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1.

Introdução

Difração é um fenômeno que ocorre quando uma onda encontra um


obstáculo podendo causar um espalhamento, ou alargamento, das ondas ao
atravessar orifícios ou fendas. Ao contornar ou atravessar um obstáculo,
tomam diferentes trajetórias e podem interagir entre si quando duas ou mais
ondas atravessam a mesma região do espaço, e devidos as suas propriedades
periódicas combinam seus máximos e mínimos. Quando um ponto de máximo
interage com um ponto de mínimo ocorre uma anulação parcial, ou
interferência destrutiva, porém quando á o encontro de dois máximos ou dois
mínimos é observada uma interferência construtiva, formando cristas e vales.

2.Objetivo
Medir a constante de rede de difração utilizando um comprimento de
onda conhecido.
Medir os comprimentos de onda de algumas das principais linhas
espectrais de um gás de Hg (mercúrio) submetido à descarga elétrica.

3.Material Utilizado

 Espectrômetro;
 Rede de difração;
 Lâmpada de Hg com fonte de alimentação;
 Lanterna para iluminação;

4. Parte experimental
4.1. Ajuste da posição da rede
Primeiramente foi preciso garantir que a rede de difração estivesse
ortogonal ao feixe de luz e no centro de rotação do telescópio. Para tal, a rede
foi colocada no centro da mesa do espectrômetro com cuidado para deixa-la o
mais perpendicular possível em relação ao feixe de luz, mas não é garantida a
perpendicularidade seguindo esse método. Para obter a confirmação de
perpendicularidade foi medido o ângulo que o feixe de luz estava no centro do
retículo. Assim foi obtido T0=180° 3’. Focando a linha verde amarelada de
brilho intenso do espectro de primeira ordem e fazendo-a coincidir com a linha
do retículo foi feita a leitura no sentido horário T´1=189°45’ e no sentido anti-
horário T1=170°36’. Com esses dados foi montada a tabela abaixo:

Cor T0 T´1 T1 Θ’1 θ1


Verde
amarelado 180°3’ 189°45’ 170°36´ 9°42´ 9°27´
intenso

Onde:
θ´1=|(T´1=T0)| = |(189°45´-180°3´)|= 9°42´
θ1=|(T1-T0)| = |170°36´- 180°3´| = 9°27'
Δθ=| θ1- θ´1|= 15´, garantindo assim a perpendicularidade pois obteve-se Δθ
menor ou igual a 15´.
Com esses valores, também é possível calcular a posição angular das linhas,
através da seguinte equação:
 = ½ *|T1 - T’1|
Substituindo os valores apresentados na tabela, temos, portanto:
 = ½*|170°36’ - 189º45’|
 = 9º34’30”

4.2. Determinação da constante da rede


Realizando as medidas de segunda e terceira ordem, ainda para a linha
verde amarelada intensa (que possui comprimento de onda de 5461A),
sabendo-se que dsinθ= n λ; onde n = 1, 2 ou 3, a depender da ordem analisada
e sendo d = constante de rede, pôde-se obter os seguintes valores:
Primeira ordem (n = 1):
Cor T´1 T1 θ d (A)
Verde
amarelado 189°45’ 170°36´ 9°34´30” 32.830,64
intenso

Segunda ordem (n = 2):


Cor T´1 T1 θ d (A)
Verde
amarelado 161°15’ 197°43´ 18°14´ 34.907,11
intenso
Terceira ordem (n = 3):
Cor T´1 T1 θ d (A)
Verde
amarelado 151°22’ 207°39´ 28°8´30” 34.735,26
intenso

Para a determinação do erro foi medida a largura da fenda, obtendo-se


160°7' para à medida esquerda e 160°11' para medida à direita. Assim o
comprimento da fenda (L) é dado por: L=|160°7'-160°11'| que resulta em 4'.

Como: Δθ = 1’ + L/2, ou seja:


Δθ =1' + 4'/2 = 3'.
Onde 1' é a menor medida de ângulo que pode ser medida e L é a
abertura da fenda. Logo, o erro absoluto cometido na determinação da
constante de rede foi de 3’ ou 0,00087 RAD.
Partindo da fórmula dsinθ= n λ, d=nλ/sinθ. A determinação do erro de
maneira indireta é dada por:

Logo, as constantes de rede para as ordens um, dois e três,


respectivamente, com seus erros associados (com um algarismo significativo),
são:
Δd=1*5461*0,00087/0,0277 = 171,5A
d= (0,03 ± 0,0002) A para primeira ordem,

Δd=2*5461*0,00087/0,0979 = 97,1A
d= (0,03 ± 0,0001) A para segunda ordem e,

Δd=3*5461*0,00087/0,222 = 64,2A
d= (0,03 ± 0,00006) A para terceira ordem.
O melhor valor (de menor erro), é o da constante de rede de terceira
ordem, sendo este valor, também, o mais exato.

4.3. Cálculo do comprimento de onda


Utilizando a fórmula dsinθ= n λ e sabendo o melhor valor da constante
de rede calculado anteriormente (d=34735 A), foram encontrados os
resultados:
Tabela resultados obtidos para 1º ordem (n=1).
Linha T‘ (°) T (°) θ (°) λ (A)
Roxo 173°17’ 187°21’ 7°2’ 4253,19
Azul-roxo 172°41’ 187°30’6” 7°24´33” 4479,23
Verde-azul 171°40’ 188°45’ 8°32´30” 5159,14
Verde- 170°36’ 189°45’ 9°34´30” 5777,77
amarelado
Amarelo- 170°17’ 190°15’ 9°59´ 6021,72
alaranjado

Tabela resultados obtidos para 2º ordem (n=2).

Linha T‘ (°) T (°) θ (°) λ (A)


Roxo 166°6’6” 194°8’ 14°0´57” 4206,24
Azul-roxo 165°24’ 195°19’ 14°57´30” 4482,83
Verde-azul 165°17’ 197°38’ 16°10´30” 4838,10
Verde- 161°15’ 197°43’ 18°14´ 5434,07
amarelado
Amarelo- 159°43’ 200°9’ 20°13´ 6001,71
alaranjado

4.4. Obtenção do erro dos comprimentos de onda


O erro cometido é calculado de maneira indireta através da fórmula:

Donde obtemos:
Tabela resultados obtidos para 1º ordem (n=1).
Linha λ(A) θ Δλ(A) λ ± Δλ(A)

Roxo 4253 7°2’ 49 4253 ± 49


Azul-roxo 4479 7°24´33” 50 4479 ± 50
Verde-azul 5159 8°32´30” 54 5159 ± 54
Verde- 5778 9°34´30” 57 5778 ± 57
amarelado
Amarelo- 6022 9°59´ 58 6022 ± 58
alaranjado

Tabela resultados obtidos para 2º ordem (n=2).

Linha λ(A) θ Δλ(A) λ ± Δλ(A)

Roxo 4206 14°0´57” 26 4206 ± 26


Azul-roxo 4483 14°57´30” 27 4483 ± 27
Verde-azul 4838 16°10´30” 28 4838 ± 28
Verde- 5434 18°14´ 30 5434 ± 30
amarelado
Amarelo- 6002 20°13´ 31 6002 ± 31
alaranjado

Ao analisar os erros e comparando primeira e segunda ordem, pode-se


perceber um menor erro associado às linhas de segunda ordem; logo, ela tem
comprimentos de ondas mais exatos.

4.5. Cálculo da dispersão angular

D(θ) = θ / 
Para primeira ordem, calculando-se a dispersão para a linha verde
amarelada, temos:

 = 57
D(θ) = 0,00087 / 57

D(θ) = 1,5*10-5
Para primeira ordem, calculando-se a dispersão para a linha verde
amarelada, temos:

 = 30
D(θ) = 0,00087 / 30

D(θ) = 2,9*10-5
Nota-se que um maior número de ordem está associado ao crescimento
da dispersão, ou seja, se fossem visíveis outras ordens (superiores às
analisadas), teríamos maiores dispersões como resultado.

A seguir, estão apresentadas as curvas de calibração do espectrômetro


para primeira e segunda ordem, respectivamente:
Primeira ordem:
Segunda ordem:
5. Conclusão
Neste experimento, podemos observar as aplicações da rede de difração
e comprovar o caráter ondulatório da luz. Além de ver também a veracidade
das formulas envolvidas e comprovamos a equivalência entre o teórico e o
experimental. Alguns erros poderiam ser evitados, se o ambiente estivesse
controlado além de levar em consideração erros de leituras envolvidos.

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