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Monografia apresentada
como requisito indispensável
para a graduação em Direito.
Aprovado ( )
Reprovado ( )
Professor:
Evandro dos Santos Costa - Orientador
Professor:
Professor:
AGRADECIMENTOS
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 08
6 CONCLUSÃO................................................................................................ 65
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 67
8
1 INTRODUÇÃO
1
Princípios de Criminologia. Valência: Tirant lo Blanch, 1999. p. 648. Apud, GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 outubro de 2004.
2
SILVA, Eduardo Araújo da: Crime Organizado. 2003. p. 20, Apud, GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 de outubro de 2004.
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durante os séculos XIX e XX, como uma maneira de lutar contra as atitudes de
jagunços e capangas dos grandes fazendeiros, além de contestar o coronelismo3.
3
SILVA, Eduardo Araújo da: Crime Organizado. 2003, p. 25 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 outubro de 2004.
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SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado, 2003, p 26. GONÇALEZ, Alline Gonçalves; BONAGURA,
Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004. Disponível em:
<http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004.
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5
World Wild Found. Organized gangs move into wildlife trafficking. Disponível em:
http://www.wwf.org.uk/news/n_0000000589.asp. Acesso em 20 de agosto de 2004.
6
ROTA BRASIL OESTE. CPI da Biopirataria aprova relatório final. Disponível em:
http://www.brasiloeste.com.br/noticia.php/442. Acesso em 20/03/2004.
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7
ROTA BRASIL OESTE. CPI da Biopirataria aprova relatório final. Disponível em:
http://www.brasiloeste.com.br/noticia.php/442. Acesso em 20/03/2004.
8
CONCEIÇÃO, Mário Antônio. O crime organizado e propostas para atuação do Ministério Público, 1999,
Apud, GONÇALEZ, Alline Gonçalves; BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi,
Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004. Disponível em:<http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>.
Acesso em: 24 Agosto de 2004.
9
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado, 2003, p. 28 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004
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alcança US$50 bilhões e estima-se que seu patrimônio seja superior a US$100
milhões.
Percebe-se que a acumulação do poder econômico deriva da necessidade
de legalizar o lucro obtido ilicitamente, acarretando na lavagem de dinheiro auxiliada
pelos paraísos fiscais (Panamá, Ilhas Cayman, Uruguai, Ilhas Virgens Britânicas,
Andorra, dentre outros). Em derradeiro, o alto poder de corrupção configura-se como
fator relevante no incentivo ao crime organizado, uma vez que é direcionado a várias
autoridades das três esferas estatais, na medida em que são compostas pelas
instâncias formais de controle do Direito (Polícia Judiciária, Ministério Público e
Poder Judiciário), pelas altas esferas do Poder Executivo, além de integrantes do
Poder Legislativo. Assim, a participação de agentes estatais cria uma sensação de
segurança nos criminosos, na medida em que contribui para a continuidade das
ações delituosas e para o agravamento do problema da impunibilidade.
Registre-se que a criminalidade difusa decorre da ausência de vítimas
individuais, conhecidas, determinadas, configurando-se como obstáculo à reparação
dos danos causados pelas organizações criminosas, uma vez que no momento em
que se descobre a infração, os danos são imensos e irreparáveis, restando ao Poder
Público o rastreamento do valor apropriado, tarefa esta de difícil concretização,
frente à morosidade, dificuldade e aos resultados mínimos. Vale lembrar que as
organizações criminosas possuem característica mutante, pois se utilizam de
empresas de fachada, terceiros (laranjas) e contas bancárias específicas como
meios impeditivos de visibilidade de sua atuação pelo Poder Público. E com o
tempo, alteram sua estrutura administrativa, mudando as empresas, removendo as
pessoas para lugares diversos e criando outras contas bancárias.
Outra característica a ser verificada é o alto poder de intimidação que
também se perfaz em um fator considerável, já que a "lei do silêncio" imposta aos
membros do crime organizado, assim como às pessoas estranhas à organização é
mantida devido ao emprego de meios cruéis de violência. Assim sendo, os membros
de tais facções podem atuar na clandestinidade, a fim de evitar a responsabilização
penal. Outro fator consiste nas conexões locais e internacionais e na divisão de
territórios para a atuação. No âmbito internacional, os criminosos não encontram
grandes obstáculos para se integrarem, notadamente após o desenvolvimento do
processo de globalização da economia, que contribuiu para a aproximação das
nações, possibilitando aos grupos que ainda operavam paralelamente um novo
15
10
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime Organizado – aspectos gerais e mecanismos legais. 1º ed. São Paulo:
Ed. Juarez de Oliveira, 2002.
11
MENDRONI, Marcelo Batlouni. Crime Organizado – aspectos gerais e mecanismos legais. 1º ed. São Paulo:
Ed. Juarez de Oliveira, 2002.
12
GOMES, Luiz Flávio; CERVINI, Raúl. Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
16
Para efeitos desta lei, considera-se organização criminosa aquela que, por
suas características, demonstre a existência de estrutura criminal, operando
de forma sistematizada, com atuação regional, nacional e/ou internacional.
E assim:
13
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado, 2003, p. 42, Apud, GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004.
17
14
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado. 2003, p. 46 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004.
15
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado. 2003, p. 47 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004.
16
GARRIDO, Vicente e t al, Apud, GONÇALEZ, Alline Gonçalves; BONAGURA, Anna Paola et al. Crime
organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004. Disponível em:
<http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004.
18
17
ANDRADE, J. C. Viera de. Os direitos fundamentais na Constituição Portuguesa de 1976. 1983. p. 213, 244
e 245 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves; BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi,
Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004. Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>.
Acesso em: 24 Agosto de 2004
18
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado. 2003. p. 50 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004
19
19
BRASIL. Superior Tribunal Federal. Mandado de Segurança, Relator: Ministro Celso de Mello. Julgamento:
16 de setembro de 1999.
21
No mesmo sentido:
20
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. 2ª R – Hábeas Corpus nº 95.02.22528-7 – RJ 3 ª T. – Rel. Dês. Fed.
Valmir Peçanha – DJU 13 de fevereiro de 1996.
21
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado, 2003, p. 53.
22
direitos individuais e a restrição de tais direitos pelo Estado. Neste passo, é preciso
examinar o Princípio da Proporcionalidade, o qual se destina a22:
22
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado, 2003, p. 57.
23
Supremo Tribunal Federal: Hábeas Corpus nº 75.338/98 – Rel. Min. Nelson Jobim – 11 de março de 1998.
24
FERNANDES, Antônio Scarance. Constituição da República, p.72. citação por GOMES, Luiz Flávio .in
Crime Organizado. p. 121. 2ª Ed.Revista dos Tribunais.
23
25
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado. 2003. p. 58 Apud GONÇALEZ, Alline Gonçalves;
BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi, Teresina, a. 8, n. 392, 3 ago. 2004.
Disponível em: <http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=5529>. Acesso em: 24 Agosto de 2004
24
Num primeiro momento será analisado o conceito de prova, que pode ser
definida como "instrumento por meio do qual o juiz forma sua convicção a respeito
26
da ocorrência ou inocorrência dos fatos controvertidos no processo" . O
procedimento probatório, por sua vez, pode ser definido como "atividade composta
por um conjunto de atos, sucessivos e coordenados, pelo qual o juiz procura
reconstituir os fatos noticiados no processo pelas partes" 27.
A atividade probatória, após estudo analítico das suas etapas, é composta
por cinco momentos distintos: Obtenção da prova que consiste na busca dos
elementos probatórios; Propositura da prova pela qual se indica ao magistrado os
meios de provas utilizados pelas partes; Admissão da prova consistente no
deferimento ou não, pelo juiz, das provas apresentadas; Produção da prova que se
configura como o meio pelo qual o objeto da prova é introduzido no processo;
Valoração da prova segundo a qual o juiz avaliará os meios de prova.
26
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini, e DINAMARCO, Cândido R. Teoria geral
do processo. 2002. p. 348.
27
SILVA, Eduardo Araújo da. Crime Organizado, 2003, p. 62.
25
28
GOMES, Luiz Flávio, CERVINI, Raúl. Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1.997.
31
2.8 O TERRORISMO
29
GOMES, Luiz Flávio, CERVINI, Raúl. Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1.997.
36
E complementam que:
30
GOMES, Luiz Flávio, CERVINI, Raúl. Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
31
PROCÓPIO, Argemiro, Narcotráfico e segurança humana. São Paulo: LTR, 1999.
37
32
CALLEGARI, André Luís. Direito penal econômico e lavagem de dinheiro – aspectos criminológicos. p. 27.
39
33
CALLEGARI, André Luís, Direito Penal Econômico e Lavagem de Dinheiro – aspectos criminológicos. 2ª
ed. Porto Alegre: Ed. Livraria do Advogado, 2.003.
34
MENDRONI, Marcelo Batlouni, Crime Organizado – aspectos gerais e mecanismos legais. 1º ed. São Paulo:
Ed. Juarez de Oliveira, 2.002.
40
35
CALLEGARI, André Luís.Direito penal econômico e lavagem de dinheiro – aspectos criminológicos. p. 39.
36
CALLEGARI, André Luís.Direito penal econômico e lavagem de dinheiro – aspectos criminológicos. p. 40.
37
CALLEGARI, André Luís.Direito penal econômico e lavagem de dinheiro – aspectos criminológicos. p. 40.
38
CALLEGARI, André Luís.Direito penal econômico e lavagem de dinheiro – aspectos criminológicos. p. 41.
42
39
CALLEGARI, André Luís. Direito penal econômico e lavagem de dinheiro – aspectos criminológicos. p. 42.
43
findam por ter o mesmo efeito prático, sem deixar pistas tão aparentes. A corrupção
e a infiltração, em órgãos ou autoridades do poder público, parece ser um dos
pontos vitais das organizações criminosas, que tanto podem fazer parte integrante,
direta ou indiretamente, como podem se favorecer das benesses, conivência e
cobertura que ele pode oferecer.
40
BEZERRA, Marcos Apud GOMES, Abel Fernandes, PRADO, Geraldo e DOUGLAS, William.Crime
organizado e as conexões com o poder público. 2000.
48
41
CASTILHO, Ela Wiecko de. GOMES, Abel Fernandes, PRADO, Geraldo e DOUGLAS, William. Crime
organizado e as conexões com o poder público. 2000.
51
42
MINGARDI Guaracy Apud GOMES, Abel Fernandes, PRADO, Geraldo e DOUGLAS, William, Crime
organizado e as conexões com o poder público. 2000.
53
diversos outros setores e, hipoteticamente, não será difícil imaginar o mercado das
importações e exportações irregulares com cobertura de autoridades aduaneiras, o
contrabando de armas ou tráfico de drogas, em que o transporte ocorre dentro de
veículos oficiais, ou a liberdade, o arquivamento de processos e a absolvição de
criminosos pertencentes aos diversos tipos de máfia, pelas agencias encarregadas
da prevenção e repressão ao crime. Este aspecto das relações intrincadas entre
organizações criminosas é muito bem notado por Pedro Juan Mayor M.43, que chega
a identificar grupos organizados que assumem a função de provedores de meios
ilícitos, necessários à prática dos delitos-fim de outras organizações criminosas.
43
MAYOR M., Pedro Juan. GOMES, Abel Fernandes, PRADO, Geraldo e DOUGLAS, William, Crime
organizado e as conexões com o poder público. 2000.
54
44
ZAFFARONI, Eugênio. GOMES, Abel Fernandes, PRADO, Geraldo e DOUGLAS, William, Crime
organizado e as conexões com o poder público. 2000.
55
A única lei que regia o crime organizado no Brasil, até pouco tempo, era a de
n. 9.034/95. Em abril de 2001 ingressou no nosso ordenamento jurídico um novo
texto legislativo (Lei 10.217/01), que modificou os artigos 1º e 2º do diploma legal
acima citado, além de contemplar dois novos institutos investigativos: interceptação
ambiental e infiltração policial. Nosso legislador, sem ter a mínima idéia dos
(geralmente nefastos) efeitos colaterais de toda sua (intensa e confusa) produção
legislativa, talvez jamais tenha imaginado que, com o novo texto legal, como
veremos logo abaixo, estaria eliminando a eficácia de inúmeros dispositivos legais
contidos na Lei 9.034/95. Dentre eles (arts. 2º, II, 4º, 5º, 6º, 7º e 10º) acha-se o art.
7º, que proíbe a liberdade provisória "aos agentes que tenham tido intensa e efetiva
participação na organização criminosa".
Pelo texto atual a lei incide nos ilícitos decorrentes de: (a) quadrilha ou
bando; (b) organização criminosa; (c) associação criminosa. Como se percebe, com
o advento da Lei 10.217/01, estão perfeitamente delineados três conteúdos diversos:
organização criminosa (que está enunciada na lei, mas não tipificada no nosso
ordenamento jurídico), associação criminosa (ex.: Lei de Tóxicos, art. 14; art. 18, III;
Lei 2.889/56, art. 2º: associação para prática de genocídio) e quadrilha ou bando
(CP, art. 288). Quadrilha ou bando (CP, art. 288); associações criminosas (ex.: Lei
de Tóxicos, art. 14; art. 18, III; Lei 2.889/56, art. 2º)
Pelo texto atual a lei incide nos ilícitos decorrentes de: (a) quadrilha ou
bando; (b) organização criminosa; (c) associação criminosa. Como se
percebe, com o advento da Lei 10.217/01, estão perfeitamente delineados
três conteúdos diversos: organização criminosa (que está enunciada na lei,
mas não tipificada no nosso ordenamento jurídico), associação criminosa
(ex.: Lei de Tóxicos, art. 14; art. 18, III; Lei 2.889/56, art. 2º: associação para
prática de genocídio) e quadrilha ou bando (CP, art. 288).
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GOMES, Luiz Flávio; CERVINI, Raúl, Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
46
GOMES, Luiz Flávio; CERVINI, Raúl, Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
58
47
GOMES, Luiz Flávio; CERVINI, Raúl, Crime Organizado: enfoque criminológico, jurídico (Lei nº 9.034/95)
e política-criminal. 2ª ed. Revista, atualizada e Ampliada. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
59
5.1 ESTRATÉGIAS
com o setor público para o qual estaria sendo cogitada, viesse a ser efetivamente
empossada.
Não se pode conceber que um agente estabelecido no setor privado, por
mais competente que seja, venha a exercer cargo voltado ao controle de atividades
de sua própria área de negócios, sobretudo, em determinadas situações que
implicam conflito de interesses do homem privado que foi, com o homem público que
passa a ser. A criação de um código de ética, ou mesmo de normas proibitivas, no
sentido de punir a infração ao dever de abster-se de fornecer informações
privilegiadas para determinadas pessoas, também seria outra medida acertada,
sobretudo, no campo do sistema financeiro.
Além disso, seria imprescindível um permanente acompanhamento dos atos
do agente público mandatário, oriundo da esfera privada, no concernente às suas
conseqüências no setor privado ao que se destinam, não só durante o exercício da
função pública, mas também durante algum tempo após deixá-la, para avaliar a real
finalidade com que desempenhou o munus. Outro aspecto importante, seria o
controle mais preciso das doações de verbas de campanha para políticos, tornando
transparente este sistema, e estabelecendo normas que impeçam empresas e
empresários doadores para campanhas políticas de celebrarem novos contratos com
a Administração Pública, temporariamente, durante o mandato do candidato apoiado
(GOMES, PRADO, DOUGLAS, 2000).
Afinal, ou a doação corresponde a uma contrapartida do poder público após
a eleição do político, o que deixa já evidente sua afronta aos princípios
constitucionais do art. 37, da Constituição da República, ou ela tem caráter altruísta
e desinteressado, razão pela qual, quem a dá pode muito bem assumir o ônus da
vedação. Todos estes tópicos poderiam ser incluídos dentro do principio da
transparência, através do qual se procura conhecer, controlar e participar o máximo
possível da elaboração dos atos públicos e sua aplicação ao particular, ponto para o
qual convergem o trabalho da imprensa responsável e séria, os diversos tipos de
participação popular, devidamente esclarecida, e o próprio controle administrativo
interno e externo.
62
a) Controle Preventivo
b) Controle Repressivo.
6 CONCLUSÃO
Conclui-se que, várias têm sido as medidas propostas para, além de definir
um conceito de crime organizado, passar a enfrentá-lo como um fenômeno real, que
cada vez mais se assanha. Dentre estas diversas propostas, surgem as ações
controladas da polícia, o perdão judicial e a redução de penas dos colaboradores, a
proteção de testemunhas, a ampliação das hipóteses de interceptações telefônicas e
escutas ambientais e a infiltração de policiais no seio das organizações.
Compreendeu-se a validade de todas as idéias e tentativas de alcançar o
mesmo grau de ousadia e sofisticação de meios dos quais se valem as organizações
criminosas, tudo isto sem olvidar, é lógico, o respeito à proporcionalidade que advém
dos direitos e garantias fundamentais, insculpidos na Constituição da República, em
sua função de tutela do cidadão. Entretanto, somos impelidos a raciocinar em torno
da mesma indagação proposta por vários autores e resumida por Percival de Souza,
no sentido de que parece evidente haver algo de errado no cenário criminológico,
quando se constata o triunfo do crime organizado, não obstante a existência de uma
série de aparatos legais à disposição das agências encarregadas de seu controle.
Buscou-se, através deste trabalho monográfico, gerenciar um rumo nos
estudos a respeito de sua tipologia, onde se foi encontrado na rede aquilo que
parece ser a razão fundamental desta vitória permanente. As conexões com o poder
público, manifestadas através das mais diversas estratégias, imobilizam ou, de
qualquer forma, neutralizam as ações dos órgãos encarregados da fiscalização e do
controle de atividades ilícitas, impedem a repressão das condutas delituosas e
garantem a impunidade e a liberdade de ação das organizações criminosas.
Considera-se que aos órgãos do poder público – espalhados verticalmente
nas diversas esferas de centros da decisão e atuação, assim como ordenados
horizontalmente nos vários setores funcionais – é que cabe toda a iniciativa e
manutenção de atividades preventivas e repressivas ao crime organizado e suas
ações, é inquestionável que a estes órgãos também devem ser destinadas medidas
de saneamento, oxigenação e manutenção de integridade.
Se qualquer medida contra o crime organizado, necessariamente, tenha que
ser dirigida e executada por órgão do poder público, mas as estratégias de infiltração
daquele, neste último, avançam e se tornam eficazes e desprovidas de controle e
66
contenção, por óbvio que serão inócuas todas as medidas que se imaginem neste
sentido. Diante deste quadro real e realçado por todos os estudiosos do tema,
concluí-se que a questão da criação de medidas eficazes de combate ao crime
organizado deve ser enfrentada e analisada, partindo-se do estabelecimento de
diretrizes de profilaxia interna, com a finalidade precípua de cortar ou minorar os
efeitos das conexões com o poder público, de modo que este possa atuar com a
finalidade pública, específica desta matéria, livre de qualquer empecilho, influência
ou infiltração nefasta.
67
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA ESTADO. Como todo partido, o PCC também tem estatuto. Disponível
em: http://www.estadao.com.br/agestado/noticias/2001/fev/20/324.htm. Acesso em
21 de julho de 2.004.
ARAÚJO SILVA, Eduardo. Crime organizado. São Paulo: Ed. Atlas, 2.003.
FOLHA DE SÃO PAULO – Andréa Michel. Crime organizado funciona como holding,
diz estudioso. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u7402.shtml. Acesso em
14/03/2004.
68
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Atlas, 1997.
SILVA, Ivan Luiz da. Crime organizado: aspectos jurídicos e criminológicos (Lei nº
9.034/95). Belo Horizonte: Nova Alvorada, 1998.
SILVA, Eduardo Araújo da: Crime Organizado. 2003. Apud GONÇALEZ, Alline
Gonçalves; BONAGURA, Anna Paola et al. Crime organizado. Jus Navigandi,
Teresina, a. 8. n. 392. 3 ago. 2004
ROTA BRASIL OESTE. CPI da Biopirataria aprova relatório final. Disponível em:
http://www.brasiloeste.com.br/noticia.php/442. Acesso em 20/03/2.004.