
PROF.: LUIZ RAIMUNDO RAMOS LEÃO JUNIOR

PESQUISA REALIZADA REFERENTE A AP2 – PARÂMETROS DE LINHAS


DE TRANSMISSÂO.

SAO LUIS – MA
2022
FACULDADE INTERNACIONAL DE SÃO LUÍS - ISL | WYDEN
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
PROF.: LUIZ RAIMUNDO RAMOS LEÃO JUNIOR

ADAILSON LOPES BEZERRA

Pesquisa realizada para fixação


do tema relacionado a
Parâmetros de Linhas de
Transmissão de Energia Elétrica.

SAO LUIS – MA
2022
Parâmetros de linhas de transmissão

No estudo de operações realizadas em linhas de transmissão (LTs),


sabe-se que o seu desempenho é decisivamente dependente dos
parâmetros elétricos que são a resistência (R), a indutância (L) e a
capacitância (C). A determinação desses parâmetros é fundamental,
pois conhecer R, L e C é uma etapa que precede a determinação
da impedância de LTs, que pode ser dada como: Z = R + j( XL − XC );
sendo XL a reatância indutiva (dependente de L) e XC a reatância
capacitiva (dependente de C).

Indutância das Linhas de Transmissão


A indutância de uma LT é o mais importante dos parâmetros de
linha, pois é por meio dela que é possível obter a reatância da LT, que
é o elemento predominante no cálculo de sua impedância. Sendo
assim, é necessário que atenção especial seja dada a esse parâmetro,
em particular, se estivermos preocupados em buscar formas de
reduzir o seu valor. Neste contexto, vale ressaltar, de antemão, que os
valores das indutâncias das LTs dependem de sua configuração física
e do meio no qual se encontram os condutores .
Para o cálculo de indutâncias de LTs, precisamos
primeiramente compreender como calcular o fluxo magnético total
de um condutor cilíndrico maciço. Para tal, observe a Figura 1.0
que mostra que condutores têm tanto fluxo magnético externo
como interno.
Figura 1.0 | Fluxo magnético (a) externo e (b) interno de um condutor

(a) (b)
Fonte: Fuchs (1977, p. 283-4).
O fluxo magnético total de um condutor cilíndrico maciço será:

Sabe-se, todavia, que

sendo d a distância entre dois condutores, r o raio dos


condutores e i o vetor de corrente elétrica que atravessa o condutor.

Substituindo as equações (2), em (1), tem-se que

Se lembrarmos que uma representação matemática utilizando “ln”


pode ser feita como segue:

Teremos:

Se fizermos r  = re−1/4 , obteremos, por fim, que:

O raio r  = re−1/4 pode ser compreendido como sendo o raio


de um condutor fictício, teórico, que, não possuindo fluxo interno,
produz o mesmo fluxo total que seria produzido pela corrente I [A]
ao percorrer o condutor sólido real.
Para dar andamento ao estudo do cálculo da indutância de LTs,
portanto, devemos ser capazes de compreender como o fluxo
magnético de um condutor influencia no que está ao seu redor e,
especialmente, em outro condutor (fluxo de acoplamento entre
dois condutores). Para tal, observe a Figura 2.0 em que os fluxos
magnéticos de um condutor a e de um condutor b interagem entre
si, e P é um ponto qualquer no espaço pelo qual é possível calcular o
fluxo magnético total.
Figura 2.0 | Fluxo de acoplamento entre dois condutores

Fonte: Fuchs (1977, p.. 287).

Se admitirmos que os dois condutores formam um circuito, isto é,


Ib = −Ia , é possível encontrar com algum desenvolvimento matemático
que os fluxos magnéticos totais de cada condutor são:
  1  1 
 = 2  10−7   ln + I  ln [weber / m] (7)
a Ia   b  
  ra   d AB 
  1   1 
 = 2  10 −7   ln + I  ln
b Ia   b   [weber / m] (8)
  dAB   rb  

Por fim, por definição, indutância tem relação com o fluxo


magnético e com a corrente elétrica que atravessa o condutor pela
seguinte expressão:

a  La  Ia 


=  [weber / m] (9)
     
b Lb 
Substituindo as equações (7) e (8), em (9), determina-se a indutância
de uma LT com dois condutores formando um circuito como:

  1  1  d 
L = 2  10−7  ln − ln = 2  10−7  ln AB [henry / m] (10)
a       
  ra   d AB   ra 
  1   1   dAB 
Lb = 2  10−7  − ln  + ln    = 2  10  ln
−7
 [henry / m] (11)
  d AB   rb   
 rb

e, se ra = rb = r  , então:

L =L +L

A reatância indutiva dos condutores, portanto, por definição, é


calculada como:

As equações (10) e (11), portanto, concluem a etapa de cálculo de


indutâncias, e respectiva reatância, de uma LT com dois condutores.
Sabe-se, no entanto, que o solo exerce influência nesses parâmetros
e ainda não foi considerado.
Admitamos que um condutor A esteja suspenso a uma altura h
[m] sobre o solo, sendo paralelo ao mesmo. Suponhamos também
que o solo seja ideal, ou seja, funciona como um condutor perfeito
e homogêneo. O solo será o retorno do circuito do condutor A.
Uma vez que o percurso da corrente por meio do solo não pode ser
estabelecido, podemos admitir que existe um condutor equivalente
em seu lugar. Esse condutor, por ora considerado ideal, é paralelo
ao condutor A, encontrando-se em uma profundidade da superfície
do solo igual à altura do condutor A sobre o mesmo, como mostra a
Figura 3.0. Esse condutor recebe o nome de condutor-imagem.
Figura 3.0 | Condutor com retorno pelo solo

Fonte: Fuchs (1977, p. 290).

Seguindo a mesma lógica do que já foi apresentado, a indutância,


para o caso descrito, tomará a seguinte formulação matemática:

 2h 
La = 2  10−7  ln [henry / m] (15)
 r 
 a 

No caso de considerarmos dois condutores com retorno pelo


solo, nas mesmas condições anteriores, cada condutor terá seu
condutor-imagem conforme Figura 4.0.

Figura 4.0 | Dois condutores com retorno pelo solo

Fonte: adaptada de Fuchs (1977, p. 382).


Por definição, e a partir da realização de desenvolvimentos
matemáticos, as indutâncias dos condutores serão:

Capacitância das Linhas de Transmissão


Para iniciarmos o estudo do cálculo de capacitâncias de LTs,
precisamos compreender que as definições matemáticas são
respaldadas em cálculos de intensidade de campo elétrico [Volt /
Metro ou Newton / Coulomb] e cálculo de diferença de potencial
entre condutores carregados e entre condutores e o solo.
Em seguida, precisamos compreender o que é capacitância, e
saber que existem as capacitâncias parciais entre os condutores a e b
(Cab ), e entre eles e o solo (Cao e Cbo ). Para tal, observe a Figura 5.0
que mostra as capacitâncias parciais em uma linha monofásica.
Figura 5.0 | Capacitâncias parciais formadas em uma linha monofásica

Fonte: Fuchs (1977, p. 391).

Por definição, capacitância é definida como a carga por unidade


de potencial, como mostrado:

sendo q a carga elétrica em [Coulomb/ m], e Uab a diferença de


potencial entre os pontos a e b.
Realizando uma série de desenvolvimentos matemáticos
semelhantes à lógica dos cálculos das indutâncias, a partir de (19),
obtêm-se que:

sendo  a permissividade do meio, sendo usualmente adotado


o valor de  = o = 8,859  10−12 [farad / m], que equivale ao valor da
permissividade absoluta, ou do vácuo.

Define-se, portanto, os coeficientes de potencial, que relacionam


tensões e carga, próprios ( aaa ) e mútuos ( aab ), respectivamente, como:

Note que nesses equacionamentos, diferentemente das


indutâncias, utiliza-se o raio externo do condutor nos cálculos e não
o raio médio geométrico (RMG).
Por fim, após mais alguns tratamentos matemáticos, é possível
obter que C  =  A e que as Cao , Cbo , Cab e a capacitância de serviço
−1

(CS ) correspondem a:

A capacitância de serviço é um valor que representa um capacitor


equivalente ao efeito de todas as capacitâncias parciais.
No mais, a reatância capacitiva dos condutores é, por definição,
dada como:
1
xc = [ohm ∙ m] (25)
2   f C

Para concluir, vale ressaltar que os cálculos para linhas trifásicas


são bem mais complexos e não estão sendo apresentados.

Resistência das Linhas de Transmissão


A resistência dos condutores é a principal causa da perda de energia
das linhas de transmissão. Portanto, os condutores apresentam
resistências diferentes à passagem das correntes contínuas e à
passagem das correntes alternadas.
Com o valor da resistência total dos condutores se determinam as
perdas na transmissão. Isso é comumente obtido por meio de tabelas
de fabricantes de condutores, que apresentam uma padronização de
resistências efetivas dos condutores, seja à corrente contínua, seja à
corrente alternada, em diversas frequências industriais.
Uma corrente variável com o tempo (em corrente alternada)
provoca densidade de corrente desuniforme e, à medida que aumenta
a sua frequência, se acentuam as desuniformidades da distribuição de
corrente alternada. Esse fenômeno é chamado efeito pelicular. Em
um condutor circular, a densidade de corrente usualmente cresce do
interior para a superfície.
A resistência efetiva de um condutor é dada por

em que a potência é dada em Watts e I é o valor eficaz em Ampères


da corrente do condutor.
Referencia:

Geração,Transmissão e Distribuição de Energia Eletrica –

Filipe Matos de Vasconcelos - 2017

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