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N-> NARRADORA

C-> CRIANÇA

P-> PROFESSORA

M-> MÃE

D-> DOUTORA

N: Era uma vez, uma criança chamada ....., ela era uma criança incrível, vivia ligada no 220,
gostava muito de brincar, pra ela ficar parada era perca de tempo, durante a aula ela não
prestava muita atenção na professora porque na sua sala tinha um buraco no teto, e ela ficava
imaginando diversas coisas, como quantas brincadeiras poderiam ser feitas la, o que poderia
ter la.. (mostra a criança em sala de aula)

C: ia ser tão legal brincar de casinha ali, mas o que poderia ter la¿ será que tem um
monstro¿ será que tem alguém morando la¿ (imaginação)

N: a sua professora vivia chamando sua atenção, porque quando ela não estava pensando no
buraco, ela estava andando pela sala, brincando com as coisas que estavam por lá, e
perturbando os coleguinhas. (mostra a criança em sala de aula) Um dia sua professora pediu
para falar com sua mãe

P: Olá dona ...., então a .... está me dando muito trabalho em sala de aula, ela é muito
desatenta, fica so olhando pra aquele buraco que tem no teto, não deixa ninguém em paz, a
todo instante eu tenho que estar chamando a sua atenção. Acho que seria bom a senhora
leva-la ao médico, tem alguma coisa com ela.

N: A dona ... não tinha prestado muita atenção nesse lado da ...., pra ela era coisa de criança,
não prestar muita atenção no que é falado, ficar brincando enquanto não era adequado. Então
ela começou a cuidar mais o que a ... fazia. (mostra a criança em casa)

M: (a mãe está fazendo seus afazeres e começa a falar sozinha) Será que a ... tem alguma coisa
mesmo¿ vou ter que levar ela no médico, porque pelo que eu observei em casa, ela é igual
como a professora me falou. Vou marcar com a doutora pra eu levar ela e fazer um exame.
(então ela chama a filha) Filha vem cá! Nós vamos ir na médica ta bom¿

C: Mas por que mamãe¿ eu to doente¿ ou a senhora ta doente¿

M: Ninguém tem nada, minha filha, é só uma consulta de rotina. Se comporta ok!

N: Quando elas chegaram no consultório, logo foram atendidas. A médica foi super atenciosa.
(mostra elas chegando no consultório e a médica já chamando elas pra dentro)

D: Olá, bom dia! Então mãe, o que anda acontecendo com a ...?

N: Então a mãe descreveu o que a professora havia relatado e o que ela percebeu em casa
também. Então a doutora decidiu fazer o teste SNAP-IV, para fazer o diagnóstico. (faz as
perguntas e coloca no acelerado).

D: Então mãezinha, sua filha obteve o resultado maior que 10 perguntas marcadas com
bastante ou demais. Ela tem TDAH.

N: A mãe não entendia muito dessas coisas, então ela logo perguntou
M: Doutora o que é isso¿ tem algum tipo de tratamento¿ (a mãe pergunta demonstrando uma
preocupação)

D: Calma mãe, TDAH é um transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. Tem


tratamento sim, é feito com um remédio chamado ritalina. Ele vai agir como estimulante no
sistema nervoso central da sua filha.

N: A ... sem entender nada, mais que depressa questionou sua mãe

C: Mamãe eu to doente¿ Eu vou ter que tomar remédio¿ (criança angustiada)

M: Não minha filhinha, você não ta doente, mas vai tomar um remedinho que é só pra
melhorar sua atenção. Muito obrigada doutora!

N: Logo que elas saíram do consultório, sua mãe já foi comprar o remédio que a doutora havia
passado. E assim que chegou em casa já deu pra ... tomar. E assim foram se passando os dias...
(mostra ela tomando todo dia o remédio). A professora começou a perceber uma melhora no
comportamento da ..., ela ficava sentada na sua cadeira, prestava atenção na aula.(mostra a
criança na escola) E em casa não era muito diferente, ela estava mais quieta, não bagunçava
mais como era antes. (mostra a criança em casa) Com essas mudanças a dona ... foi até a
escola saber como a ... estava indo depois de ser medicada.

M: Olá professora, como a ... está em sala de aula¿ eu segui o seu conselho e a levei no médico
e ela realmente tinha alguma coisa, TDAH, agora ela está sendo medicada, e eu percebi uma
melhora muito grande em casa. Como está sendo aqui na escola¿

P: Que bom dona ..., ela melhorou muito aqui também, está prestando mais atenção, não fica
mais olhando pra aquele buraco no teto, não fica mais perturbando os coleguinhas, as notas
até melhoraram.

(nesse momento a criança vai falar olhando para a câmera)

C: Tudo está muito melhor para elas, mas eu não tenho mais vontade de brincar, nem mesmo
quando meus amiguinhos estão brincando, eu só quero dormir, o buraco do teto, não tem
mais graça nenhuma. Minhas notas melhoraram, mas é só porque eu não quero fazer mais
nada, então eu tenho que pelo menos estudar, já que a mamãe queria que melhorasse minha
atenção.

N: apesar de suas notas e comportamento terem visivelmente melhorados, ... nos deixa claro
que não sente mais tanta vontade de brincar, mesmo quando os seus amiguinhos a chama
para participar da brincadeira. Um diagnóstico errado junto da medicalização errada e até
mesmo desnecessária, pode acabar afetando a criança que estava apenas se comportando
como criança. Muitas das vezes o comportamento agitado e a desatenção em algumas
situações não significa algum transtorno, por isso a importância da atenção dos pais, dos
professores e principalmente do médico na hora de avaliar o comportamento de uma criança.

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