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Planejamento tributário – Elisão fiscal: Um estudo de caso em

uma franquia de Belo Horizonte-MG


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Thiago Ornelas Cota
31/08/2020 às 13:23

Planejamento tributário – Elisão fiscal: Um estudo de caso


em uma franquia de Belo Horizonte-MG
por Thiago Ornelas Cota
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Reflexões sobre o planejamento tributário e seus limites, objetivando mostrar sua importância para
as empresas, a fim de minimizar os custos por meio de redução dos impostos.

1- INTRODUÇÃO
A carga tributária no Brasil é uma das mais altas do mundo. Se comparada com a média dos países
da América Latina e Caribe, observa-se que o país apresenta a mais elevada. Ela corresponde, de
acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), à receita
tributária total dividida pelo PIB, que, por sua vez, é a soma de todas as riquezas produzidas no
país.

Segundo o estudo realizado pelo Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal do
Brasil (CETAD), em conjunto com a Coordenação-Geral de Estudos Econômicos Fiscais da
Subsecretaria de Planejamento Estratégico da Política Fiscal da Secretaria do Tesouro Nacional,
divulgado em março de 2020, a carga tributária no país, em 2018, atingiu a marca de 33,26%
contra 32,33% do ano anterior, indicando variação positiva de 0,93 pontos percentuais.

Já de acordo com o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, a carga tributária do governo geral
foi de 33,17% do PIB em 2019.

Sendo assim, mostra-se a importância da implementação de um planejamento tributário, que


objetiva reduzir o impacto fiscal, por meio de ações lícitas, abrangidas por uma segurança jurídica,
das operações realizadas por pessoas físicas e jurídicas.

A falta desse planejamento, principalmente no setor empresarial, alinhado ao alto nível de


tributação, pode chegar a inviabilizar o negócio, diferente de um empreendimento estruturado, em
que é possível diminuir os seus custos, inclusive dos impostos e, com isso, maximizar os lucros.
Não se trata, portanto, de sonegação fiscal, tendo em vista as medidas legais que permitem o
menor custo tributário. No entanto, sonegar é utilizar formas ilegais para atingir o objetivo de
recolher menos tributos.

Isto posto, o ponto chave é identificar os limites gerais entre o lícito e o ilícito para sua
legitimidade, assegurando os direitos constitucionais e a justiça social aos contribuintes.

Contudo, devido à complexidade da legislação tributária e o excessivo número de leis e alterações,


torna-se essa tarefa exaustiva para o sujeito obrigado ao pagamento.

2- METODOLOGIA
Gil (2002, p.17) define, em sua obra, o conceito de pesquisa:

Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema,
ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que
não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

Segundo Beuren (2010, p.76), “O delineamento é intrínseco à pesquisa cientifica, norteando o


pesquisador na busca de uma resposta para determinado problema”. Ainda de conforme com o
autor, o delineamento da pesquisa ajuda na escolha de um plano para conduzir a pesquisa,
exercendo uma função fundamental em busca da resposta para o problema de pesquisa.

Em um primeiro momento, utilizou-se a pesquisa exploratória para atender aos objetivos deste
trabalho, obtendo informações sobre os aspectos conceituais, além de conhecer a realidade a qual a
empresa que atua no comércio em geral se encontra.

Em seguida, utilizando-se de uma pesquisa descritiva, foi possível coletar dados para descrever as
características da empresa.

Segundo Gil (2002, p.22): "Destacam-se, também, na pesquisa descritiva, aquelas que visam
descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de
um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de
opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc.".

Em uma visão global, a rede, com 24 anos de mercado, possui oito unidades na cidade de Belo
Horizonte-MG e na região metropolitana, sendo mais de 400 unidades em todo o Brasil. A
empresa Sorveteria Eireli iniciou suas atividades no ano de 2017, possui cinco funcionários
registrados e um sócio.

Quanto ao desenvolvimento do trabalho, foi realizado por meio de técnicas de pesquisas


bibliográfica, documental e estudo de caso, que foram utilizadas informações coletadas da empresa
nos exercícios de 2019 e 2020, valendo-se da legislação pertinente, dos documentos contábeis, de
livros e de websites, explanando toda a base teórica em que se fundamenta a pesquisa.

Nessa linha, Gil (2002, p. 44) defende que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

Para Gressler (2004, p.54) o estudo de caso é:

A pesquisa em forma de estudo de caso dedica-se a estudos intensivos do passado,


presente e de interações ambientais (socioeconômica, política, cultural) de uma
unidade: indivíduo grupo, instituição ou comunidade, selecionada por sua
especificidade. É uma pesquisa profunda (vertical) que abarca a totalidade dos ciclos
de vida da unidade (visão holística). Nesta modalidade de investigação, o caso não é
fragmentado, isolado em partes, pois, na unidade, todos os elementos estão inter-
relacionados. Baseia-se em uma variedade de fontes de informação, e procura englobar
os diferentes pontos de vista presentes numa situação.

Em relação à abordagem, a pesquisa usa uma integração entre a natureza quantitativa e qualitativa.
Beuren (2010, p. 92) salienta que "a abordagem quantitativa se caracteriza pelo emprego de
instrumentos estáticos, tanto na coleta quanto no tratamento de dados”. De acordo com Chizzotti
(2006, p. 79) “pesquisa qualitativa parte do fundamento que há uma relação dinâmica entre o
mundo real e o sujeito, uma interdependência entre o sujeito e o objeto, abre espaço para
interpretação”.

A análise dos dados foi feita com base no referencial teórico, submetidos à análise documental,
buscando, assim, a exatidão das informações obtidas, com vistas à verificação das vantagens
trazidas pelo planejamento tributário à empresa em estudo.

Por fim, obtendo os resultados e conclusões a respeito do regime tributário mais vantajoso e
possibilidade de redução da carga tributária.

3- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CAPÍTULO 1 – TRIBUTAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

1.1 – Breve evolução histórica


Etimologicamente, tributo tem origem no termo em latim tributum, que diz respeito àquilo que,
por dever, é entregue ao estado. Porém, não corresponde a apenas um instrumento de arrecadação
de receitas para a manutenção do Estado.

Historicamente, no Estado Absolutista, todo o poder era concentrado nas mãos do rei, o qual
possuía poderes absolutos de origem divina, que lhe conferiam soberania sobre seus súditos,
muitas vezes com interesses inteiramente pessoais, sem qualquer razoabilidade, isonomia ou
finalidade estatal que justificasse a tributação.

Surgiu-se, então, o Estado Liberal, na tentativa de combater as práticas absolutistas, pautando-se


na existência de limites ao poder abusivo estatal - os chamados direitos de primeira geração ou
liberdades negativas - em que o Estado não deveria intervir no domínio econômico, além de
conceder aos indivíduos direitos naturais, tendo como valor-fonte a liberdade, como os direitos
civis e políticos.

Contudo, pela sua ineficiência em corrigir as desigualdades sociais, passa-se para um Estado de
Bem-Estar Social (Welfare State) ou Estado Assistencial, e, segundo Norberto Bobbio (2004,
p.416), ”pode ser definido, em primeira análise, como Estado que garante tipos mínimos de renda,
alimentação, saúde, habitação, educação, assegurados a todo cidadão, não como caridade, mas
como direito político”.

Logo, surge, nesse estado, um conjunto de direitos mínimos assegurados à população por meio de
prestações positivas: as chamadas liberdades positivas, tendo como valor-fonte a igualdade, o que
acarretou gastos que o Estado não conseguiu suportar devido ao excesso de despesas públicas.

Até que, por fim, um novo estado regulador buscou reestabelecer um mínimo existencial,
limitando-se às essencialidades para o bem público e permitindo a participação do setor privado na
economia e, consequentemente, na entrega de outros direitos não exclusivos.

Para tanto, tornou-se necessária a instituição de um Estado outorgado com poderes que o
colocassem em uma posição de superioridade, visando aos interesses coletivos da sociedade, e,
assim, sendo possível destacar alguns princípios que ainda balizam a sua atuação: a supremacia do
interesse público sobre o particular e a indisponibilidade do interesse público. Portanto, a
tributação, hoje, torna-se um dos maiores instrumentos de justiça social.

1.2 – A importância social da tributação na atual Constituição Federal


É evidente que, ao satisfazer as necessidades sociais na forma de serviços públicos prestados à
população pelo Estado, como segurança pública, educação, saúde, transporte, lazer, dentre outros,
geram-se custos, sendo imprescindível o emprego de instrumentos que viabilizem a arrecadação de
recursos destinados à manutenção de suas atividades.

Com efeito, nas palavras de Regina Helena Costa (2017, p.3), a prestação de serviços públicos e a
manutenção do patrimônio coletivo implicam elevados gastos. Daí porque o Estado, como regra,
não pode prescindir de exigir de seus administrados prestações de caráter compulsório qualificadas
como tributos.
Com isso, percebe-se que os recursos são públicos: somente o povo pode dispor sobre o seu uso,
mediante lei, editada por seus representantes, conforme reza a Constituição Federal (CF/88), artigo
150, § 6º:

“§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito


presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá
ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.”

Destarte, conclui-se que o Direito Tributário é um ramo do direito público. Ademais, Hugo de
Brito Machado conceitua o Direito Tributário como:

O Direito de modo geral tem por finalidade promover o equilíbrio nas relações entre os
que têm e os que não têm poder. Ou entre os que têm mais e os que têm menos poder.
Sabido que o Estado é a maior expressão de poder que se conhece, fácil é concluir-se
que o direito tributário tem por finalidade limitar o poder de tributar e proteger o
cidadão contra os abusos desse poder.

Segundo Domingos (2015, p.22), o Estado, por meio da sua soberania, tem papel de instituir e
cobrar tributo e os contribuintes têm o dever de pagá-los. Dessa forma, fica claro que o principal
objetivo da tributação é arrecadar recursos para o Estado, no entanto, o Estado Democrático de
Direito não se limita apenas a esse fim.

Nesse sentido, Hugo de Brito Machado reforça:

“O objetivo do tributo sempre foi o de carrear recursos financeiros para o Estado. No


mundo moderno, todavia, o tributo é largamente utilizado com objetivo de interferir na
economia privada, estimulando atividades, setores econômicos ou regiões,
desestimulando o consumo de certos bens e produzindo, finalmente, os efeitos mais
diversos na economia. Aliás, registros existem da utilização do tributo, desde a
Antiguidade, com a finalidade de interferir nas atividades econômicas; mas os autores
em geral apontam o uso do tributo com essa finalidade como um produto do moderno
intervencionismo estatal.”.

Justamente por isso, os tributos não possuem apenas a função arrecadatória, mas também social, a
qual se destina, em conformidade ao Estado Democrático de Direito, na busca pela consagração de
uma igualdade material, promovendo o bem de todos, conforme consta, nos princípios
fundamentais da CF/88, os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;


II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”.

Ante o exposto, somente a arrecadação e a aplicação de recursos é possível promover a justiça


social, para que todos se beneficiem de vida em sociedade, reduzindo as desigualdades, além de
promover o desenvolvimento nacional, tornando o tributo, claramente, o meio de participação
individual na realização do bem comum.

Outrossim, identifica-se, facilmente, no âmbito do Direito Tributário, diversos princípios e


dispositivos legais cuja finalidade é garantir a correta aplicação da função social no mundo real.

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 – Conceito de tributo


E, para fazer frente à manutenção estatal, visando a concretizar seus objetivos, além de outras
determinações, a própria Carga Magna autoriza a instituição de tributos. Em seu artigo 164,
estabeleceu que a definição de tributo deve ser dada por Lei Complementar:

“Art. 146. Cabe à lei complementar:

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente


sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos


discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;”.

Logo, versa o artigo 3º do Código Tributário Nacional (CTN), Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966,
recepcionada com status de lei complementar, que, “tributo é toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”.

Pormenorizando o seu conceito, nos termos de Oliveira et al (2006, p. 23-24), tem-se:

Prestação pecuniária: significa que o tributo deve ser pago em unidades de moeda
corrente, inexistindo o pagamento in natura ou in labore, ou seja, o que é pago em bens
ou em trabalho de prestação de serviço;

Compulsória: obrigação independe da vontade do contribuinte;


Em moeda ou cujo valor se possa exprimir: os tributos são expressos em moeda
corrente nacional (reais) ou por meio de indexadores (ORTN, OTN, BTN, UFIR);

Que não constitua sanção de ato ilícito: as penalidades pecuniárias ou multas não se
incluem no conceito de tributo; assim, o pagamento de tributo não decorre de infração
de determinada norma ou descumprimento da lei;

Instituída em lei: só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com
força de lei estabelecer essa obrigação;

Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a autoridade


não possui liberdade para escolher a melhor oportunidade de cobrar o tributo; a lei já
estabelece todos os passos a serem seguidos.

Infere-se, claramente, sobre o pagamento em dinheiro (pecúnia), além de não se tratar de uma
faculdade, mas, sim, de uma obrigação derivada do poder de império do estado. Ainda, consoante
com o princípio de um Estado Democrático de Direito, deve, necessariamente, estar instituído em
lei, conforme previsão constitucional:

“Art. 5º (...):

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei;”

Buscando a isonomia fiscal, Leandro Paulsen esclarece:

“Jamais um ato ilícito estará descrito na hipótese de incidência de um imposto ou


contribuição, por exemplo, porquanto tributo não é sanção por ato ilícito. Mas
hipóteses de incidência a princípio lícitas, como a propriedade, a aquisição de renda, a
percepção de receita ou a circulação de mercadorias, podem acabar sendo
vislumbradas em fatos geradores que consubstanciem situações ilícitas, como a
propriedade de bens furtados, a aquisição de renda proveniente de estelionato, a
percepção de receita proveniente da exploração de jogos e a circulação de
entorpecentes proibidos.”

Dessa forma, visando à moralidade e à justiça fiscal, o princípio da isonomia não permite que as
pessoas que ganham a vida ilicitamente não sejam tributadas. Afinal, o que é tributado é o
rendimento decorrente de atividades ilícitas, e não a atividade propriamente dita, incidindo, por
exemplo, imposto de renda sobre ele, conforme posicionamento do Supremo Tribunal Federal no
HC 77.530-4/RS.

Vale mencionar, também, que o Estado detém duas formas de arrecadação de dinheiro: por meio
das receitas originárias e das receitas derivadas. As primeiras são auferidas com base na
exploração do seu patrimônio, por meio de aluguéis ou mesmo por empresas estatais, que possuem
personalidade jurídica própria, as chamadas empresas públicas e sociedades de economia mista.
Por surgirem de um contrato, sem o poder de império estatal, elas estão sujeitas ao regime do
direito privado.

Já as segundas, advêm do patrimônio do particular, de forma impositiva, e, portanto, regidas pelo


regime jurídico de direito público. Os tributos são as principais fontes de receita derivada.

2.2 – Conceito de imposto


De acordo com o art. 16 do CTN:

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Percebe-se pelo exposto que o imposto está relacionado a um fato do contribuinte, enquadrando-se
na hipótese de incidência prevista em lei, que faz nascer o fato gerador.

Assim, conclui-se que os impostos são tributos não vinculados por estarem relacionados com uma
manifestação de riqueza do contribuinte e não com uma atividade estatal.

Em outras palavras, o Estado não tem a obrigação de oferecer ao contribuinte algum tipo de
contraprestação. Trata-se de um tributo que busca realizar a solidariedade social. Portanto, em
regra, sua destinação não está vinculada a qualquer destinação, são usados em benefício da
coletividade, remunerando os chamados serviços gerais – uti universi.

2.3 – Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS)


O ICMS é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal, possui finalidade fiscal
(arrecadatória) e, como regra, plurifásico, isto é, incide sobre todas as etapas de circulação das
mercadorias.

Primeiramente, segundo art. 155, II, da CF/88:

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior;

Apenas destacando alguns pontos importantes sobre o imposto, vale destacar o conceito de
circulação. A doutrina majoritária entende que circulação está relacionada à circulação jurídica da
mercadoria, ou seja, deve haver a transferência (de uma pessoa para outra) da propriedade da
mercadoria.
Nos dizeres de Roque Antonio Carraza (2011, p.36) a remessa de mercadoria de um
estabelecimento para outro, de uma mesma empresa, configura simples transporte e, por isso
mesmo, não incide ICMS. De fato, nela não há transmissão de mercadoria e, por consequência,
circulação jurídica. Só haverá circulação jurídica, quando uma operação for realizada entre duas
pessoas distintas.

Em sintonia, entende o Supremo Tribunal Federal (STF), na súmula 573, que não constitui fato
gerador do imposto de circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e
implementos a título de comodato.

No mesmo pressuposto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), na súmula 166, entende que não
constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro
estabelecimento do mesmo contribuinte.

Por fim, destarte, a saída por si só, não está estabelecida na Carta Constitucional como hipótese de
incidência de ICMS.

Outra regra importante diz respeito ao diferencial de alíquota (DIFAL) do ICMS: quaisquer
operações interestaduais com destino a consumidor final (seja contribuinte ou não do ICMS)
estarão sujeitas ao DIFAL, devido em favor do Estado do destinatário, conforme disposto no art.
155, § 2°, VII, da CF/88:

§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final,
contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota
interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto
correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota
interestadual;

2.2 –Princípios constitucionais

2.2.1 – Legalidade
Consoante o conceito de tributo, o princípio da legalidade garante o direito de justiça e segurança
jurídica. O art. 150, I, da Constituição assim dispõe:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar
tributo sem lei que o estabeleça; […]”

A norma instituidora, ademais, precisa definir todos os elementos da regra matriz de incidência
tributária, ou seja, descrição do fato tributável, definição da base de cálculo e da alíquota, critérios
para o estabelecimento do valor do tributo, identificação dos sujeitos ativo e passivo da obrigação
tributária, não havendo, portanto, discricionariedade da autoridade administrativa em definir sua
aplicação, conforme coaduna o art. 97 do CTN:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26,
39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto


no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos


artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

Todavia, em determinados casos, a CF/88 excepciona alguns tributos devido à sua importância


- os chamados tributos extrafiscais - cuja finalidade principal não é arrecadar, mas, sim, regular a
economia. Leandro Paulsen (2005, p. 184) expõe o seguinte:

“A legalidade tributária constitui direito fundamental do contribuinte, sendo, portanto,


cláusula pétrea, conforme destacado em nota introdutória às limitações ao poder de
tributar. As atenuações à legalidade (autorizações para que o Executivo altere
alíquotas) são apenas as expressas no art. 153, §3°, 1°, da CF. A referência a tal
dispositivo, ao II, IE, IPI e IOF é taxativa, não admitindo ampliação sequer por
Emenda Constitucional. […]”

2.2.2 – Isonomia ou Igualdade Tributária


Os princípios constitucionais tributários visam a estabelecer limites ao legislador e ao
administrador público, garantindo tanto igualdade na lei, quanto perante a lei. Segundo o texto
constitucional:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação


equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;”

Outro pressuposto essencial no ordenamento jurídico, em paralelo com a igualdade, é o princípio


da capacidade tributária, que efetiva o ajuste da igualdade ao mundo dos fatos.
2.2.3 – Capacidade Contributiva
Tal princípio foi previsto na CF/88 no art. 145 § 1°:

“Art. 145: (...):

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados


segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.”

Acerca do princípio mencionado, aduz Ricardo Alexandre:

A aplicação aos impostos “sempre que possível” decorre do entendimento de que todos
os impostos incidem sobre alguma manifestação de riqueza do contribuinte (auferir
renda, ser proprietário, importar, transmitir bens). Manifestada riqueza, aparece a
solidariedade social compulsoriamente imposta: o Estado, por lei, obriga o particular a
entregar-lhe parte da riqueza, parte esta que será redistribuída para toda a sociedade
por meio das atividades estatais. Por conseguinte, considera-se justo que cada pessoa
seja solidária na medida de suas possibilidades, visto que quem mais tem renda, quem
mais possui, quem mais importa, quem, enfim, mais manifesta riqueza, tem uma
possibilidade maior de contribuir com a sociedade sem comprometer sua subsistência
(capacidade contributiva).

Assim, ao determinar que os impostos, preferencialmente, deverão considerar a capacidade


contributiva do contribuinte, fomenta a consecução de uma justiça ideal, por meio da
redistribuição de renda e da participação igualitária, imprescindível para a obtenção dos recursos
necessários para o desenvolvimento do bem coletivo.

Dessa forma, utiliza-se, também, os tributos extrafiscais já mencionados, visando a estimular


determinadas atividades ou comportamentos que o Estado entende como benéficos ao interesse
social, ou desestimular aqueles que sejam nocivos à sociedade, como, por exemplo, a alta carga
tributária a que são submetidos os cigarros. Conforme sabido, esse produto possui alta nocividade
à saúde, tanto de quem usa, como das pessoas que convivem ao redor do fumante, os denominados
fumantes passivos. Assim, ao submeter os cigarros a maior tributação, o Estado desestimula uma
atividade nociva ao interesse público, além de arrecadar valores que serão utilizados para a
consecução dos objetivos estatais e sociais.

Esse princípio também é aferido por meio da progressividade e da seletividade. Aquele ocorre
quando a incidência tributária é maior à medida que aumenta a base tributável, já este acontece
quando as alíquotas dos impostos são diferentes, tendo em vista o objeto tributável.
Seguindo essa linha, na segunda parte do § 1°, do art. 145, da CF/88, ao tratar da faculdade em
identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, a Lei
Complementar 105/2001 estabeleceu:

Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e
registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e
aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela
autoridade administrativa competente.

Portanto, independentemente de ordem judicial, sendo tais exames indispensáveis, a autoridade


administrativa pode examinar as informações bancárias do contribuinte. Ainda, traduz como
entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), em alguns julgados (RE 601.314 e ADIs 2859),
que essa previsão legal não resulta em quebra de sigilo bancário, mas, sim, na transferência de
sigilo da órbita bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros.

Por fim, conforme mais um entendimento do STF, no RE 406.955-AgR, tal princípio também pode
ser extensível a outras espécies tributárias, observando as peculiaridades de cada uma delas.

2.2.4 – Não confisco


Este princípio, além de garantir a contribuição paritária para a consecução dos fins estatais, visa a
evitar uma tributação excessiva, pois o poder público não pode agir arbitrariamente a ponto de
inviabilizar a subsistência econômica, haja vista que sua atividade é essencialmente condicionada
pelo princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, limitando sua ação, mesmo no que diz
respeito ao poder outorgado de tributar.

O princípio do não confisco, previsto no art. 150, IV, da CF/88, “(...) é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar tributo com efeito de confisco”,
visa proteger a tributação com efeito confiscatório, o que não se confunde com o confisco em si. A
aplicação de pena de perdimento é considerada uma punição pela própria CF/88, em seu art. 5°,
XLVI, “b”:

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


(...)

b) perda de bens;

Contudo, não há uma definição constitucional de confisco em matéria tributária. Trata-se, na


realidade, de um conceito aberto, a ser utilizado pelo juiz, nos conflitos entre o poder público e os
contribuintes.
Para tanto, em alguns de seus julgamentos, o STF determinou que o efeito confiscatório deve ser
observado analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está submetido, dentro de
determinado período, em relação à mesma pessoa política, sendo, por exemplo, o isolado aumento
da alíquota do tributo insuficiente para comprovar a absorção total ou demasiada do produto
econômico da atividade privada, de modo a torná-la inviável ou excessivamente onerosa,
conforme RE 448.432 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 20-4-2010, 2ª T, DJE de 28-5-2010.

2.3 – Obrigação tributária


A obrigação tributária é a relação jurídica transitória entre dois indivíduos, que permite o sujeito
ativo exigir uma prestação do sujeito passivo, que pode ser uma prestação de dar, fazer (prestação
positiva) ou deixar de fazer algo (prestação negativa).

No Direito Tributário, o sujeito ativo é o ente instituidor do tributo ou a pessoa jurídica de direito
público legalmente responsável pela sua arrecadação e fiscalização. O sujeito passivo fica
subordinado ao cumprimento das obrigações tributárias.

De acordo com Luciano Amaro (2012, p 271),

“Ao tratar da obrigação tributária, interessa-nos a acepção da obrigação como relação


jurídica, designando o vínculo que adstringe o devedor a uma prestação em proveito do
credor, que, por sua vez, tem o direito de exigir essa prestação a que o devedor está
adstrito. A obrigação tributária, de acordo com a natureza da prestação que tenha por
objeto, pode assumir as formas que referimos (dar, fazer ou não fazer)”.

O artigo 113 do CTN, abaixo transcrito, divide as obrigações tributárias em principais e acessórias:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as


prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em


obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Nesse contexto, no que se refere às obrigações dar, representada pelo pagamento de pagando
tributos ou multas (penalidade pecuniária), denomina-se obrigação principal. Já em relação às
obrigações de fazer ou deixar de fazer algo, são as prestações ou obrigações acessórias, que
estabelecem um conjunto de práticas e deveres administrativos que o sujeito passivo fica
encarregado de realizar, visando auxiliar a arrecadação e fiscalização tributária, facilitando o
trabalho da Fazenda Pública, por exemplo, escriturar livros fiscais

Por outro lado, as obrigações acessórias independem da existência de uma obrigação principal.
Embora haja autonomia da obrigação acessória, o seu descumprimento gera uma obrigação
principal, as multas, de acordo com o §3º do referido artigo. Contudo, o seu pagamento não
exonera o posterior cumprimento da obrigação acessória.

Conforme o artigo 114 do CTN, define o fato gerador da obrigação da obrigação tributária
principal como a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência e tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade. Ou seja, a lei prevê, abstratamente, uma hipótese de
incidência que, ocorrida no mundo real, faz gerar o vínculo entre os sujeitos, a relação jurídico-
tributária. Por conseguinte, infere-se que só existe obrigação tributária se houver um fato gerador.

2.5 – Planejamento tributário


A carga tributária (CT) está intimamente ligada à competitividade e à produtividade das empresas.
O setor privado é o maior responsável pela geração de emprego, renda e receitas para o país, mas
esse potencial poderia ser melhor aproveitado com um ambiente mais favorável para os negócios,
pois quanto maior a carga tributária, menor é a capacidade de investimento.

Aliada a outros fatores, como a globalização, a concorrência nacional e internacional, o cenário


econômico e político do país, é primordial a elaboração de um planejamento econômico para
assegurar a saúde do empreendimento.

De acordo com a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a carga tributária bruta do
governo geral alcançou, em 2018, 33,15% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o secretário
do Tesouro, Mansueto Almeida, em 2019, foi de 33,17% do PIB. Conforme dados encontramos no
site da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), representados na Tabela 1 abaixo, é possível
visualizar uma comparação, por ente, entre os anos 2018 e 2019.

Tabela 1 - Carga Tributária Bruta por esfera de governo - Brasil - Anual - 2018 e 2019

Fonte: STN: https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:32076

Já segundo o estudo elaborado pelos economistas José Roberto Afonso e Kleber Pacheco de
Castro, em 2019, a CT alcançou a marca recorde de 35,17% do PIB

O Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), tributo federal, respondeu por 40% do
crescimento da carga tributária. O ICMS (tributo estadual), por quase 30%. A arrecadação que
mais cresceu foi a dos municípios (12%, o dobro do percentual da União), mas esses entes têm
peso menor no indicador.
Segundo Paulo Afonso Ferreira, 1º diretor secretário e presidente do Conselho de Assuntos
Legislativos da CNI, o desenvolvimento sustentável depende, fundamentalmente, da criação de
condições favoráveis ao investimento na atividade produtiva. O sistema tributário onera a
produção, afeta o poder de compra da sociedade e o crescimento econômico do país. Há
necessidade de um sistema mais simples, com redução do número de tributos e ampliação da base
contributiva, que reduza o peso excessivo da carga tributária e a burocracia nela embutida.

Sendo assim, mostra-se a importância da implementação de um planejamento tributário, que


objetiva reduzir, zerar ou postergar o impacto fiscal, por meio de ações lícitas, abrangidas por uma
segurança jurídica, das operações realizadas pelas pessoas jurídicas – o que é chamado de elisão
fiscal.

Segundo Silvio Aparecido Crepaldi (2018, p.202), são três as finalidades do planejamento
tributário:

“1) Evitar a incidência do fato gerador do tributo.

Exemplo: substituir a maior parte do pró-labore dos sócios de uma empresa, por
distribuição de lucros, pois a partir de janeiro de/1996 eles não sofrem incidência do
IR nem na fonte nem na declaração. Dessa forma, evita-se a incidência do INSS (20%)
e do IR na Fonte (até 27,5%) sobre o valor retirado como lucros em substituição do
pró-labore.

2) Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo.

Exemplo: ao preencher sua Declaração de Renda, você pode optar por deduzir até 20%
da renda tributável como desconto padrão (limitado a R$ 9.400,00) ou efetuar as
deduções de dependentes, despesas, plano de previdência privada, etc. Você certamente
escolherá o valor maior, que lhe permitirá uma maior dedução da base de cálculo, para
gerar um menor Imposto de Renda a pagar (ou maior valor a restituir).

3) Retardar o pagamento do tributo, postergando (adiando) o seu pagamento, sem a


ocorrência da multa.

Exemplo: transferir faturamento da empresa do dia 30 (ou 31) para o 1° dia do mês
subsequente. Com isto, ganha-se 30 dias adicionais para pagamento do PIS, COFINS,
SIMPLES, ICMS, ISS, IRPJ e CSLL (lucro real por estimativa), se for final de
trimestre até 90 dias de IRPJ e CSLL (Lucro presumido ou lucro real trimestral) e 10 a
30 dias se a empresa pagar IPI.”

Isto posto, o ponto chave é identificar os limites gerais entre o lícito e o ilícito para sua
legitimidade, assegurando os direitos constitucionais e a justiça social aos contribuintes.
2.6 – Análise Tributária
Segundo Borges (2011, p.45-48), a operatividade sistêmica de um planejamento tributário
compreende cinco fases:

1. Pesquisa do fato objeto do planejamento: inicia-se com o levantamento de dados sobre:


1. A estrutura e as atividades operações da empresa;
2. A qualificação fiscal de seus estabelecimentos, em face do IPI, ICMS e ISS;
3. As particularidades das operações industriais, negócios mercantis e prestações de
serviços abrangidos pelo planejamento tributário.
2. Articulação das questões fiscais oriundas do fato pesquisado: nesta fase decide-se sobre as
características do planejamento, ou seja, se visa à anulação, à redução ou ao adiamento do
ônus fiscal atinente.
3. Estudo dos aspectos jurídico-fiscais relacionados com as questões decorrentes do fato
pesquisado, a respeito:
1. Dos princípios jurídicos que devem nortear a elaboração planejamento tributário;
2. Das diretrizes jurídicas que devem outorgar legitimidade ao planejamento;
3. Dos conceitos, categorias e institutos jurídico-tributários que devem respaldar a
operatividade do planejamento; e
4. Dos procedimentos normativos que devem disciplinar a execução do planejamento.
4. Conclusão: abrange a articulação das respostas referentes às questões formuladas, com
fulcro no trabalho desenvolvido na fase anterior.
5. Formalização do planejamento tributário elabora num expediente funcional: assim, seu
conteúdo ter as seguintes características: clareza, concisão, harmonia, vigor e objetividade.

Depois de definida a característica do planejamento, inicia-se o estudo dos aspectos jurídicos


relacionados com as questões decorrentes do fato pesquisado. Essa fase se caracteriza pelo amplo
estudo da legislação fiscal vigente, visando alcançar o objetivo definido.

2.7 – Regimes tributários


Regime de Tributação é um sistema que define a cobrança de impostos de cada empresa e seu
enquadramento é que definirá a incidência e a base de cálculo dos tributos.

No Brasil são três os tipos de regimes tributários mais utilizados:

• Simples Nacional
• Lucro Presumido
• Lucro Real
2.7.1 – Simples Nacional
Segundo a Receita Federal (2020), o Simples Nacional é um regime compartilhado de
arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.

Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e


Municípios).

É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da
Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios.

Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições:

• Enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte;


• Cumprir os requisitos previstos na legislação; e
• Formalizar a opção pelo simples nacional.

Características principais do Regime do Simples Nacional:

• Ser facultativo;
• Ser irretratável para todo o ano-calendário;
• Abrange os seguintes tributos:
• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;
• Contribuição para o Programa de Integração Social - PIS/Pasep,
• Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins;
• Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI;
• Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações
de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação -
ICMS;
• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS;
• Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da
pessoa jurídica - CPP.

Dessa forma, esse regime tem por objetivo diminuir a burocracia para os empreendedores,
unificando oito impostos diferentes em apenas um documento.

Ele pode ser adotado por micro e pequenas empresas de qualquer região do Brasil.

Atualmente, é considerada uma microempresa aquela que tem um faturamento de, no máximo R$
360 mil. A pequena empresa, entretanto, deve faturar anualmente no máximo R$ 4.800.000,00. O
regime também serve para os microempreendedores individuais, que faturam até R$ 60.000,00.
2.7.2 – Lucro Presumido
O Lucro Presumido é a modalidade de tributação simplificada para determinar a base cálculo do
IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e da CLSS (Contribuição Social Sobre o Lucro
Líquido) das pessoas jurídicas. O sistema utilizado neste regime presume o lucro da pessoa
jurídica a partir de sua receita bruta e outras receitas sujeitas à tributação, de acordo com as
atividades prestadas pela empresa.

2.7.3 – Lucro Real


O Lucro Real é um regime tributário criado para a contribuição do Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), no qual o cálculo
realizado para estipular os valores a serem descontados leva em conta o lucro líquido da empresa.
Esta modalidade deve ser adotada por empresas que não se encaixam nas exigências do Simples
Nacional e não podem fazer parte do Lucro Presumido. Além do cálculo a ser realizado neste
regime ser mais complexo, as exigências e contribuições são maiores do que nas outras
modalidades, entretanto, esse sistema é bastante vantajoso por ser mais equilibrado que o lucro
presumido.

CAPÍTULO 3 – CONCEITO DE ELISÃO E EVASÃO FISCAL

3.1 – Elisão fiscal


A elisão fiscal é o procedimento lícito que visa a reduzir ou eliminar a carga tributária, em regra,
antes da ocorrência do fato gerador, isto é, antes do nascimento da obrigação tributária. Dessa
forma, atuam sobre os seus elementos (material, espacial, temporal, quantitativo e pessoal), ainda
que o único objetivo do ato lícito seja reduzir o valor do tributo devido.

De acordo com Alexandre Rossato da Silva Ávila (2005, p. 187):

[...] o contribuinte tem o direito de economizar no pagamento de tributos. Ele não é


obrigado a adotar a forma mais onerosa para conduzir os seus negócios. O contribuinte
pode estruturar seus atos ou negócios de maneira a pagar menos, ou nenhum, tributo.
Se o ato pode ser praticado por duas formas, sendo uma tributada e outra não, é
evidente que o contribuinte tem o direito de escolher a que melhor atenda aos seus
interesses. Ninguém é obrigado a adotar a forma mais onerosa para os seus negócios
[...]

Para Chiavenato e Sapiro (2003), o planejamento estratégico está relacionado com os objetivos de
médio e longo prazo, que podem afetar sua direção, viabilidade e resultados.

3.1.2 – Tipos de Elisão


Existem duas formas de elisão: a legítima, em que é decorrente da própria lei, em que o dispositivo
permite expressamente uma conduta ou concede determinados benefícios fiscais, como, por
exemplo, as isenções concedidas pelo ente competente; e a resultante de lacunas existentes na lei,
em que o contribuinte se utiliza de meios não proibidos legalmente ou que possibilitem a não
incidência do fato gerador de determinado tributo.

3.2 – Evasão fiscal


Entende-se como as práticas ilícitas adotados pelo contribuinte com a finalidade de evitar o
cumprimento da obrigação tributária principal, que é o pagamento de tributos.

Segundo Moreira (2003):

“Evasão fiscal constitui a prática, concomitante ou posterior à incidência tributária, na


qual são utilizados meios ilícitos (fraude, sonegação, simulação) para escapar ao
pagamento de tributos.”

Em regra, é realizada após a incidência do fato gerador do tributo com o objetivo de reduzir ou
ocultá-lo parcial ou totalmente.

3.2.1 – Formas de Evasão


Destarte, é possível afirmar que a evasão é sempre decorrente de um comportamento ilegal do
sujeito passivo, utilizando-se da fraude, simulação ou de qualquer outro artifício com a finalidade
de eliminar ou reduzir a carga tributária.

Nas palavras de ALEXANDRE (2015, p. 288), trata-se de uma conduta ilícita, que ocorre após o
lançamento do fato gerador, em que o contribuinte pratica atos que visam evitar o conhecimento
do nascimento da obrigação tributária pela autoridade fiscal, ou seja, o fato gerador ocorre, mas o
sujeito passivo da obrigação oculta o ocorrido para o fisco com o objetivo de fugir da obrigação
tributária.

Portanto, planejamento tributário não se confunde com sonegação fiscal, tendo em vista seus
objetivos traçados por meio de alternativas lícitas.

Tal importância ensejou, por meio da Lei Complementar nº 104/2001, a alteração do CTN,
investindo ao fisco maiores poderes de fiscalização, conforme parágrafo único do artigo 16:

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos [...]:

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios


jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados
os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária
3.2.1.1 – Sonegação Fiscal
Segundo o artigo 71 da Lei 4.502/64, sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir
ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: da
ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias
materiais; ou das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária
principal ou o crédito tributário correspondente.

Conceitua Martins (2006, p. 247):

É toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o


conhecimento por parte da autoridade fazendária: (1) da ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; (2) das
condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária
principal ou o crédito tributário correspondente.

Do exposto, é o ato realizado visando eliminar ou reduzir tributo, mediante omissão, fraude,
falsificação, alteração, adulteração ou ocultação de informações que não correspondem à
realidade.

3.2.1.2 – Fraude
De acordo com o artigo 72 da Lei 4.502/64, é toda ação ou omissão dolosa que tenda a impedir ou
retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a
excluir ou modificar suas características essenciais de modo a reduzir o montante do imposto
devido, ou a evitar ou diferir seu pagamento.

Portanto, é o incumprimento de determinadas obrigações fiscais, como, por exemplo, o pagamento


de impostos.

3.2.1.3 – Conluio
Ainda segundo a Lei 4.502/64, no seu artigo 73, conluio é o ajuste doloso, ou seja, intencional, que
duas ou mais pessoas aturais ou jurídicas realizam visando a sonegação ou a fraude. É o caso, por
exemplo, quando auditores aceitam propinas para fazer “vista grossa” a um crime tributário.

4- ESTUDO DE CASO
CAPÍTULO 4 – ESTUDO DE CASO
O presente estudo de caso destina-se à aplicação dos fundamentos teóricos abordados neste
trabalho, analisando alguns aspectos legais e tributários de uma empresa de pequeno porte,
utilizando estruturas para um planejamento tributário específico, tendo como objetivo a redução de
encargos tributários.
O objeto deste estudo é uma das unidades de uma franquia do ramo de sorvetes que atua na cidade
de Belo Horizonte-MG. Como forma de manter o sigilo da empresa, em razão de dispor de valores
de faturamento, a razão social foi alterada para Sorveteria Eireli.
Desde o início das atividades, está enquadrada no mesmo regime tributário, surgindo a curiosidade
e necessidade da realização de um estudo para verificar a possibilidade de redução da carga
tributária, além de observar se a empresa está optando pelo melhor regime.
O planejamento tributário é mutável, sendo articulado de acordo com o empreendimento. Por
conseguinte, faz-se necessário o adequado levantamento de dados pertinentes às operações
comerciais da empresa em tela, conforme sua natureza, característica, tipo, extensão e
peculiaridades operações, a fim de obter informações suficientes para facilitar o cumprimento das
obrigações tributárias a que a Sorveteria Eireli está submetida, identificar as opções de tributação
que pode ser enquadrada, e fornecer sugestões e suporte para o aprimoramento tributário.
Dessa forma, para o caso em tela, o objetivo do planejamento tributário escolhido foi pela redução
e/ou anulação do ônus fiscal.
Inicialmente, após levantamento dos dados necessários para a realização de uma comparação
rápida e exemplificativa de valores entre os três regimes tributários, por meio do website da
empresa Fisconnect, por se enquadrar no ramo de comércio (lojas em geral) e ser de cálculo menos
complexo, observou-se que o Simples Nacional, atual regime adotado pela Sorveteria Eireli, é a
melhor opção, conforme consta na tabela 2, permanecendo, assim, com esse regime tributário.
Ademais, de acordo com a tabela 3, que apresenta a arrecadação mensal e o e os valores pagos de
Simples Nacional, observa-se que o valor total pago desse regime tributário, R$ 37.205,06, ficou
bem próximo do previsto, R$ 36.920,16.
Em comparação aos outros dois regimes, desconsiderando o valor de R$ 7.680,96 do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), igual nos três, o Lucro Presumido geraria uma dívida
mensal de R$ 50.899,91 e, no Lucro Presumido, o encargo mensal seria de R$ 67.283,28.
Tabela 2 - Comparação dos regimes tributários

Fonte: https://www.fisconnect.com.br/calculadora-de-impostos-online/
De acordo com a particularidade operacional do empreendimento, observou-se, também, que a
franquia oferecia uma plataforma online de compras, com o objetivo de centralizar o fornecimento
dos diversos insumos que a empresa tinha, visando a facilitar a administração do negócio, desde
produtos exclusivos da rede (como a bebida láctea para a produção do sorvete) até os comuns
encontrados em atacados e varejos. Contudo, mesmo alguns produtos não possuindo frete,
principalmente os comuns, a circulação de mercadoria e serviço fazia incidir o fato gerador do
Diferencial de Alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS-DIFAL).
Conforme conta na tabela 4, a empresa apresentou, em 2019, um gasto total de R$ 7.064,75 com o
referido imposto.
Tabela 3 - Arrecadação e Simples Nacional 2019
Mês de Simples
Arrecadação
referência Nacional

Janeiro R$ 52.109,31 R$ 3.677,72

Fevereiro R$ 36.643,59 R$ 3.559,34

Março R$ 40.937,80 R$ 2.502,99

Abril R$ 36.500,41 R$ 2.751,56

Maio R$ 34.900,24 R$ 2.890,94

Junho R$ 40.859,82 R$ 2.576,24

Julho R$ 44.553,43 R$ 2.847,66

Agosto R$ 37.697,71 R$ 3.045,24

Setembro R$ 44.766,29 R$ 2.654,24

Outubro R$ 60.383,43 R$ 3.060,65

Novembro R$ 51.739,59 R$ 4.082,61

Dezembro R$ 68.497,41 R$ 3.555,87

R$   549.589,
Total R$ 37.205,06
03

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.


Tabela 4 - Valor pago de ICMS-DIFAL em 2019

Mês de Valor pago de ICMS-


referência DIFAL

Janeiro R$ 658,80

Fevereiro R$ 83,27

Março R$ 965,66
Abril R$ 747,35

Maio R$ 475,98

Junho R$ 994,39

Julho R$ 924,31

Agosto R$ 144,39

Setembro R$ 950,96

Outubro R$ 95,74

Novembro R$ 588,50

Dezembro R$ 435,40

Total R$ 7.064,75

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.


Após um estudo de preço na região da empresa, constatou-se que os valores praticados pela
franqueadora na sua plataforma eram os mesmos que os atacados e os varejos praticavam na praça
local. Ademais, dependendo do volume comprado, era possível, inclusive, obter descontos ou, por
meio de eventuais promoções que o fornecedor fazia para determinado produto, também era
possível conseguir preços mais baixos. Tais práticas não eram feitas pela franqueadora.
Por conseguinte, passando a adotar a compra dos insumos comuns nos estabelecimentos locais, foi
possível reduzir o valor a pagar do ICMS-DIFAL para o ano de 2020, tabela 5, ocorrendo uma
redução de 38,63% em comparação ao mesmo período do ano anterior, somente no que se refere ao
imposto, além da economia feita por meio das compras locais com os descontos recebidos.
Tabela 5 - Valor pago de ICMS-DIFAL em 2020

Mês de Valor pago de ICMS-


referência DIFAL

Janeiro R$ 417,68

Fevereiro R$ 121,76

Março R$ 513,73

Abril R$ 440,94
Maio R$ 304,63

Total R$ 1.798,73

Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ante o exposto, nota-se a importância do planejamento tributário devido à elevada carga tributária
existente no Brasil, obrigando os empresários a se organizarem para aumentarem a competitividade
da empresa no mercado de atuação, buscando de forma legítima meios para garantir uma economia
fiscal, principalmente em relação às empresas de pequeno porte, as quais, sem qualquer
planejamento tributário, optam por um regime sem saber se é o mais viável.
O objetivo deste estudo de caso era escolher qual a modalidade menos onerosa de tributação para a
Sorveteria Eireli e a análise de um dos tributos para verificar a possibilidade de redução.
Por meio de dados extraídos dos relatórios fornecidos pela contabilidade, possibilizou-se a
realização dos cálculos necessários para a apuração dos tributos de acordo com o negócio. Entre os
regimes tributários, a opção mais vantajosa para a empresa é o Simples Nacional, atualmente
adotado. Contudo, antes de fazer essa opção, recomenda-se avaliar a alíquota de impostos de
acordo com a atividade, a faixa de tributação e o anexo em que ela estará inserida.
O Brasil possui uma legislação tributária complexa devido à enorme quantidade de dispositivos
legais para cada tributo, além das sucessivas alterações, tornando um desafio cumprir com todas as
obrigações tributárias no país. Porém, mostra-se importante o conhecimento sobre os principais
encargos que uma empresa está obrigada a pagar.
Todavia, com o avanço tecnológico, já é possível ligar com processos antes complexos, uma
realidade alcançável até para as pequenas empresas, proporcionando a análise de um
replanejamento eficaz e aumentando a capacidade analítica de estratégias.
Valendo-se da elisão fiscal, foi possível reduzir significativamente o valor o ICMS-DIFAL em
quase 40% no período analisado. A Sorveteria Eireli passou a adotar, dessa forma, a plataforma
centralizada da franqueadora apenas para comprar os insumos exclusivos da rede, que são
obrigatória e exclusivamente comprados nela, e a adquirir os produtos comuns em atacados e
varejos locais, conseguindo descontos e aproveitando promoções sazonais, tendo uma redução no
valor da  despesa  ainda maior.

Por fim, como recomendação para as pesquisas futuras, sugere-se um estudo aprofundado sobre os
outros encargos tributários que a empresa é obrigada a pagar, a fim de identificar estratégias e
técnicas permitidas pela legislação fiscal que permitam outras economias, como a diminuição do
pró-labore e a análise de incentivos fiscais pelo governo estadual, municipal e, até mesmo, federal.
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