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Tiziano (Pieve di Cadore, ca. 1473/1490 – Veneza, 1576), Baco e Ariadne.

(1520-23)
Óleo sobre tela, 176.5 x 191 cm
National Gallery of Art, Londres

Ariadne era uma princesa cretense. Ela foi principalmente associada ao labirinto por causa de seu envolvimento no mito de Teseu
e o Minotauro. Ficou conhecida por ter ajudado Teseu a escapar do Minotauro, mas foi abandonada por ele na ilha de Naxos.

Teseu, cujo navio é mostrado ao longe, acaba de abandonar Ariadne na Ilha de Naxos, quando Baco chega, saltando de sua
carruagem puxada por duas chitas e se apaixona imediatamente por Ariadne. Ela aponta para Baco o navio de Teseu que já singra
o mar.

Baco é acompanhado por sua comitiva de sátiros, silenes e mênades. A cena é aqui mostrada com vários dos símbolos de culto:
guirlanda de hera, panteras, copo e cajado de tirso. A comitiva traz uvas e jarras de vinho e, em seu frenesi báquico, despedaça
os animais para comer a carne crua. Eles dançam, tocam instrumentos de percussão e sopro, e enfeitam-se com serpentes (Catulo,
lxiv.251-64).

O mito narra que Baco, tomado pela beleza de Ariadne, consola-a e casa-se com ela. Pega sua coroa nupcial e a lança no céu,
onde se transforma em um anel de estrelas, a constelação Corona Borealis (Ovídio, Metamorfoses, viii.174-82).
Ariadne e Teseu

Teseu foi mandado a Creta voluntariamente, como sacrifício ao Minotauro que habitava o labirinto construído
por Dédalo. Este era tão bem projetado que quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair e seria, então, devorado
pelo monstro. Teseu resolveu enfrentá-lo, mas antes foi ao renomado Oráculo de Delfos para descobrir se sairia vitorioso. O
oráculo disse-lhe que deveria ser ajudado pelo amor se quisesse vencer o Minotauro.

Ariadne, a filha do rei Minos de Creta, se predispôs a ajuda-lo caso este a levasse a Atenas e se casasse com ela. Teseu
reconheceu aí a única chance de vitória e aceitou. Ariadne, então, deu-lhe uma espada e um fio de lã (o fio de Ariadne), para
que ele pudesse achar o caminho de volta, e deveria ficar segurando uma das pontas do fio. Teseu saiu vitorioso e partiu de
volta à sua terra com Ariadne, embora seu amor por ela não fosse o mesmo que o dela por ele.

Dioniso e Ariadne
No caminho de volta da vitória, passaram na ilha de Naxos, então governada por Smérdio, filho de Naxos. Os habitantes de
Naxos receberam Teseu e seus companheiros como convidados, mas, durante a noite, Teseu tem um sonho em que Dioniso o
ameaçava se ele não deixar Ariadne para ele.
Teseu parte sem Ariadne, e Dioniso a leva para a montanha chamada de Drios. Depois disso, os dois desaparecem, e Ariadne
nunca mais será vista.

Existem outras versões para a separação entre Teseu e Ariadne. Em uma outra versão do mito, Ariadne desespera-se, ao
acordar sozinha. A deusa do amor, Afrodite [Vênus], ao perceber seu desespero, tem pena de Ariadne e promete-lhe um
amante imortal, em lugar do ingrato mortal que a enganara.

Naxos era a ilha preferida de Dioniso, filho de Zeus e Sêmele, ali ele foi deixado depois de ter sido capturado por marinheiros.
Ao encontrar Ariadne desesperada, atreve-se Dioniso e trata de consolá-la, e logo a toma como esposa. Dá-lhe uma linda
coroa de ouro cravejada de pedras preciosas como presente de casamento que, a pedido dela atira ao céu quando de sua morte.
Assim Ariadne conserva sua beleza eternamente na forma de uma constelação repleta de estrelas brilhantes – a Corona Boreal.

Na versão de Pseudo Apolodoro, Dioniso se apaixona por Ariadne, a rapta e a leva para Lemnos, onde ela tem os filhos
Enopião (a personificação do vinho), Estáfilo (associado com as uvas), Toas e Pepareto. Foi por tristeza com o sumiço de
Ariadne que Teseu se esqueceu de trocar as velas pretas de seu navio por velas brancas, o que levou ao suicídio de Egeu.

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