Você está na página 1de 221

Metodologia de Ensino

de Handebol
Profª Camila da Cunha Nunes

2017
Copyright © UNIASSELVI 2017

Elaboração:
Profª Camila da Cunha Nunes

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

796.312
N972m Nunes; Camila da Cunha
Metodologia de ensino de handebol / Camila da Cunha
Nunes: UNIASSELVI, 2017.
213 p. : il.

ISBN 978-85-515-0070-5

1.Handebol.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.

Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, você está começando o estudo da disciplina de
Metodologia de Ensino de Handebol.

A partir desse momento, convidamos você a conhecer um pouco
mais do contexto do handebol e perceber porque é um dos esportes mais
praticados no meio escolar. Além disso, você poderá, ao término das três
unidades, exercitar o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem
com seus alunos no meio escolar. Em vários momentos você será convidado
a se levantar e realizar alguns gestos e, ao mesmo tempo, clicar e acompanhar
vídeos, ler textos e acessar ambientes, isso devido à necessidade de aproximar
você, futuro professor, da realidade do handebol!

O desenvolvimento dos nossos estudos será orientado por três
unidades, organizadas da seguinte forma:

Na primeira unidade – Conhecendo o Handebol – apresentamos o


handebol a partir do seu contexto histórico de desenvolvimento, onde você
encontrará muitas explicações para compreender porque hoje o handebol é
jogado de determinada forma. Também terá contato com o jogo propriamente
dito e seus elementos básicos, como os fundamentos técnicos.

Na segunda unidade – Defendendo e Atacando – relacionamos os


conteúdos estudados na primeira unidade com o desenvolvimento de ações
técnicas e táticas defensivas e ofensivas. A partir desse momento, você
visualizará movimentações e deslocamentos que são fundamentais para que
a estrutura do jogo de handebol possa ocorrer.

Na terceira unidade – Regras e Adaptações – apresentam-se os


conceitos básicos utilizados para o desenvolvimento do jogo e a linguagem
empregada nas regras oficiais que regem a modalidade. Nessa unidade
abordaremos, também, algumas adaptações do jogo.

Está pronto? Sim!

Desejamos a você bons estudos e muito sucesso!

Profª Camila da Cunha Nunes

III
UNI

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você
que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em
nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o


material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de


Desempenho de Estudantes – ENADE.
 
Bons estudos!

IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - CONHECENDO O HANDEBOL................................................................................ 1

TÓPICO 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL.......................................................... 3


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 A ESSÊNCIA DO HANDEBOL.......................................................................................................... 4
3 HANDEBOL DE QUADRA OU INDOOR ...................................................................................... 7
4 O CENÁRIO DO HANDEBOL BRASILEIRO NO MUNDO ...................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 13

TÓPICO 2 – O HANDEBOL NO BRASIL .......................................................................................... 15


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 15
2 A CHEGADA DO HANDEBOL NO BRASIL ................................................................................. 15
3 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE HANDEBOL NO BRASIL .................................................... 17
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 28

TÓPICO 3 – O JOGO .............................................................................................................................. 31


1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 CARACTERÍSTICA DO JOGO.......................................................................................................... 32
3 FUNDAMENTOS BÁSICOS .............................................................................................................. 39
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 62

UNIDADE 2 - DEFENDENDO E ATACANDO.................................................................................. 65

TÓPICO 1 – SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA............................................................................... 67


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 67
2 ELEMENTOS TÉCNICO-TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS......................................... 67
3 SISTEMAS DEFENSIVOS................................................................................................................... 78
3.1 DEFESA INDIVIDUAL.................................................................................................................... 81
3.2 DEFESA POR ZONA....................................................................................................................... 85
3.3 DEFESA COMBINADA OU MISTA.............................................................................................. 91
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 93
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 94

TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE........................................................................... 97


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 97
2 SISTEMAS OFENSIVOS..................................................................................................................... 97
3 MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS..................................................................................................... 104
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 111
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 112

VII
TÓPICO 3 – O GOLEIRO........................................................................................................................ 113
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 113
2 POSIÇÕES BÁSICAS DO GOLEIRO................................................................................................ 114
3 TIPOS DE DEFESA............................................................................................................................... 120
3.1 DEFESAS ALTAS.............................................................................................................................. 120
3.2 DEFESAS INTERMEDIÁRIAS........................................................................................................ 123
3.3 DEFESAS BAIXAS............................................................................................................................ 125
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 130
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 131

UNIDADE 3 - REGRAS E ADAPTAÇÕES................................................................................. 133

TÓPICO 1 – REGRAS DO HANDEBOL INDOOR........................................................................... 135


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 135
2 NOÇÕES BÁSICAS DE REGRAS E ARBITRAGEM..................................................................... 135
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 174
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 181
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 182

TÓPICO 2 – SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO................................................... 185


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 185
2 A SÚMULA DE JOGO.......................................................................................................................... 185
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 195
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 196

TÓPICO 3 – O HANDEBOL ADAPTADO.......................................................................................... 199


1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 199
2 O HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS..................................................................................... 200
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 204
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 207
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 208

REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 210

VIII
UNIDADE 1

CONHECENDO O HANDEBOL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:

• apresentar o handebol e sua história;

• caracterizar os fundamentos, deslocamentos com bola, manejo da bola;


técnica da recepção, do passe, do drible e arremesso;

• apresentar o contexto do handebol no Brasil;

• caracterizar o desenvolvimento do jogo de handebol;

• reconhecer os fundamentos básicos do handebol e sua aplicabilidade du-


rante o jogo.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos. Em cada um deles
você encontrará dicas, textos complementares, observações e atividades que
lhe darão uma maior compreensão dos temas a serem abordados.

TÓPICO 1 – O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL

TÓPICO 2 – O HANDEBOL NO BRASIL

TÓPICO 3 – O JOGO

1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1

O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL

1 INTRODUÇÃO
O jogo que conhecemos hoje como handebol passou por várias adaptações
e modificações para se estabelecer como handebol de quadra, handebol de areia,
handebol para cadeirantes, dentre outras modalidades esportivas. Verificando o
contexto histórico de desenvolvimento do handebol, percebemos que algumas
civilizações antigas oferecem subsídios para a prática desse esporte. Isso se deve
às atividades físicas desenvolvidas na antiguidade que envolviam a utilização do
corpo e da “pelota”. Diante disso, convidamos você, acadêmico(a), a caminhar em
meio ao contexto histórico do handebol. Lembramos que em alguns momentos as
datas de criação das práticas similares ao handebol se contradizem na bibliografia
científica, por isso você poderá encontrar, em outros materiais, datações que
diferem das apresentadas aqui, no entanto, elas ficarão muito próximas.

O handebol é um dos esportes mais praticados no Brasil e também um dos


mais praticados no contexto escolar (SILVA et al., 2011; TEIXEIRA; MYOTIN,
2001). Isso se deve ao fato de existirem diversas formas de jogar o handebol que
se alteram, dependendo do público e do interesse que se tem com a sua prática.
Além disso, para a prática do handebol não se necessita de muitos materiais, é
necessário apenas um espaço, duas traves e uma bola. Diante disso, é um esporte
de fácil adaptação.

Atualmente é jogado em ambientes diferentes, como em quadra e na


praia. No início da criação do esporte, embora hoje não seja comum, também
era desenvolvido no campo. E ainda pode ser jogado na modalidade master,
terceira idade, em cadeira de rodas, assim como encontramos diversas vezes no
contexto escolar, como o mini-handebol. Isso significa que, devido aos diferentes
ambientes em que pode ser realizado, é de fácil adaptação no meio escolar para o
desenvolvimento do handebol enquanto rendimento.

Neste tópico, iremos nos aproximar do contexto histórico de


desenvolvimento do handebol. A partir disso, trataremos do handebol em alguns
âmbitos, primeiramente no seu contexto histórico de desenvolvimento do jogo,
para compreendermos quais os caminhos que este esporte percorreu até chegar
ao seu modo de desenvolvimento atual. Em seguida, iremos apresentar o contexto
do handebol indoor, aproximando você ainda mais do esporte. Para, por fim, nos
situarmos quanto ao desenvolvimento do handebol brasileiro no contexto mundial.

3
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

TUROS
ESTUDOS FU

Caro acadêmico, não se preocupe, pois na Unidade 3 será abordado o conteúdo


sobre as adaptações do handebol e você terá contato com algumas dessas formas possíveis
de se jogar.

2 A ESSÊNCIA DO HANDEBOL
Há indícios de que um dos primeiros jogos parecidos com o handebol
era realizado na China através de um jogo chamado kemari. Os historiadores
datam sua gênese a 2.000 a.C., na Grécia antiga, onde era desenvolvido um jogo
denominado de urânia e o epyskiros. O urânia era praticado com as mãos e uma bola
que se aproximava ao tamanho de uma maçã, no entanto, não havia as balizas,
popularmente conhecidas como gol. Esse jogo é citado no livro Odisseia, de
Homero (NAGI-KUNSAGI, 1983).

Os romanos tiveram, culturalmente, profundas influências dos gregos,


e isso também ocorre nas atividades físicas. Os romanos praticavam um jogo
denominado de haspartan, que se aproxima muito ao epyskiros. A bola era construída
com bexiga de boi, revestida por capa de couro, chamado de follis. Mais tarde, na
Idade Média, os franceses também desenvolveram jogos similares ao handebol
que são referenciados por François Rabelais como atividades recreativas (VIEIRA;
FREITAS, 2007).

Em 1890 surgiu o raffballspiel, na Alemanha, desenvolvido pelo professor


Konrad Koch. Na mesma época, mais especificamente em 1892, é criado pelo
professor Kristof Antonin um jogo denominado de hazena, difundido na República
Tcheca. Era praticado em uma quadra de 45 X 30 metros, com traves de dois metros
de largura por 2,40 metros de altura, assemelhando-se ao futebol, mas jogado com
as mãos. O jogo se popularizou na Dinamarca e, em 1908, é publicado o Primeiro
Regulamento da hazena, e é também fundada a associação “Praga Hazena”.

Outro indício de jogos próximos ao handebol apareceu em 1848, quando


um professor dinamarquês, chamado Holger Nielser, criou o haandbold e
determinou o regulamento para o desenvolvimento do jogo, o publicando em
Wejdlendling Handbold (NAGI-KUNSAGI, 1983). Na América do Sul também foram
desenvolvidos jogos similares, como o el balón ou salon, do uruguaio Gualberto
Valetta (VIEIRA; FREITAS, 2007). Entretanto, apesar dessas diversas formas de
desenvolver jogos próximos ao handebol, o esporte como hoje é conhecido ainda
não havia sido criado.

O início da sistematização do handebol começa na Alemanha, desencadeada


pela criação de jogos pelos alemães Conrad Koch, que introduziu o raftball e o
torball, inventado pelo professor alemão Herman Bachmann. O raftball surgiu em
4
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL

1890. O torball era a diversão das mulheres que trabalhavam na fábrica da Siemens,
orientadas pelo professor Max Heiser. Quem o levou para jogar no campo, em
1912, foi o secretário da Federação Internacional de Futebol, Hirschmann (NAGI-
KUNSAGI, 1983; VIEIRA; FREITAS, 2007). Com o desenvolvimento do torball e a
popularidade que o jogo conquistou influenciado pelos demais jogos existentes, em
1919 surge o handebol, mais especificamente o handebol de campo. Sua idealização
é atribuída ao alemão Karl Schelenz, considerado o pai do handebol. Foi ele quem
reformulou e aperfeiçoou o torball, tornando o handebol um esporte competitivo.
Naquela época, Schelenz era professor da Faculdade de Educação Física, o que
favoreceu a disseminação do esporte. As regras do esporte e as ações técnicas e
táticas da modalidade também foram escritas por ele, publicadas originalmente
pela Federação Alemã de Ginástica, sendo disputado com 11 jogadores e em um
campo de futebol (CZERWINSKI, 1993). Mesmo que o handebol de campo possua
proximidade com as características do futebol (11 jogadores e jogado no campo),
um fator o distingue bastante: o futebol é jogado com os pés, já o handebol é jogado
somente com as mãos. Devido a um decreto do diretor da Faculdade de Educação
Física da Alemanha, em 1920, o jogo foi oficializado como handebol de campo
(NAGI-KUNSAGI, 1983; TENROLLER, 2004; COLLI, 2004).

DICAS

Para maior aproximação de como era desenvolvido o handebol de campo,


acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=THxMZygDUjc>.

As ações dos alemães para o desenvolvimento do handebol ainda


continuaram. Em 1928 é criada uma instituição para gerir a modalidade, nomeada
de International Amateur Handball Federation (IAHF), na presença de 11 países. Isso
demonstra que, rapidamente, o handebol se espalhou pelo mundo, adotando
como regras oficiais as alemãs. E anos mais tarde, em 1934, o Comitê Olímpico
Internacional (COI) determina a inclusão do handebol de campo nos Jogos
Olímpicos de 1936, em Berlin (ZAMBERLAN, 1999). Foi no formato de 11 contra 11
que apareceu pela primeira vez na programação olímpica. Em 1946, o handebol de
campo e de salão passa a ser regido pela International Handball Federation (IHF).
Sua difusão não para por aí. A entidade conta ainda com a parceria de federações
de cinco continentes: Pan-American Team Handball Federation (PATHF), Asian
Handball Federation (AHF), Confederation Africaine de Handball (CAHB),
European Handball Federation (EHF) e Oceania Handball Federation (OHF) (IHF,
2010).

5
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

ATENCAO

Se você imaginava que o handebol surgiu nas quadras, com regras como as que
conhecemos hoje, se enganou! Você pode observar que do seu nascimento até os dias de
hoje este esporte sofreu diversas alterações.

O handebol, popularmente como é mais difundido hoje, “de quadra”,


“de salão” ou indoor, como é reconhecido – que significa a mesma coisa –, surge
de adaptações do handebol de campo. Se os alemães originaram o handebol de
campo, o handebol indoor não foi originado por eles. Surgiu em 1924, na Suécia,
devido à impossibilidade de sua prática durante o inverno rigoroso e a disputa
com o futebol pelo mesmo espaço, “o campo”. Desse modo, os suecos adaptaram
o jogo para um espaço coberto, realizado nas quadras fechadas e com equipes com
somente sete jogadores, modificando a quantidade deles em campo, que era de
11 jogadores. Com a redução do espaço e o número de jogadores – como já vimos
acima, o handebol era jogado em um campo de futebol, e agora em uma quadra
com dimensões menores –, o jogo foi adaptado, ficando mais veloz, compacto e
dinâmico, o que contribuiu para lances mais emocionantes e cativou o público em
geral (VIEIRA; FREITAS, 2007).

Com o tempo e o aparecimento de instituições regulamentadoras do


esporte, o handebol ganhou cada vez mais espaço e apareceu em outras competições
esportivas. No entanto, como foi criado primeiro, o handebol de campo apareceu
primeiro em competições mais expressivas, e depois o handebol indoor ocupa o
seu espaço. Prova disso ocorreu nos Jogos Olímpicos, onde o handebol de campo
apareceu pela primeira vez na programação dos Jogos Olímpicos de Berlim em
1936. Já o handebol indoor somente 36 anos depois é inserido na programação dos
Jogos Olímpicos, no ano de 1972, quando a competição foi realizada em Munique,
apenas na categoria masculina. Na edição seguinte dos Jogos Olímpicos, no ano de
1976, em Montreal, foi introduzida a categoria feminina (VIEIRA; FREITAS, 2007).

NOTA

Os Jogos Olímpicos ocorrem de quatro em quatro anos, sendo uma competição


que envolve a disputa de diversas modalidades. Entre elas, atualmente, está somente o
handebol indoor. O Campeonato Mundial envolve somente a disputa do handebol indoor.

6
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL

DICAS

Para saber mais sobre o desenvolvimento do handebol nas Olimpíadas, acesse:


<https://www.olympic.org/handball> e <https://www.olympic.org/international-handball-
federation>.

3 HANDEBOL DE QUADRA OU INDOOR


Embora haja algumas controvérsias quanto à criação dos esportes, é
consenso que os suecos criaram o handebol indoor em 1924, modalidade essa
que se popularizou rapidamente. As duas competições mais expressivas para os
países, sem dúvida, são os Jogos Olímpicos organizados pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI) e o Campeonato Mundial de Handebol, organizado pela
entidade máxima do handebol mundial, International Handball Federation (IHF).
Apesar do handebol de campo já ser disputado nos Jogos Olímpicos, foi na edição
de Munique, em 1972, que ficou marcada a entrada definitiva da modalidade indoor
no programa olímpico (VIEIRA; FREITAS, 2007). Desde então, há o monopólio de
conquista das medalhas pelas seleções europeias. Desde a primeira edição em que
o handebol de campo foi inserido, já foi disputado no naipe masculino 13 vezes
e no naipe feminino 11 vezes até 2017. No total, considerando as medalhas de
ouro, prata e bronze, no naipe feminino e masculino, foram distribuídas, até 2017,
72 medalhas. No naipe masculino, os países que mais ganharam a competição
são: Alemanha, União Soviética e Croácia, duas vezes cada. Já no naipe feminino,
Dinamarca foi o país que mais vezes conquistou, somando três conquistas, seguida
de Noruega, Coreia do Sul e União Soviética, que conquistaram duas vezes cada.

As potências do handebol mundial são as equipes que figuram no pódio


das competições mais importantes, Jogos Olímpicos e Campeonato Mundial.
Dentre elas estão a França, Espanha, Rússia, Croácia, Suécia, Alemanha, Noruega
Romênia e Dinamarca. Tratando-se do Campeonato Mundial, o primeiro
Campeonato Mundial de Handebol de Campo e o primeiro de Handebol indoor
em 1938, foram disputados apenas no naipe masculino. Desde a sua criação foram
disputadas 25 edições (1938 a 2017) de campeonatos mundiais, sendo que a França
é o país que mais títulos mundiais conquistou. Em 2017, sagrou-se hexacampeã
mundial (1995, 2001, 2009, 2011, 2015 e 2017) de forma invicta e ainda possui três
medalhas de bronze em outras edições, superando Suécia e Romênia, ambas com
quatro títulos mundiais. Entre as mulheres foram disputadas 22 edições (de 1957
a 2015) da competição de handebol indoor, a Rússia detém a hegemonia dos títulos
mundiais, com sete títulos (1982, 1986, 1990, 2001, 2005, 2007 e 2009) conquistados.
Seguida por Alemanha, com quatro títulos, e Noruega com três.

Como vimos até o momento, a Europa possui equipes tecnicamente e


taticamente muito bem preparadas, por isso possui tantos títulos. Devido a isso,
a Europa é conhecida como sendo a região onde estão localizadas as “escolas” do

7
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

handebol mundial, pois além de possuir equipes muito bem preparadas, foi onde
surgiu o handebol. Esses países e suas equipes nacionais e locais figuraram entre
os campeões dos campeonatos mais representativos da modalidade. É também na
Europa que se disputam as competições de maior índice técnico, ditas mais fortes,
como a Liga Asobal; Super Copa; Copa de S. S. “El rey”; EHF Challenge Cup; EHF
Champions League; Copa EHF.

DICAS

Para visualizar como é desenvolvido o handebol indoor, acesse: <https://www.


youtube.com/watch?v=Sv8j_t8jUp4> e acompanhe o jogo entre Hungria e Alemanha
no Campeonato Mundial Masculino 2017. Essa visualização irá começar a aproximar você
dos conteúdos que serão tratados adiante, como “O Jogo” e “Fundamentos Básicos” que
fundamentam a realização do jogo.

Agora que você já visualizou como é o desenvolvimento de uma partida


de handebol indoor em um Campeonato Mundial, é possível perceber as diferenças
e a velocidade que o jogo ganhou a partir do momento em que migrou do campo
para a quadra.

Assim como no futebol e em outras modalidades esportivas, no handebol,


desde 1988, também são eleitos os melhores jogadores do mundo anualmente, tanto
no naipe masculino como no feminino. É concedido o título de melhor jogador do
mundo àquele jogador que melhor desempenho técnico-tático obteve durante o
ano. O prêmio é concedido pela Federação que rege o esporte, a IHF. A eleição do
melhor do mundo é composta por votos de fãs e especialistas que participam da
votação. A votação, geralmente, ocorre no início de fevereiro do ano seguinte ao
ano em que será determinado o melhor do mundo, ou seja, em fevereiro de 2017
foi realizada a votação do melhor do mundo do ano de 2016.

Considerando a votação desde 1988 até 2015, o país que teve mais atletas
no naipe masculino eleitos foi a França – sete vezes –, sendo também a seleção
atual campeã mundial. No naipe feminino, empata em cinco vezes a Noruega e
a Hungria. Os atletas que ganharam mais vezes a premiação no masculino foram
o croata Ivano Balić (2003 e 2006), o francês Nikola Karabatić (2007 e 2014) e o
dinamarquês Mikkel Hansen (2011 e 2015), duas vezes cada. Já no naipe feminino,
a húngara Bojana Radulovic (2000 e 2003) e a romena Cristina Georgiana Neagu
(2010 e 2015) receberam duas vezes cada.

O Brasil já foi dono desse posto duas vezes, com Alexandra Priscila do
Nascimento eleita no ano de 2013, referente ao ano de 2012, e dois anos depois, em
2015, a brasileira Eduarda Amorim foi eleita a melhor do mundo referente ao ano
de 2014. No ano de 2013 o país também se sagrou campeão mundial após bater a
Sérvia na casa das adversárias. Além de campeão mundial, o handebol feminino

8
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL

teve eleita a MVP (Most Valuable Player), a jogadora mais valiosa do campeonato,
título recebido por Eduarda Amorim; e a goleira Bárbara Arenhart figurou na
seleção do campeonato como melhor goleira.

FIGURA 1 – EDUARDA AMORIM, DE AZUL, EM AÇÃO PELA SELEÇÃO BRASILEIRA

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.


asp?id=29646&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 10 fev. 2017.

4 O CENÁRIO DO HANDEBOL BRASILEIRO NO MUNDO


Nos últimos anos, o handebol brasileiro passa por uma ascensão no
contexto do handebol mundial, isso se deve aos resultados e conquistas individuais
expressivas que vêm consolidando a modalidade em nível mundial, e também
nacional. Nos Jogos Olímpicos e mundiais o handebol brasileiro masculino
participou de algumas edições. Embora em ascensão crescente, não possui
resultados expressivos. Em competições mundiais, o Brasil, no naipe masculino,
em 2011, ficou em 21º lugar; em 2013 subiu para o 13º lugar; em 2015 terminou
na 16º colocação, e em 2017 terminou novamente em 16º, após ser eliminado pela
Espanha nas oitavas de final. Por outro lado, no naipe feminino, nos últimos anos
vem conquistando prestígio. Desde 2009 o handebol feminino está em ascensão,
ano em que conquistou o 15º lugar; em 2011, jogando em solo brasileiro, parou nas
quartas de final e terminou a competição com um expressivo 5º lugar; e em 2013
venceu a Sérvia e consagrou-se campeão mundial. Já em 2015, terminou na 10º
colocação.

9
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

FIGURA 2 – EQUIPE CAMPEÃ MUNDIAL

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.asp?id=29621&mod


a=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 10 fev. 2017.

No que se refere aos Jogos Olímpicos, o resultado mais expressivo foi a 6ª


colocação do handebol feminino, em 2012. Além dessas colocações, o handebol,
particularmente feminino, foi coroado com algumas conquistas individuais, já
citadas anteriormente. Essas modificações e conquistas do handebol brasileiro
se devem ao investimento que está sendo realizado na modalidade. Alguns dos
fatores são: (1) maior investimento público e privado; (2) contratação de treinadores
europeus; (3) intercâmbio de atletas; (4) fases de preparação e treinamento; (5)
grande número de atletas jogando em clubes europeus etc. (NUNES; MATTEDI,
2014). Esses investimentos demonstram que para se manter entre os melhores e
disputar com o handebol europeu é necessário investimento. Nos últimos anos,
teve investimentos de R$ 9,4 milhões. Para 2015 foi destinado ao esporte, pela Lei
Agnelo Piva e pelos recursos do COB dentro do planejamento estratégico para as
Olimpíadas de 2016, um total de R$ 3.750 milhões. Isso sem contar o patrocínio
dos Correios e do Banco do Brasil (GOZZER; TIBURCIO, 2015). Outras verbas são
captadas por meio da Lei de Incentivo ao Esporte através do projeto Plano Medalha.
Projetos do Governo Federal são desenvolvidos pelo Ministério do Esporte para
apoiar os esportes que possuíam chance de pódio nos Jogos Olímpicos em 2016.

Há alguns anos a Confederação Brasileira de Handebol contrata técnicos


estrangeiros para as seleções feminina e masculina. No naipe masculino, o espanhol
Jordi Ribeira está à frente de mais um ciclo olímpico após seu retorno ao Brasil, em
2012. Na seleção feminina o dinamarquês Morten Soubak comanda. Assim como
Jordi, Morten tem vasta experiência internacional e, sobretudo, europeia. Morten
10
TÓPICO 1 | O CONTEXTO HISTÓRICO DO HANDEBOL

também contribuiu para a implantação de uma parceria entre a equipe austríaca


do Hypo No e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Naquele momento,
era o técnico da equipe austríaca. O objetivo da parceria era dar oportunidade
para que as jogadoras tivessem rodagem europeia. A CBHb e a equipe austríaca
dividiam a despesa dos salários das atletas. No total, seis jogadoras que foram
campeãs mundiais em 2013 jogavam no Hypo No.

Um dos fatores que ganha destaque é a transferência de jogadores para


países europeus com o intuito de melhorar o seu rendimento. Exemplo disso é a
própria Eduarda Amorim, que em 2014 sagrou-se bicampeã da EHF Champions
League jogando pelo Györi AUDI ETO KC da Hungria, clube em que representa
desde 2009. Desde 2006 atua fora do Brasil, quando foi para o Gjorce Petrov
Kometal, da Macedônia. Das 16 jogadoras que compunham a equipe campeã
mundial em 2013, somente três atuavam no Brasil. O mesmo ocorre com a
convocação para o mundial feminino no ano de 2015: das 16 atletas convocadas,
somente cinco atuavam no Brasil. No naipe masculino, dos 16 atletas que fizeram
parte do plantel do Mundial realizado em 2015, oito jogavam no Brasil. Outro fato
que chama atenção é que oito dos convocados atuavam em equipes espanholas.
Todas essas ações da CBHb fortalecem e fortaleceram o handebol brasileiro, e hoje
o Brasil possui melhor índice técnico e tático para jogar com as melhores seleções
do mundo, geralmente localizadas na Europa.

NOTA

Caro acadêmico, como forma de revisar os pontos principais deste tópico, peço
que você atente para o resumo que será apresentado a seguir, e caso ainda sinta a necessidade
de reforçar algum ponto, convido você a relê-los. Ok?

11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• Antes de o handebol ser criado existiam outros jogos que se aproximavam à


forma deste esporte.

• O handebol foi criado pelos alemães no ano de 1919, desenvolvido no campo.

• Os suecos adaptaram o handebol de campo e criaram o handebol indoor, de


quadra ou, como também é conhecido, de salão, em 1924.

• A IHF é a Federação Internacional que regulamenta a modalidade.

• O handebol de campo foi inserido no ano de 1936, com o naipe masculino, nos
Jogos Olímpicos pela primeira vez.

• O handebol indoor foi inserido no ano de 1972, no naipe masculino, nos Jogos
Olímpicos e no naipe feminino no ano de 1976.

• O handebol brasileiro já teve duas atletas eleitas melhores do mundo: Alexandra


Priscila do Nascimento, referente ao ano de 2012, e Eduarda Amorim, referente ao
ano de 2014.

12
AUTOATIVIDADE

1 Para você se aproximar um pouco mais do contexto histórico do handebol,


procure e indique em qual país foi realizado o Campeonato Mundial de
Handebol Feminino no ano de 2012 e quem foi o país campeão no ano de 2013.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

2 Agora que você já sabe um pouco mais sobre o contexto histórico do handebol
no naipe feminino, vamos ao naipe masculino. Procure e indique em qual país
foi realizado o Campeonato Mundial de Handebol Masculino no ano de 2017 e
quem foi o país campeão.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2

O HANDEBOL NO BRASIL

1 INTRODUÇÃO
O aparecimento de novas práticas esportivas no Brasil ocorre, geralmente,
por inserção de outras culturas. Assim, podem ocorrer mediados pelo processo de
migração de turistas, ou pessoas de outras nacionalidades que foram convidadas
para ministrar cursos em outros países, entre outros fatores. No caso da inserção
do handebol no Brasil, veremos que esses fatores contribuíram significativamente
para esse processo.

O desenvolvimento do handebol no Brasil está associado ao processo


de ocupação e desenvolvimento do país. Considerando isso, a introdução do
handebol foi realizada, inicialmente, nas colônias europeias. Mais tarde, o esporte
é institucionalizado e criadas as entidades administrativas que contribuem para o
seu fortalecimento e difusão.

Para uma melhor compreensão, esse tópico está organizado, além da


introdução, em dois momentos. O primeiro trata da chegada do handebol no
Brasil. O segundo apresenta as principais competições realizadas no Brasil pela
CBHb. Por fim, você encontrará na leitura complementar parte de um artigo que
aborda o contexto do handebol em Santa Catarina.

Então, convido você para me acompanhar neste tópico também.

2 A CHEGADA DO HANDEBOL NO BRASIL


A introdução do handebol no Brasil foi realizada por imigrantes alemães
recém-saídos dos conflitos da Primeira Guerra Mundial em meados de 1930.
Há indícios de que essas colônias europeias, compostas por fugitivos da guerra,
estabeleceram-se nas regiões Sul e Sudeste do país, principalmente em São Paulo.
São Paulo é tido como o Estado pioneiro e maior centro de desenvolvimento do
handebol brasileiro (VIEIRA; FREITAS, 2007; MELHEM, 2004). A partir disso,
por meio do deslocamento populacional, o handebol expandiu-se para os outros
estados e começa a institucionalizar-se com a gênese de entidades administrativas.
O processo de institucionalização se inicia em 1931, com a fundação da primeira
Federação de handebol, denominada Associação Alemã de Handball, que teve
como primeiro filiado, em 1932, o Sport Club Germânia, que existe até hoje, sendo
chamado de Esporte Clube Pinheiros (NAGY-KUNSAGI, 1983).

15
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Lembram que no início falamos que a introdução do handebol no Brasil


estava relacionada às colônias europeias? Pois é, se observarmos o nome da
primeira Federação criada e do primeiro clube filiado, veremos que de fato isso
acontece.

Apesar desse início de institucionalização da modalidade e a criação de


entidades, ainda não havia uma instituição específica responsável por gerenciar
a modalidade em nível nacional. O esporte brasileiro, em geral, era organizado
pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que no ano de 1960 cria um
departamento específico dentro da entidade para o handebol. Por meio das
modificações desencadeadas pela política nacional, mais precisamente em 1º de
junho de 1979, devido a uma exigência do Ministério da Educação, é fundada a
Confederação Nacional de Handebol (CBHb) após a desvinculação da modalidade
da até então CBD. Desde então, a CBHb é a entidade administrativa que gerencia
o handebol no Brasil (CBHb, 2017a). Atualmente (até 2017), todos os estados
possuem federações filiadas à CBHb, o que sinaliza a dispersão da modalidade.

DICAS

Acesse a página da CBHb no link: <http://www.brasilhandebol.com.br/index.asp>


para saber mais sobre o handebol no Brasil.

Outros fatores que contribuíram para a propagação do handebol em todo o


território nacional estão relacionados à formação de profissionais e às competições.
Quanto à formação, deve-se ao desenvolvimento, em 1952, do Curso Internacional
de Formação e Aperfeiçoamento de professores de Educação Física, ministrado
para a Associação dos Professores de Educação Física (APEF/SP) na cidade de
Santos, em São Paulo, proferido pelo professor francês Auguste Listello. Esse
curso propiciou aos professores participantes a oportunidade de assistir a várias
aulas de handebol, apresentado de forma didática por meio do Método Desportivo
Generalizado. O curso de aperfeiçoamento técnico-pedagógico foi sobre o ensino
dos esportes coletivos tendo o handebol como modelo (MELHEM, 2004; REIS,
2012). Esses professores, após o curso, disseminaram a modalidade, sobretudo
no ambiente escolar, em diferentes estados. Também em 1975, um grupo de 18
professores brasileiros foi enviado à Romênia para a realização de um curso técnico
(REIS, 2012). Duas ações de formação que contribuíram para o desenvolvimento
do handebol no Brasil.

Quanto às competições, a contribuição prestada ao esporte deve-se a uma


decisão do Ministério da Educação e Cultura (MEC), que determinou a inclusão
do handebol na programação dos III Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), em 1971,
ocorrido em Belo Horizonte. Mais tarde, também foi incluído na programação dos
Jogos Universitários (JUBs) (VIEIRA; FREITAS, 2007). Essas ações ocorreram entre

16
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL

1960 e 1975 e impulsionaram a prática da modalidade no Brasil, contribuindo para


que hoje o handebol seja uma das modalidades mais praticadas no meio escolar.
Além desses eventos, diversas são as competições esportivas em nível nacional,
estadual e municipal realizadas anualmente. Mais adiante falaremos delas.

3 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE HANDEBOL NO BRASIL


As competições esportivas são eventos que demarcam territórios por meio
de confrontos e mobilização de pessoas, o mesmo ocorre no caso do handebol. Há
registros do I Torneio Aberto de Handebol indoor sendo realizado em 1954, pela
Federação Paulista de Handebol, criada em 1940. Atualmente, temos um cenário
um pouco diferente, ainda existem as competições realizadas nos estados, mas
desde a fundação da CBHb temos campeonatos em nível nacional organizados
pela Confederação. Dentre os campeonatos organizados na categoria adulto,
os principais são: Circuito Brasileiro de Handebol de Areia; Liga Nacional;
Campeonato Brasileiro de Clubes; Copa Brasil; Taça Amazônica. Alguns desses
campeonatos são realizados em mais de uma cidade durante alguns meses, e
outros ocorrem durante um único evento.

De todas as competições, a de maior impacto em território nacional no


handebol brasileiro é a denominada Liga Nacional de Handebol, promovida pela
CBHb anualmente. A Liga Nacional de Handebol ocorre desde 1997 nos naipes
feminino e masculino. No decorrer de sua existência, a quantidade de clubes
modificou-se. Fazem parte da disputa da competição as equipes que participaram
no ano anterior e as equipes convidadas pela CBHb. Na última edição, no ano de
2016, a competição contou com a participação de um maior número de equipes, com
o objetivo de promover intercâmbio entre todas as regiões do Brasil. A competição,
assim como ocorre em outros esportes, foi dividida em três conferências. Uma que
abrangeu os Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, outra a região Nordeste e uma
o Norte. As três regiões jogaram a primeira fase entre si e cruzaram a partir das
quartas de final. As semifinais e finais foram disputadas em local único, indicado
pela CBHb (CBHB, 2016).

No caso da disputa no naipe masculino, contou com 31 equipes (15 do


Nordeste, oito do Norte e oito do Sul/Sudeste/Centro). A Conferência Sul/Sudeste/
Centro foi disputada em pontos corridos e as quatro equipes melhor classificadas
avançaram para as quartas de final. Já a Nordeste foi dividida em quatro grupos
(chaves). Os dois melhores de cada chave passaram para a fase mata-mata da
região e somente os dois primeiros colocados da Conferência avançaram para as
quartas de final da Liga. A Conferência Norte funcionou da mesma forma, mas
com apenas duas chaves. Enquanto isso, a Liga Nacional Feminina teve 20 times
(oito do Norte, sete do Nordeste e cinco do Sul/Sudeste/Centro) e o formato das
conferências foi exatamente o mesmo do naipe masculino. A única diferença é
que a Conferência Nordeste Feminina contou com duas chaves na disputa. Esse
novo formato de conferência aderido em 2016 oportunizou a participação de mais
equipes e de todo o Brasil.
17
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

No decorrer das 20 edições já realizadas (até 2016), as equipes de São Paulo


possuem a hegemonia na conquista de títulos em ambos os naipes. Como ilustrado
no quadro a seguir, no feminino, apenas equipes de quatro estados conquistaram
a competição, a saber, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa
Catarina. A primeira equipe a conquistar a competição foi A. A. Guarulhos, de
São Paulo, em 1997. A equipe conquistou ainda títulos nos anos de 2000, 2001,
2002. No ano de 1998, o Clube Atlético Cairu/Ulbra/Diadora, do Rio Grande do
Sul, sagrou-se campeão. Em 1999, o título migra para o Rio de Janeiro, com o C.
E. Mauá/Universo, e conquista novamente a competição em 2003 e 2004. Em 2005,
São Paulo FC/Guarulhos quebra a sequência de vitórias e fica com o troféu. Já em
2006 começa uma hegemonia de sete anos (2006-2012) da Metodista/São Bernardo.
Quebrada somente em 2013 pela UNC/Concórdia, de Santa Catarina. Em 2014,
novamente Metodista/São Bernardo conquistou a competição.

A equipe da Metodista/São Bernardo possui a hegemonia de títulos da Liga


Nacional de Handebol, somando dez títulos. Fato que chama atenção é a sequência
de finais consecutivas entre as equipes de Metodista/São Bernardo e Blumenau/Furb
(em 2007, era chamada Adeblu/FURB). Foram seis títulos decididos entre as equipes
no período de 2006-2011, o que demonstra o trabalho desenvolvido por ambas.
Nos últimos três anos (2012-2014), isso torna a se repetir entre as equipes UNC/
Concórdia e Metodista/São Bernardo. Em períodos anteriores, o mesmo ocorreu
com as equipes C. E. Mauá/Universo (C. E. Mauá/Universo/Supermercado Coelho
devido à mudança de patrocinadores) e A. A. Guarulhos/Abast. Super Água (C.
E. Mauá/Universo/Supermercado Coelho devido à mudança de patrocinadores).
A equipe A. A. Guarulhos/Abast. Super Água, além de ser pioneira na conquista
do título da competição, nos primeiros nove anos (1997-2005) esteve presente em
todas as finais.

QUADRO 1 - EQUIPES CAMPEÃS DAS EDIÇÕES DA LIGA NACIONAL DE HANDEBOL FEMININO

EQUIPES
Ano
Campeão Vice-campeão
1997  A. A. Guarulhos (SP) Mauá /Universo (RJ)
Clube Atlético Cairu/Ulbra/
1998 A. A. Guarulhos (SP)
Diadora (RS)
A. A. Guarulhos/Abast. Super Água
1999 C. E. Mauá/Universo (RJ)
(SP)
A. A. Guarulhos/Abast. Super C.E. Mauá/Universo/Super. Coelho
2000
Água (SP) (RJ)
A. A. Guarulhos/Abast. Super
2001 C. E. Mauá/Universo (RJ)
Água (SP)
Metodista/Unimed ABC/Santo André
2002 A. A. Guarulhos/Palmeiras (SP)
(SP)
2003 Mauá/Universo (RJ) São Paulo FC/Guarulhos (SP)
2004 C. E. Mauá/Universo (RJ) São Paulo FC/Guarulhos (SP)
2005 São Paulo FC/Guarulhos (SP) MESC/São Bernardo (SP)

18
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL

2006 Metodista/São Bernardo (SP) Adeblu/FURB (SC)


Metodista/São Bernardo/Besni
2007 Blumenau/FURB (SC)
(SP)
Metodista/São Bernardo/Besni
2008 Blumenau/FURB (SC)
(SP)
2009 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC)
2010 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC)
2011 Metodista/São Bernardo (SP) Blumenau/Furb (SC)
2012 Metodista / São Bernardo (SP) UNC/Concórdia (SC)
2013 UNC/Concórdia (SC) Metodista/São Bernardo (SP)
2014 Metodista/São Bernardo (SP) UNC/Supergás/Concórdia (SC)
2015 Metodista / São Bernardo (SP) UnC/Concórdia (SC)
2016 Metodista/São Bernardo (SP) EC Pinheiros (SP)
FONTE: Adaptado de CBHb (2017a).

A conquista de títulos por algumas equipes sinaliza que o handebol


brasileiro feminino, visualizado por meio dos ganhadores dos títulos da Liga
Nacional, estabelece a centralização da modalidade e equipes mais eficientes do
ponto de vista da conquista de títulos. Somente as regiões Sudeste e Sul do Brasil
possuem títulos da Liga Nacional no naipe feminino. São Paulo, Santa Catarina,
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os únicos estados que possuem, por meio
de suas equipes, a conquista de títulos. A equipe da Metodista possui dez títulos
e A. A. Guarulhos vem em seguida, com cinco conquistas, comparando-se com as
demais equipes.

Entre os homens também foram disputadas 20 edições, como demonstra


de forma ilustrativa o Quadro 2. A primeira equipe a tornar-se campeã foi a A.
A. A. Metodista/São Bernardo/Petrobrás (SP). Essa equipe conquistou por oitos
anos a competição, dos quais seis anos de forma consecutiva (1997-2002). Teve
sua hegemonia quebrada em 2003 pela equipe IMES/Santa Maria/São Caetano.
Todavia, no ano seguinte retoma o título. Em 2005, a equipe paranaense da Unifil
Londrina/Sercomtel entra na disputa e coloca seu estado em foco. Em 2006 e 2007
o título volta para São Paulo, através da equipe Metodista/São Bernardo e Esporte
Clube Pinheiros, respectivamente. Em 2008, o título retornou ao Paraná com a
Unopar/FEL. A partir de 2009 até 2012 o Esporte Clube Pinheiros (SP) consagra-se
campeão. E nos dois últimos anos, TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté
conquista o título.

Assim como no feminino, a Metodista é um dos grandes clubes brasileiros.


Nos 18 anos de competição analisados, somente em cinco edições (2005, 2007, 2009,
2015 e 2016) não esteve presente na disputa do título. O que demarca não somente
um trabalho forte, como também longínquo e contínuo. O mesmo ocorre com o
Esporte Clube Pinheiros, que figurou em 12 finais. A Unifil Londrina/Sercomtel
disputou seis finais e o Imes/Santa Maria/São Caetano esteve presente em três
edições, juntamente com TCC/Unitau/Fecomerciários/Tarumã/Taubaté (Taubaté/

19
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

FAB/Unitau (SP), que esteve presente em quatro finais e conquistou três. O Esporte
Clube Pinheiros é ainda um dos poucos clubes que mantêm o mesmo nome desde
a sua primeira participação. Como ocorre no feminino, diversos são os clubes que
modificam os seus nomes devido aos patrocinadores e apoiadores.

QUADRO 2 - EQUIPES CAMPEÃS DAS EDIÇÕES DA LIGA NACIONAL DE HANDEBOL MASCULINO

EQUIPES
Ano
Campeão Vice-Campeão
A.A.A. Metodista/São Bernardo/
1997 Esporte Clube Pinheiros (SP) 
Petrobrás (SP)
A.A.A. Metodista/São Bernardo/
1998 Esporte Clube Pinheiros (SP)
Petrobrás (SP)
A.A.A. Metodista/São Bernardo/
1999 Esporte Clube Pinheiros (SP)
Petrobrás (SP)
A.A.A. Metodista/São Bernardo/
2000 Imes/Santa Maria/São Caetano (SP)
Petrobrás (SP) 
A.A.A. Metodista/São Bernardo
2001 Esporte Clube Pinheiros (SP)
(SP)
A.A.A. Metodista/São Bernardo
2002 Imes/Santa Maria/São Caetano (SP)
(SP)
Imes/Santa Maria/São Caetano
2003 Metodista/São Bernardo (SP)
(SP)
2004 Metodista/São Bernardo (SP) Unifil Londrina/Sercomtel (PR)
2005 Unifil Londrina/Sercomtel (PR) Esporte Clube Pinheiros (SP)
2006 Metodista/São Bernardo (SP) Unifil Londrina/Sercomtel (PR) 
2007 Esporte Clube Pinheiros (SP) Unifil/FEL/Sercomtel (PR)
2008 Unopar/FEL (PR) Metodista/São Bernardo/Besni (SP)
2009 Esporte Clube Pinheiros (SP) Unopar FEL/Sercomtel (PR)
2010 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2011 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
2012 Esporte Clube Pinheiros (SP) Metodista/São Bernardo (SP)
TCC/Unitau/Fecomerciários/
2013 Metodista/São Bernardo/Besni (SP)
Tarumã/Taubaté (SP)
TCC/Unitau/Fecomerciários/
2014 Metodista/São Bernardo (SP)
Taubaté (SP)
TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté
2015 Esporte Clube Pinheiros (SP)
(SP)
2016 Taubaté/FAB/Unitau (SP) Esporte Clube Pinheiros (SP)
FONTE: Adaptado de Brasil (2017b)

No naipe masculino há uma maior restrição entre os estados que figuram


entre os campeões da competição. No feminino, tínhamos quatro estados na
disputa. Já no masculino, somente os estados de São Paulo e Paraná conquistaram

20
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL

tal feito. Nenhum outro estado brasileiro nas 20 edições apareceu como finalista.
Realizando um paralelo entre os dois naipes, percebe-se que o Estado de São
Paulo totaliza o maior número de equipes finalistas, juntamente com as equipes
que conquistaram o maior número de títulos. Isso também se efetiva no número
de equipes paulistas que figuram como finalistas e participam da competição em
ambos os naipes anualmente.

As demais competições ocorrem anualmente, no entanto, a que é mais


popular e reune as equipes com melhor índice técnico na categoria adulto é a Liga
Nacional, mas encontramos campeonatos brasileiros nas diversas categorias.

DICAS

Acesse o site da CBHb na aba competições, disponível no link <http://www.


brasilhandebol.com.br/noticias_detalhes.asp?id=29615&moda=016&ip=1> para saber sobre
o andamento das competições.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para saber sobre o desenvolvimento do handebol em Santa Catarina, leia


parte do artigo intitulado “Esporte e território: a territorialização do handebol no
Estado de Santa Catarina”, de Camila da Cunha Nunes e Marcos Antônio Mattedi.

As dimensões territoriais do handebol em Santa Catarina

O handebol em Santa Catarina se espacializa por meio do processo de


ocupação e desenvolvimento do Estado, mediado pelos imigrantes alemães.
Assim como no contexto europeu, inicialmente, em Santa Catarina foi praticado o
handebol de campo. Posteriormente, o handebol indoor se desenvolve e estabelece
o seu território. Diversas foram as colônias que se formaram no período de
colonização do Estado. Nas colônias, os alemães mantinham a sua tradição e seus
costumes por meio de sociedades de diversas ordens (SEYFERTH, 2004; FERREIRA;
ABREU, 2005). As Sociedades de Ginástica (Turnverein) e as Sociedades de Caça
e Tiro (Schutzenverein) desenvolviam, sobretudo, os esportes. Neste contexto,
o handebol se espacializa. Há registros de que em 1933, na cidade de Brusque
(naquele momento chamado ainda de colônia), através do Turnverein Brusque (hoje
é denominada Sociedade Esportiva Bandeirante), o Handebol de Campo já era
desenvolvido (BADO, 2010).

A primeira partida de handebol de campo realizada no Estado de Santa


Catarina ocorreu em 29 de outubro de 1933, na cidade de Blumenau. A disputa foi
realizada entre a Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque contra a Altona de
Blumenau. Brusque obteve duas vitórias sobre a equipe blumenauense, por 3 X 2 e
21
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

3 X 1, na cidade de Blumenau (BADO, 2010). Este registro histórico demonstra que


há alguns anos o handebol é desenvolvido no Estado catarinense. Uma das ações
que proporcionou maior aperfeiçoamento e desenvolvimento do esporte em Santa
Catarina foi a participação de um grupo de professores de Educação Física em
um curso sobre handebol. O curso foi realizado em São Paulo no início dos anos
setenta (GOMES; FRITSCHE, 2010).

Atualmente, existem duas instituições que organizam e gerenciam as


competições disputadas na modalidade, a Federação Catarinense de Handebol
(FCHb) e a Fundação Catarinense de Esporte (FESPORTE). A FCHb é uma entidade
filiada à CBHb. Foi fundada em 27 de outubro de 1974 por três associações, Clube
Náutico Marcílio Dias/Itajaí; Grêmio Esportivo Olímpico/Blumenau, e Rio do Sul
Esporte Clube/Rio do Sul. Atualmente conta com 1.409 atletas do naipe masculino
e 1.065 do feminino filiados. Conta também com uma equipe de arbitragem
composta por 154 integrantes. Dentre os clubes filiados na FCHB distribuídos no
Estado, atualmente, 32 estão ativos, como ilustrado no Quadro 5 abaixo.

Quadro 5 - Clubes ativos filiados à FCHb

DATA DE
NOME DO CLUBE CIDADE
FILIAÇÃO
A.D.R.C.E.T.C. Tubarão Tubarão 01/01/1996
ACEU/AMAJ/FME Itapema Itapema 07/05/2008
AERC Handebol São José São José 01/01/1995
AHPS – Associação de Handebol de Palma Sola Palma Sola 28/05/2009
ARCHAF/FME Fraiburgo Fraiburgo 29/04/2011
Associação Desportiva Instituto Estadual de
Florianópolis 01/01/1996
Educação
Associação PRO Handebol Blumenau Blumenau 28/05/2009
Associação Amigos do Handebol de Chapecó Chapecó 17/04/2006
Associação Amigos do Handebol de Itajaí Itajaí 30/04/2010
Associação de Pais e Amigos do Handebol de
Seara 04/05/2010
Seara
Associação de Iniciação Desportiva Chana Capinzal 04/05/2010
Associação Caçadorense de Handebol Caçador 26/03/2006
Associação Blumenauense de Handebol Blumenau 28/05/2006
Associação Atlética Universitária Concórdia 28/04/2006
Associação Desportiva de Handebol
Jaraguá do Sul 04/11/2003
Jaraguaense
FME Criciúma Criciúma 23/03/2006
Associação Desportiva Itajaiense - ADI Itajaí 23/03/2006
Associação Desportiva e Cultural Vale do
Indaial 27/05/2013
Handebol
Associação Desportiva e Cultural – ADRECHA Joaçaba 23/06/2003
Associação Desportiva Colegial Florianópolis 01/06/2006

22
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL

Centro Educacional – SATC Criciúma 23/03/2006


Balneário
BALCAM/FME Balneário Camboriú 23/03/2006
Camboriú
Associação Xanxerense de Handebol Xanxerê 26/05/2006
Associação Recreativa Cultural de Handebol Videira 14/05/2011
Associação Joinvilense de Handebol – AJHA Joinville 01/12/2011
São Bento do
São Bento Handebol Clube/FMD 10/08/2001
Sul
PEC/Peritiba Peritiba 01/11/2013
Madegil/ Cocal do Sul Cocal do Sul 26/12/2006
Liga Serrana de Handebol/ FME Lages Lages 29/04/2011
Ideal Esporte Clube Forquilhinha 18/12/2001
HANDLAGES Lages 14/10/2009
SATC/ FME Criciúma Criciúma 29/04/2011
Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa

Esses clubes estão distribuídos territorialmente pelas diversas regiões e


cidades do Estado. Na Figura 6 visualizamos a localização dos clubes no território
de Santa Catarina. A distribuição dos clubes caracteriza-se como polos de dispersão,
ou seja, no Estado de Santa Catarina não há a concentração de clubes filiados à
FCHb. Ainda podemos ressaltar que em algumas cidades existe mais de um clube
ativo. Como é o caso das cidades de Blumenau, Itajaí, Lages, Florianópolis, que
possuem dois clubes ativos, e Criciúma que possui três.

FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO E POLARIZAÇÃO DOS CLUBES FILIADOS À FCHB

Fonte: adaptado de INFOESCOLA (2014)

23
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Já a FESPORTE foi instituída em 1993 por um ato legal (Lei nº 9.131/1993).


Tem a finalidade de projetar e executar a política de desportos do Estado de Santa
Catarina (SANTA CATARINA, 1994). É responsável pela realização dos eventos
esportivos promovidos pelo Governo do Estado. Tem no calendário anual 15
grandes eventos, que totalizam 417, entre microrregionais, regionais e estaduais.
Desenvolve programas e projetos esportivos em diversas categorias (estudantes,
terceira idade, deficientes, detentos, comunidade, indígenas, olímpicos etc.). Ainda,
organiza e acompanha as delegações catarinenses em eventos oficiais (nacionais
e internacionais) (FESPORTE, 2014). Desse modo, a espacialização promovida
pela FESPORTE, por meio da participação das Fundações Municipais de Esportes
(FME), nos eventos realizados pela instituição, é maior do que a estabelecida pelos
clubes e associações. Dito de outra forma, os eventos promovidos pela FESPORTE
possuem maior ancoragem territorial, incentivados pelas FME.

Dentre os eventos que realiza anualmente, encontramos manifestações


culturais, sociais e esportivas. Na área esportiva, a FESPORTE realiza competições
que contemplam diversas faixas etárias, manifestas na figura do Moleque Bom de
Bola; Jogos Escolares (JESC); Jogos Abertos da Terceira Idade; Jogos da Juventude
Catarinense (OLESC); Joguinhos Abertos de Santa Catarina; Jogos Abertos de Santa
Catarina (JASC); Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJASC);
Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (PARAJESC) (FESPORTE, 2014).
O JASC é o de maior repercussão esportiva disputado na categoria adulto. Está
na 54ª edição e é a competição amadora de maior representatividade no contexto
catarinense (NUNES; MATTEDI, 2013). Nesta competição, os municípios, por
meio das FME, vislumbram a conquista do título geral decorrente da somatória
das colocações obtidas em todas as modalidades disputadas.

O JASC tornou-se a competição de maior impacto esportivo no território


catarinense. Durante seus anos de existência sua estrutura foi modificada e se
complexificou. Considerando este processo, é possível estabelecermos três fases
distintas de operacionalização: (1) pioneirismo; (2) consolidação; (3) expansão. A
primeira fase consiste no período que compreende sua institucionalização, tendo a
duração de 15 anos (1960-1975). Neste período, a competição teve a ascendência de
oito para 28 modalidades disputadas. A consolidação (1976-1993) é marcada por
marcos legais instituídos que determinam ações. Iniciando pela homologação da
Lei nº 5.089 em 1975, que dispõe sobre a organização da Administração Estadual.
O desporto e a Educação Física passam para o âmbito da Secretaria da Educação
e Cultura do Estado. Mediado por este ato, em 1976, a realização do JASC passa
a ser de responsabilidade do Governo estadual. A fase de expansão, instituída a
partir de 1994, é marcada pela criação da FESPORTE (SANTA CATARINA, 1994).

Dentre as 26 modalidades que compõem atualmente a disputa da


competição, o handebol nos naipes feminino e masculino começou a ser disputado
ainda na fase de pioneirismo, no ano de 1974. Naquele momento eram disputadas
18 modalidades no JASC. Desde então, o handebol esteve presente em 40 edições.
Destas 40 edições, observamos no Quadro 6, abaixo, o predomínio na conquista
da modalidade realizada por algumas cidades em alguns períodos. Itajaí possui
a supremacia no naipe feminino ao conquistar 13 vezes o título de campeã,
24
TÓPICO 2 | O HANDEBOL NO BRASIL

seguido das cidades de Blumenau, Concórdia, Florianópolis, Capinzal, Criciúma,


Caçador, Joinville, Jaraguá do Sul, Curitibanos e Ouro. No naipe masculino,
Chapecó conquistou também 13 vezes o título na competição, seguido de Itajaí,
Florianópolis, Blumenau, Joinville, Concórdia, Joaçaba, Videira e Balneário
Camboriú, que também conquistaram títulos.

QUADRO 6 - MUNICÍPIOS QUE CONQUISTARAM O TÍTULO DO HANDEBOL NO NAIPE


FEMININO E NO MASCULINO DO JASC E O RESPECTIVO ANO

Fonte: Elaborado pelos autores.

Essa variabilidade de municípios ganhadores demonstra que o handebol, a


partir do contexto dos JASC, se espacializa por meio de um processo de dispersão
em Santa Catarina, como ilustrado na Figura 7, a seguir. Esta verificação acompanha
a lógica do esporte profissional no Estado, bem como da formação socioespacial
e desenvolvimento da estrutura produtiva (TAJES JR., 2012). Isso acarreta em um
contexto de desenvolvimento descentralizado da modalidade do handebol. O que
implica em diversos polos da modalidade distribuídos espacialmente e a formação
de diversos territórios de especialização da modalidade.

25
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

FIGURA 7 - LOCALIZAÇÃO E POLARIZAÇÃO DO HANDEBOL EM SANTA CATARINA ATRAVÉS DOS


MUNICÍPIOS CAMPEÕES DOS JASC

Fonte: adaptado de INFOESCOLA (2014)

No contexto catarinense, temos equipes que representam seus clubes


na Liga Nacional de Handebol e que conquistaram resultados significativos em
âmbito nacional nos últimos anos. A equipe Blumenau/FURB durante seis anos
(2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011) foi vice-campeã da competição e a equipe
SUPERGASBRAS/UnC/Concórdia conquistou um vice-campeonato (2012) e
recentemente em 2013 conquistou o título da competição, quebrando a hegemonia
das equipes paulistas. Ainda no que concerne ao contexto catarinense, temos a
equipe ACEU/UNIVALI/FME Balneário Camboriú, que participou da última
edição do evento, além de outros clubes que já participaram de outras edições.
Isso demonstra que o handebol em Santa Catarina se desenvolve e espacializa
em dois contextos. Por um lado, relacionado às competições que são disputadas
representando as FME, subsidiadas preponderantemente por investimento público
(governo municipal). E, por outro lado, aos clubes que detêm maior investimento
privado e governamental (em nível nacional), gerado pelas ações de incentivo ao
esporte brasileiro.
FONTE: Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/Recorde/article/view/1568/1416>.
Acesso em: 20 fev. 2017.

26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• O handebol é introduzido no Brasil por influência de outras culturas.

• A primeira Federação de handebol fundada no Brasil foi denominada Associação


Alemã de Handball.

• A CBHb é a Confederação brasileira que gerencia a modalidade no Brasil.

• Nos estados existem Federações que administram o handebol em cada estado


brasileiro.

• A competição mais popular nacional é a Liga Nacional de Handebol, que é


desenvolvida anualmente.

• O clube atual campeão da Liga Nacional no naipe masculino é Taubaté/FAB/


Unitau (SP) e, no feminino, Metodista/São Bernardo (SP).

27
AUTOATIVIDADE

1 A partir do conteúdo estudado, crie uma linha cronológica do desenvolvimento


do handebol no Brasil, identificando os seguintes acontecimentos: ano de
criação e nome de fundação da primeira Federação Brasileira de Handebol; ano
de realização da primeira partida de handebol no Estado de Santa Catarina; ano
de fundação da Federação Paulista de Handebol; ano de realização do I Torneio
Aberto de Handebol indoor; ano de fundação da Confederação Brasileira de
Handebol; ano de realização da primeira Liga Nacional de Handebol. Essa
sistematização irá ajudar a perceber como ocorreu a institucionalização do
handebol no Brasil.

_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

2 A introdução do handebol no mundo e no Brasil sofreu algumas influências


culturais, assim como, no decorrer da sua institucionalização, o esporte teve
o auxílio de algumas iniciativas para se fixar. Considerando os diferentes
momentos históricos que permeiam a institucionalização do handebol no
Brasil, classifique as assertivas abaixo em Verdadeiras ou Falsas.

( ) O professor francês Auguste Listello colaborou com a difusão do handebol


no Brasil.
( ) A disseminação do handebol começou por iniciativas de tradição germânica.
( ) Os Jogos Estudantis Brasileiros foram a primeira competição de handebol
disputada no Brasil.
( ) O Curso Internacional de Formação e Aperfeiçoamento de professores de
Educação Física contribuiu para que professores de Educação Física tivessem
contato com o esporte handebol.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - V - V - F.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) V - V - F - V.

3 Uma das formas de desenvolver os esportes e os fazer conhecidos é por meio


de competições esportivas. Existem competições que são internacionais, como
os Jogos Olímpicos e os Campeonatos Mundiais, e há também competições
de cunho nacional. As competições nacionais são disputadas por equipes dos
diversos estados que compõem o país. No Brasil, diversas são as competições
de cunho nacional organizadas pela Confederação Brasileira de Handebol,

28
anualmente. Diante disso, assinale a alternativa que apresenta a equipe que
no período de 1997 a 2016 conquistou mais títulos da Liga Nacional nos naipes
feminino e masculino.

a) ( ) A. A. Guarulhos.
b) ( ) Esporte Clube Pinheiros.
c) ( ) Taubaté/FAB/Unitau.
d) ( ) Metodista/São Bernardo.
e) ( ) UNC/Concórdia.

29
30
UNIDADE 1
TÓPICO 3

O JOGO

1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores, foi possível perceber que o handebol é um jogo
que exige determinadas características físicas de quem o pratica. Isso significa que
para o desenvolvimento do jogo alguns elementos são primordiais, ainda mais no
que se refere ao desenvolvimento da iniciação do handebol no ambiente escolar.
Você irá observar, no decorrer da aproximação com o conteúdo sobre o jogo, suas
características e fundamentos técnicos, que veremos neste tópico, e que essas
exigências são necessárias tanto para a compreensão do jogo de modo prático
como para a realização dos gestos técnicos do handebol.

Diante disso, sugerimos que releiam os conteúdos da disciplina de


Ginástica, que tratam sobre valências físicas, e também a disciplina de Crescimento
e Desenvolvimento Humano. Esses conteúdos auxiliarão no entendimento
e na realização dos gestos técnicos, pois esses são primordiais para a iniciação
do handebol. Os elementos psicomotores que envolvem o desenvolvimento
das valências físicas estão diretamente relacionados com o handebol. Por isso,
sinalizamos que sem o desenvolvimento de conteúdos como lateralidade,
coordenação motora ampla e fina, percepção espaçotemporal, ritmo, equilíbrio etc.
durante as aulas de Educação Física escolar, os alunos poderão apresentar bastante
dificuldade na execução dos gestos e, consequentemente, na aprendizagem do jogo
e seus componentes. O desenvolvimento dessas habilidades motoras e capacidades
motoras irá ocasionar modificações na capacidade de resposta dos jogadores a
partir da exigência que necessitarem para o jogo ou, dito de outra forma, para
a aprendizagem motora (MAGILL, 2002). Mais precisamente, proporcionam a
melhora do desempenho hábil dos indivíduos.

DICAS

Para saber mais sobre aprendizagem motora, acesse: <http://unesdoc.unesco.


org/images/0022/002249/224990POR.pdf>.

A importância da aprendizagem motora é dada pela relação que se


desenvolve de dependência entre as capacidades motoras e habilidades motoras.
Quando desenvolvidas as duas, oportunizando uma variabilidade de gestos,
31
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

os jogadores conseguem, durante a aprendizagem do jogo, resolver situações-


problema que lhe são apresentadas pelas modalidades coletivas (SILVA; ROSE JR.
2005). A aprendizagem somente centrada em movimentos estereotipados próprios
do jogo não possibilita esse lastro motor, o que resulta, por vezes, na dificuldade
de realização de movimentos diferentes dos aprendidos. Por isso, ressaltamos a
importância de o professor, durante todo o processo de ensino e aprendizagem,
possibilitar a maior variabilidade de gestos possíveis.

2 CARACTERÍSTICA DO JOGO
O jogo é um fenômeno de múltiplas possibilidades (MARQUES, 2001).
Para caracterizar o desenvolvimento do jogo de handebol, iremos primeiro lançar
algumas das características próprias do esporte e, em seguida, abordaremos
algumas peculiaridades do handebol. No entanto, o handebol ainda pode ser
classificado devido a outros fatores ocorridos durante o jogo (RODRÍGUEZ;
ROBLES; FUENTES-GUERRA, 2009). Destacamos que, embora iremos tratar de
algumas características do jogo, não pretendemos descartar ou diminuir os demais
recursos possíveis em sua prática pedagógica e a iniciação ao esporte, apenas
destacamos a versatilidade que o jogo oferece.

O handebol é um esporte coletivo. Isso significa que para ocorrer depende


do coletivo, de vários jogadores. Desse modo, não tem como ocorrer um jogo de
handebol se não houver várias pessoas. Pode-se justificar isso por dois âmbitos:
(1) tendo como parâmetro as regras oficiais, é necessário haver duas equipes com
um determinado número mínimo de participantes de cada lado para que ocorra a
partida; (2) outra delimitação da modalidade é um fundamento, por exemplo, para
iniciar uma partida, após o apito inicial do árbitro, é necessário ser lançada a bola
de um membro da equipe para outro por meio de um fundamento denominado
passe. Esses dois âmbitos ressaltam a necessidade de haver mais indivíduos que
tornam o esporte de caráter coletivo.

O handebol é um esporte invasivo. Os esportes invasivos “são aqueles em


que o atleta e/ou a equipe invadem o campo adversário para chegar ao objetivo”
(SILVA NETO et al., 2013, p. 8). Relacionando isso ao handebol, o campo seria o
outro lado da quadra. Desse modo, isso ocorre quando a equipe passa do lado da
quadra em que está realizando a defesa para o outro lado, chamado de ataque. Em
outras palavras, o jogo de handebol se desenvolve por meio de ações entre ataque
e defesa.

O handebol é um esporte de transição, a transição ocorre quando passamos


do ataque para a defesa ou vice-versa. Durante o ataque, a equipe que está atacando
tem como objetivo fazer o gol, e a equipe que está defendendo impedir, por meio
de ações defensivas, que isso ocorra.

32
TÓPICO 3 | O JOGO

DICAS

Para você observar na prática, em uma partida de handebol no naipe feminino,


como isso ocorre, acesse <https://www.youtube.com/watch?v=DybcuUot-Bs>.

O jogo do handebol possui velocidade acíclica. Agora, iremos relembrar


alguns conteúdos desenvolvidos em outras disciplinas. Velocidade acíclica é
designada quando há diversas trocas de velocidade durante uma ação, ou seja,
em alguns momentos durante uma partida de handebol os jogadores correm mais
rápido, em outros param, depois voltam novamente a correr e assim sucessivamente.
Isto se caracteriza ainda como um esforço de natureza intermitente e aleatório. Isto
é, não possui um tempo determinado para ocorrer, ou seja, irá ocorrer de acordo
com a movimentação do próprio jogo e envolvendo diferentes tipos de exigências
de caráter físico, por isso é aleatório.

Realizando uma ponte com essas primeiras características, podemos


já sinalizar que sua fonte energética é mista, em alguns momentos de natureza
aeróbico e em outros anaeróbico. A fonte energética utilizada durante uma partida
de handebol está associada a um processo metabólico de utilização de oxigênio
que efetiva em anaeróbia alática, a anaeróbia lática e a aeróbia. Durante uma
partida predominam a anaeróbia alática e a aeróbia, pois dão suporte energético às
exigências do jogo de natureza intermitente. Além disso, diversas são as qualidades
físicas solicitadas no decorrer de uma partida, como: força, velocidade, resistência,
flexibilidade, coordenação, equilíbrio, entre outras que são imprescindíveis aos
jogadores (ELENO; BARELA; KOKUBUN, 2002).

DICAS

Para relembrar sobre esses conteúdos em maior profundidade e sua relação


com o handebol, faça a leitura do artigo intitulado “Tipos de esforço e qualidades físicas do
handebol”, disponível no seguinte link: <http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/
view/343/298>.

Sugerimos, ainda, você resgatar os estudos realizados na disciplina de


Anatomia e Fisiologia Humanas para relembrar como é o funcionamento dos
sistemas energéticos recrutados durante a realização de exercícios físicos.

Após essa caracterização inicial do esporte handebol, iremos indicar


algumas peculiaridades do handebol quanto ao seu desenvolvimento enquanto
jogo e a sua forma de ocorrer:

33
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

a) É praticado em um local específico, ou seja, na quadra, no campo ou na areia.

b) Possui regras oficiais que determinam a sua forma de ocorrer.

c) É um jogo de oposição, para jogar uma partida é necessário ter uma equipe
adversária.

d) É um jogo de disputa, envolve disputa direta para obter o domínio do jogo.

e) É um jogo de contato, envolve o contato corporal.

f) É um jogo coletivo, desenvolvido por meio de ações individuais e coletivas.

g) O jogo envolve ações de ataque e defesa.

h) Exige sucessivas tomadas de decisão.

i) É jogado com as mãos, isso significa que não se pode chutar a bola.

j) Para o seu desenvolvimento necessita uma bola; durante o jogo, um dos


objetivos das equipes é conquistá-la e fazer o gol com as mãos.

A partir da caracterização dessas peculiaridades, agora falaremos sobre


cada uma delas. (a) Local específico, o handebol indoor, segundo as regras oficiais
é realizado em uma quadra retangular demarcada por linhas (Figura 3). Já no caso
do handebol de areia, são adotadas outras regras e é realizado, como o próprio
nome já se refere, na areia.

FIGURA 3 - QUADRA DE HANDEBOL

FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-kor%20rus-W%20


F-arena-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017.

34
TÓPICO 3 | O JOGO

DICAS

Para saber mais sobre a quadra utilizada, acesse <http://www.brasilhandebol.


com.br/noticias_detalhes.asp?id=27182>.

Se você acessou o link sugerido, percebeu que o jogo de handebol é


composto por regras. (b) As regras oficiais são determinadas pela IHF. A IHF é a
Federação Internacional da modalidade que regulamenta o esporte denominado
de handebol. No Brasil, a CBHb é responsável por gerenciar o handebol de acordo
com as regulamentações desenvolvidas pela IHF. Assim, as regras oficiais são
traduzidas para o português e adotadas em todo o território nacional (IHF, 2010).

A partida de handebol ocorre por meio da disputa entre duas equipes,


ou seja, é um (c) jogo de oposição, em que são necessários os adversários, que
se enfrentam durante a partida com o objetivo de realizar o maior número de
gols (MENEZES, 2010). De maneira ilustrativa, apresentamos uma situação desse
gênero na Figura 4. A oposição ocorre entre a equipe de uniforme branco (claro) e
a equipe de uniforme vinho (escuro).

FIGURA 4 – PARTIDA DE HANDEBOL

FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-qat%20nor-M%20


BF-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017.

Como é um jogo de oposição, é também um (d) jogo de disputa, a disputa


se estabelece na medida em que as duas equipes que estão participando da
partida tentam, por meio de ações técnico-táticas, conquistar o domínio do jogo
e, consequentemente, o maior número de gols. Assim, envolve cooperação e ao
mesmo tempo competição. A cooperação ocorre por ser um jogo coletivo, então,

35
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

necessito do outro para jogar, já a competição ocorre pela disputa proporcionada


pelo jogar contra o outro (MONTEIRO, 2011).

A disputa ocorre também através do contato, por isso é considerado um


(e) jogo de contato. No handebol, uma das formas de parar as ações durante o
ataque ou defesa dos adversários é realizando uma falta. Para haver uma falta, em
alguns casos, envolve o contato corporal. Isso porque, no handebol, é permitido,
segundo as regras oficiais, “usar os braços flexionados para fazer contato corporal
com um adversário, e desta maneira controlá-lo e acompanhá-lo”, além disso,
“usar o tronco para bloquear o adversário na luta pela posição” (IHF, 2010, p. 21).
Na figura a seguir é possível perceber o contato ocorrendo, o jogador da equipe
de uniforme branco (claro) faz o contato no jogador de camisa vermelha (escura).

FIGURA 5 – CONTATO NO HANDEBOL

FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/_MG_0842_1.jpg>.


Acesso em: 2 jan. 2017.

Esse jogo de disputa é também um jogo coletivo. O handebol é um (f) jogo


coletivo, desenvolvido por meio de ações individuais e coletivas. No decorrer do
andamento de uma partida serão desenvolvidas ações técnicas individuais, como
passes, arremessos, dribles, fintas etc., e em alguns momentos ocorrerão ações
coletivas. Durante as ações coletivas cada jogador possuirá uma função específica
que depende da ação dos demais jogadores. Vejamos um exemplo que pode
ocorrer durante uma partida: para a realização de um gol foi necessário o passe de
um companheiro de equipe para o indivíduo que fez o gol penetrar (entrar) em
um espaço livre no meio da defesa. Caso algum companheiro de equipe estivesse
ocupando esse espaço, não seria possível o jogador penetrar nesse espaço, também

36
TÓPICO 3 | O JOGO

não ocorreria se o companheiro de equipe não tivesse realizado o passe. Desse


modo, cada jogador contribuiu para que o gol ocorresse mesmo não fazendo o gol.
Isso ocorre durante todo o jogo de handebol, seja em ações ofensivas (no ataque)
ou defensivas (na defesa).

O jogo de handebol ocorre em sucessivas (g) ações de ataque e defesa. Para


ganhar uma partida de handebol é necessário que a equipe alcance o maior número
de gols do que a equipe adversária. Desse modo, o jogo, como já apresentamos
anteriormente, ocorre entre duas equipes: enquanto uma equipe realiza o ataque,
a outra equipe defende. O objetivo final durante um ataque é fazer o gol, já o
da equipe que está defendendo é defender. Por isso é que durante uma partida
ocorrerão várias ações de ataque e defesa alternadas, dependendo de quem estiver
com a posse de bola. Posse de bola é quando uma equipe está com a bola em sua
posse.

Na figura a seguir, vejamos uma situação de ataque. A equipe que está


no ataque (de uniforme branco/claro) tenta, por meio de uma de suas jogadoras,
realizar o gol na equipe da jogadora 84, goleira da equipe. Se você olhar com
atenção, irá observar que a jogadora 84, de uniforme vermelho (escuro), e a
jogadora de uniforme azul (que está atrás da jogadora de uniforme branco/claro)
são da mesma equipe. No handebol o goleiro possui a cor de camisa diferente dos
demais jogadores de sua equipe e dos membros da equipe adversária. Nesse jogo,
as jogadoras de quadra da equipe azul (de uniforme escuro) utilizam uniforme
azul (escuro) e as goleiras camisa vermelha, cor diferente de suas companheiras e
adversárias.

FIGURA 6 – ARREMESSO AO GOL

FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/Files/Uploads/PhotoGallery/A65I9486.jpg>.


Acesso em: 3 fev. 2017

37
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Esses momentos de transição entre ataque e defesa envolvem sucessivas


(h) tomadas de decisão. As tomadas de decisão ocorrem tanto durante a defesa
como no ataque. Por exemplo, durante a defesa tenho que tomar a decisão de
como marcar meu adversário, e dependendo da escolha posso ter determinadas
consequências. O mesmo ocorre no ataque, quando escolho realizar um arremesso
ao gol e não passar a bola para um companheiro de equipe. Pode ser que meu
arremesso resulte em gol, ou então, que o goleiro defenda; acerte a trave; ou
arremesso para fora do gol. Essas tomadas de decisão determinam o resultado
final do jogo, pois, muitas vezes, a equipe que menos errar ganhará a partida.

Quando a equipe está de posse de bola, suas ações serão desenvolvidas


por meio de passes. O passe é o ato de lançar a bola para um companheiro de
equipe, no handebol é feito o passe com (i) as mãos, ou melhor dizendo, na maioria
das vezes com somente uma das mãos. Percebe-se o manejo da bola com uma das
mãos durante o ato de arremesso expresso na figura apresentada anteriormente.
No handebol não se pode chutar a bola, caso algum indivíduo chute a bola durante
uma partida estará infringindo as regras oficiais e será concedida a posse de bola
para a equipe adversária.

Acabamos de falar da bola. Para o desenvolvimento do jogo é necessário


utilizar (j) uma bola. Um dos objetivos das equipes é conquistar a posse de
bola, partindo para o ataque com o objetivo de fazer o gol. No tópico seguinte
apresentaremos os fundamentos do handebol.

TUROS
ESTUDOS FU

Você deve ter notado que algumas palavras não são muito comuns, caso não
tenha muita proximidade com o handebol. Não se preocupe, pois na Unidade 2 abordaremos
o que são ações de ataque e defesa, assim você irá se aproximar mais de algumas expressões.
Também na Unidade 3, apresentaremos as regras do handebol.

AUTOATIVIDADE

Agora que você pode perceber algumas características do handebol, acesse


<https://www.youtube.com/watch?v=TzKWHy9Ul4I&t=25s> e visualize
esses aspectos. Após assistir ao vídeo, indique que características foi possível
visualizar.

Estudando as características, temos que ter clareza de que “os conteúdos


específicos do handebol podem ser classificados em: progressões, fundamentos,
táticas individuais ofensivas, táticas individuais defensivas, táticas coletivas
38
TÓPICO 3 | O JOGO

ofensivas, táticas coletivas defensivas, os postos específicos ofensivos e os postos


específicos defensivos” (REIS, 2006, p. 1). Falaremos a partir desse momento dos
fundamentos básicos.

3 FUNDAMENTOS BÁSICOS
Os fundamentos básicos do handebol são desenvolvidos por meio de
movimentos que são executados segundo um determinado gesto técnico, descrito
biomecanicamente, os quais oportunizam a execução de um movimento com
menor gasto energético, rapidez e velocidade, resultando em maior eficácia (REIS,
2006).

No início da unidade falamos sobre a aprendizagem motora e dos elementos


psicomotrizes. Aqui, você irá perceber que esses elementos são primordiais para
que o seu aluno consiga realizar os fundamentos básicos que o handebol possui.
Outro ponto que deve ser distinguido é que temos alguns dos fundamentos que
não são gestos técnicos, mas fundamentam os gestos técnicos. Esses fundamentos
motores irão subsidiar a aprendizagem dos fundamentos técnicos.

Esses fundamentos básicos estão também associados aos fundamentos


técnicos. Os fundamentos técnicos são aqueles gestos que individualmente cada
jogador realiza a partir de movimentos específicos do handebol para desenvolver
o jogo. No caso do handebol, os gestos são determinados pelas limitações que as
regras oficiais impõem tanto aos jogadores como ao próprio contexto do jogo. Por
isso que em alguns casos os gestos são limitados e adequados de acordo com as
situações que o jogo demanda.

Para você visualizar isso de forma mais clara, basta pensar em como se
desenvolve o jogo. Em vídeos assistidos nos tópicos anteriores, observamos que
os gestos no sistema ofensivo são uma combinação de ações que envolvem o
manuseio da bola com as mãos e o deslocamento de pés. Agora se pergunte: Por
que é jogado com as mãos? Porque é uma imposição das regras oficiais!

Alguns dos elementos fundamentais para chegarmos aos gestos técnicos


são: deslocamentos com ou sem bola, manejo de bola e controle do corpo.
Os deslocamentos sem bola são desenvolvidos no nosso próprio dia a dia,
quando corremos, saltamos, trocamos de direção, paramos, voltamos a correr;
essas habilidades motoras básicas são uma forma de progressão e compõem
o desenvolvimento de todo o jogo de handebol. Os deslocamentos com bola
também são progressões. Então, as progressões podem ocorrer com ou sem bola.
No caso de portando a bola, pode ocorrer por meio de passos (até três é permitido
na regra oficial) ou drible. Para realizar essas progressões o indivíduo terá que
manusear a bola, que é o manejo de bola, ou seja, a capacidade de manuseá-la nas
diversas situações que o jogo determina. Lembrando que a forma de manusear
a bola é estabelecida pelas possibilidades que as regras oficiais determinam.
Outro elemento fundamental será o controle do corpo, que é exigido durante a
39
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

realização de qualquer gesto técnico. Isto é, a capacidade que um indivíduo possui


de executar movimentos, deslocamentos e ações próprias do esporte exigidas a
partir da dinâmica do jogo (FERREIRA; GALATTI; PAES, 2005).

Entendido isso, vamos aos fundamentos técnicos, que são: passe, recepção,
empunhadura, drible, arremesso e finta. Os fundamentos mais utilizados durante
uma partida são, sem dúvida, o passe, a recepção e a empunhadura, no decorrer
dos nossos estudos durante esse tópico e nas Unidades 2 e 3 você irá entender o
porquê!

O jogo de handebol somente é possível de ocorrer se os membros da equipe


realizarem o passe; depois de realizado e no momento em que outro membro da
equipe for segurar a bola, será necessário realizar a recepção. Isso ocorre já no
começo da partida, após o árbitro soprar o apito indicando o início da partida.
Após o início da partida é necessário que o jogador que estiver com a posse de bola
efetue um passe para um dos jogadores de sua equipe. Desse modo, por meio do
passe é desenvolvido o jogo e as ações coletivas, oportunizando a continuidade do
jogo (FERNÁNDEZ et al., 2012).

Por isso, a necessidade de aprender diferentes tipos de passes para que,


quando exigida sua realização, o indivíduo escolha o modo ideal de lançar a
bola para que o passe não seja interrompido. O fundamento do passe pode ser
classificado da seguinte forma:

• trajetória da bola;
• distância que a bola percorrerá até chegar ao destino;
• tipos de passe;
• movimento de execução.

Vamos entender como se dá esse processo?

Com relação à trajetória da bola, existem três tipos:


(A) parabólico;
(B) reto;
(C) picada.

O passe parabólico é realizado quando a bola é lançada a um membro da


equipe e durante o seu percurso no ar é realizada uma parábola, como ilustrado na
Figura 7, especificamente indicado pela letra A. Esse tipo de passe, geralmente, é
utilizado quando, no percurso que a bola deverá percorrer, estiver um adversário.
Desse modo, a bola é lançada em parábola para evitar que o passe seja interceptado.
O problema de utilizar esse tipo de passe é que o percurso de tempo que a bola
fica no ar é maior, ou seja, possibilita o deslocamento de indivíduos da equipe
contrária para roubar a bola.

Conforme também ilustrado na Figura 7 na letra B, o passe reto é quando


a bola percorre uma linha reta ao sair da mão do jogador até chegar ao seu
companheiro de destino. Esse tipo de passe é em maior velocidade, dificultando
40
TÓPICO 3 | O JOGO

a interceptação por adversários. No entanto, a utilização desse passe é inibida


quando há algum jogador na linha de passe. Linha de passe é a direção tomando
uma linha reta como referência entre o indivíduo que está com a bola e o indivíduo
que se tem como destino passar a bola.

Já o passe picado, representado na letra C (também na Figura 7), ocorre


quando a direção que a bola toma ao sair da mão do jogador que está de posse
de bola é o solo e, após, ela chegar até o indivíduo que se tem como destino. Esse
tipo de passe geralmente é utilizado quando há um jogador tentando interceptar
o passe.

FIGURA 7 – TRAJETÓRIAS DA BOLA

FONTE: A autora

O passe também pode ser determinado pela distância que a bola percorrerá
até chegar ao destino. Nesse caso, observa-se qual a distância entre o indivíduo de
posse da bola e o receptor, ou seja, a distância pode ser classificada em:

• curta;
• média;
• longa.

O passe curto envolve distâncias em que o receptor está próximo. Já nos


outros casos, média e longa, o receptor está distante. A importância de estabelecer
a relação de distância no handebol está também no tipo de passe que realizaremos
– reto, picado ou parabólico.

O passe também pode estar associado ao movimento de início do passe


quanto ao seu (iv) movimento de execução (NAGY-KUNSAGI, 1983), que pode se
iniciar:

• parado;
• em movimento;
• em suspensão.

41
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

O passe parado é quando o jogador está parado e realiza o passe para um


companheiro. O passe em movimento é realizado utilizando alguns passos, ou
seja, um, dois ou três passos, pois no handebol um jogador com a bola na mão pode
dar até três passos; em suspensão é quando o passe é feito enquanto o indivíduo
está no ar, isto é, durante um salto.

Além desses indicadores de formas de realizar o passe, tem-se os passes


baseados nos (iii) tipos de passe do handebol. De acordo com Zamberlan (1999), os
tipos de passe no handebol podem ser classificados em:

• passe de ombro;
• passe por baixo;
• passe pronação;
• passe por trás do corpo;
• passe por trás da cabeça.

O passe de ombro é o mais utilizado no handebol, sendo utilizado em


diferentes trajetórias da bola, distâncias e empregado tanto em movimento,
suspensão ou saltando. O passe de ombro, realizado parado, parte da
seguinte posição básica: “o lançamento da bola terá início com a rotação do
tronco e ombro, extensão do braço e antebraço para o local onde se quer enviar a
bola (preferencialmente ao companheiro melhor posicionado e em condições de
receber), terminando com o movimento articular do pulso” (ZAMBERLAN, 1999,
p. 84). Pode-se perceber ainda na imagem que, para um melhor aproveitamento,
levando em consideração a biomecânica do movimento, a perna que está à frente
durante o movimento é contrária à mão que está segurando a bola. Para entender
melhor como funciona, sugerimos você segurar um material pequeno em uma
das mãos e fazer o movimento, primeiro com a perna contrária à mão que estiver
segurando o material e, depois, com a mão e perna do mesmo lado. Você perceberá
que quando estiver com mão e perna alternada tem-se mais equilíbrio na realização
do movimento.
FIGURA 8 – PASSE DE OMBRO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINA


L_0000017232.jpg>. Acesso em: 4 fev. 2017.

42
TÓPICO 3 | O JOGO

Agora, no caso do movimento efetuado durante o deslocamento, ainda em


contato com o solo, que será realizado por meio de passos, perde-se um pouco
do equilíbrio devido à instabilidade causada pela movimentação. O deslocamento
propicia ao indivíduo preparar o passe, verificando qual a melhor escolha a se
fazer, podendo ainda possibilitar a progressão para um local que esteja livre de
marcação (ZAMBERLAN, 1999). Ao finalizar o movimento para efetuar o passe, o
indivíduo pode ou não estar com a mão e perna alternadas, no entanto, aconselha-
se estar para ter maior equilíbrio, como verificado anteriormente.

Quando realizado o passe de ombro em suspensão, o indivíduo irá saltar


para efetuar o passe. A execução acontecerá da seguinte forma: com a posse de bola
poderá executar até três passos, saltar com o impulso de uma das pernas (sugere-
se a perna oposta ao braço de lançamento), ao mesmo tempo em que eleva a outra
flexionando o joelho à frente do corpo. Ao mesmo tempo em que irá preparar para
realizar o passe, para realizá-lo deverá realizar a extensão braço/antebraço, dirigirá
a bola em direção ao companheiro que receberá o passe. O passe terminará com
a rotação do tronco e ombro e o movimento articular do pulso (ZAMBERLAN,
1999).

É bem comum esse tipo de passe ser utilizado para passar a bola para o
pivô em situações em que o marcador se adianta para marcar, como ocorre na
Figura 9. O jogador 35, de camisa amarela (clara), ao se adiantar para marcar o
jogador de camisa azul (escura), possibilitou o passe para o pivô de camisa azul
(escura) portando o número 23.

FIGURA 9 – PASSE EM SUSPENSÃO

FONTE: CBHb. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_00000175


77.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

43
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Outro passe utilizado no handebol é o passe por baixo. Esse tipo de passe
é utilizado quando a distância entre o passador e o receptor é curta, é executado,
em alguns casos, quando o pivô bate o tiro livre fora da linha pontilhada e passa a
bola por meio de um passe por baixo do seu companheiro (ZAMBERLAN, 1999).
Essa situação descrita pode ser visualizada na figura a seguir, que mostra como
ocorre a sua execução.

FIGURA 10 – PASSE BAIXO

FONTE: Disponível em: <http://professor-educacao-fisica.f1cf.com.br/images/ed_fisica_


desportos-126.jpg>. Acesso em: 8 fev. 2017.

DICAS

Agora que você já visualizou, por meio das Figuras 8, 9 e 10, como ocorre o passe
de ombro e o passe por baixo, acesse <https://www.youtube.com/watch?v=nT2HG5NWEW0>
e veja em que casos são utilizados durante o jogo. Isso irá possibilitar a você maior proximidade
com o fundamento.

O passe pronação, como o próprio nome já sinaliza, é utilizado quando o


indivíduo, para realizar o passe, irá realizar o movimento de pronação do antebraço
e, em seguida, lançar a bola ao companheiro de equipe (ZAMBERLAN, 1999). Esse
tipo de passe, assim como o passe baixo, é utilizado em distâncias curtas. Às vezes,
é utilizado para realização do cruzamento entre dois jogadores de uma equipe,
lembrando que o movimento do braço que irá fazer o passe é realizado para a
lateral. Observe na figura a seguir a realização de um passe em pronação pelo
indivíduo de camisa amarela.

44
TÓPICO 3 | O JOGO

FIGURA 11 – PASSE PRONAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000017


297.jpg>. Acesso em: 4 fev. 2017.

Já no (4) passe por trás do corpo ocorre diferente. O passe é realizado para
trás e o corpo do jogador é utilizado como uma forma de proteger a bola, observe
isso na figura a seguir. Agora descreveremos como é efetuado esse tipo de passe: o
lançamento da bola, para realizar o passe, terá início com a rotação do tronco para
o lado do braço de lançamento que estará com a bola na mão; nesse momento, o
braço e antebraço circundará o corpo por trás e, após a palma da mão estar voltada
para quem receberá a bola, o lançamento é efetuado por meio da flexão do pulso
(ZAMBERLAN, 1999).

FIGURA 12 – PASSE POR TRÁS DO CORPO

FONTE: Disponível em: <http://imguol.com/c/esporte/2013/12/11/11-dez-2013---eduarda-


amorim-tenta-passe-para-o-brasil-em-jogo-contra-o-japao-pelo-mundial-de-handebol-
1386783258095_956x500.jpg>. Acesso em: 8 fev. 2017.

45
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

O (5) passe por trás da cabeça também utilizará do corpo para proteger
a bola do adversário. Esse tipo de passe é utilizado para ludibriar o marcador,
por exemplo, quando ele acha que o jogador irá arremessar a bola ao gol. Nesse
momento, ao invés de efetuar o arremesso, o jogador passa a bola para o pivô.
Lembrando que, devido ao movimento que tem que ser executado, esse é um
dos tipos de passe que solicita precisão do passador, assim como o domínio do
gesto técnico. Para realizar esse movimento o jogador de posse de bola terá que
“acentuar a rotação de tronco direcionando o ombro em direção ao companheiro
que receberá a bola. O lançamento ocorrerá através de uma leve flexão do cotovelo,
terminando com o movimento articular do pulso” (ZAMBERLAN, 1999, p. 92).
Visualize essa descrição na figura a seguir.

FIGURA 13 – PASSE POR TRÁS DA CABEÇA

FONTE: Zamberlan (1999, p. 92)

Como você pode notar, há algumas possibilidades de classificação do


fundamento do passe, podendo ser da seguinte forma: quanto à trajetória da bola;
a distância que a bola percorrerá até chegar ao destino; tipos de passe; movimento
de execução.

Agora, vamos a outro fundamento técnico do handebol que pode ser


realizado após haver um passe. Após efetuado um passe, para o indivíduo que
irá receber a bola segurá-la é necessário ele efetuar a recepção. A recepção é o ato
de segurar a bola e ocorre quando, ao recebê-la, o indivíduo a domina, podendo
ocorrer com uma ou as duas mãos. No entanto, nem sempre é possível recepcionar
a bola, quando isso não se efetiva há a “falha de recepção”, isso pode acontecer
quando o indivíduo falhar na tentativa de controlá-la ao tentar agarrá-la ou detê-la
(IHF, 2010).
46
TÓPICO 3 | O JOGO

Como deve ser realizada a recepção? No caso da recepção com as duas


mãos, as mãos deverão estar uma ao lado da outra em forma de concha, com
os dedos entreabertos. Nas Figuras 14 e 15 você poderá observar melhor, preste
atenção para onde estão indicados os dedos. Essa forma de recepcionar a bola e de
indicar os dedos é determinada como uma forma de segurança. Se você observar
atentamente as figuras a seguir, irá perceber que os dedos estão voltados para
cima ou para baixo, nunca para frente, e formam o molde de uma concha. Por
que é importante durante as aulas você frisar essa forma de recepcionar a bola
para os seus alunos? Geralmente, quando estamos iniciando o processo de ensino-
aprendizagem do handebol, não percebemos os possíveis riscos que recepcionar
uma bola podem ocasionar, sobretudo aos nossos dedos. É comum, quando vamos
recepcionar uma bola, ou qualquer objeto lançado para nós, que voltemos nossos
dedos para frente, principalmente as crianças. Caso você tenha um familiar,
criança ou adolescente, faça esse teste com ele! Levando em consideração o fator
segurança, temos que frisar a necessidade de não indicar os dedos para frente, pois
é bastante comum durante as aulas de Educação Física isso ocorrer. Caso a bola
atingir a ponta dos dedos, é bem provável que cause uma luxação ou desconforto.
Por isso, sempre é bom relembrar!

O tipo de recepção que será realizada é determinado pela trajetória, a altura


e o tipo de passe, a posição do jogador e as ações posteriores que pretende realizar
(FERNÁNDEZ et al., 2012). Assim como apresentamos anteriormente, no caso dos
tipos de classificação do passe, no caso da recepção também poderemos classificar
de algumas formas, como em função:

• da altura;
• da trajetória em que vem a bola.

Em função da altura, podemos classificá-la em recepção no solo, alta, baixa


e média. As bolas na altura do solo (ver Figura 14, imagem do lado esquerdo de
quem observa) são aquelas recepções realizadas em que a bola está em contato com
o solo. As bolas altas são recepcionadas acima da altura da cabeça, em alguns casos
é necessário ainda saltar para alcançar a bola, nesse tipo de recepção os braços
são elevados na posição vertical. Já as recepções baixa e média, apresentadas de
forma ilustrativa na Figura 15, são mais fáceis de serem executadas. A recepção
baixa, aquela que é segura abaixo da linha do abdômen, pode ter sido feita em
decorrência de um passe mal executado ou por necessidade; e a recepção média
ocorre quando a bola é recebida na altura do tronco (entre a cabeça e o peito),
sendo esta a altura ideal para se receber e dar continuidade à bola durante uma
partida (ZAMBERLAN, 1999).

47
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

FIGURA 14 – RECEPÇÃO NO SOLO (À ESQUERDA) E ALTA (À DIREITA)

FONTE: Zamberlan (1999, p. 78 e p. 80)

As recepções baixa e média, apresentadas na Figura 15, são as mais cômodas


de serem realizadas, por não necessitarem de movimentos como agarrar, saltar
e estender os braços para alcançar a bola, ela está mais sob o domínio do nosso
corpo. Para que um jogador realize o ato de recepcionar a bola antes mesmo que
seja enviada a bola para ele, é necessário que possibilite condições para que a bola
seja passada para ele. Além disso, é necessário que o jogador tenha a percepção de
espaço e tempo para conseguir recepcioná-la.

FIGURA 15 - RECEPÇÃO BAIXA (À ESQUERDA) E MÉDIA (NA ALTURA DO PEITO)

FONTE: Zamberlan (1999, p. 78-79)

48
TÓPICO 3 | O JOGO

Outra forma de classificação da recepção da bola é quanto à trajetória em


que ela vem, ou seja, frontal, lateral, diagonal ou de trás. Essa trajetória vai depender
do local em que está o passador e exigirá do jogador receptor se posicionar da
melhor forma para realizar a recepção. Também, a recepção pode ser realizada
após a bola ter efetuado um quique no chão, nesse caso, a mão do receptor deverá
estar com a face palmar em direção à bola, indo de encontro a ela, favorecendo
assim segurá-la (FERNÁNDEZ et al., 2012).

Todas essas situações apresentadas até o momento sobre a recepção com


as duas mãos também estarão relacionadas no caso da recepção feita com uma
das mãos, pois a recepção também pode ocorrer somente com uma das mãos. No
entanto, esse tipo de recepção necessita de uma maior sistematização, isso porque,
no caso de quando desenvolvida com crianças na fase escolar ou em iniciação ao
esporte, é necessário ter o cuidado para que não machuquem seus dedos. Observe
na Figura 16, a seguir, veja que a jogadora que irá recepcionar a bola com uma
das mãos está com seus dedos diretamente expostos, assim como terá que ter
o domínio do movimento para conseguir segurá-la sem que a sua marcadora
intercepte a bola.

FIGURA 16 – RECEPÇÃO COM UMA DAS MÃOS

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000018896.


jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

Para que a jogadora consiga segurar a bola, temos outro fundamento que é
muito importante, a empunhadura. A empunhadura “é a forma de segurar a bola
de handebol com uma das mãos. A mesma deve ser segura com as falanges distais
49
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

dos cinco dedos abertos e com a palma da mão em uma posição ligeiramente
côncava” (REIS, 2006, p. 1). Ainda, necessita-se observar o movimento que os
dedos deverão fazer para que a bola seja mantida com maior segurança. “Os
dedos devem abarcar a maior superfície possível da bola, os dedos devem exercer
uma certa força (pressão) na bola para que ela esteja bem segura. Sendo que a
pressão exercida pelos dedos polegar e mínimo é muito importante para o êxito
da empunhadura” (REIS, 2006, p. 1). Veja na imagem a seguir o jogador de camisa
amarela fazendo uma progressão com a bola nas mãos, o que ele está realizando é
o movimento de empunhadura.

FIGURA 17 – EMPUNHADURA DA BOLA

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000


017331.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

Outra forma de progressão com bola é por meio do drible. O drible é uma
das formas de progressão com bola, muitas vezes utilizado como um recurso.
O ato de driblar, ao contrário do futebol, não está relacionado em ludibriar um
marcador. Drible no handebol é o ato de empurrar a bola contra o solo, podendo
ocorrer de duas formas: (i) em movimento ou (ii) parado. Diferente do caso do
basquetebol, no handebol o drible não é utilizado sempre para o deslocamento
entre o ataque e a defesa, pois a velocidade do jogador correndo sem bola é maior
do que quando ele está realizando o drible. Também porque no handebol existe o
jogo passivo, que é aplicado quando uma equipe não apresenta objetividade, desse
modo, é atribuído o jogo passivo para prevenir demoras intencionais no decorrer
da partida e também formas de jogar pouco atrativas (IHF, 2010).

50
TÓPICO 3 | O JOGO

Por isso, no jogo de handebol, o drible é utilizado em algumas situações


específicas, que envolvem sempre a posse de bola do jogador que irá realizar o
drible. Elencaremos a seguir algumas delas:

• Todos os companheiros de equipe estão marcados, realiza-se o drible porque


no handebol não é permitido ficar mais de três segundos com a bola nas mãos
parado, caso isso acontecer, será tido como infração à regra e será atribuída a
posse de bola à outra equipe (IHF, 2010).
• O jogador chegou à área de ataque, mas sua equipe ainda não, neste caso é
realizado o drible para dar tempo de organizar a equipe.
• Para o atacante arrumar a posição do corpo após uma ação ou se aproximar da
área de gol, quando está longe.

FIGURA 18 – ORGANIZAÇÃO CORPORAL COM DRIBLE

FONTE: CBHb. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_00000175


79.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

• Para descansar após um momento de cansaço defensivo.


• Após ter realizado três passos.
• Quando o defensor rouba a bola e se dirige em direção ao ataque sem ter
nenhum companheiro próximo para passar a bola, isto é, para percorrer uma
distância longa.
• Quando a equipe está com um jogador a menos na quadra, isso pode ocorrer
quando alguém da equipe recebe a punição de dois minutos.
• Para chamar a atenção dos marcadores.

51
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Alguns erros comuns durante a execução da aprendizagem do drible são:


driblar com a cabeça abaixada; não olhar para frente; driblar ao lado do corpo ou
muito próximo dos pés; driblar muito alto; segurar a bola cada vez que ela toca o
solo. Quando está driblando com a cabeça baixa olhando para a bola, o jogador
não consegue visualizar possibilidades de infiltração, passe ou arremesso para o
gol (caso diferente do que ocorre na figura a seguir). Driblar ao lado do corpo
dificulta a progressão quando está correndo, ir para frente; muito próximo dos
pés também dificulta o deslocamento e também, em alguns casos, acaba tocando
a bola com os pés, infringindo a regra. Driblar muito alto possibilita ao adversário
roubar a bola de forma mais fácil. Lembre-se, quanto mais tempo a bola fica no ar,
mais tempo o adversário tem para roubar a bola. Segurar a bola cada vez que ela
toca o solo infringe a regra, no handebol sempre o drible tem que ser contínuo, ou
seja, caso eu queira continuar realizando o drible, tenho que ficar quicando a bola
contra o solo toda vez que ela retorna para minha mão, sem segurá-la; a partir
do momento em que segurei a bola, não posso mais driblá-la novamente. Caso
retorne a driblar (quicar), irei cometer duplo-drible.

FIGURA 19 – REALIZAÇÃO DO MOVIMENTO DE DRIBLE OLHANDO PARA FRENTE

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL


_0000017071.jpg>. Acesso em: 6 fev. 2017.

Por esses motivos, durante a aprendizagem do drible é necessário que seja


também relacionado ao jogo e suas possibilidades de utilização e adaptações caso
o adversário se aproxime. Essa adaptação o aluno somente conseguirá desenvolver
se você, enquanto professor, desenvolver uma variabilidade de gestos próximos
ao que será solicitado no contexto do jogo. Dessa forma, ele terá um repertório
motor e de movimentos apropriado para diversas situações. Algumas atividades
que podem possibilitar isso são:

52
TÓPICO 3 | O JOGO

• Atividades que solicitem driblar em diferentes alturas.


• Realizar o drible em diferentes superfícies.
• Realizar o drible em superfícies instáveis (em cima do banco).
• Realizar o drible em locais determinados.
• Driblar somente com uma das mãos (estimulando tanto a direita como a
esquerda).
• Driblar alternando as mãos.
• Driblar realizando troca de direção.
• Driblar em diferentes velocidades.
• Driblar com bola de diferentes tamanhos e pesos.
• Realizar o drible enquanto alguém tenta retirar a bola.

TUROS
ESTUDOS FU

Na Unidade 3, quando estudarmos as regras do handebol, falaremos mais sobre


possíveis infrações e quais as possibilidades que temos de utilização do drible.

Agora, vamos para o determinante do resultado da partida. O que


determina o resultado de uma partida é a quantidade de gols realizados por uma
equipe, assim, descreveremos os tipos de arremesso de acordo com a função do
movimento de execução, para tanto, utilizamos o quadro representado na figura
a seguir.
FIGURA 20 – DIVISÃO EM FUNÇÃO DO MOVIMENTO DE EXECUÇÃO

ARREMESSO

APOIO SEM APOIO COM COM SALTO E


COM SALTO
QUEDA QUEDA QUEDA

Suspensão
De ombro Queda à frente
Com salto
Giro e Queda à frontal
Quadril
frente Retificado Salto e queda
com salto sem à frente
queda
Com salto
lateral
Vselina
FONTE: Zamberlan (1999, p. 99)

53
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Iniciaremos falando dos arremessos realizados de apoio sem queda, que


são: de ombro e de quadril. Os arremessos de apoio significam que são efetuados
em contato com o solo. O de ombro possui o movimento próximo ao que é realizado
durante o passe de ombro. Perceba isso comparando a descrição do movimento do
passe de ombro e a do arremesso de apoio sem queda. Para realizar esse tipo de
arremesso o jogador deverá fazer “rotação do tronco e ombro, extensão do braço
e antebraço em direção ao gol adversário, terminando com o movimento articular
de pulso, que determina o impulso e direção final” (ZAMBERLAN, 1999, p. 100). O
arremesso de ombro sem queda é utilizado geralmente quando um jogador realiza
a cobrança do tiro de sete metros (o pênalti do handebol) ou após uma progressão
de passos, lembrando que o jogador, até o momento em que a bola sair da sua mão,
estará em contato com o solo.

Outro tipo de arremesso sem queda é o realizado de quadril, que, como o


nome indica, é efetuado na altura do quadril. Para tanto, o jogador deverá projetar
o corpo para a lateral, inclinando-o. Para melhor compreensão, observe a descrição
do gesto na íntegra: “executar uma rotação de tronco subitamente e estender o
braço/antebraço na direção do gol adversário, simultaneamente trazer a perna do
mesmo lado do braço de lançamento para a lateral e posteriormente realizar o
movimento articular do pulso” (ZAMBERLAN, 1999, p. 115). Pode ocorrer quando
o jogador necessita surpreender seu adversário, ou em casos em que o jogador
atacante possuir estatura menor do que o seu defensor.

Esses são os tipos de arremessos de apoio sem queda. Nesse momento,


continuaremos tratando sobre os arremessos de apoio, no entanto, a partir de
agora, dos arremessos com queda. Os arremessos com queda são aqueles que,
após efetivados, o jogador projeta o seu corpo à frente, tocando o solo. Na figura
a seguir o jogador de uniforme branco (claro) realiza esse tipo de arremesso com
queda à frente.

FIGURA 21 – ARREMESSO COM QUEDA À FRENTE

FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/_DSC8306.


JPG>. Acesso em: 1º fev. 2017.

54
TÓPICO 3 | O JOGO

Esse tipo de arremesso pode vir antecedendo a queda de um giro, caso isso
ocorra teremos um arremesso de apoio com giro e queda à frente, bem comum
de acontecer quando um pivô recebe a bola e está sendo marcado. Para realizar o
desmarque o jogador realiza o giro para um dos lados.

Após apresentarmos os arremessos com apoio, vamos aos arremessos com


saltos. Esses tipos chamam atenção pela altura que muitos jogadores atingem
ao saltar. Um dos arremessos com salto mais utilizados é o em suspensão, esse
tipo de arremesso é frequentemente realizado pelos jogadores de longa distância
(armadores), que arremessam atrás da linha pontilhada (nove metros) para evitarem
de receber o contato da defesa. No arremesso em suspensão os indivíduos saltam
para cima, na vertical, buscando ultrapassar o bloqueio da defesa. O bloqueio
pode ser realizado quando os defensores levantam os braços para que o jogador,
ao arremessar, acerte os braços deles, evitando que a bola chegue ao gol. Na figura
a seguir visualizamos isso.

FIGURA 22 – BLOQUEIO DEFENSIVO SENDO REALIZADO

FONTE: CBHb. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_


0000017610.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

Durante o arremesso com salto frontal, os jogadores buscam maior


proximidade do gol ou então quando há espaço entre os defensores. É bastante
utilizado em casos de contra-ataque. Um exemplo de contra-ataque é quando um
jogador consegue roubar a bola na defesa e, realizando o drible, chega ao ataque
sozinho e finaliza o ataque arremessando ao gol. A figura a seguir apresenta uma
situação de contra-ataque, perceba que o jogador, de posse da bola, com camisa
branca (clara), salta para frente, buscando maior proximidade do gol.

55
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

FIGURA 23 – ARREMESSO COM SALTO FRONTAL

FONTE: IHF. Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/_DS


C8119.JPG>. Acesso em: 1º fev. 2017.

O arremesso retificado com salto sem queda é quando o jogador retifica


o arremesso durante o seu tempo no ar, ou seja, ele adéqua o seu corpo. Pode
ser realizado caso, ao saltar, o jogador visualize que os braços do marcador estão
na sua frente, então ele pode retificar o arremesso, inclinando o seu corpo para a
lateral, evitando que o defensor bloqueie o seu arremesso.

Outro arremesso comum de ser efetuado é o com salto lateral. Esse tipo de
arremesso é, na maioria das vezes, realizado pelos pontas para terem maior ângulo
de gol. Na figura a seguir verificamos que o jogador na posição de ponta salta do
fundo da quadra em direção ao centro da quadra, lateralmente, buscando maior
ângulo de arremesso e também projeta, em seguida, o seu corpo em direção ao gol.

FIGURA 24 – ARREMESSO LATERAL

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL


_0000012064.jpg>. Acesso em: 3 fev. 2017.

56
TÓPICO 3 | O JOGO

No handebol também temos aquele tipo de arremesso que chama a atenção


do público que está acompanhando a partida. É o caso do arremesso vaselina, é
comum ser efetuado quando o goleiro faz o movimento adiantado indo próximo
ao jogador de posse de bola, ou então, quando o goleiro salta antes do jogador
soltar a bola da sua mão, como mostrado na figura a seguir. Para realizar esse
movimento, o indivíduo de posse de bola solta a bola levemente por cima do
goleiro em trajetória parabólica (ZAMBERLAN, 1999).

FIGURA 25 – ARREMESSO VASELINA

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_00000


13804.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

Por fim, o arremesso com salto e queda à frente ocorre quando o indivíduo
salta, arremessa ao gol e em seguida tem uma queda. Também é comum de ser
realizado pelos jogadores que jogam nas pontas, tanto direita como esquerda, pois
ao buscarem ângulo de arremesso, às vezes, não conseguem manter o equilíbrio e
finalizam o arremesso com uma queda.

Além desses, temos outro tipo de arremesso utilizado como recurso,


chamado de especial, ou então, rosca. Nesse arremesso o jogador coloca um efeito
sobre a bola que, ao tocar o solo, muda a sua trajetória, enganando o goleiro. No
vídeo a seguir você poderá aprender como realizá-lo.

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=r7_VF4HG11k> e aprenda como


efetuar um recurso diferente durante o arremesso.

57
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

Bem, pessoal, chegamos ao último fundamento técnico que estudaremos


nesta unidade. A chamada finta, que é o ato de enganar ou ludibriar o adversário,
ou seja, quando se tem a intenção de realizar uma ação ofensiva e é impedido por
um marcador. Para tanto, o jogador efetua uma ação com o intuito de causar um
desequilíbrio do oponente, para chamar a atenção ou até mesmo passar por ele.
Essa ação envolve alguns meios, como: deslocamentos, para mudar de lugar na
quadra; troca de ritmo, utilizar uma velocidade maior ou menor em determinado
momento de seu deslocamento ou trajetória; ou mudança de direção, estar
realizando o deslocamento para um lado e mudar de trajetória (ZAMBERLAN,
1999). A finta pode ser realizada das seguintes formas:

• De deslocamento
• De braço
• De arremesso
• De passe

Iniciaremos com a finta de deslocamento. Esse tipo de finta envolve


o deslocamento do jogador para realizá-la. Neste caso, ela pode ocorrer com o
jogador terminando a finta com a saída para o lado do braço de arremesso ou para
o lado contrário ao do braço de arremesso. Para ficar mais claro, iremos utilizar
de ilustrações, no entanto, antes de explicarmos precisamos entender que, no
handebol, quando recebo a bola estando ainda no ar e toco os dois pés ao solo ao
mesmo tempo, significa que fiz o movimento de “zerar”, ou seja, cair com os dois
pés ao mesmo tempo no solo. Quando recebo a bola no ar e toco os dois pés ao
mesmo tempo no solo (zero), esses passos não são contados, por isso, movimento
de “zerar”, isso indica que posso dar mais três passos depois de “zerar”. Por que
é importante entendermos isso? Porque a finta de deslocamento inicia-se com o
movimento de zerar, após zerar eu posso me dirigir para o lado direito ou esquerdo
do marcador para efetuar a finta, mas antes de escolher o lado, preciso enganá-lo,
para tanto, efetuo o balanço do corpo para ambos os lados e, após, tomo a decisão.
Vamos ilustrar isso!

FIGURA 26 – FINTA DE DESLOCAMENTO

FONTE: A autora

Na figura acima, o D é o pé direito, o E indica como sendo o pé esquerdo e


o triângulo laranja é o marcador. Na primeira situação, representada pelo número
1, o jogador é destro e tocou ao solo com os dois pés (direito e esquerdo) ao mesmo
tempo no solo, em seguida, realiza o balanço do corpo para ambos os lados e opta
58
TÓPICO 3 | O JOGO

por se dirigir ao lado direito, desse modo, irá fazer o movimento para lateral e para
frente para o lado direito, saindo da linha de ação do marcador, por fim, pisará com
o pé esquerdo e pode arremessar ao gol. Como o jogador é destro, ele sairá para o
lado do braço de arremesso dele. Na segunda situação, ilustrada pelo número 2,
ocorre o contrário, o jogador toca ao solo com os dois pés ao mesmo tempo, realiza o
balanço do corpo para ambos os lados e escolhe sair para o lado esquerdo, com isso,
faz o passo para lateral e para frente pisando com o pé esquerdo, em seguida, pisa
com o pé direito e esquerdo. Como o jogador é destro, ele fará o movimento para
o lado contrário do braço de arremesso, o que exige maior equilíbrio e organização
corporal. A escolha do jogador em fazer o movimento para um dos lados pode ser
determinada por realizar melhor o movimento para esse lado, ter maior espaço
para fazer o movimento, estar livre de marcação, entre outros fatores. Para melhor
visualizar como é realizado esse tipo de finta, sugerimos que se levante e a efetue.
Adiante, no Uni Dica, você verá a realização dessa finta em vídeo.

Outro tipo de finta de deslocamento envolve a troca de direção. Nesse tipo


de finta, o jogador, ao receber a bola em movimento, toca um dos pés ao solo,
fixando o marcador e salta fazendo o passo para a lateral, saindo da linha de ação
do jogador.

Utilizando dos mesmos princípios da finta de deslocamento, temos a finta


de braço. Quando é sinalizado que serão utilizados os mesmos princípios da finta
de deslocamento, refere-se ao movimento realizado pelos pés e o balanço do corpo
do jogador. O elemento que será adicionado ao movimento é a rotação de braço
para o lado contrário do braço de arremesso. Exemplificando, no momento em
que o jogador estiver com os dois pés no solo, efetuará o balanço do corpo, sairá
para o lado contrário do braço de arremesso, efetuando uma rotação do braço de
arremesso e apoiará a mão na cintura do jogador que estiver à sua frente para
impedir que ele se desloque. Na figura a seguir é possível perceber como ocorre o
movimento.

FIGURA 27 – FINTA DE BRAÇO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000012829.


jpg>. Acesso em: 8 fev. 2017.
59
UNIDADE 1 | CONHECENDO O HANDEBOL

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=96eAbzXsjy8> e visualize o jogador


de camisa azul do lado direito do vídeo realizando uma finta de braço em movimento.

A finta de arremesso ocorre durante o movimento de execução do


arremesso. Relembre como ocorre o movimento de arremesso! Agora que você já
relembrou, vamos à finta de arremesso. No caso da finta de arremesso, realizada
durante um arremesso em suspensão, o jogador, ao invés de arremessar ao gol,
irá fazer uma finta, ou seja, ao invés de arremessar, poderá fazer o gesto técnico
do arremesso e, ao invés de soltar a bola em direção ao gol, faz o gesto e não solta
a bola e, em seguida, realiza um passe para o pivô. Isso é bem comum de ocorrer
durante o jogo. Lembra que falamos do bloqueio? Então, quando o jogador realiza
um salto para efetuar o arremesso em suspensão e observa que o jogador defensor
levanta os braços para impedir o arremesso, nesse momento ele poderá efetuar
o passe para o pivô ou para algum companheiro que estiver livre de marcação.
Ainda, a finta de arremesso pode ocorrer quando o jogador simula o gesto do
arremesso de quadril e, ao invés de efetuar o arremesso de quadril, salta e realiza
um arremesso em suspensão, enganando os defensores.

A finta de passe ocorre quase do mesmo modo, no entanto, o jogador


simula um passe e não o efetua. Esse tipo de finta é realizado quando, ao fazer o
movimento, o jogador percebe que o defensor se adianta para interceptar a bola
antes que seja realizada a recepção. Desse modo, o jogador faz o movimento do
gesto técnico do passe e não o efetua e, em seguida, poderá fazer novamente o
movimento do passe e o efetuar, ou então, poderá arremessar a bola ao gol, ou
ainda, realizar outra ação ofensiva.

DICAS

Determinados alguns tipos de finta, observe no vídeo <https://www.youtube.


com/watch?v=bEExKuTH078>, no lance 4, a finta de arremesso realizada pelo jogador de
camisa vermelha; no lance 3, a finta de deslocamento com troca de direção realizada pelo
jogador de camisa azul e, no lance 1, a finta de deslocamento realizada.

60
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• Algumas das características do handebol são: é um esporte coletivo; a fonte


energética exigida é mista; de velocidade acíclica; é esporte de transição; esporte
invasivo; ocorre em um local específico (quadra); possui regras oficiais; jogo de
oposição; jogo de disputa; jogo de contato; jogo coletivo; envolve ações de ataque
e defesa; exige sucessivas tomadas de decisão; é jogado com as mãos; para o seu
desenvolvimento é necessária uma bola.

• Os fundamentos básicos são: deslocamentos com ou sem bola, manejo de bola e


controle do corpo.

• Os fundamentos técnicos do handebol são: passe, drible, arremesso, finta,


recepção, empunhadura.

61
AUTOATIVIDADE

1 (Concurso público UFRJ – 2004 – questão 38) O fundamento de handebol


que fornece base para o aprendizado dos demais fundamentos do jogo é:

a) ( ) O arremesso
b) ( ) O drible
c) ( ) A cobrança de faltas
d) ( ) A defesa
e) ( ) O passe

FONTE: Disponível em: <http://www.nce.ufrj.br/concursos/encerrados/ufrj2004/provatecde


sportivo.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2017.

2 (Concurso público UFRJ – 2004 – questão 39) Devido à sua dificuldade de


execução, o arremesso em suspensão usado no handebol deve ser ensinado
inicialmente dividido em suas diferentes fases, na seguinte ordem:

a) ( ) Impulsão, recepção à bola, passadas, queda e arremesso.


b) ( ) Passadas, recepção à bola, impulsão e queda e arremesso.
c) ( ) Recepção à bola, passadas, impulsão, queda e arremesso.
d) ( ) Recepção à bola, impulsão, passadas, arremesso e queda.
e) ( ) Recepção à bola, passadas, impulsão, arremesso e queda.

FONTE: Disponível em: <http://www.nce.ufrj.br/concursos/encerrados/ufrj2004/provatecde


sportivo.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2017.

3 (Concurso público Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – 2012 – questão


29) De acordo com Tenroller (2008), são fundamentos técnicos individuais e
coletivos dos jogadores de linha no handebol:

a) ( ) Passe, drible, finta, progressão.


b) ( ) Recepção, passe, salto, finta.
c) ( ) Arremesso, finta, bloqueio, progressão.
d) ( ) Bloqueio, finta, drible, passe.
e) ( ) Salto, empunhadura, progressão, passe.

FONTE: Adaptado de <http://concursos.ifsul.edu.br/index2.php?option=com_docman&task=


doc_view&gid=2579&Itemid=53>. Acesso em: 6 fev. 2017.

4 (Concurso público Prefeitura Municipal de Timon-MA – 2014 – questão 5)


No handebol, a nomenclatura CORRETA dos fundamentos técnicos individuais
e coletivos dos jogadores de linha é:

a) ( ) toque, recepção, chute, progressão, finta e drible.


b) ( ) passe, manchete, chute, progressão, finta e drible.
c) ( ) passe, recepção, chute, progressão, finta e drible.

62
d) ( ) passe, recepção, arremesso, progressão, finta e drible.
e) ( ) toque, manchete, arremesso, progressão, finta e drible.

FONTE: Disponível em: <http://copese.ufpi.br/subsiteFiles/copesenovo/arquivos/files/profes


sor_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2016.

5 (Concurso público Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da


Paraíba – 2013 – questão 45) O handebol é um esporte dinâmico, bastando uma
bola e alguns jogadores para sua realização. Disputado entre duas equipes, seu
objetivo é a marcação do maior número de gols possível, algo que a cultura
brasileira tanto admira no futebol. Durante um jogo de handebol, caso você
segure a bola ao driblar, suas funções ficarão limitadas a:
I. Passar a bola.
II. Deslocamento em até três passos.
III. Repetir o drible.

Considerando a jogada descrita no enunciado, está(ão) CORRETA(S) as funções


apresentadas em:

a) ( ) I apenas.
b) ( ) II apenas.
c) ( ) I e III apenas.
d) ( ) I e II apenas.
e) ( ) I, II e III

FONTE: Disponível em: <http://www2.ifpb.edu.br/concurso/docente/C037%20-%20Educaca


o%20Fisica%20(Perfil%2003)%20-%20Caderno%20Completo.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2017.

6 (ENEM – 2016 – questão 127) É possível considerar as modalidades


esportivas coletivas dentro de uma mesma lógica, pois possuem uma estrutura
comum: seis princípios operacionais divididos em dois grupos, o ataque e a
defesa. Os três princípios operacionais de ataque são: conservação individual
e coletiva da bola, progressão da equipe com a posse de bola em direção ao
alvo adversário e finalização da jogada, visando a obtenção de ponto. Os três
princípios operacionais da defesa são: recuperação da bola, impedimento
do avanço da equipe contrária com a posse da bola e proteção do alvo para
impedir a finalização da equipe adversária.

Considerando os princípios expostos no texto, o drible no handebol caracteriza


o princípio de:

a) ( ) Recuperação da bola.
b) ( ) Progressão da equipe.
c) ( ) Finalização da jogada.
d) ( ) Proteção do próprio alvo.
e) ( ) Impedimento do avanço do adversário.

FONTE: Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2016/


CAD_ ENEM_2016_DIA_2_05_AMARELO.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2017.

63
64
UNIDADE 2

DEFENDENDO E ATACANDO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• caracterizar os sistemas táticos de defesa: por zona, individual e combinada;

• apresentar os princípios básicos do ataque: contra-ataque ou transição


ofensiva; organização; ataque em sistemas;

• apresentar a posição básica do goleiro, tipos de defesa; deslocamentos,


saídas de gol e defesa de sete metros.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um deles você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.

TÓPICO 1 – SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

TÓPICO 3 – O GOLEIRO

65
66
UNIDADE 2
TÓPICO 1

SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, apresentamos algumas características do handebol, dentre
elas, que o handebol é um esporte de transição. Isso significa que o desenvolvimento
do jogo de handebol é constituído de ações de transição entre ataque e defesa,
em outras palavras, de ações ofensivas e defensivas. Diante disso, neste tópico
apresentamos os sistemas táticos de defesa, mas antes disso é necessário situarmos
o que é e como se defende no handebol. Sempre que estamos defendendo com
um tipo específico de sistema defensivo (individual, combinada, por zona) temos
que ter claro que fazemos uma escolha que tem como intuito o desenvolvimento
de estratégias e, por isso, é necessário distinguir a aplicabilidade de cada sistema.

Quando fazemos uma escolha estamos optando por algo que pode ter
benefícios em um âmbito, mas pode também oferecer riscos. Como o handebol é um
esporte coletivo, ao se adotar um sistema específico de defesa, todos os jogadores
têm que estar aptos a desenvolver o sistema, caso contrário é bem provável que
apareça uma falha de marcação que pode oportunizar uma infiltração da equipe
adversária resultando em gol. Aqui já sinalizamos algo muito importante durante
a defesa, as respostas, ou seja, a resposta (deslocamento) que o companheiro de
equipe dará quando o seu companheiro realizar uma ação individual defensiva.
Isso significa que, tratando-se de um esporte coletivo, o êxito da equipe está
associado a ações individuais e coletivas que refletem sobre o coletivo.

No caso da defesa temos a formação de movimentos técnicos defensivos


que são posições e gestos técnicos aplicados ao aproximar, interceptar e marcar
adversários, com ou sem bola; ou então, na realização de gestos técnicos aplicados
nos bloqueios da trajetória da bola, entre outras ações que compõem o sistema
defensivo.


2 ELEMENTOS TÉCNICO-TÁTICOS INDIVIDUAIS DEFENSIVOS
Assim como os fundamentos básicos do handebol, que estudamos
na Unidade 1, as ações defensivas demandam dos jogadores capacidades e
habilidades, que não são apenas motoras, comportamentos individual e coletivo
que são requeridos de acordo com o sistema defensivo adotado. Ao realizar
um movimento defensivo é exigido do jogador habilidade em realizar o que é
solicitado, percepção e tomada de decisão, visão de jogo, disciplina para efetuar

67
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

o que é preestabelecido pelo técnico em relação a estratégias de organização da


equipe, ou seja, ações tanto individuais como coletivas que dependem, sobretudo,
das circunstâncias do jogo. Por isso que as ações que envolvem o jogo extrapolam
a execução de ações motoras (SCAGLIA et al., 2013).

Quando nos referimos ao sistema defensivo no handebol, temos que ter


claro que estamos tratando de jogadores que têm como objetivo defender o gol, que
por meio de ações técnico-táticas tentam não deixar os adversários se aproximar
da área de gol, com o intuito de minimizar as chances de arremesso, dificultando
o jogo adversário e infiltrações (fechar os espaços) (KRÖGER; ROTH, 2006), o que
significa que não possuem a posse de bola e buscam diminuir as chances de êxito
do adversário e recuperar a posse de bola. Desse modo, quando estão defendendo,
os jogadores são ativos para impossibilitar que os atacantes consigam realizar
ações ofensivas.

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=g6iucolHZbc> e visualize como é o


desenvolvimento de uma defesa ativa realizada pela equipe da Alemanha, de uniforme preto
(escuro), não oportunizando que a equipe adversária efetue suas movimentações.

Esses aspectos estão relacionados à posição defensiva que o jogador


adota. Portanto, para realizar uma ação defensiva, o defensor desenvolve alguns
movimentos, chamados também de fundamentos técnico-táticos individuais
defensivos, segundo Simões (2002), são eles:

• Posição básica
• Deslocamento
• Bloqueio
• Marcação

No entanto, apesar de existirem alguns fundamentos técnico-táticos


individuais defensivos, a primeira posição (postura) que um jogador adota antes
de realizar qualquer ação e depois de realizada é denominada de posição base ou
básica. A posição base é aquela postura que o jogador defensor deve escolher que
lhe permite estar preparado para intervir com velocidade quando solicitado para
um deslocamento, salto ou bloqueio que envolve a ação defensiva (ZAMBERLAN,
1999). A partir dessa posição base, o jogador consegue uma antecipação postural
que o beneficia para a realização de qualquer ação técnica (BÁRCENAS; ROMÁN
SECO, 1991).

Ao adotar a posição base, o jogador deve estar atento a alguns princípios


fundamentais, segundo Zamberlan (1999) e Bárcenas e Román Seco (1991):

68
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

• Estar em uma posição natural que tenha equilíbrio e facilite sua ação posterior.
• Estar em constante movimento, evitando ficar em posição estática.
• Necessita de uma tensão muscular que favoreça a velocidade de contração dos
músculos.
• Deve manter a concentração e atenção, oportunizando uma reação.
• Manter sempre contato visual com seu oponente e a bola.
• Estar bem posicionado para uma possível ação.
• Manter-se de frente para o adversário.

Esses princípios ajudarão a evitar intenções ou tentativas dos atacantes em


alcançar o gol. Lembramos que, como o atacante realiza a ação, o movimento, e
o defensor tenta inibir, o atacante tem certa vantagem. Um ponto fundamental
a ser desenvolvido nas crianças é a noção de espaço e a possibilidade que você
dá ao atacante dependendo do local onde está localizado. Em outras palavras, o
defensor deve, quando possível, estar sempre entre o atacante e o seu gol, e atacá-
lo no lado do seu braço de arremesso, inibindo o seu movimento. Em casos em que
não for possível, como quando o pivô está localizado em frente à área de gol, temos
que tentar minimizar as ações que possa realizar, impedindo que a bola chegue até
ele, ou a realização de um bloqueio que oportunize espaço para um companheiro
infiltrar (NAGY-KUNSAGI, 1983).

A posição básica defensiva realiza-se da seguinte forma: a cabeça deve


estar erguida naturalmente para possibilitar uma visão periférica do jogo; o tronco,
levemente inclinado para frente; as pernas, levemente flexionadas, podem estar
uma ao lado da outra ou uma levemente à frente, dependendo da necessidade do
jogo; braços, separados do tronco, com o cotovelo levemente flexionado e próximo
à altura do ombro; mãos, com a face palmar apontadas para o atacante, com os
dedos estendidos e abertos (BÁRCENAS; ROMÁN SECO,1991). Vejamos, na
figura a seguir, de forma ilustrativa, a posição básica vista com as pernas paralelas,
designada pela letra A na figura e a posição com uma das pernas à frente, como
representado na figura B.

FIGURA 28 – POSIÇÃO BÁSICA DEFENSIVA

FONTE: Bárcenas e Román Seco (1991, p. 27)

69
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

Adotar uma posição básica que lhe permita realizar com rapidez uma ação
é importante no desenvolvimento do jogo, pois em alguns casos o defensor poderá
encontrar situação defensiva em igualdade numérica, mas poderá deparar-se,
devido ao contexto do jogo, com situações de inferioridade numérica, ou ainda,
casos onde esteja em superioridade. Essas diferentes possibilidades que o jogador
poderá encontrar durante uma partida determinam também a sua forma de agir.
Mais especificamente, igualdade numérica é quando se tem o mesmo número de
atacantes e defensores, por exemplo, 1X1 (um contra um), 2X2 (dois contra dois),
3X3 (três contra três). Inferioridade numérica é quando o número de jogadores
defensores é menor que o número de atacantes, como em casos de 1X2 (um
defensor contra dois atacantes), 2X3 (dois defensores contra três atacantes), 3X4
(três defensores contra quatro atacantes). Ou em casos de superioridade numérica,
o número de defensores é maior que o número de atacantes, 2X1 (dois defensores
contra um atacante), 3X2 (três defensores contra dois atacantes), 4X3 (quatro
defensores contra três atacantes). Lembrando que no handebol a relação máxima
que pode ocorrer entre defensores e atacantes é o 7X7 (sete defensores contra sete
atacantes). Em alguns casos é substituído o goleiro durante o ataque e a equipe
ataca com sete jogadores de linha contra seis defensores mais o goleiro da equipe
adversária.

DICAS

Acesse o link: <https://www.youtube.com/watch?v=XBbnL_9D3LY> e acompanhe


uma situação durante uma partida de 6X5.
Veja, também, como funciona o ataque com sete jogadores contra seis defensores no link>
<https://www.youtube.com/watch?v=GBcEut-Ud1Q>.

O desenvolvimento de uma ação defensiva é iniciado na posição básica,


no entanto, em seguida, para dar continuidade às ações defensivas, uma das
possibilidades é a realização do deslocamento. O deslocamento defensivo
possibilita a mudança de um lugar para outro, podendo ocorrer por meio do
deslize ou corrida (ZAMBERLAN,1999).

O deslocamento com deslize é realizado da seguinte forma: movimento


de aproximação e separação das pernas sem cruzá-las, o tronco está levemente
inclinado para frente e em uma posição baixa decorrente da flexão das pernas
devido ao deslocamento, e os braços se encontram flexionados e à frente do tronco.
Sendo que é efetuado para ambos os lados (lateral), diagonal e em alguns casos para
frente e para trás. O deslize oportuniza a manutenção do equilíbrio, possibilitando
ações defensivas com maior segurança (CZERWINSKI, 1993). Quando efetuado
para frente, pode ser com o objetivo de pressionar o adversário, efetuar a marcação
ou o bloqueio. Já o deslocamento lateral tem como função acompanhar o adversário,
a bola, ou ainda, dar cobertura ao companheiro de equipe. E o deslocamento para

70
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

trás é efetuado após atingir o objetivo, para recompor a defesa ou ainda para
acompanhar um adversário (ZAMBERLAN, 1999).

Vejamos, na figura a seguir, de forma ilustrativa, o deslocamento.


Observando a figura, veja que em um dos momentos o jogador está com um dos
pés em suspensão, isso ocorre porque para efetuar o deslize a perna que estiver à
frente, no sentido que está sendo realizado o deslocamento, deverá ser levantada,
e a perna de trás deverá manter o contato com o solo. Isso significa que durante
o deslize um dos pés mantém o contato com o solo, para manter o equilíbrio, e
o outro perde o contato com o solo em alguns momentos para oportunizar um
deslocamento mais rápido.

FIGURA 29 – DESLOCAMENTO COM DESLIZE

FONTE: Bárcenas e Román Seco (1991, p. 62)

O ritmo e a velocidade do deslocamento irão modificar-se no decorrer do


movimento, pois dependem de algumas situações, como: se o adversário está ou
não de posse de bola; se o adversário está perto ou distante da defesa; se está
participando da movimentação realizada (SIMÕES, 2002). Na figura a seguir é
possível perceber a modificação da postura do defensor (de camisa azul/escura)
no decorrer do deslocamento defensivo.

71
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 30 – DESLOCAMENTO DEFENSIVO

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos GRD_00000108


67.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2017.

O deslocamento por meio da corrida ocorre quando o adversário está


mais distante, por ser a forma de deslocamento mais rápida para se chegar até
o adversário. O movimento de corrida é efetuado pela suspensão alternada das
pernas (ZAMBERLAN, 1999). No caso do handebol, geralmente é utilizada para
recompor o sistema defensivo após a realização de um ataque, ou então, para
chegar ao adversário que está em um contra-ataque, como ilustrado na figura a
seguir.

FIGURA 31 – DESLOCAMENTO POR MEIO DE CORRIDA

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_00000108


17.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2017.

72
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

Outro fundamento defensivo é o bloqueio. Durante a Unidade 1 já


introduzimos esse fundamento. Agora veremos como é o seu funcionamento e
para que é utilizado. O bloqueio defensivo é a ação utilizada pelo jogador defensor
para interceptar ou impedir a trajetória da bola arremessada pelo atacante em
direção ao gol, também é um recurso utilizado para inibir, desviar ou atrapalhar o
arremesso do atacante (ZAMBERLAN, 1999).

Para realizar o bloqueio, o defensor projeta o seu braço em direção à bola. No


entanto, o braço é projetado a partir de algumas características do jogador atacante
e do tipo de arremesso que irá efetuar. Por exemplo, caso o jogador atacante seja
destro, para maior proximidade com o braço de arremesso, o defensor deve estar
à frente do executante e colocar o seu tronco entre o gol e o braço de arremesso
(direito) do jogador. No caso de atacantes canhotos, o lado é invertido. Quanto ao
tipo de arremesso, vamos relembrar os conteúdos da Unidade 1! O arremesso pode
ser de apoio, em suspensão ou retificado. Dependendo do tipo de arremesso que o
executante irá realizar, o defensor projeta o seu bloqueio, e no caso de arremessos
em suspensão, em que ocorre o salto, deverá coordenar a sua ação também com
o movimento de salto (FERNÁNDEZ et al., 2012a). Observe na figura a seguir a
projeção do corpo do defensor, de camisa verde (clara), com o objetivo de bloquear
o arremesso do atacante, de camisa azul (escura).

FIGURA 32 – BLOQUEIO DEFENSIVO

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_00000107


84.jpg>. Acesso em: 21 fev. 2017.

Na figura, o defensor realiza um salto para bloquear o atacante, pois o


mesmo efetua um arremesso em suspensão. Quando o defensor necessita realizar
um salto para efetuar o bloqueio, deve realizá-lo após o atacante saltar, e ao
mesmo tempo estender seus braços em direção ao braço de arremesso do atacante,
73
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

evitando que o atacante faça uma finta de arremesso. Caso não lembre o que é a
finta de arremesso, sugiro consultar a Unidade 1.

Já a marcação é a ação que o defensor realiza para limitar ou controlar


o adversário com o intuito de minimizar “seus movimentos, gestos ou jogadas,
evitando assim sua progressão, infiltração, arremesso a gol ou a continuação de
sua ação” (ZAMBERLAN, 1999, p. 142). Para tanto, utiliza dos seguintes meios:
posição básica defensiva; deslocamento defensivo; trajetória; mudança de direção;
e troca de ritmo (ZAMBERLAN, 1999). Isso significa que a posição básica e o
deslocamento defensivo apresentado anteriormente são elementos fundamentais
para a marcação. Os tipos de marcações realizadas podem ser classificados segundo
a distância entre defensor e adversário, das seguintes formas:

• marcação a distância;
• marcação em proximidade.

A marcação à distância envolve o controle visual, pois o atacante não


oferece perigo de arremesso ou penetração (ZAMBERLAN, 1999). Está relacionado
à forma de disposição do jogador adversário e a prevenção, ou seja, exige durante
todo o momento a análise da situação do jogo pelo defensor. Sua realização
exige concentração para eleger em que momento é necessário realizar alguma
intervenção. Nesse tipo de marcação adota-se a posição básica, e mediante o
contato visual o defensor acompanha os movimentos do seu adversário por meio
de deslocamentos que podem ser deslizantes ou correndo, também fica atento
à trajetória da bola (BÁRCENAS; ROMÁN SECO, 1991). Na figura a seguir os
jogadores de preto (escuro) optam pela marcação à distância observando as ações
do jogador de camisa branca (clara).

FIGURA 33 – MARCAÇÃO A DISTÂNCIA

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_000000920


6.jpg>. Acesso em: 19 fev. 2017.

74
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

A marcação em proximidade é utilizada para evitar que o atacante receba a


bola, impedir uma progressão que oferece risco ou para impedir a recepção e uma
posterior progressão. É realizada por meio do contato corporal entre o defensor e
o adversário (FERNÁNDEZ et al., 2012a). Pode ocorrer quando o adversário está
ou não com a posse de bola (bola em suas mãos). Esse tipo de marcação é bem
presente em uma partida de handebol quando percebemos a marcação realizada
no pivô. O pivô é aquele jogador que, geralmente, se posiciona em frente à área de
gol, de costas para o goleiro adversário.

A marcação poderá ser efetuada por trás, quando o pivô está entre o
defensor e o gol, nesse caso, as pernas do defensor deverão estar semiflexionadas
e assimétricas, sendo que a perna e o braço (estendido) contrário à procedência
da bola deverão estar à frente, entre o pivô e a bola. Observe que a outra perna
está atrás do jogador atacante, com camisa escura e muito próxima à linha da área
(como expresso na próxima figura). No handebol, essa ação é denominada de
“trancar a linha”, pois quando efetuamos uma ação defensiva próxima à linha da
área devemos colocar um pé à frente da linha para evitar que o jogador faça um
deslocamento por trás do defensor e ele não consiga ver. Ao se realizar a marcação
dessa forma, deve-se ficar atento aos movimentos que o pivô realiza, para evitar
que se antecipe quando o passe for efetuado para ele.

FIGURA 34 – MARCAÇÃO DO PIVÔ POR TRÁS

FONTE: Zamberlan (1999, p. 147)

A marcação do pivô também pode ser realizada pela frente, quando o


defensor está à frente do pivô. Nesse caso, também é efetuado o contato corporal
com o pivô, de modo a saber onde ele está. O gesto técnico é bem próximo ao

75
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

efetuado anteriormente, no entanto, nesse caso, o pivô está atrás do defensor (de
camisa clara). Também, o braço contrário da procedência da bola está estendido
para trás, mantendo contato com o quadril do adversário; já a perna oposta ao lado
de procedência da bola está à frente e a outra próxima à linha da área (trancando a
linha), para evitar o deslocamento do jogador adversário.

FIGURA 35 – MARCAÇÃO DO PIVÔ PELA FRENTE

FONTE: Zamberlan (1999, p. 148)

Quando o atacante está de posse de bola, é utilizado o contato corporal


para evitar um arremesso ao gol; para bloquear o arremesso; impedir a penetração;
ou ainda, roubar a bola. Exceto no caso do bloqueio, nos demais casos há o contato
corporal entre o defensor e o atacante. O defensor, para evitar qualquer tipo de
continuidade do jogo por meio de arremesso, finta ou passe, realiza o contato
corporal no adversário. O contato ocorre quando, com uma das mãos, o defensor
trava o braço de arremesso do atacante e com a outra mão o quadril do adversário,
evitando sua ação. Ainda, as pernas do defensor devem estar semiflexionadas para
possibilitar maior equilíbrio e rapidez no deslocamento, pois durante o contato o
atacante pode tentar mover-se (ZAMBERLAN, 1999). Esse movimento de contato
possibilita ao defensor acompanhar qualquer tipo de movimentação para sair da
marcação. Na figura a seguir é possível visualizar o gesto técnico descrito.

76
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

FIGURA 36 – MARCAÇÃO EM PROXIMIDADE

FONTE: Disponível em: <https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/gwc-portal/wp-content/


uploads/2016/08/08124537/Handebol-Tema-4-Marco-Ant%C3%B4nio-Defesa.jpeg>.
Acesso em: 20 fev. 2017.

Caso o jogador esteja realizando o movimento em suspensão, a marcação


pode ocorrer da mesma forma. No entanto, é preciso observar qual o momento em
que o marcador deve saltar para efetuar o contato, a fim de evitar qualquer tipo
de ação diferente. Visualize, na figura a seguir, essa ação ocorrendo em suspensão.
O defensor de camisa amarela (clara) realiza um salto para conseguir efetivar o
contato no jogador de camisa azul (escura). Também, o jogador de camisa amarela
(clara), número 10, realiza o deslocamento por meio do deslize. Veja que o pé para
o lado que o deslocamento está sendo feito não está em contato com o solo e o
outro pé está em contato com o solo, durante todo o deslocamento com deslize
ocorre essa ação.

FIGURA 37 – MARCAÇÃO EM PROXIMIDADE EM SUSPENSÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_00000175


74.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

77
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

Ainda no que se refere aos fundamentos técnico-táticos individuais


defensivos, temos as diferentes técnicas de goleiro, que serão abordadas no
Tópico 3 desta unidade. Essas diferentes situações defensivas que envolvem ações
encontradas no decorrer do desenvolvimento de uma partida referem-se à postura
individual que cada jogador adota. No entanto, essas posturas estão envolvidas
em um sistema mais amplo, chamado de sistema defensivo, que toda a equipe
realiza no decorrer de uma partida (SIMÕES, 2002).

3 SISTEMAS DEFENSIVOS
O sistema defensivo é composto por várias estratégias e atitudes que os
jogadores irão desenvolver no decorrer da partida. Além disso, cada sistema
defensivo é dinâmico e possui uma forma de organização específica que pode
alterar-se a qualquer momento do jogo, decorrente de uma exigência do técnico
da equipe ou mesmo de um desequilíbrio defensivo. O desequilíbrio defensivo é
quando há um número maior de jogadores atacantes do que defensores.

O desenvolvimento da defesa inicia-se quando a equipe atacante perde a


posse da bola, sofre um gol, ou em outras ações que ocasionem a perda da posse
da bola, resultando no chamado retorno defensivo (NAGY-KUNSAGI, 1983). O
retorno defensivo é a transição que ocorre quando a equipe perde a posse da bola e
inicia as ações defensivas para impedir a progressão da equipe adversária. Quanto
mais rápido uma equipe consegue se organizar defensivamente, menores são as
chances de que a equipe atacante conquiste o êxito: o gol. Ao mesmo tempo em
que uma defesa organizada ajuda a proteger o gol, colaborando com o goleiro, e
possibilita menores chances do arremesso ser realizado próximo à área de gol.

Desse modo, o sistema de jogo é a formação adotada por uma equipe e


a distribuição dos jogadores em zonas (posições específicas) para conseguir
os objetivos defensivos ou ofensivos, por isso há sistemas de jogo defensivo e
ofensivo (BÁRCENAS; ROMÁN SECO, 1991). O sistema defensivo é realizado por
meio de uma tática defensiva. Tática defensiva é entendida como “a distribuição
organizada dos jogadores da equipe, na zona de defesa, com o intuito de não
permitir que o ataque adversário finalize com sucesso” (ZAMBERLAN, 1999, p.
186), com a finalidade de vencer a partida.

E
IMPORTANT

Posto específico é uma zona da quadra (espaço) ocupada pelo jogador, que pode
ser tanto no sistema defensivo como ofensivo e irá depender do sistema adotado pela equipe.
No handebol, há postos específicos de ataque e de defesa, que são denominados de forma
diferente. Por exemplo: na defesa 1os, 2os, 3os defensores, e no ataque, ponta, armador, pivô.

78
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

TUROS
ESTUDOS FU

Caso você não conseguiu visualizar o que são postos específicos, ainda nesta
unidade falaremos dos postos específicos de defesa e ataque de maneira mais
aprofundada.

A tática defensiva é realizada de dois modos: individual e coletiva. A tática


individual é a escolha do gesto apropriado por um jogador em cada momento, tanto
defensivo como ofensivo, efetuado oportunamente na velocidade conveniente, ou
seja, de acordo com o desenvolvimento da partida. Já a tática coletiva envolve a
coordenação entre dois ou mais jogadores, utilizando procedimentos adequados
para conquistar os objetivos na defesa e no ataque (BÁRCENAS; ROMÁN SECO,
1991).

Um sistema de defesa específico é escolhido para ser utilizado por uma


equipe dependendo tanto dos fundamentos técnico-táticos dos jogadores
defensores (posição básica, capacidade de deslocamento, marcação e bloqueio),
das suas características físicas (força, velocidade, estatura etc.), como das
características dos jogadores da equipe adversária. Isso porque, por exemplo, o
local de arremesso que favorece o jogador atacante é o centro da quadra, por isso
algumas equipes optam por colocar os jogadores mais altos para marcar no centro
da defesa (ZAMBERLAN, 1999).

Ao adotar um sistema defensivo, temos que ter claro que é necessário que
todos os jogadores respeitem seus postos específicos. Para efetuar o que é solicitado
nos sistemas defensivos são utilizados alguns meios, que são formas de agir,
oportunizando um melhor aproveitamento, redução de espaços, impedimento
de progressões, neutralização de ações ofensivas e reforço de algumas zonas
defensivas. Os elementos necessários para a compreensão individual do jogo
defensivo devem ser desenvolvidos desde a iniciação do handebol e podem ser
didaticamente divididos os seus componentes em: sentido da defesa e recuperar a
posse de bola.

79
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 38 – COMPONENTES DO ENSINO DOS MEIOS TÉCNICO-TÁTICOS INDIVIDUAIS

FONTE: Feldmann, Juan Greco e Lucas Greco (2012, p. 205)

Segundo Feldmann, Juan Greco e Lucas Greco (2012, p. 204), o sentido da


defesa refere-se ao “posicionamento defensivo, tomada da marcação, organização
defensiva, jogo no sistema defensivo”, e os fundamentos que permitem a
recuperação da posse de bola, que são “antecipação/interceptação/dissuasão/
pressão; recuperação da bola, seja no drible ou no momento do lançamento do
adversário, bloqueio de lançamentos [arremessos]”.

Essas ações são desenvolvidas durante a defesa. A defesa é dividida em


quatro fases:

• retorno;
• defesa temporária;
• organização da defesa;
• defesa em sistemas.

Como já sinalizamos anteriormente, ao realizarem um ataque quando a


equipe perde a posse de bola, os jogadores deverão retornar para a defesa. Desse
modo, a primeira fase da defesa será o retorno. Quando uma equipe perde a posse
de bola, ela deve retornar para a defesa o mais rápido possível, evitando possíveis
oportunidades de gol. Após essa primeira fase, temos a defesa temporária, que
é a continuidade da primeira fase. Nessa fase, o defensor poderá ter que atuar
em uma posição fora da determinada ou de maior rendimento, estabelecida no
início da partida. Os defensores, que ao fazerem o retorno tiverem que ocupar
uma posição diferente, após estarem posicionados e tiverem uma oportunidade,
deverão voltar para a posição ideal. Por isso essa fase é chamada de organização da
80
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

defesa, pois é o momento em que se organiza tendo em vista a posição estabelecida


no início da partida. A fase seguinte, após a organização da defesa, é a defesa em
sistemas, momento em que se aplica a proposta determinada de acordo com as
características da equipe adversária (ZAMBERLAN, 1999).

Quando a defesa está na fase de sistemas, cada jogador é responsável por


um espaço específico e realizará movimentos técnico-táticos de acordo com o posto
específico em que está, para tanto deve levar em consideração as diferentes linhas
defensivas imaginárias. Na figura a seguir, os defensores que estão na primeira
linha defensiva localizam-se próximos à área de gol (6 m), os defensores na
segunda linha defensiva ficam próximos à linha pontilhada (9 m), e os defensores
na terceira linha estão nos 10 ou 11 metros.

FIGURA 39 – LINHAS DEFENSIVAS

FONTE: Simões (2002, p. 65)

A compreensão das linhas defensivas é necessária para o desenvolvimento


dos sistemas defensivos. Cada uma das linhas imaginárias representa situações
e posicionamentos defensivos diferenciados, individuais e coordenados
coletivamente, que dependem das ações ofensivas realizadas pela equipe atacante
(SIMÕES, 2002). A partir dessas linhas são estruturados os sistemas de defesa
individual, por zona e combinada.

3.1 DEFESA INDIVIDUAL


Esse sistema defensivo é ponto fundamental para a aprendizagem dos
outros sistemas (CZERWINSKI,1993). Operacionaliza-se quando cada um dos
jogadores é responsável por um jogador da equipe contrária. Nesse sistema, em
princípio, cada defensor responde pela marcação de um adversário direto e, ainda,
deve estar prestando atenção na sua movimentação e no movimento da bola o
81
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

tempo todo (SIMÕES, 2002). Por isso, há uma grande exigência energética, pois o
defensor deverá realizar antecipações, aproximações e contato corporal quando
necessário para inibir as ações do atacante e, ao mesmo tempo, perceber qual a
distância que deverá estabelecer entre ele e o atacante. Além disso, “é marcação
por ‘pressão’ o tempo todo, com o objetivo de desajustar o ritmo de jogo, dificultar
os passes e os deslocamentos ofensivos dos atacantes adversários” (SIMÕES, 2002,
p. 165).

A partir dessas considerações iniciais sobre esse sistema de defesa você já


consegue perceber que para efetivá-lo é necessário que os jogadores tenham bem
desenvolvidos os elementos técnico-táticos individuais defensivos.

Outro ponto importante para o sucesso desse sistema é a colaboração entre


os defensores, porque, de acordo com as movimentações dos atacantes, em alguns
casos podem ocorrer trocas de marcação.

E
IMPORTANT

Troca de marcação é quando é realizada a troca com o companheiro de equipe


do jogador que estava sendo marcado por determinado defensor. Isso pode ocorrer quando,
por exemplo, os jogadores atacantes trocam de posição. Desse modo, é feita a troca de
marcação, com o companheiro passando a marcar o jogador atacante que está mais próximo.
No entanto, nem sempre é realizada a troca de marcação, depende, sobretudo, da exigência
do técnico e dos fundamentos técnico-táticos individuais dos defensores. Caso o jogador que
estava marcando mude de posição, é possível também realizar o acompanhamento contínuo
do atacante.

ATENCAO

O acompanhamento contínuo do atacante ocorre quando o defensor que estava


marcando irá acompanhar, independentemente do local em que esteja, ou seja, o defensor se
desloca junto com o atacante onde ele for.

Esse sistema é adotado somente em casos específicos, devido ao desgaste que ocasiona
aos defensores. É utilizado, em alguns casos, durante os minutos finais, quando a equipe
defensora está perdendo a partida por um ou poucos gols e necessita conseguir a posse
da bola para tirar a diferença de gols, ou então, quando a equipe adversária teve a exclusão
de um jogador por dois minutos, ficando em inferioridade numérica. Quando um jogador é
advertido com a exclusão de dois minutos, ele fica fora do jogo, podendo retornar somente
após esse tempo.

82
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

TUROS
ESTUDOS FU

Na Unidade 3 estudaremos sobre as regras do handebol e você irá entender quais


os casos que podem levar um jogador a receber uma exclusão de dois minutos.

A defesa individual pode ser dividida quanto à distribuição do espaço em


que será efetivada a marcação em:

• quadra toda;
• meia quadra;
• 1/3 da quadra.

Na defesa individual em quadra toda, cada um dos defensores tem por


objetivo marcar um dos jogadores da equipe atacante, logo após a perda da posse
de bola, com a função de fazer com que o adversário cometa algum tipo de erro que
resulte na perda da posse da bola da equipe atacante. Para tanto, utiliza o tipo de
marcação em proximidade. Como o próprio nome sinaliza, a marcação é efetuada
em toda a quadra de jogo, independentemente do local em que o adversário esteja
(FELDMANN; GRECO; GRECO, 2012).

FIGURA 40 – MARCAÇÃO QUADRA TODA

FONTE: Zamberlan (1999, p. 190)

A marcação em meia quadra ocorre com os mesmos princípios da marcação


em quadra toda, no entanto, o que se modifica é o espaço em que os defensores
realizam a marcação, que é efetivada somente em meia quadra (na quadra de
defesa). Sendo assim, há um desgaste físico menor que a marcação em quadra
toda, pois seu espaço é mais restrito (FELDMANN; GRECO; GRECO, 2012). Na

83
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

figura a seguir, observe que os jogadores defensores de camisa preta (escura) estão
todos na metade da quadra.

FIGURA 41 – MARCAÇÃO EM MEIA QUADRA

FONTE: Zamberlan (1999, p. 191)

A marcação individual em ¹/3 da quadra é também conhecida como defesa


individual por aglomeração. Os jogadores, durante esse tipo de defesa, ficam
aproximadamente até os 11 metros tendo como parâmetro a linha de fundo, ou
seja, na terceira linha defensiva imaginária. Comparado aos outros tipos de defesa
individual, é o mais fechado (FELDMANN; GRECO; GRECO, 2012). Os objetivos
são os mesmos dos outros tipos de defesa individual. Na figura a seguir percebe-se
a distribuição dos jogadores na quadra defensiva.

FIGURA 42 – MARCAÇÃO EM 1/3 DA QUADRA

FONTE: Zamberlan (1999, p. 189)

Agora que você já conheceu os princípios dos sistemas defensivos por


zona e individual, vamos prosseguir com o sistema defensivo, que utilizará da
combinação desses dois sistemas, denominada defesa combinada.
84
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

3.2 DEFESA POR ZONA


Antes de iniciarmos o conteúdo sobre defesa por zona é necessário
entendermos os seis pontos específicos que estabelecem a base de qualquer sistema
defensivo por zona ou combinado, pois esses influenciam o posicionamento dentro
dos postos específicos, os deslocamentos que serão efetuados, a marcação, dentre
outros elementos técnico-táticos. Também implica em organizações espaciais de
modo individual e coletivo (SIMÕES, 2002).

Então, vamos lá!

Iremos detalhar a organização dos espaços defensivos que cada defensor


ocupará dentro de cada um dos sistemas defensivos zonais, a saber:

• 6:0
• 5:1
• 4:2
• 3:3
• 3:2:1.

E
IMPORTANT

Os sistemas defensivos são determinados por dois ou três números, por exemplo,
3:2:1 - o primeiro número indica os jogadores que ficam mais próximo à área de gol (na
primeira linha defensiva); o segundo número, os jogadores de segunda linha, e o terceiro
número, a quantidade de jogadores que ficam na terceira linha defensiva.

A utilização do sistema defensivo por zona ocorre quando cada um dos


jogadores é responsável por um espaço específico da defesa, chamado também
de zona imaginária. Para começarmos, iniciaremos pelo sistema defensivo 6:0. Ao
observar alguns jogos de handebol, você visualizará que esse é um sistema básico
muito utilizado, ou seja, tanto equipes de alto rendimento como para a iniciação
da modalidade no contexto escolar adotam esse sistema defensivo (ZAMBERLAN,
1999).

Nesse sistema, os jogadores defensores estão distribuídos nas proximidades


da primeira linha defensiva (seis metros). Observe, a seguir, que os defensores são
denominados de 1os (extremos direito e esquerdo), 2os (laterais direito e esquerdo)
e 3os (centrais direito e esquerdo) defensores, e onde há um sombreado em torno
do jogador é o espaço que é de sua responsabilidade efetivar a ação. Isso significa
que é pequeno o espaço de responsabilidade de cada jogador, sinalizando que não
é um sistema de defesa tão cansativo se comparado, por exemplo, com o sistema
de defesa individual.

85
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 43 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO


SISTEMA POR ZONA 6:0

FONTE: Simões (2002, p. 53)

E
IMPORTANT

A nomenclatura estabelecida para os jogadores enquanto estão no sistema


defensivo é diferente de quando estão atacando, pois no handebol um jogador pode defender
na posição de 1º defensor e durante o ataque atuar como armador central, ou seja, no centro
da quadra. Isso significa que no handebol as posições de ataque e defesa podem alterar-se,
modificando a localização espacial do jogador.

Outro ponto fundamental para o sucesso do sistema 6:0 é a localização do defensor em


relação ao jogador atacante. Cada defensor tem o compromisso de ficar responsável pela
marcação de um jogador, chamado de direto. Direto será o jogador mais próximo ao defensor
e será de responsabilidade dele a marcação. Desse modo, o jogador indireto é o defensor
mais próximo do jogador que não é o seu direto.

DICAS

Para ficar mais claro, veja esse vídeo <https://www.youtube.com/


watch?v=K2sNoCfLwdo>, observe que o jogador direto do 2º defensor vai fintá-lo e o 3º
defensor vai ajudá-lo quando observa que o 2º defensor irá receber uma finta do seu direto.
Do ponto de vista do 2º defensor, ele estava marcando o seu direto, já do 3º defensor quando
ele vai ajudar está marcando o seu indireto.

Como todo sistema defensivo, oferece alguns riscos e também benefícios.


Como é um sistema de defesa que concentra seus jogadores próximos à área de
gol, oferece possibilidades do arremesso de longa distância (nove metros). Pelo
fato de estar mais distante do gol, auxilia os movimentos da defesa, como a
possibilidade de bloqueios, e no caso do goleiro facilita a defesa dos arremessos.
Como os jogadores defendem todos próximos à área de gol, há pouco espaço para
86
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

possíveis penetrações, pois oportuniza as ajudas, o que dificulta as movimentações


dos adversários próximos à área de gol.

Esse sistema defensivo pode ser efetuado de duas formas, com uma defesa
ativa ou passiva. A defesa ativa tem como princípio que a localização espacial
dos jogadores é na 1ª linha defensiva, no entanto, constantemente os jogadores
procuram pressionar o jogador de posse de bola, impedindo que o mesmo realize
suas ações e provocando o erro. Essa forma de defesa é mais agressiva, realizada
por meio do contato corporal. Já na defesa passiva os jogadores se preocupam em
evitar que haja espaço entre eles na defesa, concentrando-se próximos à área de
gol, concentrando-se em evitar que ocorram penetrações (ZAMBERLAN, 1999).

DICAS

Agora que você já se aproximou desse sistema, veja como ocorre durante uma
partida, acesse o link <https://youtu.be/vBCHhhjq-jc?list=PLGCnBZPh3Ii6y7g4fpZ3XCRnlyRe
dg2Pj&t=1> e visualize o sistema de defesa 6:0 de modo ativo sendo desenvolvido pela equipe
da Croácia, de uniforme branco (claro), nos primeiros cinco minutos de jogo.

O sistema defensivo 5:1 apresenta algumas similaridades com o sistema


6:0, mas, nesse caso, o sistema defensivo se constitui em duas linhas defensivas,
ou seja, cinco jogadores ficam na 1ª linha defensiva e um jogador fica na 2ª linha
defensiva. Como já apresentamos anteriormente, esse jogador que fica na 2ª linha
defensiva ficará mais avançado (nove metros), diferente dos demais defensores de
1ª linha defensiva, que ficam próximos à área de gol (seis metros).

FIGURA 44 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO


SISTEMA DEFENSIVO 5:1

FONTE: Simões (2002, p. 54)

87
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

Como no sistema 5:1 um jogador fica mais avançado, ele inibe os arremessos
da linha de nove metros, bem como a organização do ataque dos adversários e a
circulação da bola, o que irá dificultar as ações de penetração. Por isso, esse sistema
é adotado, em alguns casos, contra equipes que: possuem bons arremessadores da
linha de nove metros; o armador central da equipe adversária possui capacidade
de organização do ataque; que realiza a circulação da bola em ritmo acelerado;
o jogo ofensivo da equipe adversária baseia-se em um dos jogadores da equipe
(FERNÁNDEZ; VILA, 2012). Assim como há vantagens, adotar essa formação
defensiva resulta em algumas desvantagens, como dificultar as ajudas, pois terá
um maior espaço entre os cinco jogadores que estarão defendendo na 1ª linha
defensiva e, também, caso a equipe adversária utilize um ataque com dois pivôs,
tornará a defesa mais frágil (ZAMBERLAN, 1999).

Ainda vale ressaltar que, na figura acima, o jogador que fica avançado está
na posição central da quadra, no entanto, há a possibilidade desse jogador ficar
avançado em outros locais da quadra, por exemplo, lateral.

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=6LrdVEGIwxg> e assista aos


primeiros cinco minutos de jogo observando a defesa 5:1 efetuada pela equipe brasileira, de
uniforme amarelo (claro).

O sistema defensivo 4:2, assim como o sistema 5:1, desenvolve-se por meio
da distribuição dos defensores em duas linhas defensivas. O que se modifica é que
nesse sistema teremos quatro jogadores na 1ª linha defensiva e dois jogadores na
2ª linha defensiva. Optar por essa formação resulta em saber que os jogadores de
1ª linha defensiva terão um maior espaço para defender, o que oportuniza maior
liberdade para a equipe adversária realizar penetrações por meio do jogo um
contra um; oportunizando, também, movimentação do pivô; isso se deve pelo fato
de ser um sistema aberto.

88
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

FIGURA 45 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO


SISTEMA DEFENSIVO 4:2

FONTE: Simões (2002, p. 55)

No entanto, esse sistema possui algumas vantagens, como: ocupa bem o


espaço da zona central da defesa devido à sua amplitude e profundidade; dificulta
o ataque adversário; inibe arremessos na linha dos nove metros; oportuniza a saída
rápida para o contra-ataque; dificulta a circulação da bola da equipe adversária
(ZAMBERLAN, 1999). Os dois jogadores que estão avançados podem ocupar
qualquer posição, desde que se localizem na 2ª linha defensiva, assim como podem
ficar se deslocando de acordo com a movimentação da bola pela equipe adversária.

O sistema defensivo 3:3 mantém a formação em duas linhas defensivas


e é também considerado um sistema aberto. Ao contrário dos outros sistemas,
adota uma formação em que três jogadores defendem na 1ª linha defensiva (seis
metros) e três na 2ª linha defensiva (nove metros), como ilustrado na figura a
seguir. Os principais objetivos desse sistema são: dificultar a circulação da bola
da equipe adversária; inibir arremessos dos nove metros; recuperar a posse de
bola; e oportunizar a saída rápida para o contra-ataque de modo sustentado, por
possuir três jogadores avançados. É utilizado por equipes que possuem defensores
com baixa estatura e bom deslocamento defensivo (mobilidade) ao jogar contra
adversários que têm bons arremessadores de nove metros (SIMÕES, 2002).

FIGURA 46 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO SISTEMA


DEFENSIVO 3:3

FONTE: Simões (2002, p. 56)

89
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

É uma defesa aberta que necessita de defensores que marquem bem em


situações de um contra um, pois oferece possibilidade de penetrações; oportuniza
a movimentação do pivô; devido à maior distância entre os defensores, dificulta as
ajudas e troca de adversário; possui mais espaços livres e necessita de deslocamentos
longos (ZAMBERLAN, 1999).

DICAS

Observe a equipe do Chile, de uniforme azul, jogando com o sistema de defesa


3:3, no link <https://www.youtube.com/watch?v=stxVJ89Y7tQ>.

O sistema defensivo 3:2:1 mostra mais uma modificação na localização


espacial dos defensores em quadra. Nesse sistema, a defesa é constituída em três
linhas defensivas, sendo formada por três jogadores na 1ª linha defensiva, dois
jogadores na 2ª linha defensiva e um jogador na 3ª linha defensiva, o que ocasiona
uma defesa mais aberta, possibilitando mais espaços para os adversários.

Assim como todo sistema defensivo, oferece algumas vantagens, como:


possui amplitude e profundidade; em caso de interceptação da bola, possibilita
a saída rápida para o contra-ataque; dificulta a circulação da bola da equipe
adversária; inibe o arremesso dos nove metros. Como desvantagens possui:
para ser eficiente, necessita de muita movimentação dos defensores; facilita a
movimentação do pivô; devido à sua distribuição, dificulta a troca de marcação
e as ajudas; deixa muitos espaços livres e necessita de deslocamentos longos dos
defensores (ZAMBERLAN, 1999).

FIGURA 47 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO SISTEMA


DEFENSIVO 3:2:1

FONTE: Simões (2002, p. 55)

90
TÓPICO 1 | SISTEMAS TÁTICOS DE DEFESA

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=uJ91vFtK5QQ> e veja a equipe


espanhola, de uniforme vermelho, atuando no sistema defensivo 3:2:1.

Agora que já estudamos sobre os sistemas defensivos individual e por


zona, vamos entender como funciona a defesa combinada ou mista.

3.3 DEFESA COMBINADA OU MISTA


A defesa combinada também é chamada de defesa mista, pelo fato de
utilizar a combinação de outros sistemas defensivos, que são o individual e o por
zona. Desse modo, a defesa é dividida em dois compartilhamentos, um em zona e
outro que realiza a marcação individual (SIMÕES, 2002). Os sistemas defensivos
combinados compreendem os sistemas: 5+1; 4+2.

O sistema 5+1 pode ser utilizado quando um jogador da equipe adversária


desequilibra o jogo, isto é, quando é responsável por grande parte das movimentações
no ataque ou número de gols. Para evitar as ações desse jogador, adota-se a defesa
combinada, marcando ele individualmente e os demais defensores marcam em
zona, como ilustrado na figura a seguir, em que o jogador A é marcado individual.
Por isso que se chama 5+1, o 5 indica os defensores que desenvolverão a defesa por
zona e o +1 o defensor que marcará individual. O defensor que estiver efetuando
a defesa individual deverá acompanhar o jogador atacante durante todo o ataque.

FIGURA 48 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO


SISTEMA DEFENSIVO 5+1

FONTE: Simões (2002, p. 57)

91
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

No sistema 4+2, os defensores ficam distribuídos também em duas linhas


defensivas. Quatro jogadores são colocados na 1ª linha defensiva (próximos à
linha de seis metros) e dois jogadores efetuam a marcação individual em atacantes
preestabelecidos. Esse sistema é adotado quando a equipe atacante possui dois
jogadores que se sobressaem sobre os demais (ZAMBERLAN, 1999). Desse
modo, a marcação individual realizada impossibilita que organizem o jogo ou
façam uma quantidade expressiva de gols que pode desequilibrar o jogo, como
demonstra a figura a seguir, em que os dois jogadores C e A estão sendo marcados
individualmente.

FIGURA 49 – ORGANIZAÇÃO ESPACIAL DOS POSTOS ESPECÍFICOS NO


SISTEMA DEFENSIVO 4+2

FONTE: Simões (2002, p. 57)

Para reforçar ainda mais os seus conhecimentos, alertamos para os pontos


que apresentaremos no resumo.

92
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:

• A posição base defensiva é a posição que o jogador adota antes ou depois de


realizar uma ação defensiva.

• O deslocamento defensivo é a forma de mudar de um lugar para outro.

• A marcação é a ação que o defensor realiza para limitar ou controlar o adversário.

• Os sistemas defensivos podem ser compostos por três linhas defensivas,


chamadas de 1ª linha defensiva; 2ª linha defensiva; 3ª linha defensiva.

• Os sistemas defensivos podem ser por zona, individual e combinado.

• Os sistemas defensivos zonais compreendem os sistemas: 6:0; 5:1; 4:2; 3:3; 3:2:1.

• A defesa individual pode ser dividida quanto à distribuição do espaço em que


será efetivada a marcação em: quadra toda; meia quadra; 1/3 da quadra.

• Os sistemas defensivos combinados compreendem os sistemas: 5+1; 4+2.

93
AUTOATIVIDADE

1 Para impedir que os adversários realizem uma maior quantidade de gols,


as equipes adotam algum tipo de sistema defensivo. O sistema defensivo
utilizado por uma equipe depende das características da equipe adversária.
Assinale a alternativa que indica o sistema defensivo que possui um jogador
na segunda linha defensiva:

a) ( ) 6:0.
b) ( ) 1:5.
c) ( ) 3:2:1.
d) ( ) 5:1.
e) ( ) Todas as alternativas estão incorretas.

2 Uma partida de handebol ocorre sempre entre duas equipes. Essas equipes,
no decorrer do desenvolvimento da partida, deverão realizar ações ofensivas
e defensivas. Considerando as ações defensivas, analise as assertivas a seguir,
assinalando V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) O bloqueio somente pode ser efetuado durante uma ação ofensiva.


( ) O sistema defensivo 3:3 é um sistema aberto.
( ) Durante o deslocamento lateral devo efetuar o cruzamento das pernas
para maior eficiência.
( ) O sistema defensivo 4:2 é um sistema combinado.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) F – F – V – F.
b) ( ) V – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – V.
d) ( ) V – V – F – F.
e) ( ) F – V – F – F.

3 O handebol é um esporte coletivo de transição. As transições ocorrem entre


ações defensivas e ofensivas realizadas pelas equipes participantes durante
toda a partida. Considerando isso, observe a imagem que ilustra uma ação
defensiva da equipe com colete vermelho (claro) durante o desenvolvimento
de uma partida, e analise as assertivas a seguir.

94
FONTE: Disponível em: <https://i.ytimg.com/vi/mnX3vAtpOsc/maxresdefault.jpg>. Acesso
em: 16 fev. 2017.

I – A equipe está defendendo em um sistema de defesa 2:4.


II – A equipe está efetuando marcação individual em meia quadra.
III – A equipe está defendendo em um sistema de defesa 4:2.
IV – A equipe está defendendo em um sistema de defesa combinado.
V – A equipe está defendendo em um sistema de defesa por zona.

Agora, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Somente as questões I e II estão corretas.


b) ( ) Somente as questões I e V estão corretas.
c) ( ) Somente as questões III e V estão corretas.
d) ( ) Somente as questões III e IV e estão corretas.
e) ( ) Somente as questões I, III e IV estão corretas.

95
96
UNIDADE 2 TÓPICO 2

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

1 INTRODUÇÃO
Assim como estudamos no Tópico 1, o sistema de ataque ou sistema
ofensivo também possui ações técnico-táticas individuais, as quais estudamos
na Unidade 1, e ações táticas coletivas. Então, antes de iniciar o conteúdo deste
tópico, sugiro a você recordar o conteúdo desenvolvido na Unidade 1, no Tópico
3, referente ao Jogo, pois para desenvolvermos ações de ataque serão necessários
os fundamentos básicos estudados.

“A técnica sempre está a serviço de uma intenção tática; portanto, os níveis


das capacidades técnicas de um jogador e, também, de uma equipe se manifestam
por meio de ações dos jogadores conforme as intenções táticas no momento do
jogo” (FERNÁNDEZ et al. 2012c, p. 161). Dito de outra forma, no handebol as ações
ofensivas são realizadas com um jogador portando a posse de bola, no entanto,
os demais membros da equipe estão diretamente relacionados para o sucesso de
algumas ações. Por vezes, a movimentação de um jogador sem bola possibilita o
desmarque do seu companheiro de equipe, oportunizando condições de efetuar
um arremesso ou uma penetração. Por isso, a necessidade do domínio de técnicas
individuais para a compreensão e desenvolvimento de movimentações de forma
mais oportuna dentro de um sistema ofensivo.

Você já deve ter percebido, então, que para desenvolver os sistemas


ofensivos os jogadores realizam ações que irão resultar em movimentações
ofensivas, que o seu conjunto irá formar aquilo que corriqueiramente chamamos
de jogadas. Isso quer dizer que as jogadas são formadas por um conjunto de
movimentações ofensivas que envolvem mudanças de direção, trocas de ritmo,
deslocamentos, passes, bloqueios, recepção etc. Desse modo, nos próximos
subtópicos iremos estudar os sistemas ofensivos e algumas das movimentações
que podem ser realizadas.

2 SISTEMAS OFENSIVOS
O sistema ofensivo inicia quando o adversário perde a posse de bola
(NAGY-KUNSAGI, 1993). Os sistemas ofensivos são formas de organização da
equipe durante o ataque em posições específicas para obter melhor rendimento.
Os jogadores são distribuídos nas posições específicas de acordo com suas
características físicas, habilidades técnicas e ações táticas que a equipe deve

97
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

desenvolver no decorrer da partida (ZAMBERLAN, 1999). Essas ações têm


como intuito a execução do maior número de gols e são estruturadas de acordo
com qualidades da equipe e as características da equipe adversária. Os sistemas
ofensivos devem ser estruturados, segundo Zamberlan (1999), considerando
alguns princípios, como:

• Domínio das ações técnicas e táticas.


• Visão periférica.
• Progredir em direção ao gol.
• Superioridade numérica.
• Variação de gestos e ações.
• Variação de ações táticas coletivas.
• Ajuda recíproca.
• Frente de ataque amplo.
• Explorar os pontos fracos do adversário.
• Manter a posse de bola.

Esses princípios irão fundamentar os sistemas de ataque em que os jogadores


são distribuídos e estruturados nas chamadas linhas ofensivas, 1ª linha ofensiva e
2ª linha ofensiva. Os jogadores de 1ª linha ficam localizados na proximidade da
área de gol, como ilustrado na figura a seguir, os jogadores A, B e C. Já os jogadores
da 2ª linha defensiva ficam na proximidade da linha de nove metros (pontilhada)
ou um pouco mais distantes, representados pelos jogadores D, E e F.

FIGURA 50 – LINHAS DEFENSIVAS

FONTE: A autora

Essas duas linhas defensivas irão demarcar a posição dos jogadores


durante o ataque e as funções que desempenham. Os três jogadores que jogam
na 2ª linha defensiva são chamados de armadores, sendo eles: um armador
central (representado pela letra A) e dois armadores direito e esquerdo, também
chamados de lateral direito e lateral esquerdo (representados pelas letras B e C,
respectivamente). Os armadores são os jogadores que ocupam a posição central da
zona de ataque, aproximadamente próximos à linha de nove metros. Por isso, são
jogadores de meia (8-10 metros) ou longa distância (10-12 metros).

98
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

Como os armadores estão localizados no centro da zona de ataque,


necessitam ter domínio dos fundamentos técnico-táticos, pois são eles que
organizarão e distribuirão as jogadas no sistema defensivo (VIEIRA; FREITAS,
2007). Alguns dos fundamentos técnico-táticos necessários para desempenhar
suas funções, conforme Zamberlan (1999), são:

• Domínio de vários tipos de passes.


• Domínio de vários tipos de arremessos.
• Domínio de vários tipos de fintas.
• Domínio de vários tipos de deslocamentos.
• Domínio de mudanças de direção.
• Domínio da troca de ritmo (velocidade).
• Ter visão periférica.

Os jogadores E e F, representados na figura a seguir, que atacam na 1ª linha


ofensiva, são os pontas, também chamados de ala ou extremos (direito e esquerdo,
respectivamente). Localizam-se durante o sistema ofensivo nas extremidades da
quadra, na proximidade da linha da área de gol, linha lateral e linha de fundo.

FIGURA 51 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTAS

FONTE: A autora

O ideal é que tanto o armador como o ponta direita sejam canhotos, pois isso
irá oportunizar melhores chances de arremesso. Alguns dos fundamentos técnico-
táticos necessários para desempenhar a função de ponta, conforme Zamberlan
(1999), são:

• Domínio de vários tipos de arremesso (possuem menor ângulo de arremesso).


• Domínio de fintas em espaço curto (jogam muitas vezes em espaço limitado).
• Domínio de mudanças de direção e ritmo (velocidade).
• Domínio do desmarque (ficar livre de marcação).
• Jogar sem bola (procurar ser uma opção).
• Saber jogar como 2º pivô (pode ser solicitado em determinado momento da
partida).

99
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

E o último dos jogadores que compõem o sistema ofensivo é o pivô,


representado na figura a seguir pela letra D. Desempenha suas funções junto à
linha da área de gol (seis metros) e pode atuar na zona central ou lateral da quadra.
Tem como funções impedir a atuação defensiva do adversário por meio de bloqueio
ofensivo, ser opção de passe, conseguir desmarque etc. (SILVA; VIEIRA, 2007).

FIGURA 52 – LOCALIZAÇÃO DO PIVÔ

FONTE: A autora

DICAS

Acompanhe algumas dicas sobre o posicionamento do pivô no ataque através do


link <https://www.youtube.com/watch?v=o5WGQd8IM8I>.

Alguns dos fundamentos técnico-táticos necessários para desempenhar


sua função de pivô, conforme Zamberlan (1999), são:

• Domínio de arremesso pressionado (quase sempre terá que efetuar o arremesso


entre dois marcadores).
• Domínio de recepção (com uma ou as duas mãos) em espaço curto.
• Domínio do bloqueio ofensivo.
• Domínio de mudança de direção.
• Jogar sem bola (procurar ser uma opção).
• Saber desmarcar-se.

DICAS

Para se aproximar ainda mais das características e função de cada posição,


acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=ekL6Rl98TXA>.

100
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

TUROS
ESTUDOS FU

Você deve ter se perguntado: o que é bloqueio ofensivo? Não é mesmo?!


Trataremos sobre esse assunto e outras movimentações ofensivas no próximo tópico.

Assim como apresentado no tópico sobre sistema defensivo, o sistema


ofensivo também é desenvolvido em algumas fases. Isso porque há uma fase de
transição quando a equipe está defendendo e passa a atacar. O ataque é dividido
em três fases: contra-ataque; organização; ataque em sistema.

O contra-ataque é a primeira fase do sistema defensivo, um recurso que


pode ser utilizado, inicia-se quando a equipe conquista a posse de bola. Essa fase
é a ação de passar rapidamente da defesa para o ataque tendo como finalidade
o ataque rápido, com a utilização do mínimo de passes que terminam com o
arremesso ao gol (CZERWINSKI, 1993). O contra-ataque pode ser realizado
somente por um jogador (simples) ou mais jogadores (sustentado). Quando é
realizado por um jogador, pode ocorrer após roubar a bola de um jogador atacante
e dirige-se ao ataque driblando a bola, ou então, pode ser efetuado após a defesa
do goleiro e o goleiro faz um passe para o jogador já na zona de ataque, dentre
outras possibilidades. Seu objetivo é fazer o gol!

DICAS

Para visualizar essas possibilidades, acesse os links <https://www.youtube.com/


watch?v=LiIY4ijocs8> e <https://www.youtube.com/watch?v=Dz7IVNedCT0> e veja alguns
lances de contra-ataque em que o jogador recepciona a bola com uma ou as duas mãos.

FIGURA 53 – CONTRA-ATAQUE SIMPLES (UM JOGADOR)

FONTE: Zamberlan (1999, p. 178)

101
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 54 – CONTRA-ATAQUE SUSTENTADO (MAIS QUE UM JOGADOR)

FONTE: Zamberlan (1999, p. 179)

A fase de organização ocorre quando o contra-ataque não obteve êxito, ou


seja, é o momento em que a equipe valoriza a posse de bola para se organizar no
ataque de acordo com as posições específicas predeterminadas conforme o sistema
ofensivo que a equipe está utilizando no ataque (ZAMBERLAN, 1999).

O ataque em sistema é o momento em que a equipe está organizada conforme


a proposta de jogo determinada, em posições específicas, tem a finalidade de obter
uma posição favorável para o arremesso utilizando os recursos técnico-táticos
(CZERWINSKI, 1993). O sistema de jogo adotado levará em conta as características
solicitadas para serem desenvolvidas em cada posição e as qualidades técnico-
táticas do jogador.

Os sistemas mais adotados para o desenvolvimento do handebol são 3:3,


quando se tem como parâmetro a distribuição de jogadores na 1ª linha ofensiva
e na 2ª linha ofensiva; e 4:2. O sistema 3:3 possui três armadores que jogam na 2ª
linha e dois pontas e um pivô que jogam na 1ª linha ofensiva. O sistema 3:3 tem
duas variações: o 3:3 normal ou fechado e o 3:3 aberto. O que se modifica de um
sistema para o outro é a localização dos pontas na quadra (FERNÁNDEZ et al.,
2012b). Vejamos as duas opções de estrutura de forma ilustrativa.

FIGURA 55 – ESTRUTURA DO SISTEMA OFENSIVO 3:3 NORMAL E DO SISTEMA OFENSIVO


3:3 ABERTO

FONTE: A autora

102
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

Perceba que no sistema ofensivo 3:3 aberto, representado na ilustração


número 1, os pontas estão localizados no fundo da quadra, próximos à linha
de fundo. Já no sistema ofensivo 3:3 normal, os pontas estão localizados nas
proximidades da linha de nove metros. Essa é a diferença existente entre os dois
sistemas.

Além desse sistema, durante a partida pode ocorrer a variação ou


transformação em outro sistema, por exemplo, um sistema 3:3 pode alterar-se
para um sistema chamado de 2:4. Essa modificação pode ocorrer quando mais
um jogador passa a desempenhar a função de pivô e a equipe passa a atacar
com dois pivôs, ou seja, um jogador que atuava na 1ª linha ofensiva abandona
a sua posição passando a atuar de pivô (FERNÁNDEZ et al., 2012b). A partir do
momento em que a equipe opta por atacar com dois pivôs, os demais jogadores
se reorganizam no ataque para ocupar melhor a zona ofensiva. Essa variação do
sistema ofensivo ocasiona reorganização do sistema defensivo. Na figura a seguir,
um ponta passa à posição de pivô, no entanto, qualquer outro jogador poderia
ter passado a desenvolver essa função. Uma movimentação ofensiva que pode
originar o desenvolvimento do sistema com dois pivôs é o desdobramento.

TUROS
ESTUDOS FU

No próximo item, movimentações ofensivas, estudaremos mais sobre o que é o


desdobramento.

E
IMPORTANT

Lembre-se, o pivô é aquele jogador que atua próximo à área de gol. Na figura a
seguir eles são representados pelas letras D e F.

FIGURA 56 – ESTRUTURA DO SISTEMA OFENSIVO 2:4

FONTE: A autora

103
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

O jogador que passa a atuar de pivô (desdobra) deve possuir algumas


capacidades e fundamentos para poder deixar sua posição de origem e ocupar
outra função na equipe, dentre elas podemos elencar: inteligência tática, domínio
do ritmo e do momento em que deve ocupar a posição de pivô; deve ter domínio
das ações que o pivô desenvolve (FERNÁNDEZ et al., 2012b).

E
IMPORTANT

No decorrer de uma partida as equipes podem adotar quantos sistemas defensivos


e ofensivos acharem necessário. Não há limitação.

Agora que já visualizamos alguns sistemas adotados no sistema ofensivo,


vamos apresentar a vocês as movimentações ofensivas, também chamadas de
recursos utilizados no ataque, que são realizadas a partir desses sistemas.

3 MOVIMENTAÇÕES OFENSIVAS
Bom, chegamos ao último item do tópico sobre movimentações ofensivas.
Neste subtópico abordaremos as movimentações ofensivas que corriqueiramente
ocorrem no ataque. Algumas delas já apresentamos no item anterior, como o
contra-ataque ou transição ofensiva. No entanto, há outras movimentações que
você poderá estar desenvolvendo durante as aulas de Educação Física escolar.
Iremos nos ater a algumas movimentações:

• Cruzamento (simples e duplo).


• Permuta.
• Desdobramento.
• Tabela.
• Engajamento.
• Bloqueio.
• Cortina.
• Ponte aérea.

O cruzamento (simples e duplo) é a ação realizada entre dois ou mais


jogadores para trocar de posições no ataque, “para que, por meio da fixação
realizada pelo primeiro atacante em posse de bola, possa-se originar um erro na
defesa e, assim, um companheiro possa aproveitar essa circunstância passando
atrás do colega de posse da bola, liberando, desse modo, com mais facilidade o seu
braço de lançamento” (FERNÁNDEZ et al., 2012c, p. 166-167). Para realizar essa
movimentação é necessário que o jogador que inicia esteja de posse da bola; a
ação do cruzamento é efetuada pelo passe para outro jogador (ZAMBERLAN,
1999).

104
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

O jogador portando a posse de bola (c) inicia o cruzamento e o jogador A


passa por trás dele e recebe a posse de bola.

FIGURA 57 – CRUZAMENTO SIMPLES

FONTE: A autora

O que irá diferenciar o cruzamento simples do duplo é o número de


jogadores envolvidos e o número de cruzamentos realizados. Enquanto no
cruzamento simples é efetuado um cruzamento, no duplo faz-se dois cruzamentos,
resultando no envolvimento de mais jogadores. Isso significa que para realizar
um cruzamento duplo é necessário dar continuidade a um cruzamento simples,
realizando dois cruzamentos, conforme mostra a figura a seguir.

FIGURA 58 – CRUZAMENTO DUPLO

FONTE: A autora

Como demonstrado na figura, o cruzamento inicia com o jogador A, que


efetua primeiro cruzamento com o jogador C, após esse cruzamento o jogador
C realiza o segundo cruzamento com o jogador B, que tem a oportunidade de
finalizar a jogada.
105
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=m_AlOUZ7C_o> e visualize o


duplo cruzamento, sendo efetuado pela equipe de vermelho.

A permuta também é realizada por meio de um cruzamento, no entanto, o


jogador que inicia está sem a posse de bola. Em outras palavras, “é um cruzamento
sem bola, no qual os atacantes trocam de posições em postos próximos, entre dois
ou mais jogadores. Existe uma invasão de espaço no posto específico do colega,
que ocupará o espaço livre. Tais ações oportunizam uma mobilidade maior do
ataque” (FERNÁNDEZ et al., 2012c, p. 168).

FIGURA 59 – PERMUTA ENTRE OS JOGADORES A E C

FONTE: A autora

Conforme demonstrado na figura, a permuta inicia no momento em que o


jogador B está de posse da bola, então o jogador A troca de posição com o jogador
C, passando pela sua frente, e o jogador C ocupa a posição em que estava o jogador
A, passando à posição de armador central, nesse momento poderá receber a bola
e finalizar a jogada.

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=m_AlOUZ7C_o> e visualize o


duplo cruzamento, sendo efetuado pela equipe de vermelho.

106
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

O desdobramento é quando um jogador deixa a sua posição e cai de 2º


pivô, ou seja, a equipe estava jogando no sistema ofensivo 3:3 e, após passar a
bola, um dos jogadores passa a ocupar a posição de pivô. No sistema 3:3 já há
um pivô, e quando mais um jogador passa a desempenhar essa função, a equipe
ficará com dois pivôs, alterando seu sistema ofensivo para o 2:4, que corresponde
a dois jogadores atacando na 1ª linha defensiva e os demais na 2ª linha defensiva.
Observe essa movimentação na figura a seguir.

FIGURA 60 – DESDOBRAMENTO

FONTE: A autora

Na figura acima, o desdobramento ocorre quando o jogador designado pela


letra C realiza um deslocamento, passando a ocupar a posição em que a letra C está
em linha tracejada. Isto é, ele deixa de efetuar a posição de armador esquerdo,
passando a atuar como 2º pivô. A partir desse momento, a equipe tem como pivôs
os jogadores D e C.

DICAS

Observe no link <https://www.youtube.com/watch?v=4E4acr8HTEM>, após


um cruzamento entre a central da equipe de uniforme branco (claro) e a pivô, as duas
jogadoras passam a atuar de pivô, uma de cada lado. Uma situação similar ocorre durante
o ataque da equipe da Alemanha, de uniforme branco (claro), no link <https://www.youtube.
com/watch?v=EGoZUGpRcgg>, em que o ponta irá, após um cruzamento com o armador
esquerdo, ocupar a posição de pivô, passando a atuar com dois pivôs.

A tabela é quando o jogador está de posse de bola, efetua um passe para


o seu companheiro de equipe e imediatamente se desmarca de seu oponente para

107
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

receber novamente a bola. Desse modo, envolve dois jogadores, sendo que para
ocorrer necessita que um deles esteja com a posse da bola.

FIGURA 61 – MOVIMENTO DE TABELA

FONTE: Fernández et al. (2012c, p. 162)

Na figura, os jogadores A e B efetuam a tabela. O jogador A inicia o


movimento ao realizar o passe para o jogador B efetuar uma progressão sem bola
para frente e novamente receber um passe próximo à linha pontilhada. Esse tipo
de tabela é denominado como passe e vai, isto é, o jogador de posse da bola efetua
um passe e continua a progressão, após recebe mais à frente um passe, retomando
a posse da bola. Por isso há a necessidade de o jogador dominar os deslocamentos
com troca de direção e ritmo, assim como de passe e recepção.

DICAS

Visualize como isso pode acontecer no decorrer do jogo acessando <https://


www.youtube.com/watch?v=E5iIy5n7ENs>. Preste atenção aos movimentos dos jogadores
da equipe que está com o uniforme azul (escuro).

O engajamento é quando um jogador atacante inicia o movimento tentando


atrair o seu defensor direto e o indireto, para que o seu companheiro de equipe tente
ocupar os espaços criados por ele, que fixou um oponente direto e um indireto, ou
seja, dois adversários, oportunizando a algum dos companheiros de sua equipe
a ficar sem marcação. O engajamento também pode ser entendido “quando um
108
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ATAQUE

atacante penetra entre dois defensores e atrai a atenção deles, um companheiro


atacante fica sozinho. Esta é a base das progressões sucessivas, já que a partir daqui
a sequência se repete até esgotar as possíveis ajudas da defesa” (FERNÁNDEZ et
al., 2012c, p. 164). Após esgotar as possibilidades de ajuda é obtida a superioridade
numérica e um jogador atacante fica sem marcação, podendo efetuar o arremesso
livre.

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=lBcvdLShRBY> para saber mais


como funciona a movimentação do engajamento.

O bloqueio é uma movimentação que oportuniza ao jogador que efetua o


bloqueio receber a bola, abrir espaço para seus companheiros e impedir a progressão
de um defensor. É definido “quase exclusivamente como a interrupção da trajetória
do defensor por parte de um atacante sem/com a posse da bola. Realiza-se sobre
qualquer defensor, ainda que sua maior utilização se proceda no jogo estático e
quase de forma única pelo(s) pivô(s) [...]” (JUAN GRECO et al., 2012a, p. 169-170),
podendo ser efetuado de modo frontal, lateral e diagonal.

DICAS

Observe no vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=if6K6e4cXjw> que


o jogador da equipe da Croácia, de camisa branca (clara), realiza um bloqueio lateral
oportunizando ao jogador de posse de bola deslocar-se sem receber contato.

A cortina é quando um jogador, ou vários, ficam na frente de um defensor,


impedindo que o defensor faça o contato corporal no seu companheiro de
equipe, que poderá fazer um arremesso ao gol. Essa ação objetiva “interromper,
momentaneamente, a trajetória de um defensor, evitando sua progressão na
profundidade da quadra, para beneficiar o colega com ou sem a posse de bola.
É uma ação simultânea de dois atacantes, uma vez que um protege a corrida do
lançador e outro se beneficia da ação do colega” (JUAN GRECO et al., 2012b, p.
175).

109
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=ODSTqXe_j58> e veja a cortina


sendo efetuada pelo armador central de camisa azul (escura).

A última movimentação que iremos tratar é a ponte aérea. A ponte


aérea costuma ser uma ação que chama a atenção da torcida, pois para ocorrer
é necessário um jogador recepcionar a bola ainda no ar. Corriqueiramente, ela é
efetuada somente por dois jogadores, um efetua o passe e outro recebe a bola no
ar e faz o arremesso ao gol. Mas isso não quer dizer que não possa ser efetuada
por mais passes enquanto os jogadores estão no ar. Pode ser descrito o movimento
da seguinte forma: “o primeiro, também chamado de jogador iniciador, deve
passar a bola no espaço da área para um segundo atacante, também chamado de
jogador resposta, evitando a ação de interceptação do defensor direto de ambos
os jogadores e do goleiro” (JUAN GRECO; SILVA; LUCAS GRECO, 2012, p. 176).

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=D2xQaOUnqEo> e visualize


a realização de uma ponte aérea. Acesse também <https://www.youtube.com/
watch?v=xkG9BUMiK0E> e observe a ponte aérea entre vários jogadores.

E
IMPORTANT

Outra movimentação no handebol que você pode ter acesso é a quebra, a quebra
é realizada quando a mudança de ritmo ou direção de uma movimentação é ofensiva.

Caro acadêmico, como forma de revisar os pontos principais deste tópico,


atente para o resumo que será apresentado a seguir.

110
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:

• Os sistemas ofensivos são formas de organização da equipe durante o ataque


em posições específicas para obter melhor rendimento.

• Durante o ataque os jogadores são distribuídos e estruturados nas chamadas


linhas ofensivas, 1ª linha ofensiva e 2ª linha ofensiva.

• Posições de ataque no handebol: armador central; armadores ou laterais


esquerdo e direito; pontas, alas ou extremos direito e esquerdo; pivô.

• São sistemas ofensivos 3:3 (um pivô) e 2:4 (dois pivôs), durante o ataque esses
sistemas podem apresentar variações, ou transformações em outros sistemas.

• São exemplos de movimentações utilizadas durante o ataque: contra-ataque;


cruzamento (simples e duplo); permuta; desdobramento; tabela; engajamento;
bloqueio; cortina; ponte aérea; e quebra.

111
AUTOATIVIDADE

1 (Concurso Público Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – 2012 – questão


26) Baseado em Tenroller (2008), quais as ações técnico-táticas praticadas no
handebol além de bloqueios e cruzamentos?

a) ( ) Corta-luz, engajamento e quebra.


b) ( ) Engajamento, cortina e drible.
c) ( ) Corta-luz, cortina e drible.
d) ( ) Engajamento, cortina e quebra.

FONTE: Disponível em: <http://concursos.ifsul.edu.br/index2.php?option=com_docman&task


=doc_view&gid=2579&Itemid=53>. Acesso em: 6 fev. 2017.

2 (Concurso Público Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – 2012 – questão 27)


Sistema é a forma de dispor – posicionar – os jogadores em quadra, podendo
ser no ataque (sistema ofensivo) ou na defesa (sistema defensivo), tendo como
referência as marcações da área de seis metros ou, ainda, a linha pontilhada
de nove metros. Entre os sistemas de ataque, no handebol temos o sistema
posicional, que possui o objetivo de buscar a vantagem numérica a partir de
passes. De acordo com Tenroller (2008), analisando os sistemas 3+3 e o 2+4, da
variação do primeiro para o segundo, qual o nome da posição que aumenta o
número de atletas?

a) ( ) Ponta.
b) ( ) Extrema.
c) ( ) Pivô.
d) ( ) Armador.

FONTE: Disponível em: <http://concursos.ifsul.edu.br/index2.php?option=com_docman&task


=doc_view&gid=2579&Itemid=53>. Acesso em: 6 fev. 2017.

112
UNIDADE 2
TÓPICO 3

O GOLEIRO

1 INTRODUÇÃO
Os goleiros são jogadores imprescindíveis na realização de um jogo de
handebol e possuem vários papéis. São eles que passam segurança à sua equipe ao
impedirem que ocorram os gols; ao mesmo tempo, ao efetuarem defesas difíceis,
empolgam sua equipe. É ainda importante para repassar para seus companheiros
possíveis falhas no sistema defensivo, porque acompanha de perto as ações
defensivas. Também é ele que tem a oportunidade de, após a realização de uma
defesa, realizar a primeira oportunidade de gol, ou então, repor a bola em jogo.
Diante disso, um goleiro que passa segurança à sua equipe traz preocupação para
a equipe adversária, que necessita realizar bons arremessos para conseguir efetuar
um gol. Por isso, é necessário que o goleiro possua equilíbrio mental para, ao receber
um gol, continuar concentrado e, no ataque seguinte, conseguir se recompor.

O goleiro é um jogador que possui características diferenciadas. Enquanto


está atuando dentro da área de gol é solicitado um reflexo apurado, pois em
segundos é requerida a realização de determinado tipo de defesa alta, baixa e/
ou em média altura; além disso, em alguns casos tem que efetuar os movimentos
de defesa em pouca distância. Por isso, a importância da velocidade de reação
para a eficácia do desenvolvimento das defesas do goleiro. Para o goleiro efetuar
uma defesa é necessário algum tipo de arremesso, como vimos na Unidade 1. Os
arremessos são empreendidos na direção do gol, geralmente, em alta velocidade,
o que requer ainda mais movimentos rápidos do goleiro. Czerwinski (1993) indica
que os arremessos ultrapassam a velocidade de 100km/h.

Sendo assim, além de todas essas importâncias do goleiro, é ele que


irá impedir que a bola ultrapasse as balizas, após passar pelos defensores
(ZAMBERLAN,1993). Diante dessas considerações iniciais sobre o papel
desempenhado pelo goleiro no handebol, dividiremos esse tópico em posições
básicas do goleiro e tipos de defesa.

DICAS

Antes de adentrarmos ao conteúdo, assista <https://www.youtube.com/


watch?v=ry2cRUjfRUs> e observe a relevância de um goleiro bem posicionado.

113
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

2 POSIÇÕES BÁSICAS DO GOLEIRO


A posição básica do goleiro está relacionada à postura que irá adotar para
uma intervenção oportuna com rapidez e segurança, quando solicitado para a
defesa de um arremesso. Uma posição adequada se evidencia pela diminuição do
ângulo de arremesso, ao mesmo tempo em que os defensores ajudam o goleiro
encurtando o espaço de arremesso dos atacantes (CZERWINSKI, 1993). Isso
demonstra que o goleiro e a defesa trabalham em sistema de cooperação, essa
cooperação irá influenciar na posição básica adotada pelo goleiro nas diferentes
situações que possa vir a ter no decorrer da partida.

DICAS

Assista alguns lances do goleiro francês Thierry Omeyer e analise a posição básica
que ele adota, dependendo do local e posição específica do jogador durante o arremesso,
principalmente em momentos que envolvem somente ele e o jogador adversário <https://
www.youtube.com/watch?v=WgpxSdHiGAo>.

Em geral, são estabelecidas algumas regras básicas para uma melhor


colocação e consequente aproveitamento do movimento do goleiro, apontadas por
Czerwinski (1993), que podem ser modificadas pelas equipes:

a) quando o arremesso se realiza da posição do armador direito sendo o jogador


canhoto, o defensor cobre o ângulo longo do gol e o goleiro o curto;

b) quando o arremesso se realiza da posição central sendo o jogador destro, o


defensor tenta forçar uma situação que obrigue a arremessar para o lado direito
do goleiro e do gol;

c) quando o arremesso se realiza da posição do armador esquerdo sendo o jogador


destro, o defensor cobre o ângulo curto do gol e o goleiro o longo;

d) quando o arremesso se realiza da posição da ponta, o goleiro, mediante acordo


prévio com o primeiro defensor, se coloca mais próximo ou distante do poste da
baliza.

O lado longo e curto do goleiro depende do local em que ele está localizado,
por exemplo, se ele estiver junto à baliza do seu lado esquerdo, o lado longo seria
o seu lado direito (pois está mais longe da baliza direita), o lado curto seria o seu
lado esquerdo (mais perto da baliza).

114
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 62 – POSICIONAMENTO DO GOLEIRO, LONGO E CURTO

FONTE: Barcénas e Román Seco (1991, p. 264)

No caso da figura acima, o lado curto seria o lado direito do goleiro, por
estar mais próximo à baliza, e o lado longo, o lado esquerdo do goleiro, por estar
mais distante da baliza. Assim como explicado anteriormente, o lado curto e o
longo dependem da localização do goleiro entre as balizas.

Diante dessas colocações, começamos a entender que a posição básica que


o goleiro adota depende de algumas situações. Bárcenas e Román Seco (1991) nos
alertam sobre algumas, tais como:

a) a situação da bola, onde a bola está;


b) situação e posição do jogador atacante em posse da bola;
c) a mudança de posição e da situação do goleiro deve ocorrer no momento em
que o jogador passe a bola;
d) o goleiro deve concentrar-se no movimento articular da munheca do jogador de
posse da bola.

Essas situações são imprescindíveis para o êxito em uma defesa e estão


relacionadas à posição básica e aos movimentos que os goleiros realizam para
defender os arremessos. Dito isso, vamos à descrição da posição básica a partir
das zonas da quadra, iniciaremos pela zona central. Na zona central, segundo
Bárcenas e Román Seco (1991) e Zamberlan (1993), a cabeça deve estar normalmente
erguida, com visão periférica sobre a movimentação da bola; o tronco, ligeiramente
inclinado à frente, ou natural; as pernas, ligeiramente flexionadas e colocadas
simetricamente, com abertura lateral; os pés, apoiados no solo (base segura de
sustentação); e quanto aos braços, a posição pode ser descrita de quatro formas:

a) abertos e orientados para a lateral: antebraços ligeiramente flexionados (com


uma leve flexão dos cotovelos, as mãos ficam estendidas com os dedos abertos.

115
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 63 – BRAÇOS ABERTOS PARA A LATERAL

FONTE: Disponível em: <https://handeboltaubate.files.wordpress.com/2014/02/216


497_384558_img_1838.jpg?w=460&h=306>. Acesso em: 20 fev. 2017.

b) Cotovelo semiflexionado: os braços ficam na horizontal e antebraço na vertical


formando um ângulo de 90 graus, as mãos ficam estendidas com os dedos
abertos.

FIGURA 64 – COTOVELO SEMIFLEXIONADO

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


GRD_0000010197.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2017.

c) Braço e antebraço estendido para cima em forma de “V” ou “W”, as mãos ficam
estendidas com os dedos abertos.
116
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 65 – FORMA DE “V”

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.asp?i


d=29643&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 15 fev. 2017.

d) Braço e antebraço estendidos para baixo em forma de “V” invertido.

FIGURA 66 – BRAÇOS E ANTEBRAÇOS ESTENDIDOS

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.


asp?id=29643&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 18 fev.
2017.

Na zona dos extremos a posição básica se altera. A cabeça, o troco e as


pernas adotaram as mesmas posições recomendadas. No entanto, é conveniente
que o braço mais próximo à baliza se localize na altura do ombro e o antebraço

117
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

em posição vertical, com o qual se asseguram as trajetórias dos arremessos no


ângulo curto superior (BÁRCENAS; ROMÁN SECO, 1991). O outro braço adotará
a posição que permita, igualmente, uma intervenção, colocando-o na altura do
peito, conforme figura a seguir.

FIGURA 67 – ARREMESSO DOS EXTREMOS

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


NOT_MED_0000029896.jpg>. Acesso em: 15 fev. 2017.

DICAS

Visualize o vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=IvsxWb1gdRg> e veja


algumas estratégias adotadas por Maik (goleiro da seleção brasileira) em arremessos dos
pontas.

Neste outro vídeo <https://www.youtube.com/watch?v=HgZOseACXK8>, assista alguns


movimentos a serem desenvolvidos com os goleiros para defesa de arremessos das pontas.

Além disso, o goleiro realizará deslocamentos para se movimentar de um


lado para outro enquanto estiver na baliza. Para deslocar-se deverá acompanhar
a trajetória da bola, procurando estar posicionado no meio do ângulo formado
pelas balizas verticais e a bola. É aconselhado que durante o seu deslocamento o
goleiro descreva um semicírculo imaginário à frente das balizas (ZAMBERLAN,
1993), conforme mostra a figura a seguir. Outro ponto a ser observado durante o
processo de ensino e aprendizagem é que o goleiro experimente as dificuldades
que enfrentará se cruzar as pernas quando fazer o deslocamento lateral. Para
melhor aproveitamento do deslocamento não é aconselhado cruzar as pernas, pois
isso diminui o equilíbrio e a segurança do movimento.

118
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 68 – TRAJETÓRIA DE DESLOCAMENTO

FONTE: Zamberlan (1999, p. 135)

Agora que você visualizou o semicírculo imaginário, observe a postura


adotada pelo goleiro na figura a seguir.

FIGURA 69 – TRAJETÓRIA DE DESLOCAMENTO DURANTE UMA PARTIDA

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


GRD_0000008358.jpg>. Acesso em: 18 fev. 2017.

O goleiro poderá realizar deslocamentos para frente e para trás para efetuar
as defesas. Esse tipo de deslocamento vem sempre precedido do deslocamento
de uma das pernas primeiramente, aconselha-se primeiro avançar a perna mais
próxima à baliza e, após, a outra. Ainda, para repor a bola em jogo o goleiro faz a
cobrança do tiro de meta, nesse momento ele poderá utilizar do deslocamento por
meio de uma corrida frontal para pegar maior impulsão no momento do passe.
Veja na figura a seguir o goleiro realizando a reposição da bola em jogo por meio
do tiro de meta.

119
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 70 – COBRANÇA DO TIRO DE META

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


GRD_0000009332.jpg>. Acesso em: 18 fev. 2017.

Após estudarmos as posições básicas do goleiro, vamos estudar os tipos de


defesa que podem ser realizados de acordo com as exigências durante a partida.

3 TIPOS DE DEFESA
A partir da posição inicial, o goleiro utilizará de algumas técnicas para
defender as bolas arremessadas ao gol. As técnicas utilizadas, segundo Zamberlan
(1999), podem ser descritas a partir da trajetória da bola quanto à sua altura em:

• Alta
• Intermediária, meia altura ou média
• Baixa

Agora, vamos visualizar como se efetivam. Começamos pelos arremessos


altos e a realização da defesa com dois braços a partir da zona central da quadra.

3.1 DEFESAS ALTAS


As defesas altas consistem em interceptações de bolas realizadas quando
as bolas são arremessadas acima da linha do ombro do goleiro, podendo ser
efetuadas com um ou ambos os braços, com o braço e a perna, com os braços e o
tronco, saltando ou não (ZAMBERLAN, 1999).

120
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 71 – DEFESA COM DOIS BRAÇOS NA ZONA CENTRAL DA QUADRA

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/


ORIGINAL_0000013848.jpg>. Acesso em: 2 fev. 2017.

Defesa com dois braços com deslocamento lateral na zona central da


quadra.

FIGURA 72 – DEFESA COM DOIS BRAÇOS LATERAL

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/


ORIGINAL_0000017342.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

Defesa com um braço com deslocamento lateral na zona central da quadra.


Para auxiliar o goleiro, observe que as suas mãos estão levemente inclinadas para

121
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

frente, voltadas para baixo, isso oportuniza, quando realizada a defesa, que a
bola, ao tocar na mão do goleiro, retorne para baixo, no solo à frente do goleiro,
possibilitando o imediato domínio e um possível lançamento de um contra-ataque
para um companheiro de equipe (NAGY-KUNSAGI, 1993).

FIGURA 73 – DEFESA COM UM BRAÇO LATERAL

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


GRD_0000009221.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2017.

Defesa com o movimento de pernas e mão.

FIGURA 74 – MOVIMENTO DE SALTO ENVOLVENDO PERNA E MÃO

FONTE: Disponível em: <http://s2.glbimg.com/-wq4GXCnuEvkszDZ0OroEicx1qmtgD


sjY7o6lDIxKJ0NSeKjZwnqzV21NnjWlYLF/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2012/07/03/
mayssa-pessoa02.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2017.

122
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

DICAS

Aprenda um pouco mais sobre como se portar na defesa da zona central da


quadra realizada de arremessos contra pivô, acesse <HTTPS://WWW.YOUTUBE.COM/
WATCH?V=5ZIP3T1XMW4>.

3.2 DEFESAS INTERMEDIÁRIAS


As defesas intermediárias, meia altura ou médias consistem em
interceptações de bolas realizadas quando as bolas são arremessadas à altura do
quadril do goleiro, podendo ser efetuadas com um ou ambos os braços, com o
braço e a perna, quadril, saltando ou não (ZAMBERLAN, 1999).

FIGURA 75 – DEFESA INTERMEDIÁRIA COM BRAÇO NA ZONA CENTRAL DA QUADRA

FONTE: Disponível em: <http://s2.glbimg.com/hdK3dGJjIXAaV6AEWvEWlSfluQo=/45x


0:1997x1331/690x470/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2014/10/28/bombom_1_1.jpg>.
Acesso em: 18 fev. 2017.

Defesa na altura intermediária com deslocamento lateral com salto e


movimento dos braços, de forma simultânea. Nas bolas arremessadas nessa altura
e embaixo, os braços podem colaborar na realização da defesa auxiliando para
fechar o ângulo de arremesso (NAGY-KUNSAGI, 1993).

123
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 76 – DEFESA INTERMEDIÁRIA COM BRAÇOS, DESLOCAMENTO LATERAL E SALTO

FONTE: Disponível em: <http://f.i.uol.com.br/folha/esporte/images/16226343.jpeg>.


Acesso em: 10 fev. 2017.

FIGURA 77 – DEFESA INTERMEDIÁRIA COM UMA DAS PERNAS

FONTE: Disponível em: <https://edfisicacolegiao.files.wordpress.com/2013/08/


handebol-goleiro-2.jpg>. Acesso em: 10 fev. 2017.

Algumas vezes, durante a defesa, o goleiro faz o movimento e a bola bate


no seu rosto, para impedir que a bola ultrapasse as balizas. Desde que o adversário
não tenha realizado o movimento de arremesso no rosto do goleiro de modo
proposital, a partida segue normalmente após a defesa com o rosto. No entanto, se
o arremesso foi proposital, o jogador que efetuou o arremesso no rosto do goleiro
será advertido, conforme consta nas Regras Oficiais do Handebol.

124
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 78 – DEFESA COM O ROSTO

FONTE: Disponível em: <http://cdn.torcedores.com/content/uploads/2016/08/handebol.jpg>.


Acesso em: 10 fev. 2017.

3.3 DEFESAS BAIXAS


As defesas baixas consistem em interceptações de bolas realizadas quando
as bolas são arremessadas abaixo da altura do quadril do goleiro, podendo ser
efetuadas com um ou ambos os braços, com o braço e a perna, com os pés, saltando
ou não (ZAMBERLAN, 1999).

FIGURA 79 – DEFESA BAIXA COM UM DOS PÉS

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/


ORIGINAL_0000013864.jpg>. Acesso em: 2 fev. 2017

125
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 80 – DEFESA COM PÉ E UMA MÃO

FONTE: Disponível em: <https://edfisicacolegiao.files.wordpress.com/2013/08/


handebol-goleiro.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

FIGURA 81 – DEFESA BAIXA COM UMA PERNA A PARTIR DO ARREMESSO DO PONTA

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/


ORIGINAL_0000018933.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

O movimento de defesa também pode ocorrer com uma das mãos.


Geralmente ocorre esse gesto quando o goleiro recebe um arremesso no contrapé,
ou seja, estava realizando o movimento de deslocamento para um dos lados e o
atacante arremessa a bola para o outro lado. Desse modo, uma das mãos realiza o
movimento em direção à bola e a outra, juntamente com o braço, serve para ajudar
no equilíbrio do corpo.

126
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 82 – DEFESA COM UMA MÃO

FONTE: Disponível em: <https://puroesportecom.files.wordpress.com/2015/07/9309d-


maik2bdo2bsantos-handebol.png>. Acesso em: 18 fev. 2017.

Além desses tipos de defesa, tem-se a defesa em “X”, esse tipo de defesa é
geralmente realizado em casos de arremessos de pivôs e defesas de arremessos em
contra-ataque. É utilizada para surpreender o adversário e diminuir os espaços de
arremesso na altura intermediária. Para efetivar esse tipo de defesa o goleiro terá
que realizar um salto por meio de impulsão no solo, seguido de um movimento de
abdução de ombros e quadris, simultaneamente (SIMÕES, 2005). Veja nas figuras
a seguir o desenvolvimento do movimento de defesa em “X”.

FIGURA 83 – MOVIMENTO EM “X” COM MAIOR IMPULSÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/


ORIGINAL_0000017355.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

127
UNIDADE 2 | DEFENDENDO E ATACANDO

FIGURA 84 – MOVIMENTO DE “X” COM MENOR IMPULSÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000013862.


jpg>. Acesso em: 2 fev. 2017

Já em casos de arremesso de sete metros, o goleiro adota a posição básica e,


a partir da autorização da cobrança pela arbitragem e o movimento do cobrador,
realiza uma ação. Lembrando que é permitido ao goleiro se deslocar até a linha de
delimitação do goleiro marcada no chão a quatro metros de distância da linha de
fundo. Veja a seguir alguns movimentos realizados pelos goleiros durante a defesa
dos sete metros.

DICAS

Observe a posição básica utilizada pelos goleiros durante a cobrança de tiros de


sete metros, no link <https://www.youtube.com/watch?v=wDn9eFUcyfk>.

128
TÓPICO 3 | O GOLEIRO

FIGURA 85 – DEFESA DO TIRO DE 7 METROS COM MOVIMENTO SIMULTÂNEO DE


PERNAS E BRAÇOS

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.asp?id


=28671&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 14 fev. 2017.

TUROS
ESTUDOS FU

Na próxima unidade daremos continuidade aos conteúdos estudados e, em alguns


momentos, você poderá compreender melhor sobre o porquê se realizam determinadas
ações durante uma partida, por meio do que está escrito nas regras oficiais do handebol.
Ainda na próxima unidade, apresentaremos algumas modalidades do handebol diferente do
handebol de quadra!

129
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:

• O goleiro é o único jogador que pode atuar dentro e fora da área de gol.

• O goleiro é o jogador responsável por impedir que a bola ultrapasse as balizas.

• A posição básica que o goleiro adota depende da localização do jogador atacante


que estiver com a posse de bola.

• O goleiro realiza durante uma partida defesas no seu lado curto ou longo.

• As defesas realizadas pelo goleiro podem ser caracterizadas a partir da trajetória


da bola em direção ao gol quanto a sua altura em: altas, intermediárias, meia
altura ou média e baixa.

• O goleiro realizará deslocamentos para acompanhar a trajetória da bola


procurando estar posicionado no meio do ângulo formado pelas balizas verticais
e a bola.

130
AUTOATIVIDADE

1 (Concurso Público Instituto Federal Sul-Rio-Grandense – 2012 – questão


28) O handebol é um esporte coletivo, quetem por objetivo o gol, e para isso,
os jogadores podem utilizar as mãos para manusear a bola. O goleiro pode
utilizar um recurso para realizar defesas, que seria a utilização dos pés. Além
dessa possibilidade especial, qual outra ação somente o goleiro pode realizar
durante uma partida de handebol?

a) ( ) Fazer gol da sua própria área de meta.


b) ( ) Ingressar na área de seis metros do adversário.
c) ( ) Chutar a bola com o pé em direção à meta adversária.
d) ( ) Ingressar na linha de nove metros defensiva.
e) ( ) Executar o tiro de saída.

FONTE: Adaptado de <http://concursos.ifsul.edu.br/index2.php?option=com_docman&task


=doc_view&gid=2579&Itemid=53>. Acesso em: 6 fev. 2017.

2 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Timon-MA – 2014 – questão


36) No handebol, os fundamentos técnicos do goleiro recebem nomenclaturas
específicas. Marque a opção que NÃO corresponde a um fundamento técnico
do goleiro de handebol.

a) ( ) defesas baixas.
b) ( ) defesas médias.
c) ( ) defesas altas.
d) ( ) defesas com os joelhos.
e) ( ) lançamentos.

FONTE: Disponível em: <http://copese.ufpi.br/subsiteFiles/copesenovo/arquivos/files/profes


sor_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2016.

131
132
UNIDADE 3

REGRAS E ADAPTAÇÕES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:

• conhecer as regras e o preenchimento da súmula;

• apresentar o handebol em cadeira de rodas;

• reconhecer as marcações da quadra e equipamentos necessários para o


desenvolvimento do jogo do handebol indoor;

• conhecer alguns dos diversos gestos utilizados pelos árbitros para arbitrar
uma partida de handebol indoor.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos e em cada um
deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a aplicar os
conhecimentos apresentados.

TÓPICO 1 – REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

TÓPICO 2 – SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO

TÓPICO 3 – O HANDEBOL ADAPTADO

133
134
UNIDADE 3
TÓPICO 1

REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

1 INTRODUÇÃO
As regras oficiais do handebol são determinadas pela Federação
Internacional de Handebol (IHF) e são aplicadas tanto para partidas envolvendo
atletas do naipe feminino como masculino. No Brasil, compete à Confederação
Brasileira de Handebol (CBHb) a tradução das regras de jogo para o português. A
última versão foi publicada em 1º de julho de 2016.

DICAS

Para saber mais sobre a IHF, acesse <http://www.ihf.info/>.

A visualização das regras oficiais na íntegra você pode realizar no link: <http://www.
brasilhandebol.com.br/Admin/Anexos/002336_Regras%20Oficiais%20-%20Handebol%20-%20
CBHb%20-%20julho%20-%202016.pdf>.

Agora que você já visualizou o documento na íntegra, vamos abordar as


regras básicas! Para tanto, iremos apresentá-las a partir de IHF (2016), isso significa
que todas as informações sobre as regras oficiais são fundamentadas no documento
oficial.

2 NOÇÕES BÁSICAS DE REGRAS E ARBITRAGEM


Para iniciar, vamos tratar da quadra de jogo! A quadra de jogo é o local
onde se desenvolve a partida de handebol. É demarcada por algumas linhas que
determinam as ações durante o jogo. Como demonstrado na figura a seguir, a
quadra possui 40 metros de comprimento e 20 metros de largura. As linhas que
delimitam o seu comprimento são denominadas de linhas laterais, e as linhas de
largura são denominadas de linhas de fundo e referem-se a toda a extensão dos 20
metros. Na linha de fundo há um gol de cada lado da quadra, a linha situada na
extensão do gol, entre as duas balizas, é denominada de linha de gol.

135
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 86 – QUADRA DE JOGO

FONTE: A autora

Esses apontamentos e a figura acima demonstram que existem algumas


linhas na quadra de handebol. A quadra é demarcada por linhas que determinam
algumas ações que ocorrem no decorrer da partida, tais como:

• Linha central
• Linha de tiro livre
• Linha da área de gol
• Linha de sete metros
• Linha de delimitação do goleiro
• Linha de gol
• Linha de fundo
• Linha lateral

A linha central é uma linha que fica situada, como o próprio nome já
sinaliza, no centro da quadra, dividindo a quadra ao meio. Isso significa que para
cada um dos lados da quadra há um quadrado que terá 20 metros de extensão até
a linha de fundo. É sobre essa linha que as equipes cobrarão o tiro de saída para
iniciar a partida ou após sofrerem um gol.

A linha de tiro livre (também chamada de nove metros) é uma linha


tracejada que se localiza a nove metros da linha de fundo da quadra e a três metros
da linha da área de gol. Durante uma partida, quando uma equipe está atacando
e outra defendendo e ocorre uma falta entre a linha da área de gol e a linha de
tiro livre, o tiro livre é cobrado fora da linha de tiro livre. Todas as infrações que
resultem em tiro livre que ocorrerem entre a linha de tiro livre e a área de gol
deverão ser cobradas fora da linha de tiro livre da equipe defensora, e todos os

136
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

jogadores da equipe que estiver atacando devem estar posicionados do lado de


fora da linha de tiro livre.

A linha da área de gol é a linha que demarca a extensão da área de gol,


está situada a seis metros da linha de fundo e demarca o “raio de seis metros
(medidos desde o ângulo interno posterior de cada poste da baliza)” (IHF, 2016,
p. 6). Na figura a seguir é possível perceber as marcações das linhas na quadra de
handebol. A área de gol é o local que está pintado da cor laranja (escura), diferente
dos demais locais da quadra.

FIGURA 87 – ÁREA DE GOL NA QUADRA DE HANDEBOL

FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/2008_Beijing_


National_Indoor_Stadium_-_Handball.JPG>. Acesso em: 15 fev. 2017.

A linha de sete metros é uma linha paralela à linha de gol que possui um
metro de extensão e está a sete metros da linha de fundo. É atrás da linha de sete
metros (tendo como referência o gol) que é realizada a cobrança dos tiros de sete
metros.

137
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 88 – LINHA DE SETE METROS

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/galerias_detalhes.


asp?id=29915&moda=001&contexto=01&area=002&evento=>. Acesso em: 12 fev. 2017.

Durante a cobrança do tiro de sete metros o goleiro pode deslocar-se até


uma determinada distância, que é demarcada no chão pela linha de limitação do
goleiro. A linha de limitação do goleiro está situada a quatro metros de distância da
linha de gol. É medida desde “a face posterior da linha de gol até a face anterior da
linha de quatro metros” (IHF, 2016, p. 6). É proibido ao goleiro, quando autorizada
a cobrança do tiro de sete metros, “cruzar a linha de limitação do goleiro (linha
de quatro metros), ou sua projeção em ambos os lados, antes que a bola tenha
saído da mão do adversário que esteja executando um tiro de sete metros” (IHF,
2016, p. 22). Embora não seja uma situação de cobrança de tiro de sete metros,
demonstrada na figura a seguir, observe que dentro da área de gol há uma linha
entre o goleiro e o jogador que está efetuando o arremesso, essa linha é a linha de
limitação do goleiro.

FIGURA 89 – LINHA DE LIMITAÇÃO DO GOLEIRO

FONTE: Disponível em: <http://wasbrasil.com.br/midia/modalidades/51/grande/


hand1.jpg>. Acesso em: 13 fev. 2017.

138
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

As linhas de gol possuem 8 cm de largura e são demarcadas entre os postes


das balizas. As demais linhas da quadra, e também a complementação da linha de
fundo, possuem 5 cm de largura. Na figura a seguir é possível perceber a diferença
entre a largura da linha de gol e a largura da linha de fundo.

FIGURA 90 – LINHA DE GOL

FONTE: Disponível em: <http://i0.statig.com.br/bancodeimagens/28/jr/


ja/28jrjaikmh3o8xi14982rjaz6.jpg>. Acesso em: 14 fev. 2017.

Como você observou, há uma diferença da largura da linha de gol se


comparada à linha de fundo. A linha de fundo, juntamente com a linha lateral,
limita as extensões da quadra de jogo, ou seja, as linhas de fundo possuem 20
metros de comprimento e as linhas laterais 40 metros. É sobre a linha lateral que
será feita a cobrança do tiro de lateral.

TUROS
ESTUDOS FU

Adiante, apresentaremos os tipos de tiro que podem ocorrer durante uma partida.

139
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

Há também uma demarcação, realizada por linhas, chamada de zona de


substituição, que é marcada pela linha de substituição. A zona de substituição é
o local em que as equipes utilizarão para efetuar a substituição dos jogadores.
É demarcada por uma linha de 15 cm para dentro da quadra e com 15 cm para
fora da quadra a partir da linha central, medindo 4,5 metros para o lado direito
e 4,5 metros para o lado esquerdo. Cada equipe utilizará um lado para efetuar
as substituições. Por exemplo, acompanhe na figura a seguir, a equipe que está
utilizando o banco de suplentes do lado direito (equipe A) deverá efetuar as
substituições entre a linha central da quadra até 4,5 metros para o lado direito,
já a equipe B, que está ocupando o banco de suplentes do lado esquerdo, deverá
realizar a substituição entre a linha central até 4,5 metros para o lado esquerdo.

FIGURA 91 - ZONA DE SUBSTITUIÇÃO

FONTE: A autora

Agora que já conhecemos as linhas da quadra, é preciso saber que, além


das linhas, a quadra possui alguns equipamentos que são necessários para que o
jogo ocorra, como:

• Balizas
• Banco de suplentes
• Mesa de controle
• Placar

As balizas utilizadas no handebol possuem as seguintes dimensões: dois


metros de altura e três metros de largura. Observe na figura a seguir que elas são
diferentes das utilizadas no futsal, por exemplo. Os “postes e o travessão devem ter
uma secção quadrada de 8 cm. As três faces visíveis da quadra devem ser pintadas
com faixas alternadas em duas cores contrastantes que, por sua vez, contrastem
claramente com o fundo da quadra” (IHF, 2016, p. 5). Sendo assim, o formato dos
postes e do travessão é quadrado e são pintados de duas cores. Estão localizados
no centro da linha de fundo, devendo ser fixos para impedir qualquer tipo de
acidente durante a partida. Além disso, possui uma rede que propicia que a bola,
quando arremessada para dentro dela, fique dentro (parada), essa ação pode ser
visualizada na figura a seguir, em que a bola está dentro do gol junto à rede.

140
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 92 – A BALIZA

FONTE: Disponível em: <http://www.portaldozacarias.com.br/site/arquivos/imagens/


imgeditor/bol%208(1).jpg>. Acesso em: 10 fev. 2017.

O banco de suplentes é o local onde ficam os jogadores reservas ou


denominados de suplentes que não estão fazendo parte do jogo, pois uma equipe é
composta de até 14 jogadores, no entanto, somente sete podem estar na quadra de
jogo ao mesmo tempo. Isto é, os jogadores que não estiverem na quadra de jogo são
chamados de suplentes. Além dos jogadores, os oficiais da equipe também podem
ocupar o banco de suplentes. Cada equipe pode ter no máximo quatro oficiais
da equipe, que podem ser: técnico, preparador físico, fisioterapeuta, massagista,
psicólogo, depende de quais profissionais são importantes para estarem junto à
equipe (no banco de suplente) durante a partida. Esses oficiais da equipe serão
identificados por crachás de acordo com a sua função, conforme apresentado na
figura a seguir, em que o técnico está portando o crachá com a letra A.

141
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 93 – IDENTIFICAÇÃO DOS OFICIAIS DA EQUIPE

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


GRD_0000016744.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

Ainda, na Figura 94, é possível visualizar no fundo o banco de suplentes,


onde estão quatro pessoas de camisa branca (clara) à frente e no centro está a mesa
de controle. A mesa de controle é o local onde ficam o cronometrista, o secretário
e o delegado. O cronometrista “tem a responsabilidade principal de controlar o
tempo de jogo, os time-outs e os tempos de exclusão dos jogadores excluídos” (IHF,
2016, p. 60). O secretário “tem a responsabilidade principal de controlar a lista de
jogadores, a súmula de jogo, a entrada de jogadores que chegam após a partida
ter começado e o controle para a entrada de jogadores que não estão autorizados
a participar” (IHF, 2016, p. 60). Outras funções, como: “o controle do número de
jogadores e oficiais de equipe na área de substituições e a saída ou entrada de
jogadores suplentes, [..] a contagem do número de ataques [...], são consideradas
como de responsabilidade compartilhada” (IHF, 2016, p. 60), ou seja, é tarefa tanto
do cronometrista como do secretário.

FIGURA 94 – BANCO DE SUPLENTES E MESA DE CONTROLE

FONTE: Disponível em: <https://rioinloco.files.wordpress.com/2016/08/dsc02298.


jpg?w=620&h=465>. Acesso em: 13 fev. 2017.

142
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

O placar é o local onde estará disponível o tempo de jogo e o placar do jogo,


isto é, o número de gols de cada equipe. Em alguns casos, não há placar eletrônico
no local da partida, caso isso ocorra, “o cronometrista deve manter os “oficiais
responsáveis” de ambas as equipes informados sobre o tempo jogado ou o que
falta jogar, especialmente depois dos time-outs” (IHF, 2016, p. 60). Além disso,
se o placar não emitir um sinal automático de fim de jogo, o cronometrista deve
finalizar o primeiro período e a partida (IHF, 2016). E, como geralmente ocorre em
competições municipais, regionais e nacionais no Brasil, se o placar eletrônico não
apresentar os tempos de exclusão, deve ser registrado pelo cronometrista o final do
tempo de exclusão e o número do jogador excluído, em um cartão que ficará sobre
a mesa de controle. Na figura a seguir apresentamos um exemplo desse cartão que
é utilizado pela Federação Catarinense de Handebol (FCHb), nº indica o número
do jogador e retorno o tempo em que o jogador poderá retornar à quadra.

FIGURA 95 – CARTÃO RETORNO DE EXCLUSÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.fchb.com.br/?pag=conteudo&link=6&sublink=


38>. Acesso em: 15 fev. 2017.

O cronometrista e o secretário irão auxiliar os árbitros. Para o desenvol-


vimento da partida são necessários dois que possuem a mesma responsabilidade.
São eles que “monitoram a conduta dos jogadores e dos oficiais de equipe desde
o momento em que entram no recinto da partida até que o abandonem” (IHF,
2016, p. 57). Os árbitros desempenham algumas funções antes, durante e após a
partida. Algumas delas são: inspecionar a quadra de jogo, as balizas e as bolas; se
as equipes estão com uniformes apropriados; verificam se a súmula de jogo está
correta; se os jogadores estão com algum tipo de equipamento que possa colocar
em risco a integridade física dos demais jogadores, por exemplo, equipamentos
pontiagudos ou de ferro que, ao ocorrer o impacto, possam machucar; o número
de jogadores e oficiais de cada equipe; realizam o sorteio para definição de quem
iniciará com a bola e em qual lado da quadra, dentre outras funções expressas
segundo as regras oficiais (IHF, 2016).

143
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

E
IMPORTANT

Você deve estar se perguntando: se há somente dois árbitros, um cronometrista e


um secretário, caso um dos árbitros tenha uma torsão do tornozelo e fique impossibilitado de
caminhar, quem irá dar continuidade à partida? Segundo as regras oficiais, “se um dos árbitros
ficar incapacitado de continuar na partida, o outro dará prosseguimento sozinho” (IHF, 2016,
p. 57), no entanto, “a IHF e as confederações continentais e nacionais têm o direito de aplicar
regulamentações diferentes em suas áreas de responsabilidade” (IHF, 2016, p. 57). Isso significa
que poderá ocorrer alguma ação diferente se determinada por alguma dessas entidades
especificadas.

Até o momento apresentamos a quadra, suas marcações e os equipamentos


necessários que a quadra tem que possuir, mas, para que uma partida de handebol
possa ocorrer é fundamental ter a bola. A bola deve possuir algumas características,
como: ser de material de couro ou sintético; esférica; não pode ser brilhante nem
escorregadia. Dependendo da idade dos jogadores, será adotado um tipo de bola
para o desenvolvimento do jogo com uma circunferência e um peso específicos. No
caso do handebol, há a possibilidade de o jogo ser jogado com três tipos de bola,
H1L; H2L; ou H3L. A de tamanho 1, conhecida como H1L, possui entre 50 - 52 cm
e 290 – 330 g, é utilizada quando a partida envolve jogadores entre oito e 12 anos
e jogadoras entre oito e 14 anos. A de tamanho 2 (H2L) tem de 54 – 56 cm e 325 a
375 g, utilizada para mulheres e equipes juvenis femininas (acima de 14 anos) e
equipes masculinas com idade entre 12 e 16 anos. A de tamanho 3 (H3L) tem entre
58 – 60 cm e 425 – 475 g e é utilizada para homens e equipes juvenis masculinas
acima de 16 anos (IHF, 2016). Na Figura 96, a jogadora está segurando uma bola
tamanho 2, observe o tamanho da bola na mão dela.

FIGURA 96 – BOLA DE HANDEBOL H2L

FONTE: Disponível em: <http://old.gazetapress.com/v.php?1:905796:6>. Acesso em:


13 fev. 2017.

144
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

Além disso, para uma partida ter início deve haver duas bolas disponíveis,
uma que será utilizada de imediato, ao iniciar o jogo, e outra que será a bola
reserva e ficará disponível na mesa de controle. Quem decide qual bola será
utilizada no início da partida e qual será a bola reserva são os árbitros (IHF, 2016).
Na Figura 97 é possível observar alguns modelos de bolas de handebol. Olhando
atentamente, perceberá que as bolas estão “sujas”, isso ocorre porque durante a
partida é permitido aos jogadores a utilização da cola. A cola é uma substância
que os jogadores passam na bola que permite mais aderência, pois no decorrer do
desenvolvimento do jogo a bola torna-se um pouco escorregadia devido ao suor
dos próprios jogadores.

FIGURA 97 – BOLAS DE HANDEBOL

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/GRD_0000017531.jpg>.


Acesso em: 2 jan. 2017.

Agora que já sabemos onde o jogo se desenvolve e os equipamentos


necessários para o andamento da partida, vamos conhecer um pouco sobre as
regras que envolvem o andamento da partida! Uma partida de handebol ocorre em
um tempo específico marcado pelo 1º tempo e o 2º tempo, durante o 1º e o 2º tempo
há o intervalo de jogo. A duração de uma partida entre jogadores de idade igual
ou acima de 16 anos é de dois tempos de 30 minutos com 10 minutos de intervalo.
Já em partidas entre jogadores com idade entre 12 e 16 anos é de dois tempos de
25 minutos, e no caso de jogadores com idade entre oito e 12 anos a duração é de
dois tempos de 20 minutos. O intervalo de jogo é o mesmo em qualquer categoria,
sendo de 10 minutos (IHF, 2016).

Em algumas competições, ou em decisões de título, uma partida não


pode terminar empatada, sendo necessário definir um vencedor. Caso a partida
termine empatada haverá uma prorrogação, também denominada de tempo extra,
após um intervalo de cinco minutos. A prorrogação será jogada por meio de dois
tempos com duração de cinco minutos cada tempo, com intervalo de um minuto.
Se o empate persistir, será novamente jogada mais uma prorrogação no mesmo
formato (dois tempos de cinco minutos cada, com intervalo de um minuto entre os
tempos). Se a partida continuar empatada, “o vencedor será determinado de acordo

145
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

com o regulamento particular da competição. No caso em que a decisão for usar o


tiro de sete metros como desempate para conhecer o vencedor, os procedimentos
indicados a seguir devem ser seguidos” (IHF, 2016, p. 10).

No caso em que for adotada, para definir o vencedor, a cobrança de tiro de


sete metros, a IHF (2016) indica os seguintes procedimentos:

• Poderão participar das cobranças os jogadores que não estão excluídos ou


desqualificados ao final do tempo de jogo.
• Cada equipe deverá nomear cinco jogadores para efetuar as cobranças.
• Cada um dos cinco jogadores executará um arremesso cada.
• As cobranças serão realizados de modo alternado com os jogadores da outra
equipe.
• Não é necessário que as equipes predeterminem a sequência dos cobradores.
• Os goleiros podem participar das cobranças dos tiros de sete metros como
arremessadores e goleiros.
• Os árbitros decidem em qual baliza serão efetuadas todas as cobranças.
• Os árbitros fazem um sorteio e a equipe vencedora escolhe se deseja arremessar
por primeiro ou por último.
• Caso após os cinco arremessos de cada equipe ainda persistir o empate, cada
equipe deve, de novo, nomear cinco jogadores (podem ser os mesmos da
primeira rodada ou outros).
• Nessa rodada, o vencedor será decidido logo que houver um gol de diferença,
após cada equipe ter realizado o mesmo número de arremessos, isso significa
que os cinco jogadores nomeados poderão ou não realizar a cobrança.

DICAS

Acesse o link <https://www.youtube.com/watch?v=wDn9eFUcyfk&t=82s> e


visualize a decisão do título sendo realizada por meio da cobrança de tiros de sete metros.

E
IMPORTANT

Sintetizando e relembrando!
Em uma partida entre equipes do sexo masculino, composta por jogadores de 16 anos, será
utilizada uma bola tamanho 2 (H2L) e terá duração de dois tempos de 30 minutos, com 10
minutos de intervalo.

146
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

Para iniciar a partida o árbitro apita autorizando o tiro de saída, os primeiros


30 minutos do 1º tempo terminam com o sinal do placar ou, como já apresentamos
anteriormente, do cronometrista, o mesmo ocorre para indicar o fim do jogo (2º
tempo ou tempo extra). “Se nenhum sinal soar, o árbitro, o cronometrista ou o
delegado apitam para indicar que o tempo de jogo terminou” (IHF, 2016, p. 11).

E
IMPORTANT

Toda ocorrência antes de soar o apito final deverá ser cobrada. Por exemplo, se o
árbitro marcou um tiro livre e, em seguida, toca o sinal do placar indicando o fim do jogo, o tiro
livre deverá ser cobrado em um arremesso direto para o gol. O jogador que for executar o tiro
livre somente poderá arremessar a bola em direção ao gol, não poderá saltar ou realizar o passe
para um companheiro. O mesmo ocorre se é sinalizado tiro de sete metros e o sinal do placar
sinalizar final do 1º tempo da partida, o tiro de sete metros deverá ser executado.

Mencionamos que para iniciar a partida será autorizado o tiro de saída. No


handebol, durante a partida ocorrem alguns tipos de tiros:

• Tiro de saída
• Tiro de meta
• Tiro lateral
• Tiro livre
• Tiro de sete metros

O tiro de saída é cobrado para iniciar a partida, o início do 2º tempo e, se


necessário, para iniciar as prorrogações. Para iniciar a partida o tiro de saída será
cobrado pela equipe que ganhou o sorteio e escolheu iniciar com a posse de bola.
Para iniciar o 2º tempo da partida a equipe que não o executou no começo da
partida irá efetuar. Para as prorrogações será realizado um novo sorteio antes de
cada prorrogação para definir quem inicia com a posse de bola. Para o tiro de saída
no começo de cada período (incluindo os períodos das prorrogações), todos os
jogadores devem estar em sua própria metade da quadra. Também será realizado
um tiro de saída sempre depois de um gol, executado pela equipe que sofreu o gol.
O tiro de saída se executa no centro da quadra, com tolerância para os lados de
aproximadamente 1,5 metro para qualquer direção do centro da quadra de jogo. É
precedido por um apito e deve ser executado dentro dos três segundos seguintes.
O jogador que irá efetuar a cobrança deve posicionar-se com, pelo menos, um pé
em contato com a linha central e o outro pé sobre ou atrás da linha. Para a cobrança
de tiros de saída após um gol convertido, os jogadores da equipe adversária têm
permissão de permanecerem em ambas as metades da quadra de jogo, respeitando
três metros de distância do jogador que irá efetuar a cobrança.

147
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

E
IMPORTANT

Para cobrança de qualquer tipo de tiro, exceto o tiro de meta, os jogadores da


equipe adversária deverão ocupar uma posição a três metros de distância do cobrador.

Caso algum jogador da equipe adversária esteja posicionado em um local


ficando mais próximo ao jogador que três metros de distância, um dos árbitros irá
solicitar que ele se afaste. Para essa solicitação o árbitro fará o gesto representado
na figura a seguir.

FIGURA 98 – MANTER A DISTÂNCIA DE TRÊS METROS

FONTE: IHF (2016, p. 66)

O tiro de meta é executado sempre pelo goleiro, sem o apito dos árbitros,
realizado por meio de um passe efetuado para fora da área de gol. Segundo a IHF
(2016), é concedido tiro de meta quando:

• um jogador da equipe adversária invadir a área de gol (em nenhum caso os


jogadores de linha, durante o jogo ou da equipe adversária, podem utilizar-se
da área de gol);
• o goleiro controlar a bola em sua área de gol ou a bola ficar parada no solo
dentro da área de gol (quando a bola está em contato com o solo dentro da área,
somente o goleiro pode tocá-la);
• um jogador da equipe adversária tocar a bola enquanto ela estiver rolando ou
estiver parada dentro da área de gol (somente o goleiro pode tocar a bola dentro
da área);
148
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

• a bola cruzar a linha de fundo, depois de ter sido tocada por último pelo goleiro
ou pelo jogador da equipe adversária (ao contrário do que ocorre no futsal,
quando o goleiro toca a bola por último e ela sai pela linha de fundo, a posse de
bola permanece com o goleiro).

Sempre será cobrado pelo goleiro, isso significa que se a equipe estiver
sem o goleiro naquele momento, deverá fazer uma substituição para a entrada do
goleiro que realizará a cobrança (IHF, 2016). Na Figura 99 é possível observar de
forma ilustrativa a sinalização que o árbitro deverá fazer para indicar que é tiro de
meta.

FIGURA 99 – TIRO DE META

FONTE: IHF (2016, p. 66)

O tiro lateral é concedido a uma das equipes “quando a bola cruzar


completamente a linha lateral, ou quando um jogador de quadra da equipe
defensora for o último a tocar a bola antes de ela cruzar a linha de fundo de sua
própria equipe” (IHF, 2016, p. 36). Também será concedido quando a bola tocar o
teto ou algum objeto fixo sobre a quadra.

O tiro lateral é executado sem o apito dos árbitros, por um dos jogadores
adversários da equipe cujo jogador tocou por último a bola antes dela ter cruzado
a linha ou tocado o teto ou objeto fixo. É executado no lugar onde a bola saiu da
quadra; ou, se ela cruzou a linha de fundo, da intersecção entre a linha lateral e a
linha de fundo deste mesmo lado. No caso de a bola ter tocado o teto ou um objeto
fixo sobre a quadra, o passe será efetuado do lugar mais próximo, sobre a linha
lateral mais próxima em relação ao lugar onde a bola tocou o teto ou objeto fixo.
Para realizar a cobrança do tiro lateral, o executante deverá permanecer com um
pé em contato com a linha lateral e efetuar o passe em direção à quadra de jogo.
O outro pé do jogador poderá ficar em qualquer lugar (IHF, 2016). Para indicar

149
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

qual equipe deverá efetuar a cobrança do tiro lateral, o árbitro deverá assinalar
conforme a Figura 100, indicando a direção tendo como parâmetro o lado em que
a equipe estiver atacando.

FIGURA 100 – TIRO LATERAL

FONTE: IHF (2016, p. 66)

Em relação ao tiro livre, a princípio, os árbitros interrompem o jogo e o


reiniciam com um tiro livre para os adversários quando:

• a equipe em posse de bola comete uma infração que conduz à perda de posse
da mesma (exemplo, um jogador realiza mais que três passos com a bola na
mão; um jogador fica mais de três segundos com a bola nas mãos sem realizar
nenhuma ação ofensiva; tocar a bola com o pé; se um jogador de posse de bola
pisar com um ou os dois pés fora da quadra);

• os adversários cometem uma violação das regras que cause, para a equipe em
posse de bola, sua perda (exemplo, se um jogador colocar um adversário em
perigo durante uma ação defensiva; quando um jogador defensor entrar na área
de gol e ganhar vantagem; se um jogador recuar a bola para o goleiro de sua
equipe e o goleiro estiver dentro da área de gol).

Quando um dos árbitros sinalizar um tiro livre e um dos jogadores da


equipe adversária estiver com a bola nas mãos, deve, imediatamente, apoiá-la ou
soltá-la no solo, pois caso arremesse a bola para longe estará infringindo a regra e
receberá uma punição (IHF, 2016).

150
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

TUROS
ESTUDOS FU

Adiante falaremos sobre as punições que podem ser recebidas durante uma
partida de handebol.

O tiro livre é normalmente cobrado sem o apito dos árbitros, e no local em


que ocorreu a infração. Em alguns casos, o tiro livre será cobrado com a autorização
da arbitragem, como casos em que o tiro livre será executado após um time-out.

TUROS
ESTUDOS FU

Após abordarmos os tipos de tiros, trataremos do time-out.

Um tiro livre não pode ser executado dentro da área de gol da própria
equipe ou dentro da linha de tiro livre da equipe adversária. Caso um tiro livre
tenha sido marcado enquanto a bola estava dentro da área ou dentro da linha de
tiro livre, deverá ser cobrado no ponto mais próximo imediatamente no lado de
fora dessa área (IHF, 2016). Sempre que um árbitro assinalar tiro livre, deverá fazer
o gesto apontado na figura a seguir.

FIGURA 101 – TIRO LIVRE

FONTE: IHF (2016, p. 66)

151
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

O tiro de sete metros é executado por meio de um arremesso ao gol, após


três segundos do apito do árbitro. O jogador que for excutar o tiro de sete metros
deverá posicionar-se atrás da linha de sete metros. Depois da autorização (apito)
do árbitro, o jogador não deve tocar nem cruzar a linha de sete metros, nem mesmo
colocar a bola no chão ou realizar um drible, antes que a bola tenha saído de sua
mão. Observe o posicionamento da jogadora ao executar o tiro de sete metros, na
Figura 102.

FIGURA 102 – POSICIONAMENTO TIRO DE SETE METROS

FONTE: Disponível em: <http://www.dicionarioolimpico.com.br/uploads/cenarios/730e5d260e17


832c9bfe63cb36afbf7d.jpg>. Acesso em: 20 fev. 2017.

E
IMPORTANT

Você pode se perguntar: é possível, ao invés do jogador arremessar a bola para o


gol, fazer um passe para um dos seus companheiros de equipe? Segundo as regras oficiais do
handebol, isso não pode ocorrer, pois “após a execução do tiro de sete metros, a bola não deve
ser tocada novamente pelo executante ou por um de seus companheiros, até que ela tenha
sido tocada por um adversário ou a baliza” (IHF, 2016, p. 46).

152
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

Quando um jogador estiver posicionado para efetuar a cobrança do tiro de


sete metros, os companheiros de equipe devem localizar-se fora da linha de tiro
livre e permanecerem nessa posição até que a bola tenha saído de sua mão. Caso
algum dos seus companheiros não cumprir a regra, será marcado um tiro livre
contra a equipe do executante do tiro de sete metros. Já os jogadores da equipe
adversária deverão também estar fora da linha de tiro livre e, pelo menos, a três
metros de distância da linha de sete metros, até que a bola tenha saído da mão do
executante. Se isso não ocorrer, a cobrança será recobrada se não tiver resultado
em gol. O goleiro, como já abordado anteriormente, não poderá cruzar a linha
de limitação (linha de quatro metros) antes que a bola tenha saído da mão do
executante (IHF, 2016).

No momento em que o árbitro assinalar sete metros, o goleiro poderá ser


substituído, no entanto, não será permitido trocar o goleiro quando o jogador
executante estiver pronto para executar o tiro de sete metros, parado na posição
correta e com a bola na mão (IHF, 2016).

DICAS

Acompanhe no link <https://www.youtube.com/watch?v=1XN00Gvpdv8> alguns


tiros de sete metros. Aproveite e observe o posicionamento do goleiro e a linha de limitação
do goleiro.

Será anotado tiro de sete metros a uma das equipes, segundo a IHF (2016),
quando:

• Uma clara chance de marcar um gol for impedida de forma antirregulamentar,


em qualquer lugar da quadra, por um jogador ou oficial da equipe adversária.

• Houver um apito não justificado no momento de uma clara chance de gol.

• Uma clara chance de gol for impedida através da intervenção de uma pessoa não
participante do jogo (espectador entra na quadra ou quando algum espectador
detiver os jogadores usando um apito).

• Houver uma infração por “força maior”, como uma repentina falha elétrica que
faça parar o jogo precisamente durante uma clara chance de gol.

Quando é concedido “um tiro de sete metros, os árbitros podem solicitar


um time-out, porém, somente quando houver um atraso substancial, por exemplo,
devido a uma substituição do goleiro ou do executante” (IHF, 2016, p. 46).

153
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

No que se refere ao tempo de jogo, durante a partida o cronômetro que


indica o tempo de jogo somente é parado se solicitado pela arbitragem ou pelos
integrantes da mesa de controle, por meio de três apitos curtos e a sinalização
apresentada na Figura 103, indicando a solicitação do time-out (interrupção da
partida), que terá sua duração de acordo com a exigência dos árbitros.

FIGURA 103 – INDICAÇÃO DE TIME-OUT

FONTE: IHF (2016, p. 68)

Após o time-out, o jogo deve ser recomeçado da maneira que correspondia


à situação existente quando solicitado (IHF, 2016). É obrigatório um time-out,
segundo IHF (2016), quando:

a) uma exclusão por dois minutos ou uma desqualificação for aplicada (para o
jogador se retirar da quadra);

b) um tempo técnico for concedido (para uma das duas equipes);

c) houver um sinal de apito do cronometrista ou do delegado técnico (para indicar


alguma infração ou conversar com os árbitros);

d) consultas entre os árbitros forem necessárias (para evitar interrupções na


partida, é permitida aos árbitros a utilização de equipamento eletrônico para
sua comunicação pessoal, como demonstrado na figura a seguir);

154
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 104 – EQUIPAMENTO ELETRÔNICO UTILIZADO POR ÁRBITROS

FONTE: Disponível em: <https://2.bp.blogspot.com/-3_OKoZDqgYM/VuVY9p11TsIAA


AAAAAA5sc/ggVZLw9Esfoeu3qKw5HtCv3xYC-GG7oBw/s1600/Nilson_Rog%25C3
%25A9rio%2BCBHb.png>. Acesso em: 20 fev. 2017.

e) for solicitado atendimento a um atleta (nesse caso, a arbitragem deverá


autorizar a entrada na quadra das pessoas para efetuar o atendimento, sinalizando
com o gesto indicado na Figura 105).

FIGURA 105 – PERMISSÃO PARA QUE DUAS PESSOAS (QUE ESTÃO


AUTORIZADAS A PARTICIPAR) ENTREM NA QUADRA DE JOGO DURANTE
UM TIME-OUT

FONTE: IHF (2016, p. 68)

155
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

O oficial de equipe, ao entrar na quadra, deve estar devidamente identificado


com o crachá. Sempre que um oficial de equipe estiver no banco de suplentes,
deverá estar portando o crachá que o identifica. Na figura a seguir, observe uma
situação em que o jogador está caído na quadra e um oficial entra para efetuar o
atendimento.

FIGURA 106 – ATENDIMENTO AO JOGADOR

FONTE: Disponível em: <http://www.lance.com.br/files/main_gallery/uploads/2016/08/11


/57ace3f455ffb.jpeg>. Acesso em: 20 fev. 2017.


Quando um jogador recebe atendimento médico dentro da quadra de jogo,
como na figura anterior, o jogador tem que sair de quadra imediatamente (sendo
substituído). Após sair da quadra, somente poderá retornar após o terceiro ataque
de sua própria equipe (IHF, 2016).

Caso um jogador esteja sangrando ou tenha sangue no seu corpo ou


uniforme, deve sair da quadra imediatamente e voluntariamente (por meio de
uma substituição), de modo a estancar o sangramento, cobrir a ferida e limpar o
corpo e o uniforme. Esse jogador não deve retornar à quadra de jogo apresentando
qualquer um dos tipos de sangramento ou marcas citadas (IHF, 2016).

Para iniciar uma partida, uma equipe pode ter até 14 jogadores e no máximo
sete jogadores podem estar em quadra ao mesmo tempo. Temos que prestar atenção
ao que é mencionado nas regras oficiais: somente o goleiro pode entrar na área de
gol, para ele ser considerado goleiro deve estar identificado como tal. O goleiro
pode, a qualquer momento, sair da área de gol e tornar-se um jogador de linha e
sofrerá as mesmas punições que qualquer jogador de linha. Ao mesmo tempo em
que um jogador de linha (de quadra) pode tornar-se o goleiro a qualquer momento,
desde que esteja identificado como goleiro. No entanto, chamamos atenção para
essa informação: uma equipe pode optar por, em determinado momento do jogo,
156
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

estar com sete jogadores de quadra e sem o goleiro, entretanto, nenhum desses
jogadores poderá entrar na área de gol. Para poder entrar na área de gol, algum dos
jogadores de quadra terá que sair da quadra e o goleiro (devidamente identificado
como tal) deverá entrar na quadra (IHF, 2016).

DICAS

Veja como funciona no decorrer do jogo o ataque com sete jogadores de linha
(de quadra) e momentaneamente a equipe fica sem goleiro <https://www.youtube.com/
watch?v=GBcEut-Ud1Q>.

Para iniciar uma partida é necessário que a equipe tenha ao menos cinco
jogadores. No decorrer da partida esse número pode ser aumentado em até 14,
e “a partida pode continuar mesmo quando uma equipe ficar reduzida a menos
de cinco jogadores na quadra. Depende dos árbitros julgarem se e quando uma
partida deveria ser definitivamente suspensa” (IHF, 2016, p. 16).

Relembrando!

Os jogadores que estiverem, momentaneamente, fora da quadra de jogo


serão chamados de suplentes e deverão ocupar o banco de suplentes. Esses
jogadores podem a qualquer momento da partida entrar na quadra de jogo, desde
que um jogador que estava na quadra de jogo já tenha saído da quadra para ele
entrar. “Os jogadores envolvidos na substituição devem sempre sair e entrar na
quadra através da sua própria linha de substituição. Estas prerrogativas também
se aplicam para a substituição dos goleiros” (IHF, 2016, p. 17).

E
IMPORTANT

O local de entrada e saída pela zona de substituição também se aplica durante um


time-out (exceto durante um tempo técnico).

Sempre que um jogador realizar uma falta de substituição, ou seja, entrar


na quadra antes que o seu companheiro de equipe esteja com os dois pés fora da
quadra ou sair da quadra em qualquer local diferente da zona de substituição,
deverá ser penalizado com uma exclusão de dois minutos para o jogador infrator.
Caso mais de um jogador da equipe cometer uma falta de substituição na mesma
situação, somente o primeiro jogador que realizou a infração será penalizado.
Outro caso pode ocorrer se um jogador adicional entrar na quadra sem fazer uma
157
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

substituição, ou se um suplente interferir ilegalmente no jogo a partir da área de


substituição. Nesses casos, o jogador que efetuar tal irregularidade deverá receber
a exclusão de dois minutos (IHF, 2016).

E
IMPORTANT

Quando um jogador recebe a exclusão de dois minutos, o jogador deve ficar dois
minutos fora da quadra (no banco de suplentes). Além disso, a equipe ficará nos próximos dois
minutos com um jogador a menos em quadra, podendo ser completada após os dois minutos.

Caso durante a exclusão dos dois minutos o jogador entrar na quadra antes
de terminados os dois minutos, “deverá receber uma exclusão de dois minutos
adicional. Esta exclusão deve começar imediatamente, e a equipe deve ser reduzida
na quadra em mais um jogador, que cumprirá o tempo que faltava da primeira
exclusão” (IHF, 2016, p. 18). Veja na Figura 107 a sinalização do árbitro para um
jogador que recebe dois minutos.

FIGURA 107 – DOIS MINUTOS

FONTE: Disponível em: <http://www.ihf.info/files/uploads/PhotoGallery/PG-qat%20nor-M%20BF-


rod%20magnus%20abelvik-01-photo-uros%20hocevar-ihf.jpg>. Acesso em: 2 jan. 2017.

Observando a Figura 107, iremos notar que os jogadores de linha das


equipes possuem um mesmo uniforme (uma equipe com uniforme de cor escura
e outra equipe com uniforme de cor clara) e o goleiro de uma das equipes possui
uniforme diferente da cor das equipes.

158
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

Sobre os uniformes, alguns elementos devem ser observados, de acordo


com IHF (2016), tais como:

• Todos os jogadores de quadra de uma equipe devem vestir uniformes idênticos.

• As combinações de cores e desenhos para as duas equipes devem ser claramente


diferentes.

• Todos os jogadores que jogam na posição de goleiro numa equipe devem vestir
a mesma cor, uma cor que os diferencie dos jogadores de quadra de ambas as
equipes, bem como do(s) goleiro(s) da equipe adversária.

• Os número que aparecem nas camisas dos jogadores deverão ser de 1 a 99.

• As cores dos números devem promover um contraste com as cores e desenhos


da camisa.

• Os jogadores devem utilizar calçados esportivos que não possuam qualquer


tipo de material que coloque em risco a integridade dos companheiros de
equipe e adversários.

• Assim como não é permitida a utilização de alguns implementos, “por exemplo,


proteção para a cabeça, máscara de rosto, luvas, braceletes, pulseiras, relógios,
anéis, piercings visíveis, colares ou gargantilhas, brincos, óculos sem tiras de
sustentação ou com armação sólida ou qualquer outro objeto que possa ser
perigoso” (IHF, 2016, p. 19).

Agora vamos às situações que ocorrem durante uma partida!

Na Unidade 2 abordamos sobre os fundamentos técnico-táticos, nesse


momento traremos algumas situações que ocorrem a partir dos fundamentos e o
que é permitido ou não permitido através das regras oficiais.

Sobre o manejo de bola é permitido, segundo a IHF (2016):

• Lançar, agarrar, parar, empurrar ou golpear a bola usando as mãos (abertas ou


fechadas), braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos.

• Segurar a bola durante, no máximo, três segundos, também quando ela estiver
em contato com o solo.

• Dar no máximo três passos com a bola.

159
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

E
IMPORTANT

É considerado um passo, no handebol, quando um jogador:


a) que estiver parado com ambos os pés em contato com o solo levanta um pé e o apoia
novamente ou move um pé de um lugar ao outro;
b) estiver tocando o solo somente com um pé, agarra a bola e então toca o solo com o outro
pé;
c) após um salto, toca o solo somente com um pé e então salta novamente sobre o mesmo
pé ou toca o solo com o outro pé;
d) após um salto toca o solo com ambos os pés simultaneamente e então levanta um pé e o
apoia novamente ou move um pé de um lugar para outro.

Ainda sobre o manejo de bola é permitido, segundo a IHF (2016), estando


parado ou correndo:

• quicar a bola uma vez e agarrá-la novamente com uma ou duas mãos;

• quicar a bola repetidamente com uma mão (drible) e então agarrá-la ou pegá-la
novamente com uma ou ambas as mãos;

• rolar a bola sobre o solo repetidamente com uma mão e então agarrá-la ou pegá-
la de novo com uma ou ambas as mãos.

• quando a bola for dominada com uma ou ambas as mãos, ela deve ser jogada
dentro dos três segundos seguintes ou depois de no máximo três passos;

• passar a bola de uma mão para a outra sem perder contato com ela;

• passar a bola enquanto ajoelhado, sentado ou deitado no solo.

E
IMPORTANT

O ato do quique ou drible é iniciado quando o jogador toca a bola com qualquer
parte de seu corpo e a lança em direção ao solo. Após a bola ter tocado em outro jogador ou
na baliza, se permite a este jogador dar um toque na bola ou quicá-la e agarrá-la novamente
(IHF, 2016).

No entanto, não é permitido durante o manejo de bola (IHF, 2016):

• tocar a bola mais de uma vez depois que ela foi controlada, a menos que ela
tenha tocado o solo, outro jogador ou a baliza neste meio tempo;
160
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

• tocar a bola com o pé ou com a perna abaixo do joelho, exceto quando a bola for
arremessada por um adversário;

• um jogador em posse da bola se movimentar apoiando um ou ambos os pés


fora da quadra (e a bola ainda estiver dentro da quadra).

Durante o processo de ensino e aprendizagem, alguns pontos temos que


ressaltar e relembrar aos alunos! Um dos pontos é que quando realizado um drible,
o jogador não pode segurar a bola e depois retornar a driblá-la. Caso o jogador faça
isto, será sinalizado duplo drible, ou seja, bateu, segurou e bateu novamente a bola
no solo. A sinalização para o duplo drible é feita conforme a Figura 108 a seguir.

FIGURA 108 – DUPLO DRIBLE

FONTE: IHF (2016, p. 64)

Outro ponto bem comum de ocorrer é o sobrepasso, isto é, o jogador realiza


mais que três passos com a bola nas mãos, no handebol é permitido a um jogador
de posse de bola dar apenas três passos com a bola nas mãos. Se ultrapassar esse
número, o árbitro irá apitar e sinalizar, como mostra a figura a seguir. A mesma
sinalização será adotada se o jogador ficar mais de três segundos com a bola nas
mãos sem fazer uma ação ofensiva.

161
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 109 – SOBREPASSOS OU SEGURAR A BOLA POR MAIS


DE TRÊS SEGUNDOS

FONTE: IHF (2016, p. 64)

E
IMPORTANT

Você deve estar se perguntando: o que acontece quando a bola toca em um dos
árbitros? A resposta é: o jogo continua normalmente.

A partida de handebol é marcada por ações defensivas e ofensivas, no


entanto, em alguns momentos uma das equipes não apresenta objetividade.
Durante a partida “não é permitido manter a bola em posse sem realizar nenhuma
tentativa reconhecível de ataque ou arremesso à baliza. Similarmente, não é
permitido atrasar repetidamente a execução de um tiro de saída, tiro livre, tiro
lateral ou tiro de meta de sua própria equipe” (IHF, 2016, p. 27). Quando isso ocorre
é considerado como jogo passivo e deve ser penalizado com um tiro livre contra
a equipe em posse de bola, sendo que o tiro livre será executado do lugar onde
a bola estava quando o jogo foi interrompido. No momento em que os árbitros
observam uma tendência ao jogo passivo, o gesto pré-passivo de advertência será
indicado pelos árbitros. Isso oportunizará à equipe em posse de bola mudar sua
maneira de atacar, para evitar a perda de posse de bola. Veja na figura a seguir o
gesto que os árbitros farão para indicar o pré-passivo.

162
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 110 – PRÉ-PASSIVO

FONTE: IHF (2016)

Quando os árbitros fazem esse gesto, a equipe atacante tem no máximo


seis passes para arremessar à baliza. Caso isso não ocorra, será designado contra a
equipe de posse de bola um tiro livre, e a arbitragem fará gesto de passivo, como
demonstrado na figura a seguir.

FIGURA 111 – JOGO PASSIVO

FONTE: IHF (2016, p. 67)

163
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

Durante a partida é permitido aos jogadores, de acordo com a Federação


Internacional de Handebol (2016):

• Usar uma mão aberta para tirar a bola da mão de outro jogador (no entanto, não
é permitido arrancar ou golpear a bola que está nas mãos do adversário).

• Usar os braços flexionados para fazer contato corporal com um adversário, e


desta maneira controlá-lo e acompanhá-lo (no entanto, não é permitido bloquear
ou empurrar o adversário com braços, mãos ou pernas ou usar qualquer parte
do corpo para deslocá-lo ou empurrá-lo para fora da posição; isto inclui o uso
perigoso dos cotovelos, seja em uma posição de início ou em movimento).

• Usar o tronco para bloquear o adversário na luta pela posição (no entanto, não
é permitido agarrar um adversário; correr ou saltar sobre um adversário).

FIGURA 112 – MARCAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000018986.


jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

Quando um jogador é golpeado pelo seu adversário, o árbitro apita e faz a


sinalização expressa na Figura 113, advertindo a ação realizada pelo jogador.

164
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 113 – GOLPEAR

FONTE: IHF (2016, p. 65)

Já na Figura 114, o jogador é empurrado pelo adversário ao não conseguir


detê-lo.

FIGURA 114 – EMPURRANDO O JOGADOR

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/


ORIGINAL_0000017215.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

Quando a regra se refere a não ser permitido agarrar ou segurar um


adversário, pode ser pelo corpo ou uniforme. Nas figuras a seguir é possível
observar os jogadores sendo segurados pelo corpo e uniforme em diferentes
situações que podem ocorrer durante uma partida. Se algum adversário fizer isso,
o árbitro fará a sinalização apresentada a seguir.
165
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 115 – DETER, SEGURAR OU EMPURRAR

FONTE: IHF (2016, p. 65)

FIGURA 116 – PUXANDO O ADVERSÁRIO DURANTE A REALIZAÇÃO DE UM PASSE

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000017349.


jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

166
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 117 – AGARRANDO O ADVERSÁRIO POR TRÁS APÓS NÃO CONSEGUIR MARCÁ-LO

FONTE: CBHb. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Fotos/


GRD_0000017586.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2017.

FIGURA 118 – SEGURANDO O ADVERSÁRIO PELA CINTURA APÓS NÃO CONSEGUIR MARCÁ-LO
DE FRENTE

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_0000012874.


jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

167
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

Além disso, quando é realizado algo que não é permitido perante as


regras oficiais, caracterizado como infração onde a ação é principalmente ou
exclusivamente dirigida ao corpo do adversário, deve implicar uma sanção
disciplinar. As sanções disciplinares podem resultar em tiro livre ou tiro de
sete metros, podendo ser sancionada progressivamente, começando com uma
advertência, seguindo com exclusões por dois minutos e uma desqualificação.
Quando ocorrem infrações mais severas, há três níveis de punições, com base nos
seguintes critérios de tomada de decisão:

• devem ser sancionadas com uma exclusão por dois minutos imediata (o jogador
fica por dois minutos fora da partida);

• devem ser sancionadas com uma desqualificação (o jogador ao ser desqualificado


não pode mais retornar à partida e não pode mais ocupar o banco de suplentes);

• devem ser sancionadas com uma desqualificação, o que requer um relatório


escrito (o jogador ao ser desqualificado não pode mais retornar à partida e não
pode mais ocupar o banco de suplentes, além disso, como requer um relatório
escrito, poderá sofrer mais algumas punições após a partida).

Para os árbitros definirem qual a sanção disciplinar mais adequada são


utilizados alguns critérios, descritos pela IHF (2016), como:

• posição do jogador que comete a infração (posição frontal, pelo lado ou por trás);

• parte do corpo contra a qual é dirigida a ação ilegal (tronco, braço de arremesso,
pernas, cabeça/garganta/pescoço);

• dinâmica da ação ilegal (a intensidade do contato corporal ilegal, e/ou uma


infração cometida quando o adversário está em velocidade total);

• o efeito da ação ilegal: impacto sobre o corpo e o controle da bola; diminuição


ou impossibilidade da capacidade de mover-se; impedimento à continuidade
do jogo.

Para a realização do julgamento das infrações também é relevante a situação


de jogo em que foi efetuada (por exemplo, ação de arremesso; correr para ocupar
um espaço vazio; situações com alta velocidade de movimento) (IHF, 2016).

Algumas dessas infrações justificam a exclusão por dois minutos imediata do


jogador, principalmente aquelas em que expõe o adversário ao perigo, por exemplo:

• em alta intensidade ou contra um adversário que está correndo em grande


velocidade;

• agarrar um adversário por um longo tempo ou derrubá-lo, como demonstrado


na Figura 119;

168
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

• faltas contra a cabeça, garganta ou pescoço, como perceptível na figura a seguir;

• golpes fortes contra o tronco ou braço de arremesso;

• tentar fazer com que o adversário perca o controle corporal (por exemplo,
agarrar a perna ou pé de um adversário que está saltando;

• correr ou saltar com grande velocidade contra um adversário.

FIGURA 119 – DERRUBAR O ADVERSÁRIO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_


0000012900.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

FIGURA 120 – GOLPEANDO O ADVERSÁRIO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL


_0000012790.jpg>. Acesso em: 8 fev. 2017.

169
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

Além das situações supracitadas, a IHF (2016) justifica a sanção imediata


aos jogadores em dois minutos de exclusão nos seguintes casos:

• lançar ou golpear a bola para longe, de maneira demonstrativa, depois de uma


decisão dos árbitros (como forma de protesto da decisão tomada);

• o goleiro demonstrativamente se recusar a defender um tiro de sete metros;

• arremessar deliberadamente a bola em um jogador adversário durante uma


interrupção de jogo;

• quando o executante de um tiro de sete metros golpeia a cabeça do goleiro, se o


goleiro não mover sua cabeça na direção da bola;

• o executante de um tiro livre golpeia a cabeça de um defensor, se o defensor não


mover sua cabeça em direção à bola;

• ato de revanche após sofrer uma falta.

E
IMPORTANT

A terceira exclusão do mesmo jogador por dois minutos sempre implicará na


sua desqualificação.

Outro tipo de sanção que um jogador poderá receber é a desqualificação.


Um jogador é passível de ser desqualificado quando possa colocar em perigo a
saúde do adversário. “Um risco especial para a saúde do adversário surge da
alta intensidade da infração ou do fato de que o adversário está completamente
desprevenido e não pode proteger a si mesmo da infração” (IHF, 2016, p. 30). Além
disso, também se aplica aos seguintes critérios de tomada de decisão:

• perda do controle do corpo enquanto correndo ou saltando, ou durante uma


ação de arremesso;

• ação particularmente agressiva contra uma parte do corpo do adversário,


especialmente rosto, garganta ou pescoço (a intensidade do contato corporal);

• atitude imprudente demonstrada pelo jogador culpado quando comete a


infração.

Quando um jogador é desqualificado, o árbitro deverá indicar o jogador e


mostrar o cartão vermelho para ele.

170
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 121 – DESQUALIFICAÇÃO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_000001


7112.jpg>. Acesso em: 8 fev. 2017.

Há ainda as desqualificações que devem também resultar no


acompanhamento de um relatório escrito, nesses casos o árbitro indica o jogador
e sinaliza segurando ao alto um cartão azul. Esse tipo de desqualificação pode
ser concedido “se os árbitros encontrarem uma ação particularmente imprudente,
perigosa, premeditada ou maliciosa, devem enviar um relatório escrito após a
partida, de modo que as autoridades responsáveis estejam em posição de tomar
uma decisão sobre as medidas posteriores” (IHF, 2016, p. 31).

FIGURA 122 - ADVERTÊNCIA (AMARELO); DESQUALIFICAÇÃO


(VERMELHO) E INFORMAÇÃO DE RELATÓRIO ESCRITO (AZUL)

FONTE: IHF (2016, p. 67)

171
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

O cartão amarelo é uma advertência, ou seja, uma punição concedida


por ações quando: a) devam ser sancionadas progressivamente; b) condutas
antidesportivas devam ser sancionadas progressivamente (IHF, 2016). Sempre
quando um árbitro for advertir um jogador com o cartão amarelo, ele sinalizará
qual atleta está recebendo o cartão amarelo e levantará o cartão com um dos braços
para o alto.

FIGURA 123 – SINALIZAÇÃO CARTÃO AMARELO

FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/ORIGINAL_000


0012869.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

E
IMPORTANT

Um jogador, individualmente, pode receber somente uma advertência e os


jogadores de uma equipe recebem até três advertências no total. Após as três advertências
sancionadas, por meio de cartões amarelos, a punição deveria ser pelo menos uma exclusão
por dois minutos.

Diante de todas essas marcações, ainda não falamos sobre quando é


anotado um gol. O gol é “marcado quando a bola ultrapassar completamente a
linha de gol” (IHF, 2016, p. 35). O árbitro de gol, que fica próximo à linha de fundo,
confirma a validade do gol com dois apitos curtos e mostra ao mesmo tempo a
sinalização expressa na figura a seguir. Após ser sinalizado um gol, a equipe que
sofreu o gol deverá cobrar um tiro de saída.

172
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

FIGURA 124 – SINALIZAÇÃO GOL

FONTE: IHF (2016, p. 67)

Na Figura 125, observe algumas possibilidades de uma bola ao ser


arremessada entrar na baliza. Somente será validado gol quando a bola ultrapassar
completamente a linha de gol, ou seja, das três possibilidades ilustradas, somente
em um caso o árbitro sinalizará como gol.

FIGURA 125 – VALIDADE DE UM GOL

FONTE: IHF (2016, p. 36)

173
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

DICAS

Caso você queira saber de outras possíveis condutas e ações que podem ser
realizadas ou não durante uma partida, consulte o livro de regras oficiais disponível
no link: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Anexos/002336_Regras%20Oficiais%20
-%20Handebol%20-%20CBHb%20-%20julho%20-%202016.pdf>. No livro, você encontrará
outros gestos feitos pela arbitragem para sinalizar infrações.

Em 2016 houve algumas mudanças nas regras oficiais do handebol, assim


como alguns árbitros brasileiros participaram da arbitragem dos Jogos Olímpicos.
Acompanhe no texto a seguir pontos importantes sobre a arbitragem e a expectativa
de atuar em um grande evento esportivo, nas palavras de dois árbitros brasileiros
que fizeram parte da equipe de arbitragem.

LEITURA COMPLEMENTAR

Entrevista com Rogério Pinto e Nilson Menezes

Dupla de árbitros brasileiros fala da expectativa para os Jogos Olímpicos,


das novas regras do handebol e de como é o entrosamento para apitar em dupla

A experiente dupla de árbitros, Rogério


Pinto e Nilson Menezes, completa 20 anos de
parceria em 2016, e a recompensa não poderia
ser melhor: atuar nos Jogos Olímpicos do Rio
de Janeiro. A participação no maior evento
esportivo do planeta não é um sonho só dos
atletas, todo profissional envolvido com o
esporte quer coroar a carreira fazendo parte
desse megaevento. A dupla brasileira, que já
esteve na edição de Pequim, fala um pouco
da expectativa de atuar agora em casa, sobre a
preparação que está fazendo para isso e sobre
as novas regras que serão aplicadas.  

CBHb - Vocês já participaram dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e


agora estarão no Rio de Janeiro. Como vocês receberam a notícia dessa convocação
para a segunda Olimpíada?

Rogério - Recebemos com muita felicidade. No cenário atual, são raros os


árbitros com duas Olimpíadas no currículo e, por isso também, estamos muito
felizes. Assim como todo esportista sonha em estar nas Olimpíadas, nós, árbitros,
também temos esse objetivo pessoal. Estaremos lá para representar a arbitragem

174
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

brasileira e pan-americana. Trabalhamos muito para conseguir esse objetivo


novamente. Participamos dos principais torneios nesse ciclo e agora estamos
colhendo o que plantamos. 

Nilson - Foi uma alegria imensa. Desde 2008, em Pequim, continuamos


trabalhando para participar mais uma vez dos Jogos Olímpicos. Foi com muito
entusiasmo que recebemos a notícia. Agora é trabalhar a cada dia como vínhamos
fazendo e desfrutar do momento quando chegar as Olimpíadas.

CBHb - Qual a expectativa de atuar em uma Olimpíada em casa?

R - É fazer o melhor possível. A responsabilidade é a mesma de outras


competições. Claro que existe o diferencial de ser na nossa casa, com os familiares
assistindo. Teremos a nossa torcida também e queremos agradar a todos.

N - Apitar em casa não é da mesma forma. A responsabilidade aumenta.


Estaremos representando o Brasil, a América e nossos amigos estarão assistindo
e esperando um bom trabalho nosso. Temos que retribuir à altura o convite da
Federação Internacional de Handebol (IHF). Assim como esperamos que a nossa
Seleção vá muito bem e chegue no pódio, também queremos apitar um jogo que
valha medalha.

CBHb - Antes dos Jogos Olímpicos, vocês também vão participar do Pré-
Olímpico de Malmö, na Suécia, de 8 a 10 de abril. Será um bom preparatório?

R - Com certeza será um bom preparatório. Será um torneio muito forte.


Os árbitros já terão que estar muito bem preparados, porque as equipes vão dar a
vida pela vaga olímpica e nós vamos ter que controlar aquela ansiedade natural
dos técnicos e jogadores.

N - Será um excelente preparatório. Serão quatro equipes brigando por


duas vagas olímpicas. É uma oportunidade de ouro para nos testarmos. Não será
fácil, mas a nossa preparação vem de cinco anos. Temos que dar continuidade
ao trabalho que realizamos lá atrás e, nos próximos meses, estudar bastante para
chegarmos na nossa melhor forma nos Jogos Olímpicos.

CBHb - Em 2015 vocês foram convidados para atuar no campeonato suíço


e qatari. Como foi a experiência? Ajudou na evolução de vocês?

R - Foram campeonatos fortes e com maioria de jogadores europeus. São


culturas diferentes. Desenvolvemos um trabalho interessante e, com certeza,
evoluímos com isso.

N - A experiência foi ótima. São níveis de jogo europeu. Arbitramos


com muita tranquilidade e fizemos um bom trabalho. O pessoal da comissão de
arbitragem da IHF, que estava nos avaliando, também gostou bastante do nosso
trabalho. 

175
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

CBHb - Hoje, com toda essa experiência, como vocês avaliam o nível da
arbitragem da modalidade?

R - A arbitragem está passando por um excelente momento. Nesses últimos


anos, estamos tendo grande aprendizado com as novas tecnologias. Como as
equipes evoluem, a arbitragem também precisa avançar. Aliás, temos que estar
até um passo à frente dos clubes. Acho que a grande mudança nesses últimos
anos veio a partir de 2010, quando foram definidos os critérios para punições
para cartão amarelo, vermelho e punições de dois minutos. Deixou o jogo menos
interpretativo.

N - Mundialmente, a arbitragem evoluiu muito. Nos torneios internacionais


sempre há uma ou duas duplas das Américas. Já no Brasil está sendo desenvolvido
um trabalho muito bom de formação e aprimoramento dos árbitros.

CBHb - Como é o entrosamento da dupla, vocês têm sempre o mesmo


posicionamento?

R - O segredo de trabalhar em dupla é justamente tentar manter o mesmo


critério. Leva um pouco de tempo, mas trabalhando com a mesma pessoa você
consegue um bom entrosamento para que os dois apitem com o mesmo estilo. A
amizade fora de quadra também é importante para que tudo saia bem no trabalho.

N - A dupla tem que estar alinhada dentro e fora de quadra. Com o tempo
os dois árbitros vão adaptando as suas características até os dois atingirem um
ponto comum. Hoje nosso entrosamento é muito bom. Já nos conhecemos há anos
e fica muito fácil trabalhar em conjunto.

CBHb - Recentemente, a IHF implantou cinco mudanças nas regras, que


vão começar a valer oficialmente a partir de julho. O que vocês acharam dessas
mudanças?

R - Acredito que toda mudança que vem para melhorar o jogo é bem-
vinda. Nesse caso, foi para deixar a partida mais dinâmica. As novas regras foram
aplicadas nos Mundiais Júnior e Juvenil. Já estamos tratando desse assunto há um
ano e as regras foram bem aceitas.

N - Essas mudanças já foram testadas nos Mundiais Juvenil e Júnior. Pelo


que conversamos, foram mudanças positivas. Quando elas entrarem em vigor, o
jogo vai ficar mais dinâmico e o esporte mais atrativo. Para os árbitros será um
trabalho maior para se adaptarem, mas com treinamento vamos pegando prática.

CBHb - Vocês acham que foi uma boa escolha da IHF implantar as regras
antes dos Jogos Olímpicos?

R - Acredito que elas vieram em boa hora. As regras já foram testadas e


bem aceitas. As equipes já tinham conhecimento de que isso poderia acontecer.
Além disso, este será um ótimo momento para colocar as regras em prática. É um
evento que será assistido em todo o mundo.
176
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

N - No geral, as mudanças vêm sempre depois dos Jogos Olímpicos,


mas foi um desejo muito grande que elas entrassem agora. Os técnicos também
concordaram que elas poderiam ser aplicadas nas Olimpíadas, pois é o maior evento
esportivo do mundo e, como as novas regras são para trazer mais dinamismo, para
a televisão será uma boa ter um jogo mais rápido. Então, acho que a intenção é ver
como todo mundo se adéqua para depois analisar como o esporte ganha com isso.

Confira as novas regras:

1. Goleiro-linha

Regras 4:1 parágrafo 3, Regras 4:4-5-6-7

A Regra 4 permanece totalmente válida em vista das especificações para


um goleiro ser substituído por um jogador. Contudo, a seguinte extensão da regra
será implementada:

1. Uma equipe pode estar em quadra com sete jogadores de campo ao mesmo
tempo. Este é o caso se um jogador de campo substitui um goleiro. Não é
obrigatório estar vestido com a mesma cor da camisa do goleiro.

2. Se a equipe está jogando com sete jogadores de campo, nenhum jogador pode
exercer a função de goleiro, ou seja, nenhum jogador pode entrar na área para
ocupar a posição de goleiro. Quando a bola está em jogo e um dos sete jogadores
de linha entrar na área e destruir uma clara chance de gol, a equipe adversária
terá um tiro de sete metros. A Regra 8:7f será aplicada.

3. No caso de substituição, as regras 4:4-7 (regras normais para substituição de


jogadores) serão aplicadas. Em tal caso, o goleiro reassume todos os seus
direitos de acordo com as regras 5 e 6.

4. Se uma equipe está jogando com sete jogadores de campo e tem que executar
um tiro de meta, um dos jogadores deve deixar o campo em uma substituição
normal e o goleiro retorna para sua área de gol para executar este tiro. Os
árbitros decidirão se um time-out é necessário. 

2. Jogador lesionado

Instruções para os árbitros sobre a Regra 4:11 Parágrafo 1:

* Se os árbitros estão totalmente seguros de que um jogador lesionado precisa de


atendimento médico dentro da quadra, eles imediatamente mostram os gestos
nos 15 e 16. Não será permitido que os oficiais da equipe se recusem a entrar na
quadra de jogo.

* Em todos os outros casos, os árbitros pedirão aos jogadores que se levantem


e que recebam atendimento médico fora da quadra antes de usarem o gesto
formal no 16.
177
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

* Qualquer jogador ou oficial de equipe que não cumpra essa disposição será
punido por atitude antidesportiva.

Parágrafo 1 é alterado como segue: 

• Depois de receber atendimento médico dentro da quadra, o jogador deve sair


da quadra de jogo.

• Ele pode entrar somente quando o terceiro ataque de sua equipe for completado.
Os delegados técnicos serão responsáveis em controlar esta situação.

• Um ataque começa com a posse de bola e termina quando um gol for marcado
ou a equipe atacante perder a bola.

• Se a equipe está em posse de bola quando seu jogador precisar atendimento


médico, este ataque já é contado como primeiro ataque.

• Se o jogador entrar na quadra de jogo antes do final dos três ataques, ele deve
ser punido como entrada ilegal (falta de substituição).

• A disposição acima mencionada não se aplica se a necessidade do atendimento


da lesão dentro da quadra de jogo for o resultado do comportamento irregular
do adversário que foi punido progressivamente pelos árbitros.

• Esta regra não se aplica quando a cabeça de um goleiro for atingida e este
necessitar de atendimento médico dentro da quadra.

3. Jogo Passivo

Manutenção das Regras básicas:

- As Regras 7:11 e 7:12 permanecem válidas.


- O Esclarecimento 4, Seções A, B e C e Anexo E permanecem inalterados.

Esclarecimento 4, Seção D, é especificado a seguir:

• Depois de mostrar o sinal de pré-passivo, os árbitros podem apitar jogo passivo


a qualquer momento se eles não reconhecerem uma tentativa em alcançar uma
posição para arremessar ao gol. 

• Depois de mostrar o sinal de pré-passivo, a equipe advertida tem um total de


seis passes para arremessar ao gol.

• Se depois de no máximo seis passes nenhum arremesso ao gol for feito, um dos
árbitros apita jogo passivo (tiro livre para a outra equipe).

• Se um tiro livre for concedido para a equipe atacante, o número de passes não
será interrompido.
178
TÓPICO 1 | REGRAS DO HANDEBOL INDOOR

• Se um arremesso for bloqueado pela equipe defensora, o número de passes não


será interrompido.

• Se uma falta for cometida pela equipe defensora após o sexto passe, mas antes
que os árbitros tenham apitado por jogo passivo, esta infração resultará em um
tiro livre para a equipe atacante. Neste caso, a equipe atacante terá um passe
adicional para completar o ataque, além da possibilidade de executar o tiro
livre direto.

• O número de passes contados pelos árbitros é uma decisão com base


na observação dos fatos de acordo com a Regra 17:11 Parágrafo 1.

4. Último Minuto

Regras 8:5, 8:6, 8:10c e 8:10d são ajustadas como segue:

1. As palavras "último minuto de jogo" devem ser trocadas por "últimos 30


segundos de jogo".

2. Uma falta segundo a Regra 8:10c (bola fora de jogo) será punida com uma
desqualificação sem relatório escrito, e um tiro de sete metros deve ser concedido
para a equipe adversária.

3. Uma falta segundo as Regras 8:10d, 8:5 será punida com uma desqualificação
sem relatório escrito, e um tiro de sete metros deve ser concedido para a equipe
adversária.

4. Uma falta segundo as Regras 8:10d e 8:6 será punida com uma desqualificação
com relatório escrito, e um tiro de sete metros deve ser concedido para a equipe
adversária.

5. Nos casos 3) e 4) deverá ser aplicado o seguinte:

 1. O atacante está apto a arremessar e marcar um gol: Não será concedido
sete metros.
 2. O atacante passa a bola, seu companheiro falha em marcar um gol: Será
concedido sete metros.
  3. O atacante passa a bola, seu companheiro marca o gol: Não será
concedido tiro de sete metros. 

5. Cartão Azul

Regra 16:8 (Regras 8:6, 8:10) o último parágrafo é alterado como segue:

• A informação será feita mostrando um cartão azul (em conjunto com o cartão
vermelho).

• O cartão azul deve estar em posse dos árbitros.


179
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

Os árbitros mostrarão primeiro o cartão vermelho e depois, após uma breve


conversa, o cartão azul.

As seguintes cinco mudanças nas regras do jogo devem ser publicadas em


1° de março de 2016 e devem ser usadas a partir de 1° de julho de 2016.

1. Goleiro-linha. Um jogador de linha pode ser o sétimo jogador em quadra no


lugar do goleiro.

2. Jogador lesionado. Um jogador lesionado deve sair da quadra de jogo após ter
recebido atendimento médico dentro da quadra e somente pode retornar após
o terceiro ataque de sua equipe for completado.

3. Jogo Passivo. Após ser mostrado o sinal de pré-passivo, a equipe advertida terá
um total de seis passes para arremessar em gol.

4. Último minuto. Nas Regras 8:5, 8:6, 8:10c, 8:10d as palavras "último minuto de
jogo" devem ser trocadas por "últimos 30 segundos de jogo".

5. Cartão Azul. Os árbitros têm um cartão azul somado aos cartões amarelo e
vermelho para providenciar maior clareza relacionada com a desqualificação
de um jogador. Se este cartão for mostrado, um relatório escrito acompanhará a
súmula e a Comissão Disciplinar será responsável por maiores ações.

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/noticias_detalhes.


asp?id=31560&moda=&contexto=&area=0%&evento=>. Acesso em: 25 mar. 2017.

180
RESUMO DO TÓPICO 1

Neste tópico, você aprendeu que:

• Um gol é válido quando a bola ultrapassa a linha de gol.

• Somente o goleiro pode entrar e sair de dentro da área de gol.

• Um jogador pode receber as seguintes sanções no handebol: advertência;


exclusões por dois minutos; desqualificação; desqualificação com registro em
Relatório Arbitral.

• Quando um árbitro levanta um dos braços segurando em sua mão um cartão


amarelo e sinaliza com o outro braço o jogador, está indicando que esse jogador
recebeu uma advertência.

• Quando um árbitro levanta um dos braços com dois dedos, um ao lado do


outro, levantados e sinaliza com o outro braço o jogador, está indicando que esse
jogador recebeu uma exclusão por dois minutos.

• Quando um jogador é excluso por dois minutos, deve se dirigir para o banco de
suplentes pelos próximos dois minutos e a equipe ficará com um jogador a menos
por dois minutos.

• Quando um árbitro levanta um dos braços segurando em sua mão um cartão


vermelho e sinaliza com o outro braço o jogador, está indicando que esse jogador
foi desqualificado. Toda desqualificação vem acompanhada de uma exclusão por
dois minutos; passado esse tempo, outro jogador pode entrar e completar a equipe.

• Quando um jogador é desqualificado, ele não pode mais retornar à quadra


de jogo e deve sair do espaço da quadra de jogo (não pode sentar no banco de
suplentes, deve ir para a arquibancada ou vestiário).

• Quando um árbitro levanta um dos braços segurando em sua mão um cartão


azul e sinaliza com o outro braço o jogador, está indicando que esse jogador foi
desqualificado e a ocorrência será registrada em Relatório Arbitral.

• É permitido a um jogador de posse de bola dar até três passos. Caso um jogador
realize mais que três passos, será sinalizado que o jogador caminhou (sobrepasso).

• É permitido ao jogador realizar o drible (quicar a bola), no entanto, ao segurar


não pode mais tornar a batê-la. Caso isso ocorra será sinalizado duplo drible.

181
AUTOATIVIDADE

1 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Água Doce – 2014 – questão


37) Durante uma aula de Educação Física, o professor Pedro está realizando
um jogo de handebol com seus alunos. Paula é uma aluna que está na equipe
vermelha e recebe a bola de outra colega de equipe por um passe. Ao receber
a bola, Paula não sabe o que fazer com ela e a segura com as duas mãos junto
ao peito. O professor aguarda e, percebendo que Paula segura a bola junto
ao peito com as duas mãos durante seis segundos, apita, sinalizando que a
bola deveria ser da outra equipe. Paula pediu então para o professor Pedro
explicar o que ela havia feito de errado nesse lance. Analisando as alternativas
a seguir e o fato que gerou dúvidas em Paula, responda qual das alternativas
deveria ser a resposta do professor à aluna.

a) ( ) Você segurou a bola utilizando as duas mãos, no jogo de handebol só


é permitido segurar a bola com uma das mãos.
b) ( ) Quando você segurou a bola, mexeu o seu pé de apoio que estava no
solo, isso não é permitido no handebol.
c) ( ) Você segurou a bola sem driblar, passar ou arremessar por mais de
três segundos, e isso não é permitido no handebol.
d) ( ) Quando você recebeu a bola, estava na quadra de defesa, como a bola
veio da quadra de ataque, ela foi recuada, isso não é permitido no handebol.
e) ( ) Você segurou a bola com as duas mãos e realizou ao não passar a bola
a infração de duplo-drible.
FONTE: Adaptado de: <http://www.unoesc.edu.br/images/uploads/unoesc/Prova_Concurso_-_
Professor_de_Educa%C3%A7%C3%A3o_F%C3%ADsica_-_Superior_2.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2017.

2 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Timon–MA – 2014 – questão


43) No handebol, a duração normal de uma partida para todas as equipes com
jogadores de idade igual ou acima de 17 anos é de:

a) ( ) 2 tempos de 20 minutos.
b) ( ) 2 tempos de 25 minutos.
c) ( ) 2 tempos de 30 minutos.
d) ( ) 2 tempos de 35 minutos.
e) ( ) 2 tempos de 40 minutos.
FONTE: Disponível em: <http://copese.ufpi.br/subsiteFiles/copesenovo/arquivos/files/
professor_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2016.

3 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Pacajus–CE – 2014 – questão


39) A respeito da modalidade esportiva handebol, é CORRETO afirmar que:

a) ( ) É permitido utilizar o punho para tirar a bola do adversário.

182
b) ( ) No handebol um tiro livre é ordenado quando há conduta
antirregulamentar por ocasião de um tiro de sete metros.
c) ( ) No handebol o tiro de sete metros é um lançamento direto ao gol e
deve ser executado dentro dos quatro segundos após o apito do árbitro.
d) ( ) As alternativas B e C estão corretas.
e) ( ) Nenhuma das alternativas estão corretas.
FONTE: Disponível em: <http://www.consep-pi.com.br/admin/upload/
documentos/78e26b7607.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2017.

4 (Concurso Público Governo do Estado do Rio Grande do Norte – 2011 –


questão 50) No handebol, um jogador sofre uma desqualificação quando:

a) ( ) comete uma substituição irregular.


b) ( ) comete uma falta ao abraçar o adversário.
c) ( ) é punido com cartão vermelho após receber a terceira exclusão.
d) ( ) é punido com cartão amarelo ao cometer uma falta antidesportiva.
e) ( ) persiste em entrar na área do goleiro com intenção de melhor se
posicionar no ataque.
FONTE: Disponível em: <http://www1.cesgranrio.org.br/pdf/seecrn0111/provas/03_
EDUCACAO_FISICA.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017.

5 (Concurso Público Prefeitura Municipal Picos-PI – questão 59) Com relação


ao handebol, é correto afirmar:

a) ( ) O jogo é praticado por duas equipes de 11 jogadores, numa área de 40


m X 10 m.
b) ( ) O jogo transcorre entre duas equipes de cinco jogadores em quadra e
cinco no banco de reservas, numa área de 40 m X 15 m.
c) ( ) O jogo é desenvolvido num campo de 40 m X 20 m, onde duas equipes
de sete jogadores se enfrentam, seis jogadores de linha e um goleiro.
d) ( ) O jogo é desenvolvido num campo de 30 m X 10 m onde duas equipes
de sete jogadores se enfrentam, seis jogadores de linha e um goleiro.
FONTE: Disponível em: <http://www.institutomachadodeassis.com.br/files/2016/09/01/
monitor-de-esporte-e-lazer-1472758275.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017.

6 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas–BA – 2015


– questão 36) No manejo é permitido dar, no máximo, três passos com a
bola. Nos itens abaixo marque a alternativa incorreta referente ao parâmetro
utilizado para se considerar um passo:

a) ( ) Um jogador que estiver parado com ambos os pés em contato com


o solo, levanta um pé e o apoia novamente ou move um pé de um lugar ao
outro.
b) ( ) Um jogador estiver tocando o solo somente com um pé, agarra a bola
e então toca o solo com o outro pé.
c) ( ) Um jogador que estiver saltando toca o solo somente com um pé e
então salta novamente sobre o mesmo pé ou toca o solo com o outro pé.
183
d) ( ) Um jogador que estiver saltando toca o solo com ambos os pés
simultaneamente e então levanta um pé e o apoia novamente ou move um pé
de um lugar para outro.
e) ( ) Um jogador que estiver parado com ambos os pés em contato com o
solo, levanta um pé, passa a bola para o companheiro e seguidamente apoia
novamente o pé que foi levantado.
FONTE: Disponível em: <http://ibegconcursos.com.br/arquivo/view/9798>. Acesso em: 3
fev. 2017.

7 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Simões–PI – 2011 – questão 36)


Uma partida de handebol pode ser iniciada com um número mínimo de:
a) ( ) 7 jogadores
b) ( ) 5 jogadores
c) ( ) 6 jogadores
d) ( ) 9 jogadores
e) ( ) 8 jogadores
FONTE: Disponível em: <http://ibegconcursos.com.br/arquivo/view/9798>. Acesso em: 3
fev. 2017.

184
UNIDADE 3
TÓPICO 2

SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO

1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior, apresentamos as pessoas que fazem parte do jogo de
handebol. Dentre elas, destacamos a existência dos árbitros, do cronometrista,
secretário e delegado, essas pessoas farão com que as regras oficiais determinadas
pela IHF sejam cumpridas. Para tanto, em alguns casos, utilizam de alguns meios.
Um dos meios é a súmula de jogo, controle do cronometrista, relatório do jogo e
relatório arbitral. Esses meios são utilizados para registrar o andamento do jogo
e seus acontecimentos. Neste tópico, iremos abordar o que são e como preenchê-
los, para tanto será necessário você relembrar sobre as regras básicas do handebol
desenvolvidas no Tópico 1.

2 A SÚMULA DE JOGO
A súmula de jogo é também denominada de relatório de jogo (como você
visualizará no cabeçalho da súmula), pelo fato de conter várias informações sobre
a partida. Será esse documento que cada equipe receberá ao final da partida.
Para tratar dos documentos necessários para o preenchimento da súmula de
jogo, iremos apresentar os utilizados pela CBHb. Para o seu preenchimento são
utilizados outros documentos, como o controle do cronometrista e o relatório de
jogo. Por isso, primeiro apresentaremos o controle do cronometrista e relatório de
jogo para depois você entender porque a súmula de jogo reúne tantas informações.

DICAS

Para ter acesso a todos os documentos necessários, acesse <http://www.fchb.com.


br/?pag=conteudo&link=6&sublink=38> e baixe os documentos. Os documentos necessários
para utilização dos integrantes da mesa de controle estarão em algumas abas do Excel.

Para iniciarmos, iremos tratar do controle do cronometrista. A seguir, na


Figura 126, visualize o documento na íntegra.

185
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 126 – CONTROLE DO CRONOMETRISTA

186
TÓPICO 2 | SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO

FONTE: Disponível em: <http://www.fchb.com.br/?pag=conteudo&link=6&sublink=38>.


Acesso em: 10 fev. 2017.

Se você visualizar é solicitado ainda o preenchimento do placar dos demais


tempos de jogo, prorrogações e cobranças de tiros de 7 metros, especificados nos
seguintes itens: Fim de Jogo, 1º Tempo Extra, 2º Tempo Extra e Tiros de 7 Metros,
pois pode ser que uma partida termine empatada, tenha as prorrogações e continue
empatada, sendo necessária a decisão do time vencedor por meio da cobrança de
tiros de sete metros.

ATENCAO

Caso você não lembre o que são os tempos extras, releia o Tópico 1.

No item Nº de 7 metros você deverá anotar o número de sete metros


cobrados. Observe que no final da página há um local para você ir anotando os
sete metros executados. Ao lado do item nº de 7 metros há o Tempo Técnico, nesse
local você deve anotar se houve pedido de tempo técnico.

Abaixo, no item Equipe A, anotar o nome da equipe e no item Cor a cor do


uniforme da equipe. O mesmo deverá ser realizado em Equipe B e Cor referente
à equipe B. No item Advertências, anotar o número do jogador que recebeu a
advertência e em que tempo do jogo. Há apenas três espaços para preencher as
advertências, pois a advertência é quando o jogador recebe um cartão amarelo,
uma equipe pode receber no máximo três cartões.

No tópico Nº, você deverá anotar o número do jogador que receber alguma
das sanções apresentadas a seguir: Exclusão, Desqualificação ou Desqualificação
com registro em relatório arbitral (D+R). No caso de o atleta receber uma exclusão,
você deverá anotar o momento em que o jogador recebe a exclusão por dois
minutos e o momento em que ele irá retornar para o jogo. No caso de o jogador
receber a desqualificação ou desqualificação com registro em relatório arbitral,
deverá anotar apenas o tempo no momento em que recebeu a sanção.

No item OFICIAIS, anotar o nome dos oficiais da equipe, esses serão as


pessoas que podem ficar junto com os jogadores no banco de suplentes. Caso algum
deles receba uma A (advertência que se refere ao cartão amarelo), 2’ (exclusão por
dois minutos) ou D (desqualificação), deverá anotar o momento do tempo de jogo

187
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

em que recebeu. No item Equipe A PLACAR, você deverá ir anotando sempre


que a equipe A efetuar um gol, escrevendo o número do jogador que o realizou. O
mesmo deverá ser realizado em Equipe B PLACAR. Já em Nº de 7 metros, deverá
ser preenchido o número do jogador.

Agora, vamos ao preenchimento do Relatório de Jogo.

FIGURA 127 – RELATÓRIO DE JOGO

188
TÓPICO 2 | SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO

FONTE: Disponível em: <http://www.fchb.com.br/?pag=conteudo&link=6&sublink=38>.


Acesso em: 10 fev. 2017.


No Relatório de Jogo aparecerão algumas informações que foram
preenchidas pelo cronometrista no controle do cronometrista. A anotação, também
pelo secretário, dessas informações assegura que não seja perdido nenhum lance
ocorrido durante a partida.

No primeiro item, onde aparece 1º Tempo A e B, deverá ser preenchido o


placar de jogo das equipes em cada tempo de jogo. Se você visualizar é solicitado
ainda, o preenchimento do placar dos demais tempos de jogo, prorrogações e
cobranças de tiros de 7 metros, especificados nos seguintes itens: Fim de Jogo,
1º Tempo Extra, 2º Tempo Extra e Tiros de 7 Metros, pois pode ser uma partida
termine empatada, tenha as prorrogações e continue empatada, sendo necessária a
decisão do time vencedor por meio da cobrança de tiros de sete metros.

No item Nº de 7 metros você deverá anotar o número de sete metros


cobrados. Observe que no final da página há um local para você ir anotando os
sete metros executados. Ao lado do item nº de 7 metros há o Tempo Técnico, nesse
local você deve anotar se houve pedido de tempo técnico. Abaixo, no item Equipe
A, anotar o nome da equipe A, e o nome da Equipe B deverá ser preenchido em
Equipe B.

No tópico Nº, você deverá anotar o número de todos os jogadores da Equipe


A e o mesmo deverá ser feito para Equipe B no momento em que um dos jogadores
receber alguma das sanções ou realizar um gol, representados da seguinte forma
no documento: A (advertência que se refere ao recebimento do cartão amarelo);
E (exclusão por dois minutos); D (desqualificação); D+R (desqualificação com
registro em relatório arbitral); ou gols, você deverá registrar. No caso do item gols,
deverá registrar o gol que o atleta está cometendo. No caso de o atleta receber
uma exclusão, você deverá anotar somente o momento em que o jogador recebe a
exclusão por dois minutos. Nesse item, há três quadros para serem preenchidos,
isso deve-se ao fato de um jogador poder receber no máximo três exclusões por
dois minutos durante uma partida. No caso de o jogador receber a desqualificação
ou desqualificação com registro em relatório arbitral, deverá anotar apenas o
tempo no momento em que recebeu a sanção.

189
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

E
IMPORTANT

Sempre que o item D+R (desqualificação com registro em relatório arbitral)


for preenchido, a súmula de jogo deverá ser acompanhada do Relatório Arbitral que será
apresentado adiante.

DICAS

Caso você tenha alguma dúvida sobre as sanções e a quantidade que um jogador
pode receber durante uma partida, releia o Tópico 1 ou acesse as regras oficiais disponíveis no
link <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Anexos/002336_Regras%20Oficiais%20-%20
Handebol%20-%20CBHb%20-%20julho%20-%202016.pdf>.

Os demais itens são preenchidos como explicado no Controle do


Cronometrista.

No item OFICIAIS, anotar o nome dos oficiais da equipe, esses serão as


pessoas que podem ficar junto com os jogadores no banco de suplentes. Caso algum
deles receba uma A (advertência que se refere ao cartão amarelo), 2’ (exclusão por
dois minutos) ou D (desqualificação), deverá anotar o momento do tempo de jogo
em que recebeu.

No item Equipe A PLACAR, você deverá ir anotando sempre que a equipe


A efetuar um gol, escrevendo o número do jogador que o realizou. O mesmo
deverá ser realizado em Equipe B PLACAR. Já em Nº de 7 metros, deverá ser
preenchido o número do jogador.

Bom, essas informações preenchidas no Controle do Cronometrista pelo
cronometrista e no Relatório de Jogo pelo secretário, irão subsidiar o preenchimento
da súmula de jogo, que não possui tantos locais para ir acompanhando as
ações ocorridas durante a partida. A Súmula do Jogo apresenta somente o total
do número de sete metros realizados pelas Equipes A e B, Gols, Advertências,
Exclusões por dois minutos, Desqualificações e Desqualificação com registro em
Relatório Arbitral. Por isso, é preenchida ao término do jogo.

Então vamos à Súmula de Jogo!

190
TÓPICO 2 | SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO

A Súmula de Jogo apresenta no seu cabeçalho a que competição e naipe se


refere. Em seguida, o preenchimento do nome da equipe local (que é designada
pela equipe que está jogando em sua cidade/quadra) e a equipe visitante (que se
deslocou para outra cidade), número de espectadores, cidade, local, data, hora e
duração da partida.

Após o preenchimento desses dados de identificação, deverão ser


preenchidos os mesmos dados contidos nos documentos anteriores. No item onde
aparece 1º Tempo A e B deverá ser preenchido o placar de jogo das equipes em
cada tempo de jogo. Se você visualizar é solicitado ainda, o preenchimento do
placar dos demais tempos de jogo, prorrogações e cobranças de tiros de 7 metros,
especificados nos seguintes itens: Fim de Jogo, 1º Tempo Extra, 2º Tempo Extra e
Tiros de 7 Metros, pois pode ser que uma partida tenha as prorrogações e continue
empatada sendo necessária a decisão do time vencedor por meio da cobrança de
tiros de sete metros.

No item Nº de 7 metros você deverá anotar o número de sete metros


cobrados. Observe que no final da página há um local para você ir anotando os
sete metros executados. Ao lado do item nº de 7 metros há o Tempo Técnico, nesse
local você deve anotar se houve pedido de tempo técnico.

No item Nº seguido de Equipe A, anotar o número do jogador e o nome


de cada jogador da equipe A e no item B deverão ser preenchidas as mesmas
informações referentes à Equipe B. Em seguida, é solicitado o número total de
gols realizados ou sanção recebida por cada jogador, explicitadas da seguinte
forma: G (número de gols), A (advertência), 2’ (exclusões por dois minutos), D
(desqualificação) e D+R (desqualificação com registro em Relatório Arbitral).
Abaixo, é solicitado o nome dos oficiais de cada uma das equipes (oficiais A, B, C
e D) e, a seguir, a assinatura do Oficial A. Logo abaixo, há um espaço destinado a
observações dos árbitros.

Nos últimos itens são solicitados o nome e assinatura do representante da


Federação organizadora; dos árbitros da partida; do cronometrista e do secretário;
e do representante da CBHb denominado de delegado. Por fim, são apresentadas
as solicitações para quem for preencher a súmula e sobre as vias do documento. É
necessário que a súmula original de cor branca seja enviada para a sede da CBHb
(conforme consta o endereço); duas cópias em cor amarela que serão entregues a
cada uma das equipes; duas cópias em cor verde uma para cada árbitro; uma cópia
em cor rosa que será entregue ao oficial delegado da CBHb.

191
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FIGURA 128 – SÚMULA DE JOGO

FONTE: Disponível em: <http://www.fchb.com.br/?pag=conteudo&link=6&sublink=38>. Acesso


em: 10 fev. 2017.

192
TÓPICO 2 | SÚMULA DE JOGO E O SEU PREENCHIMENTO

Além da súmula de jogo, caso algum atleta tenha sido Desqualificado com
Registro em Relatório Arbitral, deverá ser encaminhado o relatório juntamente com
a súmula para a CBHb, para que sejam tomados os procedimentos necessários. No
Relatório Arbitral é registrada a ocorrência registrada durante a partida.

FIGURA 129 – RELATÓRIO ARBITRAL

193
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

FONTE: Disponível em: <http://www.fchb.com.br/?pag=conteudo&link=6&sublink=38>.


Acesso em: 10 fev. 2017.

194
RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• A Súmula de Jogo é o documento que as equipes recebem ao final do jogo.

• O Controle do Cronometrista é onde o cronometrista registra os acontecimentos


do jogo durante a partida.

• O Relatório do Jogo é onde o secretário registra os acontecimentos do jogo


durante a partida.

• Na Súmula do Jogo é apresentado somente o total do número de sete metros


realizados pelas equipes A e B, gols, advertências, exclusões por dois minutos,
desqualificações e desqualificação com registro em Relatório Arbitral.

• O Relatório Arbitral é onde a arbitragem assinala as ocorrências registradas


durante a partida.

195
AUTOATIVIDADE

1 (Concurso Público Prefeitura de João Pessoa – 2013 – questão 60) Em relação


ao handebol, assinale a afirmativa incorreta.

a) ( ) Quando o atacante penetra na área do gol, ele é punido com tiro livre.
b) ( ) É permitido dar, no máximo, três passos com a bola na mão.
c) ( ) É permitido, em alguns casos, golpear a bola com os pés.
d) ( ) A punição do tipo “dois minutos” pode ser aplicada em caso de
substituição irregular.
e) ( ) No caso de um cartão vermelho, o time penalizado permanece com um
jogador a menos apenas por dois minutos.
FONTE: Disponível em: <http://fgvprojetos.fgv.br/sites/fgvprojetos.fgv.br/files/concursos/peb-
jp_2013_peb_ii_-_educacao_fisica_prova_tipo_01.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017.

2 (Concurso Público Governo Municipal de Caucaia–CE – 2012 – questão 21) Os


esportes coletivos reúnem vários atletas para participação em suas referidas
equipes. No handebol, basquete, voleibol e futsal existem as quantidades
exatas de acordo com suas referidas posições. Assinale, respectivamente, a
opção que denota o total de jogadores titulares para esta aplicação.

a) ( ) Handebol 7, basquete 5, futsal 5, voleibol 6.


b) ( ) Handebol 6, basquete 7, futsal 5, voleibol 5.
c) ( ) Handebol 5, basquete 6, futsal 4, voleibol 7.
d) ( ) Handebol 7, basquete 6, futsal 5, voleibol 6.
e) ( ) Handebol 7, basquete 5, futsal 6, voleibol 7.
FONTE: Disponível em: <http://universidadepatativa.com.br/concursos/ce/caucaia/
provas/00-prova-de-educacao-fisica.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017.

3 Durante uma partida de handebol, diversas são as situações que podem


ocorrer. Diante disso, observe a imagem que ilustra uma ocorrência no final
de uma partida de handebol e analise as assertivas como Verdadeira ou
Falsa.

196
FONTE: Disponível em: <http://www.photoegrafia.com.br/Admin/Fotos/
ORIGINAL_0000012083.jpg>. Acesso em: 7 fev. 2017.

( ) Quando o placar marcava 29 minutos e 24 segundos, o árbitro assinala


sete metros para a equipe atacante, em seguida é ouvido o apito sinalizando
o final da partida; sendo assim, a partida é encerrada e não é executada a
cobrança do tiro de sete metros.
( ) Quando o placar marcava 29 minutos e 50 segundos, o árbitro assinala
tiro livre para a equipe atacante, em seguida, soa o sinal do placar sinalizando
o final do 1º tempo da partida; sendo assim, a partida é encerrada e é executada
a cobrança do tiro livre.
( ) Quando o placar marcava 29 minutos e 40 segundos, o árbitro assinala
tiro de sete metros para a equipe atacante, em seguida, é escutado o soar do
apito do cronometrista sinalizando o final do 1º tempo da partida; sendo assim,
o 1º tempo é encerrado e não é executada a cobrança do tiro de sete metros,
apenas registrado no Relatório Arbitral.
( ) Quando o placar marcava 29 minutos e 44 segundos, o árbitro assinala
tiro de sete metros para a equipe atacante, em seguida, soa o sinal do placar
eletrônico sinalizando o final da partida; sendo assim, a partida é encerrada e é
executada a cobrança do tiro de sete metros.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V - F - V - F.
b) ( ) F - F - V - V.
c) ( ) F - V - F - V.
d) ( ) V - V - F - V.
e) ( ) V - F - V - V.

197
4 (Concurso Público Prefeitura de Nova Friburgo – 2007 – questão 22) Quando
um tiro de sete metros no handebol está sendo executado (como um arremesso
a gol), os jogadores da equipe adversária devem permanecer:

a) ( ) Pelo menos a dois metros distantes da linha de sete metros até que a
bola tenha saído da mão do executante.
b) ( ) Pelo menos a um metro distante da linha de sete metros até que a bola
tenha saído da mão do executante.
c) ( ) Fora da linha de tiro livre até que a bola tenha saído da mão do
executante.
d) ( ) Na linha de tiro livre.
e) ( ) Na linha de quatro metros.
FONTE: Disponível em: <http://www.apef-rj.org.br/concursos/Prova%20EF%20Nova%20
Friburgo.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017.

198
UNIDADE 3
TÓPICO 3

O HANDEBOL ADAPTADO

1 INTRODUÇÃO
Com o decorrer do tempo o handebol foi adaptado para ser jogado em
outros espaços e também para propiciar a prática de pessoas em diversas faixas
etárias e em diferentes condições físicas. Se formos tratar do contexto do handebol,
algumas são as adaptações feitas para atender aos diferentes públicos, como já
visualizamos nas unidades anteriores. Neste tópico, iremos abordar o handebol
em cadeira de rodas. Nesse sentido, essa adaptação do handebol surge para
possibilitar a prática de pessoas com algum tipo de deficiência, incluindo assim
esses ao contexto da prática esportiva.

O esporte adaptado surge da adequação de um esporte popular, no nosso


caso o handebol, no que se refere às suas regras. Isto é, se mantém a essência
do jogo e o adapta para propiciar a prática às pessoas portadoras de deficiência
(ARAÚJO,1997). Para tanto, é necessário distinguirmos dois tipos de deficiência,
a congênita e a adquirida. A deficiência adquirida é aquela que a pessoa adquire
no decorrer de sua existência a partir de qualquer situação, de caráter transitório
ou permanente. Já a deficiência congênita é uma deficiência que a pessoa tem ao
nascer, ou seja, a pessoa nasce com ela (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

O handebol em cadeira de rodas, como o próprio nome já sinaliza, é


praticado por pessoas em cadeiras de rodas, isso significa que para jogar essa
adaptação os jogadores devem fazer uso desse equipamento.

DICAS

Para começar a aproximar você ao handebol em cadeira de rodas, assista ao vídeo


disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wSVj5sLkA38, com Décio
Roberto Calegari, um dos idealizadores dessa modalidade.

No link <http://media.wix.com/ugd/62b7d3_ead7e6cbf9d14b61911735f45e76c602.pdf> é
possível acompanhar o Regulamento Geral da Associação Brasileira de Handebol em Cadeira
de Rodas (ABRHACAR).

199
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

2 O HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS


As regras do handebol em cadeira de rodas são muito próximas às
apresentadas no Tópico 1, do handebol indoor. As modificações são apenas no
que se refere à cadeira de rodas, à mecânica da sua locomoção e à necessidade de
jogar sentado. Desse modo, o handebol em cadeira de rodas é chamado de HCR7,
jogado em uma quadra com as dimensões de 40 m X 20 m, com duração de dois
tempos de jogo de 30 minutos cada. Ao contrário do handebol indoor, uma partida
de HCR7 não pode iniciar com menos de sete jogadores (CALEGARI; GORLA;
ARAÚJO, 2010).

As linhas da quadra e as dimensões são as mesmas. Somente as balizas são


reduzidas à altura de 40 cm, ou seja, passam a ter 1,60 metro de altura e três metros
de largura. A sugestão é colocar uma placa para a redução, pode ser utilizado o
espaço da placa para a divulgação de patrocínios (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO,
2010). Observe na figura a seguir a placa para redução da altura.

FIGURA 130 – BALIZA COM A PLACA PARA REDUZIR A ALTURA

FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/-WYBWiCjyNnE/Uk4uxTHmWsI/


AAAAAAAAC9A/fvdM5oLPkbo/s1600/1.jpg>. Acesso em: 20 mar. 2017.

É utilizada pelos jogadores a cadeira de rodas que pode possuir três ou


quatro rodas, dentre elas duas grandes, localizadas na parte traseira, e uma ou duas
pequenas na parte da frente. As rodas traseiras devem ter um diâmetro menor ou
igual a 66 cm e um suporte para as mãos em cada uma das rodas para a impulsão.
A altura máxima do assento não ultrapassa 53 cm do solo e o apoio para os pés
até 11 cm do solo. O jogador poderá usar uma almofada de material flexível sobre
o assento da cadeira, de modo que a largura e o comprimento tenham a mesma
medida do assento da cadeira e de no máximo 10 cm de espessura. As cadeiras
não podem possuir qualquer tipo de mecanismo de freio, direção ou pneus pretos
(ITANI; ARAÚJO; ALMEIDA, 2004; CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

200
TÓPICO 3 | O HANDEBOL ADAPTADO

É permitido aos jogadores, quando necessário, utilizar cintas, faixas ou


suportes para segurar o corpo na cadeira e para manter as pernas juntas. Em
alguns casos é feita a adaptação com cordas ao invés das cintas, por não possuir
o material (FREITAS, 1997). Outros tipos de aparelhos ortopédicos e protéticos
também podem ser utilizados (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

Os jogadores são classificados de acordo com as deficiências em seus


membros inferiores. Para tanto, a classificação é feita levando em consideração
os movimentos durante as habilidades solicitadas para o desenvolvimento do
handebol, sendo elas: empurrar a cadeira, driblar, passar, receber, arremessar
e pegar rebotes. A partir dessas habilidades é atribuída a cada jogador uma
classificação que expressa algumas classes, como: 0.5; 1.0; 1.5; 2.0; 2.5; 3.0; 3.5; 4.0;
4.5 e 5.0. Desse modo, para formar uma equipe em quadra será observada a soma
do total de pontos dos sete jogadores, o controle da pontuação de cada jogador é
realizado mediante um cartão de classificação que o jogador deve possuir durante
a partida. Em campeonatos oficiais a soma dos pontos dos sete jogadores que
estiverem em quadra não pode exceder 18 pontos. O cartão, além de indicar a
classificação do jogador, apresenta informações sobre modificações no assento
e o uso de faixas ou aparelhos protéticos e ortopédicos (CALEGARI; GORLA;
ARAÚJO, 2010).

Agora, vamos tratar do desenvolvimento do jogo!

Para realizar a progressão é necessário que o jogador empurre a cadeira


causando uma propulsão, que resulta em um deslize. No entanto, o jogador de
posse de bola pode no máximo fazer a propulsão por meio do toque na cadeira até
três vezes antes de driblar, passar ou lançar a bola, sendo que não é permitido, em
nenhuma situação, que o jogador, para realizar a propulsão, conduza a bola sobre
as pernas.

O manejo da cadeira é ponto determinante para a realização dos


deslocamentos durante a partida, sendo efetuado pelo modo de conduzir a cadeira.
Para tanto, os jogadores poderão realizar a propulsão, que é o ato de impulsionar
com o toque na cadeira; o deslize, que é o momento em que a cadeira continua
deslizando após a propulsão; a frenagem, que é o toque na cadeira que é realizado
para pará-la; o giro, que é o ato de mudar de direção; e trajetória sinuosa, que é
conseguir movimentar-se com a cadeira fazendo movimentos de ziguezague, ou
qualquer outro movimento que não seja em linha reta.

Lembramos que essas formas de conduzir a cadeira de rodas por meio do


seu manejo em diferentes circunstâncias auxiliam o jogador no desenvolvimento
do jogo, propiciando ludibriar marcadores e ser uma melhor opção de jogo na
medida em que consegue ficar, em alguns momentos, sem o acompanhamento de
um marcador.

201
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=EJlB2pqaNcw> e observe os toques


na cadeira de rodas no início do vídeo.

Os demais fundamentos do handebol são os mesmos apresentados na


Unidade 1, entretanto, em alguns momentos são adaptados pelos jogadores devido
às suas deficiências. O mesmo se aplica para a formação dos sistemas ofensivos e
defensivos, a única diferença está no equipamento utilizado pelos jogadores.

No caso do drible, alguns jogadores optam por realizá-lo de modo alternado.


Já quando apresentamos o fundamento do arremesso, alguns envolviam a queda
do jogador durante o ato. Os cadeirantes não realizam a queda pelo fato de terem
que, após a queda, ter que se levantar, o que demora certo tempo e exige a prática.
Desse modo, os arremessos são realizados sempre mantendo o contato com a
cadeira. Veja na figura a seguir a realização de um dos fundamentos.

FIGURA 131 – FUNDAMENTOS DO HANDEBOL

FONTE: Disponível em: <http://www.esporte.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/1898/


DSC_0819.jpeg>. Acesso em: 20 mar. 2017.

A cadeira de rodas é considerada extensão do corpo do jogador, isso


significa que os contatos são somente permitidos frontalmente. Qualquer tipo de
contato lateral ou traseiro deve ser punido, mesmo que o contato não foi proposital
ou acidental. As sanções são as mesmas e seguem os mesmos critérios do handebol

202
TÓPICO 3 | O HANDEBOL ADAPTADO

indoor (advertência, exclusão por dois minutos, desqualificação e desqualificação


com registro em Relatório Arbitral) (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

DICAS

Acesse <https://www.youtube.com/watch?v=ITOEoEiIg6E> e visualize


momentos do jogo do HCR7.

Além do HCR7, que utiliza as regras oficiais do handebol indoor, há o HCR4.


O HCR4 é a adaptação do handebol de areia, passando a ser praticado na quadra e
outras adaptações de suas regras, considerando a cadeira de rodas, a mecânica da
sua locomoção e a necessidade de, durante a partida, ficar sentado.

Assim como acontece no handebol de areia, no HCR4 uma equipe é


formada por 8 jogadores, sendo que quatro de quadra e os outros quatro são
suplentes. Uma partida tem duração de dois sets divididos em 10 minutos cada, e
cinco minutos de intervalo entre os sets. Ao contrário do que ocorre no HCR7, ao
final do 1º set a equipe que possuir maior quantidade de gols vencerá o 1º set. Ao
iniciar o 2º set o placar é zerado e ao final será determinado o vencer do 2º set. Se
cada uma das equipes vencer um dos sets há um tempo extra (prorrogação) com
duração de cinco minutos. Caso algum dos sets ou a prorrogação terminar em
empate, é definida a equipe vencedora por meio do gol de ouro, ou seja, inicia-se
o jogo e a primeira equipe que executar um gol é considerada vencedora do set ou
da prorrogação (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

No handebol de areia há o gol espetacular, que, quando executado, ao invés


de pontuar um gol, valerá dois gols. Como o HCR4 é uma adaptação do handebol
de areia, há também o gol espetacular, para realizá-lo o jogador tem que efetuar
um giro de 360º com a cadeira de rodas e efetuar o arremesso ao gol, se for gol,
valerá dois gols! Os demais tipos de gols valem um gol, como no handebol indoor
(CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

Embora seja uma adaptação do handebol de areia, algumas regras são


utilizadas do handebol indoor, como no caso das substituições, elas deverão ser
realizadas na zona de substituição. Já quanto ao goleiro há uma exceção, no HCR4,
qualquer jogador que esteja em quadra poderá entrar na área de gol e efetuar a
defesa, desde que, no momento, haja somente um jogador dentro da área de gol.
Caso mais de um jogador adentre à área de gol será aplicado um tiro de sete metros
contra a equipe infratora (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

Quanto à dimensão da quadra, geralmente são utilizadas as mesmas


dimensões do handebol indoor. Em alguns casos são utilizadas as dimensões do
handebol de areia, de 28 m X 15 m e a área de gol é delimitada por meio de uma

203
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

linha reta contínua a seis metros da linha de fundo (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO,
2010). Sendo assim, será definida a utilização da mesma quadra do handebol indoor
ou a alteração conforme as dimensões do handebol de areia no regulamento da
competição. Muitas vezes é utilizado da mesma quadra do handebol indoor devido
à maioria das equipes desenvolverem seus treinamentos nessa quadra.

Assim como no HCR7, o HCR4 possui divisões de classificação dos atletas,


que vão de 0.5 a 5.0. Para os campeonatos oficiais a soma dos quatro jogadores
na categoria A não pode exceder 14 pontos; e na categoria B sete pontos, por isso,
somente jogadores com classificação funcional até 2.5 participam dessa categoria
(CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

No caso da cobrança de tiros, no HCR4 há uma modificação na cobrança


dos tiros de saída, após uma equipe sofrer um gol e ao tiro livre. As cobranças dos
tiros de saída são realizadas pelo goleiro de dentro da área de gol sem a autorização
dos árbitros. Nos tiros livres, ao serem executados, o jogador da equipe adversária
deverá ficar a um metro de distância somente. Outra alteração é quanto às sanções,
no HCR4 há somente um tipo de punição prevista, denominado de negativo.
Quando um jogador recebe negativo deve se ausentar da quadra de jogo por um
ataque da equipe adversária, isto é, somente quando a sua equipe recuperar a bola
poderá retornar à quadra de jogo (CALEGARI; GORLA; ARAÚJO, 2010).

DICAS

Para finalizar os estudos desta unidade, acompanhe um jogo de HCR4 <https://


www.youtube.com/watch?v=dOvVEeTHQJ4>.

Como estamos tratando de uma adaptação do handebol, neste tópico a


leitura complementar tem como objetivo aproximar e instigar você a uma outra
possível adaptação do handebol que tem como intuito a prática no meio escolar.
Essa adaptação é chamada de Mini Handebol, ou simplesmente, Mini-Hand. Leia
o texto a seguir e acesse na íntegra o conteúdo do texto no link indicado ao final da
Leitura Complementar.

LEITURA COMPLEMENTAR

MINI-HAND EHF/IHF

APRESENTAÇÃO

O Mini-Hand deve ser entendido como uma “FILOSOFIA”, cujo conteúdo


é essencialmente um jogo de bola para crianças. Por uma parte, esta “filosofia”
204
TÓPICO 3 | O HANDEBOL ADAPTADO

deve integrar as necessidades lúdicas das crianças e transmitir prazer, felicidade


e experiências positivas. Por outro lado, deve ter uma orientação dirigida para
a metodologia e didática da Educação Física e o esporte na idade da escola
fundamental (crianças de seis a 12 anos). Em consequência, o Mini-Hand cremos
se adaptar tanto para a escola como para o clube, particularmente durante os
eventos esportivos.

O que aqui se oferece às crianças na escola fundamental deverá orientá-las


para o jogo, o exercício lúdico e para a realização dos objetivos socioafetivos. Para
nosso jogo, isto significa que a experiência motriz, a educação do movimento e a
coordenação são tão importantes como o desenvolvimento dos comportamentos
específicos do jogo, como espírito de equipe.

Desta forma, o jogo deve permanecer em um primeiro plano, enquanto


que o resultado e a execução permanecem em um segundo plano. O Mini-Hand
não é o handebol de adultos. Não necessita de treinamentos táticos. Umas regras
simples permitirão às crianças jogar bola. O MINI-HAND É UMA ATIVIDADE DE
ATRAÇÃO.

O grupo de trabalho internacional da IHF tem tratado de definir as bases


essenciais da filosofia geral do Mini-Hand. Assim, este texto “MINI-HAND EHF/
IHF” deve dar algumas recomendações práticas quanto à direção em que se deve
praticar o jogo com as crianças. Também deve proporcionar um estímulo que seja
capaz de criar atividades no campo do handebol para crianças.

Sabemos que numerosos países já trabalham desde muito tempo com grande
intensidade nesta área. Cada federação nacional também deverá desenvolver sua
própria estratégia de atuação. As condições específicas de cada país são diferentes
e as possibilidades de criar modelos para as crianças no campo de jogo também
o são. Não esqueçamos que dedicarmos um dia para as crianças da nossa família
do handebol poderá trazer muitos bons frutos. Nosso texto deverá nos ajudar a
encontrar uma forma prática e efetiva de fazer isso.

A utilização de jogos se considera um passo metodológico imprescindível


para o desenvolvimento dos diferentes níveis referidos no texto. Como processo
de ensino-aprendizagem, a relação criança com a bola, com o companheiro e
entre ambos com os adversários, marca os três pontos diferenciados do processo
metodológico que, sem dúvida, tem maior vivência quanto aos argumentos da
diversão, distração e aproximação do jogo, que podemos definir como prévio para
a prática do handebol. Queremos, com isto, dizer que em nenhum caso interferimos
em outros modelos: pelo contrário, buscamos enriquecer qualquer outro processo
que tenha relação com o processo ensino-aprendizagem no esporte.

A Confederação Brasileira de Handebol, como membro da Federação


Internacional de Handebol e participante de suas preocupações e dos seus objetivos,
utiliza como meio de divulgação este material didático para que, na escola, se
introduza como conteúdo da disciplina Educação Física e, consequentemente,
como prática habitual, o Mini-Hand. A partir da estrutura física de instalações
205
UNIDADE 3 | REGRAS E ADAPTAÇÕES

com medidas oficiais de handebol (40 m x 20 m), se permite a utilização de no


mínimo duas quadras de Mini-Hand. As soluções em relação às traves, caberão
aos professores, instrutores, monitores e técnicos do esporte. A divulgação das
regras de Mini-Hand (de vídeos) serve como instrumento de apoio e deve ser feita
em todas as áreas de Educação Física em geral.

Este material cobre um pequeno vazio que, mesmo que algumas iniciativas
particulares tenham trabalhado nesta direção, era necessário ser preenchido para,
de alguma maneira, dar conhecimento de um material didático que contribua para
com os grandes esforços empreendidos para o desenvolvimento do handebol nas
mais diversas localidades do Brasil.

Com a sua difusão, que depende de uma boa informação de todos, das
federações estaduais, das Secretarias de Educação, das Secretarias de Esportes nos
Estados e municípios brasileiros, cremos que conseguiremos estender a prática
do Mini-Hand a todo nosso território. Nosso objetivo, neste momento, é a busca
incessante de um grande número de praticantes do nosso esporte no futuro.

FONTE: Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/Anexos/000040_apostila%20


Mini-Hand%20-%202.008.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2017.

206
RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico, você aprendeu que:

• O handebol em cadeira de rodas é jogado de dois modos: HCR7 e HCR4.

• O HCR7 é uma adaptação do handebol indoor.

• O HCR4 é uma adaptação do handebol de areia.

• Para se deslocar com a posse de bola, tanto no HCR7 como no HCR4, um jogador
pode tocar no máximo até três vezes a cadeira de rodas.

• Para efetuar a cobrança de um tiro lateral no HCR7 e no HCR4, o jogador deverá


colocar ao menos uma das rodas sobre a linha lateral.

• No HCR4 é possível marcar dois gols ao marcar um gol, caso converta um gol
espetacular.

• No HCR4 qualquer jogador pode adentrar a área de gol e efetuar uma defesa.

207
AUTOATIVIDADE

1 (Concurso Município de Cantagalo – 2013 – questão 24) No jogo de handebol,


esse tipo de tiro é concedido em algumas situações, por exemplo, quando um
jogador de quadra da equipe defensora é o último a tocar na bola antes dela
cruzar a linha de fundo de sua equipe.
A descrição anterior se refere ao tiro:

a) ( ) livre.
b) ( ) lateral.
c) ( ) de meta.
d) ( ) de saída.
e) ( ) de sete metros.
FONTE: Disponível em: <http://consulplan.com/concursos/387/8838.pdf>. Acesso em: 3 fev. 2017.

2 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Pacajus–CE – questão 31) Acerca


da modalidade esportiva do handebol, marque a alternativa INCORRETA.

a) ( ) Os árbitros decidem quando o tempo deve ser interrompido e quando


ele deve ser retomado. Não sendo necessário assinalarem ao cronometrista o
instante da parada dos cronômetros e os da reposição em jogo.
b) ( ) Durante o jogo os reservas podem entrar na quadra a qualquer
momento e repetidamente, sem avisar o cronometrista, desde que os jogadores
substituídos tenham abandonado a quadra. Isto vale igualmente para a
substituição do goleiro.
c) ( ) O tiro de sete metros é um lançamento direto ao gol que tem que ser
executado em até três segundos após apito do árbitro.
d) ( ) Se os árbitros constatam que o jogo foi interrompido antes do tempo
regulamentar pelo cronometrista, devem reter os jogadores na quadra e se
ocupar do reinício do jogo, para completar o tempo que resta por jogar.
e) ( ) Se o árbitro assinalar tiro de 7 metros e, em seguida, soar o sinal do
placar eletrônico indicando término de jogo, deverá ser efetuada a cobrança do
tiro de 7 metros mesmo que o tempo do jogo tenha terminado.
FONTE: Adaptado de: <http://www.consep-pi.com.br/admin/upload/documentos/78e26b70
7.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2017.

3 (Concurso Público Prefeitura Municipal de Pacajus–CE – questão 34) A


respeito do handebol, é CORRETO afirmar que:

a) ( ) Durante o jogo os reservas só podem entrar na quadra a qualquer


momento e repetidamente, após avisar o cronometrista.
b) ( ) Durante o jogo os reservas podem entrar na quadra a qualquer
momento e repetidamente, desde que avisem ao árbitro do jogo, e os jogadores
substituídos tenham abandonado a quadra.

208
c) ( ) Para equipes masculina e feminina de mais de 18 anos, a duração do
jogo é de 2 X 30 minutos com 10 minutos de intervalo.
d) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
e) ( ) Nenhuma das alternativas estão corretas.
FONTE: Disponível em: <http://www.consep-pi.com.br/admin/upload/documentos/78e26b7
607.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2017.

4 (Concurso Público Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do


Instituto Federal do Tocantins – IFTO – 2015 – questão 34) Em uma aula de
Educação Física, o professor desenvolve uma atividade lúdica que objetiva
o aprendizado do arremesso do handebol. Assinale a atividade correta para
alcançar o objetivo dessa aula.

a) ( ) corrida.
b) ( ) pique Bandeira.
c) ( ) flexões.
d) ( ) queimada.
e) ( ) nenhuma das alternativas.
FONTE: Disponível em: <http://seletivos.ifto.edu.br/wp-content/uploads/2015/03/edital_16_
2015_07-Educa%C3%A7%C3%A3o-F%C3%ADsica.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2017.

5 (Concurso Público – Município de Foz do Iguaçu/PR – 2013 – questão 29)


Em um jogo de handebol existem, basicamente, quatro posições em que se
encontram distribuídos os integrantes de uma equipe. Em certa posição, os
jogadores costumam atuar na zona central do ataque, organizando as ações
ofensivas, arremessando de média distância ou, ainda, tentando desequilibrar
a defesa adversária com passes para os colegas que se encontram em uma boa
posição de arremesso.

A posição descrita no trecho anterior denomina‐se:

a) ( ) pivô.
b) ( ) líbero.   
c) ( ) ponta.
d) ( ) goleiro.
e) ( ) armador.
FONTE: Disponível em: <http://www.idecan.org.br/concursos/111/10.pdf>. Acesso em: 20
mar. 2017.

209
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, P. F. Desporto Adaptado no Brasil: origem, institucionalização e
atualidades. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação Física, Universidade
Estadual de Campinas, 1997.

BÁRCENAS G. D.; ROMÁN SECO, J. D. Balonmano: tecnica y metodologia.


Madrid: Gymnos, 1991.

CALEGARI, Décio Roberto; ARAUJO, Paulo Ferreira de; GORLA, José Irineu.
Handebol em cadeira de rodas: regras e treinamento. São Paulo: Phorte, 2010.

CBHB. Em novo formato, Liga Nacional de Handebol tem início nesta semana.
2016. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/noticias_detalhes.
asp?id=31953&moda=&contexto=01&area=017&evento=>. Acesso em: 10 fev.
2017.

CBHB. Todos os campeões da Liga Nacional Feminina. 2017a. Disponível


em: <http://www.brasilhandebol.com.br/noticias_detalhesEspecial.
asp?id=29077&contexto=>. Acesso em: 5 fev. 2017.

CBHB. Todos os campeões da Liga Nacional Masculina. 2017b. Disponível


em: <http://www.brasilhandebol.com.br/noticias_detalhesEspecial.
asp?id=29076&contexto=>. Acesso em: 5 fev. 2017.

COLLI, E. Universo Olímpico: uma encyclopedia das Olimpíadas. São Paulo:


Códex, 2004.

CZERWINSKI, J. El balonmano: tecnica, tactica y entrenamiento. Barcelona:


Paidotribo, 1993.

ELENO, T. G.; BARELA, J. A.; KOKUBUN, E. Tipos de esforço e qualidades


físicas do handebol. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 24,
n. 1, p. 83-98, set. 2002.

FERNÁNDEZ, J. J. et al. Fundamentos técnico-táticos individuais na defesa. In:


GRECO, P. J.; FERNÁNDEZ, J. J. (org.). Manual de handebol: da iniciação ao
alto nível. São Paulo: Phorte, 2012a.

FERNÁNDEZ, J. J. et al. Sistemas de jogo no ataque. In: GRECO, P. J.;


FERNÁNDEZ, J. J. (org.). Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São
Paulo: Phorte, 2012b.

FERNÁNDEZ, J. J. et al. Meios táticos de grupo no ataque. In: GRECO, P. J.;


FERNÁNDEZ, J. J. (org.). Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São
Paulo: Phorte, 2012c.

210
FERNÁNDEZ, J. J.; GRECO, J. P.; VILA, H.; CASÁIS, L.; CANCELA, J. M.
Fundamentos técnico-táticos individuais no ataque. In: GRECO, P. J.; ROMERO,
J. J. F. (orgs.). Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte,
2012.

FERNÁNDEZ, J. J.; VILA, H. 15.3.6 Síntese do sistema 5:1. In: GRECO, P. J.;
FERNÁNDEZ, J. J. (org.). Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São
Paulo: Phorte, 2012.

FERREIRA, H. B.; GALATTI, L. R.; PAES, R. R. Pedagogia do esporte:


considerações pedagógicas e metodológicas no processo de ensino-aprendizagem
do basquetebol. In: PAES, R. R.; BALBINO, H. F. (Org.). Pedagogia do esporte:
contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

FREITAS, Patrícia S. O ensino do basquete sobre rodas: desafios e


possibilidades. Dissertação de Mestrado - Universidade Estadual de Campinas -
Faculdade de Educação Física, Campinas, 1997.

GOZZER, T.; TIBURCIO, M. Guia do Mundial masculino: os rivais e a tabela do


Brasil na primeira fase. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/handebol/
noticia/2015/01/guia-do-mundial-masculino-os-rivais-e-tabela-do-brasil-na-
primeira-fase.html>. Acesso em: 15 nov. 2015.

IHF - Federação Internacional de Handebol. Regras de jogo. Edição: 1º de


julho de 2016. Disponível em: <http://www.brasilhandebol.com.br/Admin/
Anexos/002336_Regras%20Oficiais%20-%20Handebol%20-%20CBHb%20-%20
julho%20-%202016.pdf >. Acesso em: 20 mar. 2017.

IHF. Regras de jogo. Edição 1º de julho de 2010. Disponível em: <http://www.


brasilhandebol.com.br/noticias_detalhes.asp?id=27182>. Acesso em: 9 fev. 2017.

ITANI, D. E.; ARAÚJO, P. F.; ALMEIDA, J. J. G. Esporte adaptado construído


a partir das possibilidades: handebol adaptado. Lecturas Educación Física y
Deportes (Buenos Aires), n. 72, maio 2004.

JUAN GRECO, P. et al. 12.6 O bloqueio. In: GRECO, P. J.; FERNÁNDEZ, J. J.


(org.). Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte, 2012a.

JUAN GRECO, P. et al. 12.8 Cortina. In: GRECO, P. J.; FERNÁNDEZ, J. J. (org.).
Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte, 2012b.

KRÖGER, Christian; ROTH, Klaus. Escola da Bola: um ABC para iniciantes


nos jogos esportivos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2006.

MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard


Blücher, 2002.

211
MARQUES, A. O treino dos jovens desportistas. Atualizações de alguns temas
que fazem a agenda do debate sobre a preparação dos mais jovens. Revista
Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 1, p. 130-137, jan. 2001.

MELHEM, A. Brincando e aprendendo handebol. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint,


2004.

MENEZES, R. P. O ensino dos sistemas defensivos do handebol: considerações


metodológicas acerca da categoria cadete. Pensar a Prática, Goiânia, v. 13, n. 1, p.
1­15, jan./abr. 2010.

MENEZES, Rafael Pombo. O ensino dos sistemas defensivos do handebol:


considerações metodológicas acerca da categoria cadete. Pensar a Prática,
Goiânia, v. 13, n. 1, p. 1­15, jan./abr. 2010.

MONTEIRO, A. As modalidades esportivas e os jogos no âmbito escolar.


Brasília: W Educacional, 2011.

NAGI-KUNSAGI, P. Handebol. 2. ed. Rio de Janeiro: Palestra Edições


Desportivas, 1983.

NUNES, C. C.; MATTEDI, M. A. Esporte e território: a territorialização do


handebol no Estado de Santa Catarina. Recorde: Revista de História do Esporte,
v. 7, p. 1-30, 2014.

REIS, H. H. B. Memórias do handebol no Brasil: construindo uma história. In:


GRECO, Pablo Juan; ROMERO, Juan J. Fernandéz (Org.). Manual de handebol:
da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte, 2012. p. 25-31.

REIS, H. H. B. O ensino do handebol utilizando-se do método parcial. Lecturas


Educación Física y Deportes (Buenos Aires), n. 93, feb. 2006.

RODRÍGUEZ, J. R.; ROBLES, M. T. A.; FUENTES-GUERRA, F. J. G. Concepto,


características, orientaciones y clasificaciones del deporte actual. Lecturas
Educación Física y Deportes (Buenos Aires), n. 138, nov. 2009.

SCAGLIA et al. O ensino dos jogos esportivos coletivos: as competências


essenciais e a lógica do jogo em meio ao processo organizacional sistêmico.
Movimento, Porto Alegre, v. 19, n. 04, p. 227-249, out./dez. 2013.

SILVA NETO, A. M.; TIBEAU, C. C. P. M.; ROSE Jr., D.; MANOEL, E. J.;
ARMBRUST, I.; MARQUES, J. A. A.; FUGITA, M. Guia Didático Esportes
Coletivos Terrestres. São Paulo: 2013. Disponível em: <http://www.prefeitura.
sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/esportes/Guia.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2017.

SILVA, N. L. S.; FERREIRA, M. S.; PASKO, V. C.; RESENDE, H. G. A Prática


do Handebol na Cultura Físico-Esportiva de Escolares do Rio de Janeiro.
Movimento, Porto Alegre, v. 17, n. 04, p. 123-143, out/dez de 2011.
212
SILVA, T. A. F.; ROSE JR., D. Iniciação nas modalidades esportivas coletivas:
a importância da dimensão tática. Revista Mackenzie de Educação Física e
Esporte, n. 4, p. 71-93, 2005.

SIMÕES, Antonio Carlos. Handebol defensivo: conceitos técnicos e táticos. São


Paulo: Phorte, 2002.

TEIXEIRA, A. G. A.; MYOTIN, E. Cultura corporal das meninas: análise sob a


perspectiva de gênero. Motriz, Rio Claro, v. 7, n. 1, p. 45-48, 2001.

TENROLLER, C. A. Handebol: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2004.

VIEIRA, S.; FREITAS, A. O que é Handebol. Rio de Janeiro: Casa da Palavra:


COB, 2007.

ZAMBERLAN, E. Handebol: escolar e de iniciação. Cambé: Imagem, 1999.

213

Você também pode gostar