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Sergio Reolon “PMEs – Pequenas e Médias Empresas”
1. NBC T 19.41 E O RTT - Regime Tributário de Transição
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade 1.255, de 10.12.2009, aprovou a NBC T
19.41, que dispõe sobre a contabilidade a ser aplicada às Pequenas e Médias Empresas, assim como suas
características e conceituação, no âmbito da Convergência às Regras Internacionais, que deverão
vigorar para os exercícios sociais (períodos contábeis) iniciados a partir de 1º de janeiro de 2010.
Lei 11.941/2009
(...)
Art. 15. Fica instituído o Regime Tributário de Transição – RTT de apuração do lucro real, que trata dos
ajustes tributários decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pela Lei 11.638, de 28 de
dezembro de 2007, e pelos arts. 37 e 38 desta Lei.
§ 1o O RTT vigerá até a entrada em vigor de lei que discipline os efeitos tributários dos novos métodos e
critérios contábeis, buscando a neutralidade tributária.
§ 2o Nos anos-calendário de 2008 e 2009, o RTT será optativo, observado o seguinte:
I – a opção aplicar-se-á ao biênio 2008-2009, vedada a aplicação do regime em um único ano-
calendário;
II – a opção a que se refere o inciso I deste parágrafo deverá ser manifestada, de forma irretratável, na
Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica 2009;
III – no caso de apuração pelo lucro real trimestral dos trimestres já transcorridos do ano-calendário de 2008,
a eventual diferença entre o valor do imposto devido com base na opção pelo RTT e o valor antes apurado
deverá ser compensada ou recolhida até o último dia útil do primeiro mês subsequente ao de publicação desta
Lei, conforme o caso;
IV – na hipótese de início de atividades no ano-calendário de 2009, a opção deverá ser manifestada, de forma
irretratável, na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica 2010.
§ 3o Observado o prazo estabelecido no § 1o deste artigo, o RTT será obrigatório a partir do ano-
calendário de 2010, inclusive para a apuração do imposto sobre a renda com base no lucro
presumido ou arbitrado, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, da Contribuição para
o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS.
§ 4o Quando paga até o prazo previsto no inciso III do § 2o deste artigo, a diferença apurada será recolhida
sem acréscimos.
O RTT consiste em ajustar as alterações introduzidas pela Lei 11.638/2007, Lei 11.941/2009 e
Resolução CFC 1.255/2009 – NBC T 19.41, que modificaram o critério de reconhecimento de receitas, custos e
despesas computadas na escrituração contábil, e que, sob a ótica fiscal, não deverão gerar efeitos para fins de
apuração do Lucro Real, Lucro Presumido e Arbitrado.
Reconhecimento Contábil
D= Máquinas (Imobilizado) 20.000,00
C= Depreciação Acumulada de Máquinas (Imobilizado) 4.000,00 (taxa de 10% ao ano)
C= Lucros Acumulados (PL) 16.000,00
RECEITA EM 2010
D= Banco (AC)
C= Receita Operacional Bruta (RE) 20.000,00
DEPRECIAÇÃO EM 31.12.2010
30.000,00 (x) 20% = 6.000,00
D= Depreciação (Resultado do Exercício)
C= Depreciação Acumulada de Veículos (Imobilizado) 6.000,00
Reconhecimento Contábil
D= Perda por Irrecuperabilidade do Ativo - Veículos (Resultado do Exercício)
C= Perda por Irrecuperabilidade do Ativo - Veículos (Imobilizado) 7.000,00
Exemplo:
Na contagem física de mercadoria no dia 31/12/2010, foram encontradas 200 unidades.
Na última compra dessa mercadoria, antes de 31/12/2010 , foram adquiridas 120 unidades, ao custo unitário
de R$ 500,00 cada, e na compra imediatamente anterior foram adquiridas 150 unidades ao custo unitário de
R$ 400,00 cada.
A empresa efetuou o Teste de Recuperabilidade deste Ativo, para verificar se existe a necessidade de redução ao
valor recuperável, utilizando as premissas determinadas pela Seção 27.
Foi constatado que a empresa obteria como retorno com a venda deste Estoque menos o custo para essa venda, o
valor de R$ 60.000,00.
Portanto, o Valor Irrecuperável deste Estoque, deverá ser reconhecido no Balanço de 31/12/2010.
D= Perda por Redução ao Valor Recuperável (Resol. CFC 1.255/09) Despesa 32.000,00
C= Redução ao Valor Recuperável Acumulado (Resol. CFC 1.255/09) Ativo Circulante 32.000,00
Roupas Femininas
Após o reconhecimento da perda, a nova posição patrimonial ficou com a seguinte forma:
ATIVO
Ativo Circulante
...
Estoques
Roupas Femininas 92.000,00
Redução ao Valor Recuperável Acumulado (32.000,00)
Se a empresa tributar com base no Lucro Real, deverá Adicionar a Perda por Redução ao Valor Recuperável para
efeitos de cálculo do IRPJ e da CSLL.
Se a empresa tributar com base no Lucro Presumido, não deverá efetuar qualquer ajuste tributário, pois sua base
de cálculo leva em consideração somente Receitas.
6.1 Reconhecimento
A empresa deverá reconhecer o custo de ativo imobilizado apenas se:
a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a entidade; e
b) o custo do item puder ser mensurado de maneira confiável.
6.4 Depreciação
Valor depreciável e período de depreciação
A entidade deverá alocar o valor depreciável de ativo em base sistemática ao longo da sua vida útil.
Fatores como, por exemplo, mudança na maneira como o ativo é utilizado, desgaste e quebra
relevante inesperada, progresso tecnológico e mudanças nos preços de mercado podem indicar que o valor
residual ou a vida útil do ativo mudou desde a data do ultimo balanço. Se tais indicações estiverem presentes,
a entidade deve revisar suas estimavas anteriores e, caso as expectativas atuais divirjam, corrigir o valor
residual, o método de depreciação ou a vida útil. A entidade deve contabilizar a mudança no valor residual, no
método de depreciação ou na vida útil como mudança de estimativa contábil.
Valores contábeis
Conta Saldo Saldo
Computadores 2.000,00
Depreciação Acumulada de Computadores 1.600,00
Contabilização
D= Depreciação Acumulada de Computadores (Imobilizado)
C= Computadores (Imobilizado) 1.600,00
35.10 A entidade pode usar uma ou mais das seguintes isenções na elaboração de suas primeiras
demonstrações contábeis que se adequarem a esta Norma:
Custo atribuído
A entidade que adotar esta Norma pela primeira vez pode optar por mensurar o ativo imobilizado ou a
propriedade para investimento, na data de transição para esta Norma, pelo seu valor justo e utilizar
esse valor justo como seu custo atribuído nessa data. Para isso a entidade deve observar a Interpretação
Técnica IT 10 - Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e à Propriedade para
Investimento.
Veículos
Custo da Conta: 30.000,00
Depreciação Acumulada: 6.000,00
Custo Contábil: 24.000,00
Prazo de vida útil conforme a IN SRF 162/98: 5 anos
Taxa de Depreciação Anual: 20%
Contabilidade
Procedimentos Tributários
RECEITA MENSAL
D= Banco (AC)
C= Receita Operacional Bruta (RE) 20.000,00
Demonstração do Resultado
CONTAS R$
Receita Operacional Bruta 20.000,00
Depreciação (283,33)
RESULTADO ANTES DA CSLL 19.716,67
CSLL 1.747,50
RESULTADO ANTES DO IRPJ 17.969,17
IRPJ 2.912,50
RESULTADO 15.056,67
Veículos
Custo da Conta: 30.000,00
Depreciação Acumulada: 6.000,00
Custo Contábil: 24.000,00
Prazo de vida útil conforme a IN SRF 162/98: 5 anos
Taxa de Depreciação Anual: 20%
Contabilidade
Pela Transferência da Depreciação Acumulada para o Custo do Veículo
D= Depreciação Acumulada de Veículos (IMOB)
C= Veículos (IMOB) 6.000,00
RECEITA MENSAL
D= Banco (AC)
C= Receita Operacional Bruta (RE) 20.000,00
Demonstração do Resultado
CONTAS R$
Receita Operacional Bruta 20.000,00
Depreciação (850,00)
RESULTADO ANTES DA CSLL 19.150,00
CSLL 216,00
RESULTADO ANTES DO IRPJ 18.934,00
IRPJ 240,00
RESULTADO 18.694,00
21. Quando da adoção inicial da NBC T 19.1, NBC T 19.39 e NBC T 19.40 no que diz respeito ao ativo
imobilizado, a administração da entidade pode identificar bens ou conjuntos de bens de valores relevantes
ainda em operação, relevância essa medida em termos de provável geração futura de caixa, e que
apresentem valor contábil substancialmente inferior ou superior ao seu valor justo (conforme definido no item
8 – Definições – da NBC T 19.8) em seus saldos iniciais.
22. Incentiva-se, fortemente, que, no caso do item 0 desta Interpretação, na adoção da NBC T 19.1 seja
adotado, como custo atribuído (deemed cost), esse valor justo. Essa opção é aplicável apenas e tão
somente na adoção inicial, não sendo admitida revisão da opção em períodos subseqüentes ao da adoção
inicial. Consequentemente, esse procedimento específico não significa a adoção da prática contábil da
reavaliação de bens apresentada na própria NBC T 19.1. A previsão de atribuição de custo na adoção
inicial (deemed cost) está em linha com o contido nas normas contábeis internacionais emitidas
pelo IASB (NBC T 19.39, em especial nos itens D5 a D8A). Se realizada reavaliação do imobilizado
anteriormente, enquanto legalmente permitida, e substancialmente representativa ainda do valor justo, podem
seus valores ser admitidos como custo atribuído.
23. Ao adotar o previsto no item 0, a administração deverá indicar ou assegurar que o avaliador indique a
vida útil remanescente e o valor residual previsto a fim de estabelecer o valor depreciável e a nova
taxa de depreciação na data de transição.
24. Os possíveis efeitos da aplicação do custo atribuído (deemed cost) inicial apurados sobre o saldo do ativo
imobilizado decorrentes dessa nova avaliação, conforme descrito no item 23, devem ser contabilizados na
abertura do primeiro exercício social em que se aplicar a NBC T 19.1, sendo as demonstrações
contábeis apresentadas para fins comparativos ajustadas para considerar este novo custo atribuído.
25. Os efeitos dos procedimentos de ajuste descritos nos itens Erro! Fonte de referência não encontrada. e 0,
devem ser contabilizados conforme item 0 desta Interpretação, tendo por contrapartida a conta do patrimônio
líquido denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial, nos termos do § 3º. do art. 182 da Lei 6.404/76,
mediante uso de subconta específica, e a conta representativa de Tributos Diferidos Passivos, a depender
da opção quanto ao regime de tributação da entidade.
26. Subseqüentemente, e na medida em que os bens, objeto de atribuição de novo valor, nos
termos do disposto no item anterior e na parte inicial deste item, forem depreciados, amortizados
ou baixados em contrapartida do resultado, os respectivos valores devem, simultaneamente, ser
transferidos da conta Ajustes de Avaliação Patrimonial para a conta de Lucros ou Prejuízos
Acumulados e, a depender da opção quanto ao regime de tributação da entidade, da conta representativa de
Tributos Diferidos Passivos para a conta representativa de Tributos Correntes.
27. O novo valor, referido no item anterior, tem o objetivo exclusivo de substituir o valor contábil do bem ou
conjunto de bens em ou após 1º. de janeiro de 2009. Nessa data, esse valor passa a ser o novo valor do bem
em substituição ao valor contábil original de aquisição, sem, no entanto, implicar na mudança da prática
contábil de custo histórico como base de valor. Eventual reconhecimento futuro de perda por
recuperabilidade desse valor, conforme NBC T 19.10 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos,
deve ser efetuado no resultado do período, sendo vedada a utilização da baixa contra o patrimônio líquido
utilizada para certas reduções ao valor recuperável de ativos reavaliados.
28. Considerando o impacto que a adoção desta Interpretação pode trazer no resultado (lucro ou prejuízo)
futuro da entidade, por conta do aumento da despesa de depreciação, exaustão ou amortização no exercício da
adoção inicial e seguintes, é necessário que a administração divulgue em nota explicativa a política de
dividendos que será adotada durante a realização de toda a diferença gerada pelo novo valor.
29. O relatório que dá suporte ao registro inicial dos ajustes e recomposições referidos nesta Interpretação
deve ser aprovado pelo órgão deliberativo que tenha competência formal para fazê-lo, o qual deve, ainda,
aprovar a política de dividendos referida no item 0.
(...)
35. Considerando a importância das avaliações efetuadas e os efeitos para as situações patrimonial e financeira
e para as medições de desempenho das entidades, os relatórios de avaliação devem ser aprovados por órgão
competente da administração, a menos que o estatuto ou contrato social da entidade contenha requerimento
adicional, o qual deve ser cumprido.
37. A defasagem entre a data da avaliação e a de sua aprovação deve ser a menor possível, de forma a
permitir que os efeitos dos níveis atuais de utilização dos ativos estejam prontamente refletidos nas
demonstrações contábeis.
(...)
Divulgação nas demonstrações contábeis
(...)
43. A entidade declarará, na adoção inicial da NBC T 19.1, NBC T 19.39 e NBC T 19.40, de preferência na nota
explicativa sobre práticas contábeis, a adoção ou não dos ajustes derivados da opção de adoção de custo
atribuído a seus ativos imobilizados, indicando:
a) a base de avaliação utilizada e a razão de sua escolha; e
b) os efeitos sobre o balanço de abertura do exercício social em que se der essa aplicação inicial, discriminados
por conta ou grupo de contas do ativo imobilizado conforme evidenciados no balanço patrimonial, bem como as
parcelas alocadas ao passivo não circulante (tributos diferidos) e ao patrimônio líquido.
44. A entidade deve divulgar, enquanto permanecerem efeitos relevantes no balanço e/ou no resultado, a
adoção ou não das opções contidas nos itens 0 e os efeitos remanescentes no patrimônio líquido.