Você está na página 1de 9

Universidade Federal de Mato Grosso

Campus Universitário de Várzea Grande


Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

CONCENTRAÇÃO DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO UTILIZANDO


EVAPORADORES DE MÚLTIPLOS EFEITOS.

Figueiredo1, A. B. O. B.; Santos2, K. B.; Ozelame3, R. C. Cunha 4, W. C. S.

Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário de Várzea Grande, Faculdade de Engenharia, Curso de
Engenharia Química.

RESUMO: A operação unitária de evaporação é uma importante ferramenta utilizada na


indústria de soda, seu propósito é concentrar solução de hidróxido de sódio (NaOH) por
meio de evaporadores de múltiplos efeitos. O intuito deste trabalho é apresentar os
resultados de um projeto industrial de uma etapa dessa concentração, visando o processo
de evaporação composto por um trocador de calor do tipo casco e tubo, uma caldeira, um
pré-evaporador, um conjunto de evaporadores de múltiplos efeitos, um condensador e,
por fim, um tanque que receberá a solução de NaOH concentrada. A metodologia aplicada
consiste em realizar os cálculos de área, balanços de massa globais e parciais necessários,
bem como os balanços de energia dos sistemas envolvidos, a partir das informações
cedidas e das considerações feitas. Obtendo-se os resultados das áreas de troca térmica
necessária para concentrar uma solução diluída de NaOH com concentração inicial de
2,5% para uma concentração final de 35% de hidróxido de sódio na solução.

Palavra-chave: operação unitária; evaporadores de múltiplos efeitos; balanço de


energia.

INTRODUÇÃO como também no tratamento e potabilidade da


água. (GUIMARÃES, 2009).
Evaporação é uma operação unitária
que tem por objetivo a remoção do solvente, Evaporadores de múltiplos efeitos
em forma de vapor, de uma solução. Esta consiste em vários evaporadores ligados em
operação ocorre em um equipamento adequado série, cujo o vapor gerado no primeiro efeito é
denominado evaporador, e é utilizada para utilizado como vapor de aquecimento no efeito
concentrar uma solução composta por um seguinte e assim por diante gerando menor
soluto não-volátil em um solvente volátil. gasto energético e maior eficiência no
(ARAUJO, 2012). processo. (ARAUJO,2012).

O processo de concentração por meio Diante dos dados mencionados, o


da evaporação está presente em vários presente estudo tem por objetivo dimensionar
processos industriais como, por exemplo, na uma etapa dentro de um processo de
produção de açúcar, leite condensado, café, concentração de hidróxido de sódio (NaOH),
indústria de papel e celulose, na concentração cuja planta seja capaz de concentrar 1 kg/h de
de soda entre outros. (ROGÉRIO, 2013). NaOH utilizando-se de um trocador de calor do
tipo casco e tubo, um pré-evaporador e um
A indústria de soda apresenta um papel sistema de evaporação de múltiplos efeitos.
importante de integração de atividades
industrias devido as várias aplicações direta ou
indiretamente em diversos produtos como, os METODOLOGIA
defensivos agrícolas, o alumínio, os produtos
de higiene, os tubos PVC, as tintas, os tecidos, O método utilizado para resolução do
projeto, foi inicialmente apresentar os dados e

1
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

informações fornecidas do processo, definir as  Dtubo = 2,56 cm (diâmetro dos


possíveis variáveis que compõem cada tubos);
equipamento, desenvolver os balanços de  UTC = 1985 kcal/(h m² ºC).
massa e energia globais e parciais e por fim
realizar os cálculos necessários. Para a Caldeira
realização dos cálculos foi utilizado o software  Vapor saturado
Excel.
Como base do processo utilizou-se o Pré-evaporador
fluxograma exibido na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma do processo de concentração da solução de hidróxido de sódio.

FONTE: JUSTI, 2021. Adaptado.

Dados e informações fornecidas  Coeficiente global de


Os dados e informações fornecidas do transferência de calor é 6250
processo são: 1. Vazão mássica de alimentação kcal/(h m² ºC);
(55000 kg/h); 2. Concentração de alimentação  O espaço-vapor opera a 1 atm. de
de NaOH na solução diluída (2,5%); 3. pressão absoluta;
Temperatura de alimentação do trocador de  25% do vapor gerado no pré-
calor (35ºC); 4. Desvio de vapor do pré- evaporador vai para o trocador de
evaporador para o trocador de calor (20%); 5. calor e o restante vai para o
A concentração de saída de NaOH no terceiro sistema de aquecimento do
efeito (35%) e 6. Valor do vácuo no terceiro primeiro efeito.
efeito (700 mmHg).
Já as informações fornecidas do projeto, Evaporadores
são:  Os coeficientes globais de
Trocador de calor transferência de calor do efeito 1,
 Tipo: Casco e tubo; 2 e 3 são 4950, 2875 e 1950
 Configurações: TC 2-8; kcal/(h m² ºC) respectivamente.
 Np = 8 passes (nº de passes nos
tubos); Definição das variáveis
 LT/P = 5 m/passe (comprimento Como demonstrado na Figura 1, existe
dos tubos por passe); no processo, um trocador de calor, uma
caldeira, um pré-evaporador, três evaporadores

2
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

de múltiplos efeitos e um condensador. Assim entalpia do vapor saturado, Lpe vazão mássica
define-se as variáveis de cada equipamento, de saída, xLpe concentração de NaOH na
estas sendo demonstradas nas Figuras 2, 3, 4, 5 corrente de saída, tLpe temperatura de saída da
e 6. solução, hLpe entalpia da solução.
Já na caldeira, tem o S que é a vazão de
Figura 2. Fluxograma do trocador de calor, casco tubo. entrada e saída de vapor saturado, ts
temperatura do vapor, ps pressão do vapor, Hs
entalpia do vapor saturado e hs entalpia do
fluido após a troca de calor com o pré-
evaporador.

Figura 4. Primeiro efeito, com suas respectivas


incógnitas.

Fonte: JUSTI, 2021. Adaptado.

Onde F é a vazão mássica de entrada e


saída do fluido frio, t1 é a temperatura de
entrada do fluido frio, t2 é a temperatura de
saída do fluido frio, Vpe é a vazão mássica de
entrada e saída do fluido quente, T1 é a
temperatura de entrada do fluido quente e T2 é
a temperatura de saída do fluido quente.

Figura 3. Fluxograma contendo o trocador de calor, Fonte: JUSTI, 2021. Adaptado.


pré-evaporador e caldeira, com suas respectivas
incógnitas. As incógnitas que não foram descritas
anteriormente são, V1 vazão mássica de vapor,
tv1 temperatura do vapor, Hv1 entalpia do vapor
saturado, L1 vazão mássica da solução
concentrada de NaOH, x1 porcentagem de
NaOH na solução, t1 temperatura da solução e
h1 a entalpia da solução.

Figura 5. Segundo efeito, com suas respectivas


incógnitas.

Fonte: JUSTI, 2021. Adaptado.

Para o pré-evaporador temos F como


vazão mássica de entrada, tf temperatura de
entrada, xf concentração de NaOH presente na
corrente de entrada, hf entalpia do fluido de
entrada, Vpe vazão mássica do vapor
Fonte: JUSTI, 2021. Adaptado.
produzido, tvpe temperatura do vapor, Hvpe

3
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

No segundo evaporador e terceiro do com o balanço de massa global (B.M.G) do


múltiplo efeito as variáveis descritas são as sistema que é dado por:
mesmas que no primeiro evaporador, mas
muda-se a referência de acordo com o 𝐹 = 𝐿3 + 𝑉𝑝𝑒 + 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 (3)
evaporador.
Pode-se também definir a Equação 3, somente
Figura 6. Terceiro efeito, com suas respectivas em função de vazão de vapor, assim equação
incógnitas.
passa a ser organizada da seguinte maneira:

𝑉𝑇 = 𝑉𝑝𝑒 + 𝑉1 + 𝑉2 + 𝑉3 (4)

O próximo balanço a ser desenvolvido é


o balanço de massa por componente (B.M.C),
que utiliza o hidróxido de sódio como
referência, pois a corrente de vapor não deve
possuir nenhum resquício de NaOH, então
exclui-se o vapor na equação do balanço:

𝐹 × 𝑥𝐹 = 𝐿3 × 𝑥3 (5)

Consecutivamente desenvolve-se os
Fonte: JUSTI, 2021. Adaptado. balanços de massa separadamente do pré-
evaporador e dos múltiplos efeitos.
Existe também a elevação do ponto de Para o pré-evaporador:
ebulição (EPE) nos evaporadores, que define
como a diferença entre o ponto de ebulição da 𝐿𝑝𝑒 = 𝐹 − 𝑉𝑝𝑒 (6)
solução (te) e o ponto de ebulição do solvente
puro (tsolv) na mesma pressão. (ARAUJO, Assim, as Equações 7, 8 e 9 são
2012) respectivamente para o efeito 1, efeito 2 e
efeito 3.
𝐸𝑃𝐸 = 𝑡𝑒 − 𝑡𝑠𝑜𝑙𝑣 (1) 𝐿1 = 𝐿𝑝𝑒 − 𝑉1 (7)

Outro fator que deve levar em 𝐿2 = 𝐿1 − 𝑉2 (8)


consideração é a pressão exercida no
evaporador, pois para poupar gasto de energia 𝐿3 = 𝐿2 − 𝑉3 (9)
utiliza-se uma pressão mais baixa, porque se a
pressão for menor a temperatura requerida para Após o balanço de massa, desenvolve-se
a solução entrar em ebulição é menor. o balanço de energia do trocador de calor, pois
Lembrando que existe uma relação de pressão é o primeiro equipamento do fluxograma e a
absoluta, pressão de vácuo e pressão relativa. partir dele que começaremos os cálculos.
Sendo assim, a equação que representa o
𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓𝑒𝑟𝑖𝑐𝑎 − 𝑃𝑣𝑎𝑐𝑢𝑜 (2) balanço de energia do TC é a equação do calor:

Balanços de massa e energia 𝑄 = 𝑚 × 𝐶𝑝 × ∆𝑇 (10)


A partir do fluxograma apresentado e as
variáveis descritas, avançamos agora para o Rearranjando a equação, ela pode ser
desenvolvimento dos balanços, começando dada como:

4
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

𝑄 = 𝑈 × 𝐴 × ∆𝑇 (11) obtido através do diagrama de entalpia-


concentração.
Onde Q é a quantidade de calor Assim, após o TC desenvolveu-se os
produzido, m é a vazão mássica, Cp é o calor balanços de energia do pré-evaporador e dos
específico e ∆T é a diferença entre as múltiplos efeitos 1, 2 e 3 respectivamente pelas
temperaturas, U é o coeficiente global de troca Equações 16, 17, 18 e 19.
térmica e A é área de troca térmica.
O calor produzido pelo fluido frio utiliza 𝐹 ∙ ℎ𝐹 + 𝑆 ∙ 𝜆𝑠 = 𝑉𝑝𝑒 ∙ 𝐻𝑣,𝑝𝑒 + 𝐿𝑝𝑒 ∙ ℎ𝐿,𝑝𝑒 (16)
calor sensível, que é praticamente igual a
definição da Equação 9, mas substitui as 𝐿𝑝𝑒 ∙ ℎ𝐿,𝑝𝑒 + 0,8𝑉𝑝𝑒 ∙ 𝜆𝑝𝑒 = 𝑉1 ∙ 𝐻𝑣1 + 𝐿1 ∙ ℎ𝐿1 (17)
variáveis gerais pelas do fluido frio:
𝐿1 ∙ ℎ𝐿1 + 𝑉1 ∙ 𝜆1 = 𝑉2 ∙ 𝐻𝑣2 + 𝐿2 ∙ ℎ𝐿2 (18)
𝑄 = 𝑚𝑓 × 𝐶𝑝𝑓 × (𝑡𝑓2 − 𝑡𝑓1 ) (12)
𝐿2 ∙ ℎ𝐿2 + 𝑉2 ∙ 𝜆2 = 𝑉3 ∙ 𝐻𝑣3 + 𝐿3 ∙ ℎ𝐿3 (19)
Sendo mf a vazão mássica do fluido frio,
Com a obtenção do conjunto de equações
Cpf o calor específico da média das
lineares dos evaporadores de múltiplos efeitos
temperaturas do fluido frio, tf1 temperatura de
e do sistema (Equação 4), monta-se uma matriz
entrada do fluido frio e tf2 temperatura de saída
para resolução das variáveis de vazão do
do fluido frio.
vapor, como demonstrado abaixo:
Caso o fluido quente usar do calor
latente, sua equação pode sofrer alteração, (ℎ𝐿1 + 𝜆𝑝𝑒 − ℎ𝐿𝑝𝑒 ) (ℎ𝐿1 − 𝐻𝑣1 ) 0 0
resultando assim na Equação 13. (ℎ𝐿2 − ℎ𝐿1 ) (ℎ𝐿2 + 𝜆1 − ℎ𝐿1 ) (𝐻𝐿2 − 𝐻𝑣2 ) 0
[ ]
−ℎ𝐿2 −ℎ𝐿2 (𝜆2 − 𝐻𝐿2 ) −𝐻𝑣3
𝑄 = 𝑚𝑞 × 𝜆 (13) 1 0,8 0,8 0,8

𝑉𝑝𝑒 𝐹 ∙ (ℎ𝐿1 − ℎ𝐿𝑝𝑒 )


Onde mq é a vazão mássica do fluido 𝑉
×[ 1] =
𝐹 ∙ (ℎ𝐿2 − ℎ𝐿1 )
(20)
quente e λ é o calor latente de condensação, 𝑉2 (𝐿3 ∙ ℎ𝐿3 ) − (𝐹 ∙ ℎ𝐿2 )
𝑉3 [ 0,8(𝐹 ∙ 𝐿3 ) ]
sendo calculado pela diferença das entalpias.
Após a solução do sistema linear dado
𝜆 = 𝐻𝑣𝑠𝑎𝑡 − ℎ𝐿𝑠𝑎𝑡 (14)
pela Equação 20, as demais variáveis do
processo podem ser calculadas.
Quando se utiliza temperatura de entrada
Considera-se que os calores trocados nos
e saída para achar o valor de Cp no TC é
evaporadores de múltiplo efeito são
necessário utilizar a média entre as
aproximadamente iguais, obtendo a seguinte
temperaturas (Equação 15) para encontrar o
relação:
valor de Cp na tabela de vapor de água saturada.
As entalpias também podem ser encontradas
𝑄1 ≅ 𝑄2 ≅ 𝑄3 (21)
na tabela de vapor de água saturada.

𝑡1 + 𝑡2 Substituindo a Equação 10 na Equação


𝑡𝑚 = (15) 21, temos:
2

Sendo tm a temperatura média, t1 𝑈1 × 𝐴1 × ∆𝑇1 = 𝑈2 × 𝐴2 × ∆𝑇2 =


temperatura de entrada e t2 temperatura de 𝑈3 × 𝐴3 × ∆𝑇3 (22)
saída.
Caso precisa-se calcular as temperaturas A Equação 22 pode ser reduzida, porque
de ebulição da solução contendo NaOH e na prática, quando se utilizam evaporadores de
concentração de NaOH utiliza-se do Diagrama múltiplos efeitos, considera-se a mesma área
de Duhring e a entalpia da solução pode ser de troca térmica, pois atribuindo o mesmo
5
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

valor para as áreas ganha-se uma economia na Vtotal e Vpe dividido para os três efeitos. Os
construção dos evaporadores: valores obtidos estão dispostos na tabela 2.

𝐴1 = 𝐴2 = 𝐴3 (23) Tabela 2 - Balanço de massa parcial


L3 = 3928,571 Kg/h
Então como as áreas são iguais, a V1= 10214,29 Kg/h
Equação 22 pode ser rearranjada novamente V2 = 10214,29 Kg/h
para:
V3 = 10214,29 Kg/h
𝑈1 × ∆𝑇1 = 𝑈2 × ∆𝑇2 = 𝑈3 × ∆𝑇3 (24) Lpe = 34571,43 Kg/h
L1 = 24357,14 Kg/h
Lembrando que quando utiliza equações L2= 14142,86 Kg/h
aproximadas para iniciar um processo iterativo
ou quando necessário ter uma estimativa Após obtenção das vazões acima
preliminar, precisa-se comparar os valores que estimou-se por meio da equação (5) as frações
foram estimados com os valores que foram mássicas do pré-evaporador e de cada efeito.
obtidos. Nas literaturas é citado que este valor Exibidos na tabela 3.
comparativo tem que ser menor que 5%, sendo
o valor calculado a partir da Equação 22. Tabela 3 – Balanço de massa por componente
xLpe= 3,977%
𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 − 𝑠𝑢𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 xL1= 5,645%
𝑒𝑟𝑟𝑜 = (22)
𝑠𝑢𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 xL2= 9,722%
xL3= 35,00%
Se não encontrado um valor menor,
precisa-se continuar com iterações até chegar Partindo das frações mássicas
em um valor abaixo de 5%. encontradas considerando que a temperatura
de saturação do pré-evaporador é de 99,98°C
RESULTADOS E DISCUSSÕES devido as condições de operação apresentada
na equação (2) e que a temperatura de
Para o balanço de massa global saturação do primeiro e segundo efeito seja
utilizou-se a equação (5) para obtenção do Tsat (anterior)-22°C sendo estas considerações
valor de L3 partindo das frações mássicas de apresentadas na tabela 4.
NaOH. A partir da obtenção dessa variável
aplicou-se a equação (3) e (4) para obtenção de Tabela 4 - Considerações para Tsat
Vtotal e Vpe. Os resultados obtidos estão Tsat,3= 41,5082 °C
ilustrados na tabela 1.
Tsat,2= 55,98643 °C
Tabela 1 – Variáveis obtidas no BMG Tsat,1= 77,98643 °C
Tsat,P.E= 99,98643 °C
L3 = 3928,571429 Kg/h
Vtotal= 51071,42857 Kg/h
Foi possível obter o valores de EPE
Vp.e = 20428,57143 Kg/h utilizando-se da equação (1) para determinar-
A partir dos resultados acima foi se por meio de interações tomando como base
possível realizar o balanço de massa parcial a equação (22) e utilizando as considerações
utilizando-se da equação (6) para obtenção de apresentadas pela equação (23) e (24) um ∆𝑇
Lpe e das equações (7), (8) e (9) para obtenção aceitável e posteriormente aferir uma
de L1, L2 e L3. Tomando como consideração temperatura da solução para cada efeito. Sendo
que a vazão de vapor será igual para cada exibidos na tabela 5.
efeito. Sendo esta resultante da diferença de
6
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

Tabela 5 – Valores de EPE e tL para primeira A2= 212,3729388 m² 0,127349


consideração. A3= 233,247167 m² 0,041575
∆T'= 30,50804 °C
EPEp.e.= 0,2913 Os valores apresentados na tabela 6,
EPE1= 1,45801 reporta os valores obtidos pelo balaço de massa
EPE2= 2,624681 por matrizes já enunciado na equação (20) do
EPE3= 24,0474 sistema. O erro apresentado entre os valores
tL1= 94,47799 °C iniciais do balanço de massa global e os
tL2= 83,03426 °C encontrados nesta etapa mostra-se bem
tL3= 65,68705 °C elevados. Como também, o desvio entre as
áreas exibidos na tabela 7, encontra-se
Observando-se que a temperatura de discordante com o ideal sendo necessário uma
saturação para o pré-evaporador foi estipulada nova interação.
pela planta os dados obtidos deste Para a segunda interação novos valores
equipamento não irão se alterar durante as de tL são obtidos através das áreas encontradas
interações. pela interação 1 cuja relação entre as área
A partir dos novos valores de tL anterior pela área média estipulada
apresentado foi possível estimar as entalpias e multiplicada pelo ∆𝑇 anterior gera-se um novo
por meio dos balanços de energia enunciados ∆𝑇 aceitável e consequentemente um novo tL
nas equações (16), (17), (18) e (19) e o calor para interação 2.
latente de condensação do sistema calculado Partindo-se do mesmo sistema de
na equação (14) e iniciar a primeira interação interação utilizado anteriormente baseando-se
das vazões mássicas de vapor por meio de nas entalpias de vaporização e calor latente de
matrizes ilustrada na equação (20) a fim de se condensação.
obter novas vazões de vapor para cada efeito e A tabela 8 e 9 apresenta os novos
as áreas de cada evaporador. valores para vazão de vapor e áreas dos
As tabelas 6 e 7 exibem evaporadores com seus respectivos erros.
respectivamente os valores para as novas
vazões de vapor, o erro apresentado na Tabela 8 - Vazões de vapor para cada efeito
primeira interação sendo este baseado na interação 2.
equação (22), e a área estimada para cada
evaporador. 1ªiteração Erro 2ª iteração
Vpe 0,0229 Vpe 16640,02088
Tabela 6 – Vazões de vapor para cada efeito V1 0,0005 V1 11037,32725
interação 1. V2 0,0302 V2 11456,01821
V3 0,0009 V3 11938,06223
Resultado da 1ª iteração Erro 1ªestimativa
- Tabela 9 - Áreas obtidas para 2ª interação.
Vpe 16267,26429 0,2037 Vpe
V1 11042,33683 0,0811 V1
Area para 2ª iteração de V
V2 11812,74884 0,1565 V2
V3 11949,07863 0,1698 V3 A1= 291,9631317 m² ERRO
A2= 225,0989534 m² -0,22902
Tabela 7 – Áreas obtidas para 1ª interação
A3= 215,6963783 m² -0,26122
Área para 1ª iteração de V
Observando-se as tabelas acima, nota-
se que as vazões de vapor apresentam um erro
A1= 243,365196 m² ERRO

7
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

satisfatório, no entanto, a variação entres as Posteriormente utilizando-se da


áreas continua-se elevadas sendo o projeto não equação (12) aplicada as considerações
eficaz. Sendo assim, o sistema necessita-se de apresentadas na equação (13) para o fluido
mais uma avalição. quente, determinou-se a quantidade de calor.
A terceira interação apresenta o mesmo Por fim, para o cálculo da área de troca
sistema de avaliação empregado na segunda e térmica do trocador apresentado utilizou-se a
na primeira interação, ou seja, utiliza as áreas equação (11) atribuída a MLDT do sistema
médias para obtenção das temperaturas de para obtenção da mesma.
solução de cada efeito e baseia-se no processo Os resultados encontrados para o
de interação por matriz apresentado na trocador sendo eles: temperatura do fluido frio,
equação (20). quantidade de calor e área de troca térmica
Dessa maneira, os resultados obtidos estão apresentados na tabela 12.
nesta avaliação estão exibidos na tabela 10 e
11. Tabela 12 – Dados obtidos no
dimensionamento do trocador.
Tabela 10 - Vazões de vapor para cada efeito
interação 3. T2chute= 54,539 ºC
Q= 9219414 kj/h
2ª iteração 3ª iteração A= 20,3279 m²
Vpe -0,0003 Vpe 16635,04327
V1 0,00056 V1 11043,55604 CONCLUSÕES
V2 -0,0033 V2 11418,23412
V3 0,00306 V3 11974,59514 Este projeto foi realizado com intuito de
dimensionar uma etapa de evaporação de
Tabela 11 - Áreas obtidas para 3ª interação. hidróxido de sódio, que obtenha como produto
uma solução de 35% de concentrado de NaOH,
Área para 3ª iteração de V contendo uma entrada de 55.000 kg/h de
solução diluída com concentração de NaOH de
A1= 233,9417894 m² ERRO 2,5%.
A2= 234,2017786 m² -0,00111 Assim, a partir dos dados inicias cedidos
e cálculos realizados de forma condizente com
A3= 233,5762353 m² 0,001563
aspectos industrias, concluiu-se que os
evaporadores de múltiplos efeitos precisam
Analisando-se os erros apresentados
conter uma área de troca térmica
tanto para as áreas dos evaporadores quanto
aproximadamente de 234 m², o pré-evaporador
para as vazões de vapor de cada efeito
precisa ter 101 m² e para o trocador de calor foi
mostram-se baixos e ideais podendo-se
necessário 20,32 m² de área de troca térmica.
finalizar as interações e aplicar os valores
encontrado no sistema para o bom desempenho
NOMENCLATURA
da planta de concentração de hidróxido de
sódio. Letras latinas
Para o trocador de calor realizou-se U Coeficiente global de transferência de Kcal/h.m2°C
inicialmente suposições para temperatura de calor
saída do fluido frio tomando como base que o F Vazão mássica no Trocador kg/s
vapor do sistema é um vapor saturado. A partir T Temperatura fluido quente K
da temperatura média apresentada na equação t Temperatura fluido frio K
(15) baseando no balanço de energia Vpe Vazão mássica de vapor Kg/s
apresentado pela equação (10) foi possível xi Concentração de NaOH %
determinar tf2. h Entalpia Kcal/kg

8
Universidade Federal de Mato Grosso
Campus Universitário de Várzea Grande
Faculdade de Engenharia
Curso de Engenharia Química
Operações Unitárias II – 2020/2
Prof. Dr. Gabriel Henrique Justi

Hvpe Entalpia de vapor saturado Kcal/kg


L Vazão mássica no Evaporador Kg/s
S Vazão mássica vapor saturado caldeira Kg/s
P Pressão Pa
Vi Vazão mássica de vapor Kg/s
tv Temperatura de vapor saturado K
EPE Elevação do ponto de ebulição K
Pabs Pressão absoluta Pa
Psat Pressão de saturação Pa
te Ponto de ebulição de solução K
tsolv Ponto de ebulição do solvente K
Q Quantidade de calor J/ K
Cp Calor específico K/Kg
A Área m²
mf Vazão mássica do fluido frio Kg/s
mq Vazão mássica do fluido quente Kg/s
tm Temperatura média K
D Diâmetro m
Letras gregas
λ Calor latente de condensação J/Kg
∆𝑇 Variação de temperatura K
Subscritos
pe Pré-evaporador
f Frio
q Quente
s Caldeira
v Vapor
1 Primeiro efeito
2 Segundo efeito
3 Terceiro efeito

REFERÊNCIAS

ARAUJO, E. C. C. (2012). Evaporadores.


EdUFSCar, p.89, São Carlos – SP.
GUIMARÃES, B. A.; GLÓRIA, A. M, S.;
FERNANDES, E. (2009). O setor de
Soda-Cloro no Brasil e no mundo.
BNDES, Rio de Janeiro, n. 29, p. 279-
320.
ROGÉRIO, H. A.; COSTA, A. O. S.; JUNIOR,
E. F. C. (2013). Aplicações industriais de
evaporadores de múltiplo efeito.
Enciclopédia Biosfera, Centro Científico
Conhecer – Goiânia – GO, v. 9, n. 16, p.
2815.

Você também pode gostar