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ASCA Equipamentos Industriais

Corta-chamas e Válvulas de Alívio de Pressão e Vácuo

PROGRAMA 12

CORTA-CHAMAS
E
VÁLVULAS DE ALÍVIO
DE PRESSÃO E VÁCUO

Matriz - Rua Fernandes da Cunha, 202 - Vigário Geral


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Corta-chamas e Válvulas de Alívio de Pressão e Vácuo

Índice
1 - Apresentação ...................................................................................................................................... 3
2 - Tecnologia de corta-chamas ............................................................................................................... 3
3 - Formas de perigo com fogo ................................................................................................................ 3
3.1 - Explosão externa ........................................................................................................................... 3
3.2 - Combustão contínua ..................................................................................................................... 4
3.3 - Explosão interna ............................................................................................................................ 4
3.4 - Detonação ..................................................................................................................................... 5
4 - Principio de funcionamento dos corta-chamas ................................................................................... 6
5 - Classificação dos fluidos quanto à explosividade ............................................................................. 11
6 - Comparação entre as normas ........................................................................................................... 11
7 - Protetores .......................................................................................................................................... 12
7.1 - Protetores contra explosão externa e combustão contínua (modelo LC) ................................... 12
7.2 - Protetores contra explosão interna (modelo LE)......................................................................... 13
7.3 - Protetores contra detonação (modelo LD) .................................................................................. 14
8 - Modelo LA ......................................................................................................................................... 15
9 - Modelo LV (modelo LU) .................................................................................................................... 15
10 - Manutenção ..................................................................................................................................... 16
11 - Dados necessários para a especificação de uma válvula ou corta-chamas .................................. 17
12 - Dimensionamento............................................................................................................................ 17
13 - Conclusão........................................................................................................................................ 17
14 - Tanques de armazenagem ............................................................................................................. 18
14.1 - Como são construídos os tanques de armazenagem? ........................................................... 18
14.2 - Parque de tancagem ................................................................................................................ 19
14.3 - Respiro de um tanque .............................................................................................................. 19
14.3.1 - Situação de pressão....................................................................................................... 19
14.3.2 - Situação de vácuo .......................................................................................................... 20
15 - Dimensionamento............................................................................................................................ 22
16 - Válvulas de pressão e vácuo (VPV´s) ............................................................................................. 23
17 - VPV´s ASCA.................................................................................................................................... 25
17.1 - Modelo LO ................................................................................................................................ 25
17.2 - Modelo LT................................................................................................................................. 26
17.3 - Modelo LR ................................................................................................................................ 26
18 - Manutenção ..................................................................................................................................... 27
19 - Como preencher a folha de dados de uma VPV:............................................................................ 28

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1- Apresentação

O programa 12 da ASCA se divide basicamente em dois grupos, que são: - as válvulas de


alívio de pressão e vácuo e os corta-chamas. Existem ainda equipamentos combinados que têm as
duas funções, e serão tratados juntamente com os corta-chamas.
Antes de apresentar os produtos, é importante conhecer suas aplicações e seus princípios, de
funcionamento, para facilitar a compreensão.

2- Tecnologia de corta-chamas

Os ramos da indústria como Refinarias de Petróleo, Destilarias de Álcool e outros, que


transportam e armazenam líquidos e gases inflamáveis, têm uma ameaça constante ao seu
patrimônio material e humano, que é o fogo. Para que se proteja essas instalações contra os
fenômenos ligados ao fogo, é necessário o uso de equipamentos com corta-chamas adequados a
cada situação.

3- Formas de perigo com fogo

De acordo com o fluido, as dimensões de instalação e o processo a ser protegido, podem se


desenvolver quatro fenômenos ligados ao fogo:

1- Explosão Externa ou deflagração ambiental,


2- Combustão Contínua,
3- Explosão Interna ou deflagração volumétrica
4- Detonação.

3.1- Explosão externa

Em tanques de armazenagem em geral, as misturas de vapor de produto/ar ou


gases/ar expelidas para a atmosfera em razão de influência térmica, pressão ou enchimento do
tanque, formam nuvens junto às saídas de ventilação. Se uma destas nuvens for inflamada (por um
raio, um balão, serviços de manutenção ou outra fonte de ignição), produz-se uma explosão externa
(fig. 1), caracterizada pela livre expansão de gases queimados na atmosfera.

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Fig. 01 - Explosão Externa

A explosão externa é a combustão rápida de um determinado volume de mistura gasosa que


eflui de um reservatório. A possibilidade de se expandir na atmosfera reduz os efeitos da pressão da
explosão externa. Após este fenômeno, podemos em seguida ter ou não uma combustão contínua.

3.2- Combustão contínua

É uma queima contínua, em forma de chama estacionária, enquanto houver emissão de


gases (fig. 2). Trata-se de um processo de combustão relativamente lento. A eventual passagem
dessa chama para o interior do tanque poderá causar uma explosão interna.

Fig. 2 - Combustão Contínua

3.3- Explosão interna

É caracterizada por ocorrer em recinto fechado (fig. 3). As possibilidades de expansão são
limitadas. A frente de chamas avança com velocidade crescente em direção aos gases não
queimados, aumentando ainda mais a velocidade da chama. Partindo-se da pressão atmosférica
podem surgir pressões de até 10 bar, que destroem o tanque inevitavelmente.
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Se a explosão interna ocorrer num tanque com ligação para outro, o segundo tanque poderá
também ser destruído (fig.4).

Fig. 3 - Explosão interna Fig. 4 - Explosão interna com tanques


comunicantes

3.4- Detonação

Desenvolve-se a partir de uma explosão interna que se propaga por uma tubulação. A frente
de chamas avança, com velocidade crescente, em direção aos gases não queimados, os quais são
comprimidos progressivamente pelo aumento do volume dos gases queimados. Esta compressão é
adiabática e, com o aumento da pressão e da temperatura da frente de chamas, chega-se a um nível
de energia em que ocorre a ignição da mistura ainda não queimada, já que a frente de chamas age
como um “pistão”, comprimindo a mistura que ainda não havia queimado e elevando sua pressão e
temperatura até uma condição crítica.. Esta condição é chamada de ponto de auto-inflamação (este
fenômeno é semelhante ao que ocorre nos motores de combustão interna ciclo Diesel). Com a
pressão inicial de 1 bar, no decorrer deste processo, a propagação da chama atinge velocidades
acima de 2000 m/s (no caso de mistura de vapor de gasolina/ar), e ocorrem pressões momentâneas
de mais de 80 bar (fig. 5).
O ponto de transformação de explosão em detonação depende, além de outros fatores, da
relação entre comprimento e diâmetro da tubulação. O poder de destruição da detonação é
devastador.
Dentre os processos de combustão, a detonação é o mais violento, seguido da explosão
interna e explosão externa. Normas aceitas internacionalmente definem como detonação as
propagações de chamas com velocidades acima da velocidade do som, ou seja, acima de 340 m/seg.

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Fig. 5 - Detonação

4- Principio de funcionamento dos corta-chamas

O corta-chamas ou “colméia” é a parte principal de um protetor. O conjunto de colméias,


espaçador e armação é conhecido como “conjunto abafador” (fig. 6).

Fig. 6 - Conjunto Abafador

O efeito dos corta-chamas em geral baseia-se no princípio físico segundo o qual existem
medidas limites abaixo das quais não mais é possível a propagação de chamas, além do fato de que
todo processo de combustão de uma mistura de vapor de fluido/ar, requer uma temperatura mínima
para a evolução das chamas.
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Na inflamação de uma mistura em canais ou tubos, a chama se desloca em direção aos


gases não queimados, formando um gradiente de temperatura (fig. 7).

Fig. 7

Se o diâmetro for suficientemente grande, estes processos periféricos (troca de calor com as
paredes do tubo) têm apenas limitada influência, de modo que as chamas podem continuar a avançar
sem impedimento, ou até com velocidade crescente.
Entretanto, em diâmetros menores, a perda de energia ocasionada pela troca de calor é tanta
que, depois de percorrer um trecho inicial, a chama se extingue.
Partindo deste princípio, o PTB (Instituto Técnico Federal - Alemanha), padronizou um
“medidor de espaçamento limite” (fig. 8), que pode ser utilizado para várias misturas de gases/ar.
Neste medidor, uma mistura de ar/vapor inflamável é hermeticamente isolada de modo que esta
mistura ocupe a câmara externa B, a interna A e o canal C de ligação entre as duas câmaras. Neste
momento, uma centelha é lançada na câmara A (mais interna). Cria-se um processo de combustão
que pode atingir a câmara B, dependendo do espaçamento regulado em C. Repetindo-se estes testes
por várias vezes, determina-se em C um espaçamento, para a mistura em questão, a partir do qual
não há mais passagem de chamas. Este espaçamento é conhecido como MESG - Maximum
Experimental Safe Gap.

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Fig. 8

A partir da análise destes testes, variando-se as dimensões do espaçamento C, o fluido de


teste e respectivas concentrações na mistura ar/fluido, foi criado o gráfico da fig. 9 para auxiliar na
determinação da classificação de periculosidade da cada fluido.

Fig. 9

O MESG determinado neste aparelho não tem relação direta com o espaçamento da colméia
indicado na figura 6. A classificação feita no aparelho permite apenas garantir que um protetor, que foi
testado e aprovado em bancada de teste para operar em determinada condição com um determinado
fluido, pode ser utilizado com segurança em qualquer outro fluido de MESG maior que o primeiro.
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Estes corta-chamas são conhecidos como “protetores de colméias cinturadas”. Trata-se de


colméias em forma de disco ou anel, que são fabricados mediante enrolamento de fitas metálicas,
resistentes à corrosão e ao calor, sendo uma fita lisa e outra corrugada (ver fig. 10 a).

cotas em mm

Fig. 10 a - Detalhe de uma colméia.

A eficácia destas colméias reside na sua grande capacidade de transferência de calor, de


maneira que os próprios gases efluentes resfriem a colméia suficientemente para que o lado inferior
não atinja a temperatura de inflamação. Além disso, os protetores de final de linha são equipados
com tampa articulável, auxiliando a dissipação de calor para a atmosfera, em caso de combustão
contínua.
Na combustão contínua, cada canal da colméia funciona como um pequeno queimador,
irradiando calor em todas as direções. Nas colméias em forma de disco é a parte central que se
aquece mais, pois recebe calor irradiado de todos os outros pontos. A periferia do disco, por não estar
tão cercada de pontos quentes, se aquece menos. Por esta razão, a concentração de calor decresce
do centro para as extremidades da colméia. A partir de 4” de diâmetro, esta concentração se torna
crítica, e há risco da passagem de chamas devido à transmissão de calor, neste ponto central, para a
parte inferior das colméias. Logo,, quando há necessidade de resistência à combustão contínua para
bitolas superiores a 4”, aplicam-se colméias anulares (fig.10b), refrigeradas no centro pelo ar
atmosférico.

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Fig. 10 b -Colméia anular.

Todo conjunto abafador tem, entre suas colméias, os espaçadores (ver fig.6), que permitem a
circulação da mistura gasosa entre as colméias e diminuem a condução térmica de uma para a outra,
minimizando a transferência do calor.

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5- Classificação dos fluidos quanto à explosividade

Os fluidos são agrupados de acordo com seu grau de periculosidade. As normas DIN e a
NEC (National Eletric Code - USA), apresentam quatro grupos distintos de classificação. As normas
DIN apresentam os grupos IIA, IIA/B, IIB e IIC em ordem crescente de periculosidade. A NEC
apresenta os grupos D, C, B e A, respectivamente. Entretanto, um fluido classificado como IIC na
norma alemã, não terá rigorosamente que corresponder a uma classificação A pela NEC (ambas as
classes de maior periculosidade). Isto porque os métodos de classificação são diferentes. Então, não
há uma relação rigorosa entre os grupos, como por exemplo o hidrogênio e o acetileno, que
apresentam mesma classificação DIN, porém diferentes pela NEC.

De acordo com a classificação alemã, os fluidos são agrupados de acordo com seu MESG como
mostrado do quadro seguinte:

MESG > 0.9 mm Classe IIA


0.9 < MESG > 0.87 Classe IIA/B
0.87 < MESG > 0.5 Classe IIB
0.5 > MESG Classe IIC

6- Comparação entre as normas

Cada país tem geralmente o seu próprio conjunto de normas e/ou padrões de segurança.
Dessa diversidade resultam diferenças acentuadas na especificação dos equipamentos de proteção
contra irrupção de chamas.
A tecnologia européia é, basicamente, constituída pelas normas DIN e vários regulamentos e
diretrizes como, os Regulamentos Técnicos para Líquidos Inflamáveis (TRbF) da Alemanha,
Diretrizes Técnicas para Tanques e Contêineres (TRT/TRTC) e outros. Este conjunto, conhecido por
tecnologia DIN, abrange todas as formas de perigo, levando em consideração a classe de
periculosidade de cada fluido.
A IMO (Internacional Maritme Organization), através da SOLAS (Safety of Life at Sea), prevê
proteção de fluidos inflamáveis para o transporte marítimo levando em consideração, as diversas
formas de risco porém não fazendo distinção quanto à periculosidade do fluido a ser transportado.
A ANSI/UL-525 constitui-se num padrão para testes, abordando explosão externa e
combustão contínua, sendo apenas para a mistura gasolina/ar.
A API-2000 (do American Petroleum Institute) é voltada para a proteção de fluidos derivados
de petróleo, para armazenagem em tanques. Esta norma não prevê proteção contra combustão
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contínua, apenas contra explosão externa. Apesar disto, é a norma mais difundida no Brasil, seguida
da norma DIN que vem sendo cada vez mais reconhecida.

7- Protetores

Existem três tipos básicos de protetores para as formas de perigo com fogo acima citadas:

- Contra explosão externa e combustão contínua - Modelo LC,


- Contra explosão interna - Modelo LE,
- Contra detonação - Modelo LD

7.1- Protetores contra explosão externa e combustão contínua

São conhecidos por protetores finais, pois são sempre instalados na saída de misturas de
gases inflamáveis para a atmosfera.
O protetor de respiro de tanques de superfície LC (fig. 11) é um exemplo típico. Seus
componentes conhecidos por corta-chamas ou colméias, impedem a passagem da chama para o
interior do tanque. Ao iniciar o processo de combustão contínua, seu elemento fusível é derretido pelo
fogo, permitindo que a tampa articulada, por efeito de mola ou lastro se abra, proporcionando plena
dissipação do calor para a atmosfera.
Este equipamento permite a combustão durante horas, sem risco para o tanque, de modo que
há bastante tempo para que se possa providenciar as medidas corretivas necessárias.

Fig. 11 - Protetor de respiros modelo LC Fig.12 - Protetor de respiros, em corte

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7.2- Protetores contra explosão interna

São protetores especiais que, instalados em tubulações, impedem a propagação de chamas


na ocorrência de explosões internas; isto é, no caso de explosão num recinto fechado, evitam a
propagação da chama para o recinto contíguo. Estes aparelhos compõem-se de um corpo construído
para resistir à pressão da onda de choque e um abafador de chamas incorporado, com duas ou três
colméias (fig. 13).
Como fórmula empírica, pode-se admitir que em uma tubulação, aberta ao ambiente externo
ou não, com extensão de 10 até 15 vezes o seu diâmetro nominal, entre o protetor e uma possível
fonte de inflamação (distância mínima de 0,5 m), já se forma uma explosão interna. Por outro lado,
ainda não é possível produzir-se uma detonação.

Já em tubulações com extensões acima de 20 vezes o seu diâmetro nominal, entre o protetor
e uma possível fonte de inflamação (distância mínima de 2 m), deve-se admitir a possibilidade de
produzir detonação e, neste caso, a instalação de protetores contra detonação é indispensável.

Fig. 13 - Protetor contra explosão interna modelo LE

Fig. 14 - Protetor contra explosão, em corte

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7.3- Protetores contra Detonação

A formação da detonação, no entanto, não depende apenas da extensão reta das tubulações
e dos seus diâmetros, mas também da pressão e temperatura iniciais, da espécie de gases e sua
proporção, etc. Pode ainda, ocorrer fora dos valores empíricos anteriormente mencionados.
O poder de destruição já foi descrito anteriormente e para resistir a essa força de impacto, os
abafadores de chamas, teoricamente, deveriam compor-se de 8 a 10 colméias. Entretanto, este
dispêndio e, sobretudo, a conseqüente perda de carga, quando em operação normal, seriam
inadmissíveis. Por isso, criou-se um sistema de proteção que consiste em instalar a montante do
abafador de chamas, um “amortecedor de detonação” (fig.15). Trata-se de um “labirinto” que, em
operação normal não opõe a menor resistência ao fluxo, mas que absorve o impacto da detonação,
antes que esta atinja o abafador de chamas propriamente dito. O labirinto desacelera a velocidade de
propagação e reverte a detonação em explosão, e esta é extinguida nas colméias.

Fig. 15 - Protetor contra detonação modelo LD

Fig. 16 - Protetor contra detonação, em corte

Se houver a possibilidade de realimentação da mistura gasosa, pode formar-se uma


combustão contínua dentro do protetor. Estes protetores não são adequados para estas condições,
pois não conseguem dissipar para a atmosfera o calor gerado. Nos casos em que há a possibilidade
disto ocorrer, é necessário acrescentar um sistema de monitoramento da temperatura, como proteção
adicional.

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8- Modelo LA

O modelo LA é uma válvula de alívio de pressão e vácuo com corta-chamas tipo combinada.
Na verdade é a junção de uma válvula LO com um protetor LE. Portanto, possui as mesmas
características e limitações das LO.
Estas válvulas são indicadas para proteger respiros de tanques de armazenagem de produtos
inflamáveis, contra explosão externa apenas. Além disso, reduzem as perdas do produto por
evaporação.

Fig. 17 - Válvula de alívio de pressão e vácuo com corta-chamas tipo combinada.

9- Modelo LV

O modelo LV é uma válvula de alívio de pressão e vácuo com abafador de chamas à prova
de explosão externa e combustão contínua.
São indicados para instalação nos tubos de ventilação dos tanques de armazenamento de
gases e líquidos inflamáveis, para controle de pressão e vácuo e redução das perdas do produto por
evaporação. Esses equipamentos evitam a irrupção de chamas para o interior dos reservatórios, em
caso de incêndio, e a propagação de chamas em caso de explosão externa seguida de combustão
contínua.
Este equipamento contém dois obturadores: um de pressão e outro de vácuo, que atuam por
gravidade e são calibrados através de lastro. Além de duas colméias que, dependendo do modelo e
tamanho da LV, pode ser anular ou não.

Observação: O modelo LU foi projetado com a finalidade de oferecer uma válvula de


menor custo que a LV. Possui tampa simplificada e colméia em forma de “disco”, ao invés do
“anel” (DN’s acima de 4”) das LV’s. Ela não foi projetada para resistir à Combustão Contínua.

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Fig. 18 - Válvula modelo LV

10- Manutenção

O principal elemento de manutenção é a colméia, que deve ser limpa de acordo com as
características de operação do seu sistema, ou seja, se o fluido gera vapores muito sujos, a tendência
é que a colméia fique suja mais rapidamente, tendo assim seus canais obstruídos e necessitando de
limpeza mais freqüente. Como ponto de partida, deve ser feita uma primeira inspeção/limpeza com
seis meses de uso do equipamento. Se for constatado que ele está limpo, poderá ser feita a próxima
inspeção/limpeza num prazo mais longo. Se for constatado que há muita sujeira, deverá ser
programada a próxima inspeção/limpeza para um prazo mais curto.
Nestas inspeções programadas deve também ser verificado o perfeito funcionamento das
válvulas de pressão e de vácuo. Observar se não há sujeira ou detritos entre a sede e o obturador, se
o vedante está ainda intacto, se não houve deformações que dificultem a perfeita vedação.
Não deve ser utilizada graxa ou outro lubrificante.
A falta de cuidados com o equipamento acarretará numa colméia muito suja, o que poderá
aumentar consideravelmente a perda de carga gerada pelo equipamento, correndo-se o risco de até
haver possíveis “estufamento” ou “murchamento” do tanque. Além disso, caso o espaçamento da
colméia tenha sido desfigurado por pancada ou falta de cuidados, corre-se um risco maior ainda pois,
na presença de chama externa, esta pode passar pela falha da colmeia para o interior do tanque,
ocasionando uma explosão interna, danificando definitivamente bens materiais e podendo causar
mortes.
A limpeza deve ser feita com ar comprimido, vapor ou solventes (com o auxílio de um pincel),
tendo o cuidado de não desmontar o conjunto abafador, o que pode ocasionar o desmanche da
colméia. Se isto ocorrer, a colméia danificada não terá recuperação, terá que ser, obrigatoriamente,
substituída por uma nova.
O elemento fusível, caso esteja ressecado, pode ser substituído, de forma preventiva.
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11- Dados necessários para a especificação de uma válvula ou corta-chamas

Para LA , LC, LO, LT, LU e LV

1 Diâmetro nominal do tanque (m)


2 Altura cilíndrica do tanque (m)
3 Pressão e vácuo máximos admissíveis no tanque (mbar)
4 Pressão inicial de abertura (mbar)
3
5 Vazão das bombas de enchimento e descarga (m /h)
6 Padrão de conexão desejado.
7 DN dos tubos de ventilação existentes (em casos de tanques já em operação).
8 Produto ou fluido estocado.

Para LD e LE
3
1 Vazão (m /h).
2 Perda de carga admissível e pressão de trabalho (mbar)
3 Tipo de fluido e estado físico.
4 Diâmetro nominal.
5 Distância entre o protetor e a fonte de risco (m).

12- Dimensionamento

O Dimensionamento é efetuado conforme a API-2000 ou DIN TRbF120 onde se determina o


diâmetro do protetor .

A Asca possui um programa de dimensionamento, onde entramos com os dados


especificados no item 8 e o programa calcula o diâmetro do protetor, de acordo com a norma.

13- Conclusão

O uso de protetores equipados com corta-chamas é indispensável para alguns ramos


específicos da indústria. Porém, para que seja garantida a SEGURANÇA TOTAL das instalações,
estes protetores devem ser especificados de acordo com as normas tecnicamente mais avançadas e
em função de um estudo do processo em que serão instalados, de forma que sejam determinados o
tipo de protetor e o espaçamento adequados.

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14- Tanques de armazenagem


Em muitos ramos da indústria é necessário o armazenamento de líquidos, os quais podem
ser inflamáveis ou não. Tomando como exemplo uma usina de álcool, o qual é armazenado em
tanques até que seja despachado para seus consumidores.
Também nas refinarias de petróleo, a gasolina, o diesel, o álcool recebido das usinas, o
querosene e vários óleos são também estocados em tanques de armazenagem, até que sejam
distribuídos aos seus consumidores.
As distribuidoras de derivados de petróleo como por exemplo a Shell e a Ipiranga também
possuem vários tanques para armazenar produtos vindos das refinarias.
As indústrias químicas e farmacêuticas como a Basf, Bayer, Merck, também servem como
exemplos de empresas que possuem tanques de armazenagem para estocar produtos químicos.
Existem ainda empresas que possuem parques de tancagem em áreas de porto somente
para alugá-los a terceiros, como por exemplo a Ionquip e Stolt Haven em Santos. Navios-tanques
vindos do exterior precisam descarregar rapidamente para voltar aos países de origem e utilizam
esses serviços de aluguel de tanques.

14.1- Como são construídos os tanques de armazenagem?


Existem vários tipos de tanques de variados materiais. Trataremos somente dos tanques em
chapas de aço soldado, verticais, cilíndricos, com teto fixo, atmosféricos, não enterrados e
construídos de chapas de aço carbono ou inox, que são os modelos mais utilizados para estocagem.
Os tanques cilíndricos verticais são compostos de três partes: fundo, costado (que é a parede
lateral do tanque), e teto. As chapas do costado são soldadas de acordo com a figura 19:

. Fig.19 - Chapas de costado

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Note que as soldas verticais nunca seguem a mesma linha, pois o tipo de configuração
mostrado confere maior resistência ao tanque.
O teto fixo é soldado ao costado, que também é fixo, e por isso não se move, Independente
do tanque estar vazio ou cheio de produto. O teto estará sempre na mesma posição. A solda entre o
costado e o teto do tanque pode ser do tipo frágil ou não. A solda do tipo frágil permite que, ocorrendo
a explosão do tanque o teto se solte, evitando o rompimento do costado e o vazamento do conteúdo.
Assim, evita-se que o acidente destrua um tanque vizinho.
De acordo com a API 650, a norma de fabricação de tanques dos EUA, os tanques são
considerados atmosféricos quando trabalham com a pressão interna máxima de até 175 mbar.

14.2- Parque de tancagem


Trata-se de um conjunto de tanques construídos próximos uns dos outros para o
armazenamento de produtos, similares ou não. Geralmente os tanques ficam numa área chamada de
bacia de contenção que tem por objetivo garantir que, em caso de derramamento do produto
inflamável de algum tanque, este produto fique contido nesta bacia e não venha a atingir outras
unidades da planta, causando um acidente ainda mais sério.

Fig.20 - Esquema da bacia de contenção.

14.3- Respiro de um tanque

14.3.1 - Situação de pressão

Todo tanque de armazenagem possui no teto, pelo menos, um respiro (fig.21).


Qual é a função deste respiro?

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respiro
teto

costado

fundo

Fig.21 - Detalhe do respiro de um tanque.

Primeiramente, vamos imaginar um tanque em processo de enchimento com gasolina, a uma


3
taxa de 100 m /h. Durante o período de tempo T1 a T2, o tanque foi cheio do nível N1 para o nível
N2. O volume de ar que existia entre os níveis N1 e N2 foi jogado para a atmosfera na mesma taxa de
3 3
100 m /h. A perda de carga gerada pela vazão de 100 m /h através do respiro pode ser medida
através de um manômetro colocado no teto do tanque. Esta perda de carga eqüivale à pressão
interna do tanque, para as condições mostradas. Vamos supor que esta pressão tenha sido de 5
mbar. Logo, o tanque deverá suportar esta pressão de 5 mbar, caso contrário o respiro terá que ser
redimensionado e seu diâmetro aumentado. Caso o tanque não suporte esta pressão poderá haver
um “estufamento” do teto, ou o rompimento de alguma solda.

3
100 m /h de
ar
5 mbar
N2

N1
3
100 m /h de
gasolina
Fig. 22 - Detalhe do enchimento

Além do redimensionamento do respiro, a vazão da bomba de enchimento poderá ser


diminuída, para também reduzir a perda de carga no respiro.
Entretanto, não é apenas a vazão de enchimento que provoca o aumento da pressão interna
de um tanque. Mesmo sem o movimento da bomba de enchimento, o aquecimento do tanque pelos
raios solares gera o aquecimento e dilatação da massa gasosa no seu interior e o aumento da taxa
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de evaporação do líquido armazenado. Esta vazão adicional é conhecida como vazão térmica de
3
pressão, exemplificada na fig.23 com o valor de 125 m /h de ar.

3 3
100 m /h de ar + 125 m /h
ar 5mbar
Fig.23 - Detalhe da Vazão Térmica de Pressão

N2

N1 3
100 m /h de
gasolina

Nos exemplos, estamos mencionando sempre a vazão de ar que passa através do respiro.
Na prática, esta é a vazão do ar somada à dos vapores do produto estocado, e devemos levar isto em
consideração para o cálculo do peso específico da mistura gasosa.

14.3.2- Situação de vácuo

Vamos imaginar agora nosso mesmo tanque do exemplo acima em processo de descarga, a
3
uma taxa de 100 m /h. O nível descerá de N2 para N1 e o tanque passará a admitir o ar na mesma
3
taxa de 100 m /h. O manômetro passará a indicar o vácuo no interior do tanque, por exemplo de -5
mbar. É bom lembrar que esta pressão é manométrica, e significa 5 mbar abaixo da pressão
atmosférica (1013,25 - 5 = 1008,25 mbar absoluto).

3
100 m /h de ar
- 5mbar

N2

N1
3
100 m /h de
gasolina

Fig.24 - Detalhe da Descarga

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Da mesma forma, mesmo sem a movimentação das bombas de esvaziamento, os efeitos


climáticos também podem gerar vácuo no interior do tanque. Em nosso exemplo anterior, o tanque da
fig.23 está aquecido pelos raios solares. Vamos supor que o tempo mude bruscamente e caia sobre o
tanque uma chuva muito fria. As paredes do tanque serão resfriadas, bem como a massa gasosa no
seu interior. Resfriada, a massa gasosa se contrai, gerando um vácuo que é chamado de vácuo
3
térmico e está exemplificado na fig.25 com o valor de 137 m /h.

3
100 m /h de ar + 137
3
- 5mbar
Fig.25 - Detalhe da vazão térmica de vácuo
N2

3
N1 100 m /h de

Os gases no interior do tanque, quando resfriados, sofrem uma queda de pressão, devida à
contração da massa gasosa acarretando também a condensação dos vapores do produto no interior
do tanque.
A vazão térmica de vácuo foi exemplificada como 137 m3/h, sendo maior do que a vazão
térmica de pressão, 125 m3/h. O resultado destes cálculos depende principalmente do método de
cálculo. Existem duas normas utilizadas para este fim: DIN TRbF 120 (Alemã) e API-2000
(Americana).

15- Dimensionamento

As normas de dimensionamento DIN e API baseiam-se em critérios diferentes para a escolha


das válvulas. Enquanto a norma API é mais cautelosa para o caso de pressão, a DIN é mais
cautelosa na situação de vácuo.
A Norma americana, hoje em dia, é muito mais difundida no Brasil e seus critérios são bem
aceitos.
O dimensionamento segundo a API-2000 baseia-se no volume do tanque e no ponto de
fulgor* do fluido armazenado. Caso este seja menor ou igual a 37,8 ºC (100 F) adota-se um fator
multiplicativo maior que para fluidos de ponto de fulgor inferior a 37,8 ºC.

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Estes fatores serão multiplicados diretamente pelas vazões de enchimento e, então, este
resultado será somado à vazão referente à evaporação (vazão térmica), que foi encontrada na norma
utilizando-se o volume do tanque.
No caso de vácuo, os valores de vazão encontrados na norma são somados diretamente à
vazão da bomba de descarga do tanque, sem utilizar nenhum fator.

* O ponto de fulgor de um líquido combustível é definido como a menor temperatura deste líquido,
na qual são gerados, imediatamente acima da sua superfície, vapores em uma quantidade
suficiente para formar uma mistura inflamável vapor-ar.

16- Válvulas de pressão e vácuo (VPV´s)

As válvulas de alívio de pressão e vácuo são mecanismos instalados sobre os tanques de


armazenagem de produtos inflamáveis, para diminuir as perdas por evaporação do produto estocado
e seus efeitos poluentes.
Toda válvula de pressão e vácuo, também conhecida como VPV, possui sempre um
obturador de pressão e um obturador de vácuo, que se mantêm fechados quando a pressão e o
vácuo do tanque estão abaixo dos seus pontos de abertura (Fig.26).

Tampa

Obturador de Pressão

Corpo

Obturador
de Vácuo

Conexão / Flang

Fig.26 - Válvula de alívio de Pressão e Vácuo

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A pressão no interior do corpo da VPV, é a mesma pressão interna do tanque. No momento


em que a bomba de enchimento for ligada, ou estiver ocorrendo vazão térmica de pressão, o
obturador de pressão será aberto pelo aumento da pressão no interior do tanque (fig.27). O caso mais
crítico é quando ambas vazões se somam, a da bomba e a térmica, produzindo a máxima vazão de
pressão possível, em condições normais.

Gases expelidos
para atmosfera
através da sede
de pressão

Enchimento

Descarga

Fig.27 - Detalhe da instalação da VPV

Quando ocorre vácuo por resfriamento do tanque e/ou descarga do fluido do processo, a
pressão atmosférica abre o obturador de vácuo, permitindo a entrada de ar no tanque, quebrando
assim o vácuo gerado.

Fig.28 - Admissão de ar pela sede


de vácuo.

A grande vantagem de se instalar uma válvula de pressão e vácuo é a redução da emissão


de vapores poluentes na atmosfera, e também a redução da admissão de ar atmosférico para o
interior do tanque. Quanto maior for a pressão de calibração de abertura da válvula de pressão e
vácuo, menor será a perda por evaporação*. Entretanto, a pressão e o vácuo de abertura da válvula
são limitados pela máxima pressão admissível no tanque (e respectivamente, máximo vácuo
admissível). Geralmente, os valores de pressão máxima e vácuo máximo admissíveis em um tanque
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é muito baixo, em torno de 10 mbar por exemplo (geralmente, quanto maior o tanque, menores as
pressões/vácuos admissíveis), o que passa a limitar a redução das perdas. Para um tanque que
suporta 10 mbar de pressão máxima, por exemplo, o valor da pressão de abertura deverá ficar abaixo
de 10 mbar. Deverá ser de 6 mbar. Isto se explica porque, entre a pressão em que a válvula abre e a
pressão final em que ela atinge sua plena vazão, existe uma sobre-pressão de 40 %. O mesmo
ocorre no vácuo.
* A diminuição das perdas por evaporação são conseguidas devido à capacidade do ar em reter
vapores. Quanto maior a pressão (e menor a temperatura) do ar, menor a capacidade de reter estes
vapores. Por este motivo, quanto maior for a pressão no interior do tanque, menor será a quantidade
do produto (em forma de vapor) perdida quando da abertura da válvula de pressão.

17- VPV´s ASCA

17.1 - Modelo LO
O modelo mais simplificado de VPV, também chamado de modelo API por ser muito utilizado
pelos norte-americanos, é o nosso modelo LO. São fabricados nas bitolas de 2” a 12”, nos modelos
LO16, LO16F, LO19 e LO25.

Fig. 29 - Válvula de alívio de pressão e vácuo.

É indicada para instalação em tubos de ventilação de tanques de armazenamento


atmosféricos. Estas válvulas são adequadas para manter a pressão e o vácuo dentro do tanque,
conforme a calibração de pressão determinada, assim diminuindo a perda do produto por
evaporação.

Observação: Formação da nomenclatura.

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LO16F
L = Produto do Programa 12 da Asca.
O = Válvula de alívio de Pressão e Vácuo.
1 = Classe de pressão ANSI 125 lbs.
6 = Ferro Fundido Nodular (material original)
F = Indica que a válvula é em ferro fundido cinzento, ao invés de ferro fundido nodular.

Nota: O modelo em ferro fundido cinzento, LO16F, é normalmente fabricado com conexão
classe ANSI 125 Lbs. Contudo, os flanges ANSI 125 e ANSI 150 Lbs são intercambiáveis, ou seja, se
um tanque possui no teto uma conexão flange DN 6” ANSI 150 Lbs, podemos instalar uma válvula
com flange DN 6” ANSI 125 Lbs, pois a furação é a mesma. A diferença construtiva entre eles é que o
ANSI A 150 lbs possui ressalto e o A 125 lbs possui face plana.

17.2 - Modelo LT

Estas são válvulas de alívio de pressão e vácuo utilizadas em tubulações. Em três modelos
diferentes, com duas ou três vias, um ou dois obturadores. São fabricadas nas bitolas DN 1. ½”, 2”,
3”, 4”, 6” e 8”, em ferro fundido nodular, alumínio ou aço inox.
Servem para atender todas as situações de pressão e vácuo em tubulações de tanques. São
predominantemente utilizadas em Sistemas de Inertização ou instalações de ar seco. As válvulas
modelo LT são adequadas para manter a pressão e/ou o vácuo no interior de tubulações ou outros
equipamentos, conforme a calibração determinada. A calibração é feita através de lastro.
O modelo LT E possui atuador pneumático com grande área, o que torna a válvula
praticamente imune às variações da contra pressão.

Fig. 30 - Válvula de alívio de pressão e vácuo de duas vias

17.3- Modelo LR
As válvulas de alívio de pressão LR (também chamados respiros de emergência) foram
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projetados especialmente para funcionar como dispositivos de emergência na desaeração de


tanques, conforme previsto na API-2000 (emergency venting to fire exposure).

Fig. 31 - Foto de uma válvula LR.

O respiro é necessário quando há uma repentina demanda de altas vazões de pressão (que
pode ser causada, por exemplo, por um incêndio próximo ao tanque), o que, conseqüentemente,
torna insuficiente a capacidade de desaeração das válvulas normais de alívio de pressão, existentes
no tanque. O respiro de emergência abre e, por ter uma área de passagem maior, consegue aliviar
essas vazões, preservando a integridade estrutural do tanque.

Observação: Esta situação é discutível pois, submetido ao fogo, o tanque irá abrir uma
passagem que não possui corta-chamas! As normas Européias não fazem referência a esta
válvula de emergência, elas prevêem, para uma situação de incêndio, um sistema de
resfriamento do tanque por “sprinklers”.

18-Manutenção

O objetivo principal da manutenção deste tipo de válvulas deve ser manter pleno
funcionamento sem alterar suas características. Com o passar do tempo, sujeiras, empenamento e
esmagamento dos discos de vedação ou danos à lapidação (no caso de vedação metálica), acabam
prejudicando o desempenho da válvula. Então, é importante que sejam vistoriadas periodicamente as
vedações. Quando for vedação elástica, recomenda-se encaminhar as válvulas para a Assistência
Técnica da Asca, que irá repor os discos de vedação. Porém, quando a vedação for metálica, o
obturador deve ser lapidado juntamente com a sede.
O crivo e todo o corpo da válvula podem acumular sujeira, que também deve ser removida
periodicamente, evitando-se assim problemas maiores.

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19 - Como preencher a folha de dados de uma VPV:


- Preencher devidamente o nome do cliente, referência e o n° da folha.
- Preencher o TAG da válvula e o n° da oferta Asca.
1) Características do Tanque: Todos os dados devem ser fornecidos pelo cliente. É imprescindível
que todos sejam preenchidos, principalmente os itens 1.04 e 1.05.
2) Fluido.
2.01) Tipo de fluido - preencher com o nome do fluido.
2.02) Classe de explosividade. Este item será explicado no item corta-chamas.
2.03) Peso Específico - O fluido que irá passar pela VPV é sempre gasoso. Por isso o peso específico
solicitado é sempre da mistura gasosa do ar com os vapores do fluido armazenado. Maiores detalhes
na apostila de cálculos.
2.04) Peso Molecular - Dado utilizado para conferir o peso específico.
2.05) Ponto de fulgor - Importante quando usar os diagramas IV e V para dimensionamento conforme
API 2000.
3) Dimensionamento
3.01) Norma para dimensionamento - Indicar se API 2000 ou DIN TRbF 120.
3.02) Vazão total de Pressão - vazão de enchimento + vazão térmica de aquecimento.
3.03) Vazão total de Vácuo - vazão de descarga + vazão térmica de resfriamento.
3.04 e 3.05) Pressão e vácuo de abertura determinado pelo cliente ou pela Asca, sempre em função
da pmáx e vmáx.
4) Conexão
4.01) Colocar o diâmetro nominal e o tipo, indicando classe de pressão do flange e o tipo. Por
exemplo: 8” ANSI 150 Lbs RF.
5) Colméia - Não aplicável para as válvulas sem corta-chamas.
6) Materiais - Referente ao modelo escolhido.
- Preencher com o modelo e a quantidade.
- Colocar as unidades e notas.
- Preencher o campo das datas, execução e verificação.
- Não deixe de assinar a folha de dados com caneta preta ou azul.

A seguir, folha de dados do exemplo 2 preenchida.

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Corta-chamas e Válvulas de Pressão


e Vácuo para Tanques
Cliente: Exemplo S.A. Ref.Cliente:O.C.223/9 Oferta:12.1456/98 PV: 1.1109 Folha:1/1
Rev Rev
Identificação (Tag) | Item da Oferta VPV-001
Serviço Alívio de Pressão / Vácuo de
Tanque
1) Características do tanque
1.01) Diâmetro interno 10,0 m
1.02) Altura do tanque 12,0 m
3
1.03) Volume do tanque 942 m
1.04) Pressão máx. admissível 5,0 mbar
1.05) Vácuo máx. admissível 4,0 mbar
3
1.06) Vazão : enchimento/ descarga 60,0 m /h
1.07) Temperatura de operação 40°C
1.08) Norma de fabricação do tanque API 650
2) Fluido
2.01) Tipo de fluido Alcool Hidratado
2.02) Classe de explosividade IIA/B
3
2.03) Peso específico 1,3 kg/m
2.04) Peso molecular -------------
2.05) Ponto de fulgor 13°C
3) Dimensionamento
3.01) Norma de dimensionamento API 2000
3
3.02) Vazão total de pressão 307,50 m /h
3
3.03) Vazão total de vácuo 240 m /h
3.04) Pressão de abertura | P 3,57 | 1,43 mbar
3.05) Vácuo de abertura | V 4,0 | 1,14 mbar
4) Conexão
4.01) DN | Tipo 6” | ANSI 150 Lbs RF
5) Colméia
5.01) Espaçamento | Quantidade ----------------
6) Materiais
6.01) Corpo Alumínio G Al Si 12
6.02) Tampa AISI 304
6.03) Sedes AISI 304
6.04) Obturador de pressão Alumínio ASTM - B 26 SG 70 A
6.05) Obturador de vácuo Alumínio ASTM - B 26 SG 70 A
6.06) Vedação Teflon
6.07) Colméia -------------------
6.08) Armação -------------------
6.09) Espaçador -------------------
Modelo | Quantidade LO19 | 01
3
Unidades : Pressão : mbar Temperatura: °C Vazão : m /h
Notas:

Original Rev. A Rev.B Rev.C Rev.D Rev E


Data 05/03/98
Execução ZZ/999
Verificação AA/777
Aprovação

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