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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

D E N I S C AVA L C A N T I
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Denis Cavalcanti

Mesa da Câmara dos Deputados


53ª Legislatura – 4ª Sessão Legislativa
2010

Presidente Suplentes de Secretário


Michel Temer
Primeiro-Suplente
Primeiro-Vice-Presidente Marcelo Ortiz
Marco Maia
Segundo-Suplente
Segundo-Vice-Presidente Giovanni Queiroz
Antônio Carlos Magalhães Neto
Terceiro-Suplente
Primeiro-Secretário Leandro Sampaio
Rafael Guerra
Quarto-Suplente
Segundo-Secretário Manoel Junior
Inocêncio Oliveira
Diretor-Geral
Terceiro-Secretário Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida
Odair Cunha
Secretário-Geral da Mesa
Quarto-Secretário Mozart Vianna de Paiva
Nelson Marquezelli

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

D E N I S C AVA L C A N T I
O Gabinete da Presidência da Câmara, que recebe cotidianamente políticos e autoridades
do Brasil e do exterior, transforma-se em Gabinete de Arte aos finais de semana. É a democracia cultural
ao alcance do povo exposta nas obras de artistas consagrados.
Para reafirmar a proposta de aproximar o público de tudo o que há de melhor na produção
artística brasileira, desta vez o Gabinete de Arte brinda os visitantes com a obra de Denis Cavalcanti,
notável pintor paraibano que, nessa série, homenageia o arquiteto Oscar Niemeyer, em leitura singular,
sensível e inovadora.
O visitante poderá notar, pelas fortes cores utilizadas nas telas, que Denis Cavalcanti nos
convida a descobrir Brasília, no seu cinquentenário,  por meio de um novo olhar – com a liberdade
criativa de quem vê a força e a alegria que verdadeiramente existe na capital do Brasil e brota do povo
brasileiro.

MICHEL TEMER
Presidente da Câmara dos Deputados

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Denis Cavalcanti

Palácio | Acrílica Sobre Tela | 100x140cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

D EN I S C AVA LC A N T I

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Denis Cavalcanti

D EN I S C AVA LC A N T I

Nascido na cidade de Patos, Paraíba, logo cedo foi para Campina Grande, onde estudou e iniciou sua atividade profissional como
desenhista técnico de urbanismo e arquitetura. Ali trabalhou também com arte publicitária e exerceu a atividade de técnico em serigrafia. Em 1976,
já em João Pessoa, teve as suas primeiras participações e prêmios em Mostras de Arte.
Residiu em Lisboa, Portugal, durante seis anos, sempre ligado à atividade de serigrafia profissional e designer gráfico e publicitário.
Voltou a expor seu trabalho de pintura sobre tela em 2006, com a Exposição Geométrika, em João Pessoa, que marcou o lançamento do Catálogo com
o mesmo nome, que seria apresentada em São Paulo, no mesmo ano. Desde então, foram diversas exposições individuais, coletivas e participação em
Salões de Arte e Prêmios, como o XIV Salão de Artes Plásticas de Teresina/PI, o Prêmio Chaplin - Honra ao Mérito Intelectual, e o Primeiro Prêmio
no Salão Guilherme Hortêncio (Gráfica Santa Marta/ Galeria Arte Solo).

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

[Capa] Palácio do Congresso | Acrílica Sobre Tela | 100x140cm

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Denis Cavalcanti

Panteão dos Heróis | Acrílica Sobre Tela | 100x100cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Memorial | Acrílica Sobre Tela | 80x140cm

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Denis Cavalcanti

BR A SÍLIA 50 ANOS — UM TRIBUTO A OSC AR NIEMEYER

Concretismo, construtivismo, de recorrer a três celebridades cujas palavras cores, de forma estudada e acertadamente
suprematismo, grafismo, qual seja a escola, aclaram com brilhantismo as minhas e tocam pinçadas da paleta, que defloram com
movimento ou corrente artística com a qual a modesta alma deste amante da arte que lhes suavidade e ternura a tão pura e branca tela,
tentem rotular ou classificar a obra de Denis escreve. “Os espelhos são usados para ver o sem dor, só prazer. Nasce assim uma pintura
Cavalcanti, não importa. rosto; a arte para ver a alma”. Assim enxergava limpa, harmoniosa, alegre e muito agradável
A arte transcende sua o ilustre dramaturgo, romancista e jornalista aos olhos, onde cores quentes e frias convivem
própria história, o saber, qualquer modelo irlandês, Bernard Shaw. Na mesma direção, sem dissenções.
taxonômico, doutrinas e princípios. Repousa refletia o religioso estadunidense Henry O artista, interagindo com o meio
ela placidamente sobre singular princípio e Beecher: “Todo artista molha seu pincel em em que vive, pode ocupar a todo momento os
fim: a alma; a sensibilidade, livre e universal, sua própria alma, e pinta sua própria essência papéis das duas âncoras da arte, incorporar a
sem amarras. Com duas âncoras que se em seus quadros”. E por fim, Stella Adler, atriz alma do pintor e a do admirador da obra. É o
encontram, definitivamente — a alma do americana de teatro e cinema, foi de uma que ocorre com Denis nesta mostra.
artista e a daquele que a vê, a admira, a sente, felicidade e sapiência ímpar ao sentenciar que Sendo grande apreciador da obra
independentemente de quem seja, letrado “a vida bate e estraçalha a alma e a arte nos e vida de Oscar Niemeyer, a quem dedica esta
ou de parcos conhecimentos, erudito ou lembra que você tem uma”. exposição, que, por sua idéia inicial, chama
desprovido de qualquer formação artística. E é dessa forma, como segunda de “Tributo a Oscar Niemeyer”, Denis faz
“As grandes obras de arte somente são grandes âncora, apreciador de arte sem lapidação, sua leitura do maior acervo artístico ao ar
por serem acessíveis e compreendidas por rasos conhecimentos, contudo, profunda livre: os monumentos e prédios públicos de
todos”, percebeu, com extrema lucidez, a sensibilidade, que volto os olhos para Brasília, assinados pelo renomado símbolo
imprescindibilidade da segunda âncora da contemplar a obra do amigo e artista Denis vivo da arquitetura brasileira, admirado
arte, o consagrado escritor russo, Leon Tolstoi. Cavalcanti. Encanta-me sua beleza plástica. internacionalmente e que levou nossa cidade
A âncora motriz, a primeira, faço absoluta Impressionam-me suas formas geométricas a ser inserida pala UNESCO, em 1987, entre os
questão — ainda que me arriscando a produzir diligentemente cingidas por precisa mão; sítios que compõem o Patrimônio Cultural da
um texto enfadonho por fartura de citações — firmes traços que revelam segredos; vibrantes Humanidade.

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Nas telas expostas, o artista como podemos ver no céu do quadro “Justiça” nos com a sua obra, impregnada também
apresenta certa particularidade quando ou no arrebatador dégradé noturno que cai de suas origens nordestinas, de cores
olhamos o todo da sua trajetória. Mantém-se sobre a tela “Congresso”. fortes e alegres, que externam a esperança,
fiel à busca da forma precisa e rigor técnico “Não posso negar que tenho persistência, força e combatividade do povo
da engenharia, arquitetura e design, que verdadeira paixão pelas curvas femininas”, de sua região, apesar de tão sofrido pela aridez
constituem sua formação profissional. Persiste afirma Niemeyer, atraído pelo concreto em do seu clima e escassez de recursos. Daí, criou
na valorização formal e no culto à sofisticação, formas livres e sensuais, rompendo todo e asas, voou alto, muito alto, pelo admirável
plura lidade, exuberância e harmonia qualquer obstáculo para forjar suas obras de e singular céu de Brasília. Da Paraíba para
cromáticas. Não abre mão da arte geométrica. arte. Atento às palavras do seu ídolo, Denis arriba. Enamorado por seus esquadros, gerou
Entretanto, para homenagear Oscar e Brasília, ressalta a feminilidade e a sensualidade das seus quadros para serem filhos do mundo.
não persegue fervorosamente o ideal da curvas de concreto de Niemeyer em suas
abstração. Compõe-se temporariamente obras, destacando-as em planos primeiros e,
Afrísio Vieira Lima Filho
com a arte dita do passado, da representação recorrendo, além do cinza, ao branco da pureza
Diretor legislativo da Câmara dos Deputados
do real, afastando-se, ainda que com feminina, utilizado nas próprias sinuosidades
brevidade, da linguagem plástico-pictórica marmóreas. Trata-se de homenagem não só a CURADOR
dos construtivistas, do “mundo da não Niemeyer, mas também às mulheres e à nossa
representação” de Malevitch. A abstração cede capital, Brasília, nome emprestado a tantas
ao concreto e ao mármore de Niemeyer, numa filhas da cidade — as fascinantes candangas.
belíssima e multicolorida releitura das obras- Parafraseando meu conterrâneo
primas de arte arquitetônica da nossa cidade, Gil, diria que a Paraíba já deu a Denis
emolduradas por um firmamento único, de Cavalcanti régua e compasso. Com passos
vastidão também sem par, que cambia suas largos, chega até o Planalto Central, trazendo
múltiplas cores num mimetismo mágico de na mala fins expansionistas para os domínios
rara beleza e a todos extasia e surpreende, do seu talento, e, vitoriosamente, conquista-

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Denis Cavalcanti

Congresso | Acrílica Sobre Tela | 120x150cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Câmara Federal | Acrílica Sobre Tela | 80x140cm

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Denis Cavalcanti

“O abstracionismo geométrico de Denis Cavalcanti é fruto de pesquisas do artista no sentido de levar ao extremo as possibilidades
estéticas das cores. Com a cumplicidade delas, engendra obras marcadas por tramas óticas que o levam a superar as tradicionais perspectivas aérea e
linear e, virtuosamente, lança mão de recursos que induzem o olhar a abstrair dos limites do suporte material. Faz, enfim, construções de uma quase
arquitetura, que conferem tridimensionalidade a superfícies planas.
O trabalho consistente de Denis Cavalcanti com a paleta tem como decorrência um requinte cromático ao qual são imanentes senso de
ordem, riqueza imaginativa, limpidez. Não há nele excessos ou derramamentos. As cores, tanto as primárias quanto as secundárias, harmonizam-se
com as formas, as estruturas e os movimentos, viabilizando resultados que, não raro, dialogam com a Op Art e com os procedimentos formais das
obras dos brasileiros Israel Pedrosa (1926) e Almir Mavignier (1925), mantendo, contudo, caráter autoral.
Denis Cavalcanti nos desafia a fazer um exercício de fruição que envolve mergulhar em seus quadros e buscar seguir os passos de planos
que, engenhosamente, se interpenetram e se entrecruzam, em incessante exercício de liberdade. Aceito o desafio, estaremos diante de criações que
revelam mensagens líricas altamente sofisticadas, dotadas de acurado rigor técnico e, marcadamente, promotoras de sensível deleite estético.
Trata-se de obra para ser apreciada sem moderação.”

Augusto Luitgards
Marchand e Colecionador de Arte

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Memorial | Acrílica Sobre Tela | 80x140cm

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Denis Cavalcanti

Concha | Acrílica Sobre Tela | 80x100cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Hermano José
Artista Plástico
“Rigor técnico, harmonizando espaços para formas e cores.
Assim vejo os caminhos percorridos por Denis Cavalcanti em seu anseio de nos revelar sua visão do mundo.
Conversando com ele, além da sensibilidade, percebemos a modéstia. Nada de frases de efeito ou arrogância, que mais indica
insegurança. Falamos de admiração, influências pela arte de Mondrian, de Malevich e também do estruturalismo contemporâneo de Peter Haller.
O que importa é confirmar que o artista segue os caminhos da intuição; que para ele, pintar é completar-se, saber-se dentro da vida.”

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Denis Cavalcanti

Catedral | Acrílica Sobre Tela | 80x100cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Santuário | Acílica Sobre Tela | 100x100cm

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Denis Cavalcanti

Museu | Acrílica Sobre Tela | 80x100cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

“Denis Cavalcanti apresenta uma obra vibrante e de complexo rigor formal e é um acurado conhecedor do rigor estilístico, pleno de
poesia em suas organizadas composições e de um lirismo que atinge plenamente o fruidor com amorosidade inteligente que só à grande arte é
permitido.
O artista constrói seus ícones com a liberdade segura do geômetra familiarizado com uma beleza plena de erudição, com a singularidade
dos que procuram amadurecimento na difícil tarefa da simplicidade, e o reconhecimento lhe chega como consequência da participação erudita de
seus interlocutores.
Faz explodir em suas bases materiais a beleza de atmosferas inusitadas, indicadoras de estados de alma intraduzíveis, senão por quem
se deixa arrebatar pela força visual das grandes qualidades de sentimentos, por quem se permite alçar o vôo da perfeição constante nas equações que
são puro fato abstrato da mente. Sua construção é admirável. Demanda primor e educação dos sentidos do receptor para que sua difícil ação criadora
se assente como um novo padrão expressivo na arte brasileira.”

Jorge Anthonio e Silva


Escritor e Crítico de Arte

Texto reproduzido do livro “Jornalismo Cultural – Apontamentos,


Resenhas e Críticas sobre Artes Plásticas”, da Editora Pantemporâneo

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Denis Cavalcanti

Teatro Nacional | Acrílica Sobre Tela | 100x140cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Ricardo Anísio
Jornalista

“O não ter formato é também um exercício lúdico enquanto simulador de uma senda que desvela tanto quanto arde. Denis Cavalcanti
tem consciência de sua função na arte e por isso mesmo escapa das afetações filosóficas e exprime sua capacidade pictórica justamente a serviço de
uma geometria plenamente harmoniosa, porém não acomodada.”

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Denis Cavalcanti

Planalto | Acrílica Sobre Tela | 140x150cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Supremo Tribunal | Acrílica Sobre Tela | 80x140cm

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Denis Cavalcanti

Itamarati | Acrílica Sobre Tela | 80x140cm

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Gabinete de Artes da Câmara dos Deputados

Justiça | Acrílica Sobre Tela | 80x100cm

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Denis Cavalcanti

Teatro Pedro Calmon | Acrílica Sobre Tela | 80x100cm

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Alvorada | Acrílica Sobre Tela | 140x150cm

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Denis Cavalcanti

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GABINETE DE ARTE – DENIS CAVALCANTI

REALIZAÇÃO FOTOGRAFIA
Presidência da Câmara Antônio David
Maria José Porto

COORDENAÇÃO
Centro de Documentação e PROJETO GRÁFICO
Informação Ely Borges
Coordenação de Preservação de Bens DETEC - Seção de
Culturais - Museu da Câmara Programação Visual
Camila Hott
CURADORIA Museu da Câmara
Afrísio Vieira Lima Filho

APOIO
Departamento Técnico
PRODUÇÃO
SECOM – Relações Públicas
Casimiro Neto
Gilcy Marques
IMPRESSÃO
OBRAS CEDIDAS POR: DEAPA – Coordenação de
Denis Cavalcanti Serviços Gráficos
Denis Cavalcanti

Palácio do Congresso | Acrílica Sobre Tela | 100x140cm

Gabinete de Arte
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