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INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS

ÁREA: REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ESTUDO DE GESTÃO ENERGÉTICA EM UM SHOPPING CENTER,


BASEADO NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE EXAUSTÃO E
AR CONDICIONADO NA PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

ANDRE PAES ALVES - 20161010970387


DANILO BONFIM ANTUNES - 20151010970053
PEDRO HENRIQUE DE CARVALHO - 20142010970275

Ronay de Andrade Pereira - Orientador

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

GOIÂNIA: FEVEREIRO / 2022


INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS

ÁREA: REFRIGERAÇÃO E AR CONDICIONADO

DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADEMICAS IV


COORDENAÇÃO DE MECÂNICA

ESTUDO DE GESTÃO ENERGÉTICA EM UM SHOPPING CENTER, BASEADO


NO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE EXAUSTÃO E AR CONDICIONADO
NA PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

ANDRE PAES ALVES


DANILO BONFIM ANTUNES
PEDRO HENRIQUE DE CARVALHO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SUBMETIDO AO


DEPARTAMENTO IV, COORDENAÇÃO DE MECÂNICA DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE GOIÁS, COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DA GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA.

APROVADA POR:

___________________________
RONAY DE ANDRADE PEREIRA
(ORIENTADOR)

____________________________
RICARDO VITOY
(EXAMINADOR INTERNO)

____________________________
VINICIUS CARVALHAES
(EXAMINADOR INTERNO)
DATA: GOIÂNIA, 02 de FEVEREIRO de 2022

ii
iii
RESUMO
A economia de energia elétrica se mostra cada vez mais necessário com todas as
adversidades que o tempo vem trazendo. Isso ocorre em qualquer ramo e não seria
diferente nos Shoppings Centers. Grandes centros comerciais possuem muitos aparelhos
elétricos e um deles o ar condicionado, sendo que este possui um gasto com energia
elétrica significativo, e que impacta diretamente na economia financeira da administradora.
Com base nisso, objetivou-se através desse trabalho realizar uma simulação, levando-se
em consideração o sistema de exaustão nas lojas de alimentação de um Shopping Center,
e o quanto de economia o mesmo proporciona quando está com um funcionamento
adequado e eficiente, em relação ao consumo de energia elétrica do ar condicionado da
praça de alimentação do shopping. Para tanto simula-se a carga térmica de acordo com
os sistemas de exaustão das cozinhas profissionais, e a economia gerada para o ar
condicionado em termos monetários de energia elétrica. Observa-se com um resultado de
até 117 mil reais ao ano de economia, a importância do uso correto do sistema de exaustão
e renovação de ar para a eficiência energética do sistema averiguado.

Palavras-chave: exaustão, praça de alimentação, ar condicionado, economia.

iv
ABSTRACT
Saving electricity is increasingly necessary with all the adversities that time has
brought. This occurs in any branch and it would be no different in Shopping Centers. Large
shopping centers have many electrical appliances and one of them is air conditioning, which
has a significant expense with electricity, which directly impacts the financial economy of
the administrator. Based on this, the objective of this work was to carry out a simulation,
taking into account the exhaust system in the food stores of a Shopping Center, and how
much savings it provides when it is operating properly and efficiently, in in relation to the
electricity consumption of the air conditioning in the mall's food court. For that, the thermal
load is simulated according to the exhaust systems of professional kitchens, and the
savings generated for the air conditioning in monetary terms of electric energy. It is
observed with a result of up to 117 thousand reais per year of savings, the importance of
the correct use of the exhaust system and air renewal for the energy efficiency of the
investigated system.

Key-words: exhaustion, food court, air conditioning, economy.

v
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 2.1 - Tipos de splits 4


FIGURA 2.2 - Splitão 4
FIGURA 2.3 - Chiller mais fan coil 5
FIGURA 2.4 - Sistema genérico de exaustão 6
FIGURA 2.5 - Coifa 9
FIGURA 2.6 - Linhas de propriedades da carta psicrométrica 12
FIGURA 3.1 – Planta adaptada do empreendimento comercial analisado. 14

vi
LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 – Escala ASHRAE 7


TABELA 2.2 – Condições de conforto 8
TABELA 3.1 – Proposta inicial – Cenário 1A 15
TABELA 3.2 – Proposta inicial – Cenário 1B 16
TABELA 3.3 – Proposta inicial – Cenário 2A 17
TABELA 3.4 – Proposta inicial – Cenário 2B 18
TABELA 3.5 – Proposta inicial – Cenário 3A 19
TABELA 3.6 – Proposta inicial – Cenário 3B 20
TABELA 3.7 – Proposta inicial – Cenário 4A 21
TABELA 3.8 – Proposta inicial – Cenário 4B 22
TABELA 3.9 – Proposta real – Cenário 1A 23
TABELA 3.10 – Proposta real – Cenário 1B 23
TABELA 3.11 – Proposta real – Cenário 2A 24
TABELA 3.12 – Proposta real – Cenário 2B 24
TABELA 3.13 – Proposta real – Cenário 3A 25
TABELA 3.14 – Proposta real – Cenário 3B 25
TABELA 3.15 – Proposta real – Cenário 4A 26
TABELA 3.16 – Proposta real – Cenário 4B 26
TABELA 3.17 – Consumo de ar exaurido por loja 27
TABELA 4.1 – Cenário 1A 30
TABELA 4.2 – Cenário 1B 31
TABELA 4.3 – Cenário 2A 32
TABELA 4.4 – Cenário 2B 33
TABELA 4.5 – Cenário 3A 34
TABELA 4.6 – Cenário 3B 35
TABELA 4.7 – Cenário 4A 36
TABELA 4.8 – Cenário 4B 37
TABELA 4.9 – Cenário Ideal 38
TABELA 4.10 – Cálculo de economia em valor monetário 38

vii
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 4.1 – Proposta inicial – Cenário 1A 30


GRÁFICO 4.2 – Proposta inicial – Cenário 1B 31
GRÁFICO 4.3 – Proposta inicial – Cenário 2A 32
GRÁFICO 4.4 – Proposta inicial – Cenário 2B 33
GRÁFICO 4.5 – Proposta inicial – Cenário 3A 34
GRÁFICO 4.6 – Proposta inicial – Cenário 3B 35
GRÁFICO 4.7 – Proposta inicial – Cenário 4A 36
GRÁFICO 4.8 – Proposta inicial – Cenário 4B 37
GRÁFICO 4.9 – Economia / Hora 39
GRÁFICO 4.10 – Economia / Dia 39
GRÁFICO 4.11 – Economia / Mês 40
GRÁFICO 4.12 – Economia / Ano 41

viii
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES

Q: vazão volumétrica;
A: área da seção transversal do duto;
v: a velocidade média do escoamento;
qv: vazão de ar;
h: altura;
L: comprimento;
ρ: massa específica;
c: calor específico a pressão constante;
te: temperatura externa;
ti: temperatura interna;
qs: carga térmica sensível;
Csra: carga térmica sensível;
qL: carga térmica latente;
UE2: umidade específica;
UE1: umidade específica;
Clra: carga térmica latente;
V: consumo de ar
qT: carga térmica total
P: potência elétrica
COP: coeficiente de performance de refrigeração

ix
ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO 1
1.1 – VISÃO GERAL 1
1.2 – DEFINIÇÃO DO PROBLEMA E OBJETIVO 1
1.2.1 – Definição do problema 1
1.2.2 – Objetivo geral 2
1.2.3 – Objetivos específicos 2
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
2.1 – REFRIGERADORES DE AR 3
2.1.1 – Splits 3
2.1.2 – Splitão 4
2.1.3 – Chiller 5
2.2 – SISTEMAS DE EXAUSTÃO 5
2.2.1 – Dutos 7
2.3 – CONFORTO TÉRMICO 7
2.4 – NBR 14518: SISTEMAS DE VENTILAÇÃO PARA COZINHAS PROFISSIONAIS 9
2.4.1 – Sistema de compensação do ar exaurido 10
2.5 – PSICROMETRIA 11
2.5.1 – Diagrama psicrométrico 11
2.6 – ANÁLISE TÉRMICA 13
3 – METODOLOGIA E SIMULAÇÃO EXPERIMENTAL 15
3.1 – DEFINIÇÃO DOS CENÁRIOS 15
3.1.1 – Cenário 1 – A 16
3.1.2 – Cenário 1 – B 16
3.1.3 – Cenário 2 – A 17
3.1.4 – Cenário 2 – B 18
3.1.5 – Cenário 3 – A 18
3.1.6 – Cenário 3 – B 19
3.1.7 – Cenário 4 – A 20
3.1.8 – Cenário 4 – B 20
3.2 – CÁLCULOS DA CARGA TÉRMICA 26
3.2.1 – Carga térmica sensível 26
3.2.2 – Carga térmica latente e carga térmica total 27
3.2.3 – Potência elétrica e economia por hora 28
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES 29

x
5 – CONCLUSÕES 42
5.1 – Sugestões de Trabalhos Futuros 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43
ANEXO 45

xi
1. INTRODUÇÃO

Aborda-se nesse tópico a visão geral a respeito do trabalho e ainda se define o


problema e objetivo a ser tratado.

1.1 VISÃO GERAL

Sistema de refrigeração são peças fundamentais para melhoria de desempenho


econômico, quando se trata de processos comerciais ou industriais, ou mesmo para
conforto e bem estar de pessoas.
Em Centros Comerciais, ou Shopping Centers, onde possui uma grande aglomeração
de pessoas, várias lojas e restaurantes, umas gamas de equipamentos são utilizadas para
diversas finalidades como: ventilação, refrigeração e exaustão. Segundo A. CLEZAR;
NOGUEIRA, 2009, a ventilação tem como finalidade garantir a pureza do ar, visando a
segurança, o bem-estar físico e o controle da poluição.
Visto que praças de alimentação possuem vários restaurantes, que acabam por expelir
gases, odores, fumaças e grande carga de calor pelos componentes utilizados, se faz
necessário um projeto de ventilação misto, com um sistema de exaustão e reposição de ar
na cozinha de cada loja da praça de alimentação.
Esses sistemas irão captar, tratar, conduzir os vapores e gases para a atmosfera, e,
captar ar externo para insuflar na cozinha como reposição do ar exaurido, sendo o ar
insuflado no ambiente menor que o volume de ar exaurido, afim de manter a cozinha com
pressão negativa.
A norma NBR 14518 (ABNT, 2000), estabelece os parâmetros gerais para o projeto,
instalação e manutenção dos sistemas, enfatizando o conforto de operação, salubridade,
segurança e controle contra poluentes atmosféricos.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA E OBJETIVO

Definem-se neste tópico os problemas, objetivos gerais e específicos a serem tratados


no trabalho.

1.2.1 Definição do problema

Muitas cozinhas de shoppings centers não possuem sistema de exaustão e renovação


operando corretamente de acordo com a norma NBR 14518 (ABNT, 2000). Muitas vezes
para evitar custos, a manutenção e limpeza desses sistemas são feitos em períodos

1
maiores do que deveria, podendo acarretar em diversos fatores prejudiciais e em alguns
casos perigosos. A falta da limpeza pode gerar acúmulo de gordura no exaustor, o que
seria altamente perigoso em caso de incêndio. Quando se trata de refrigeração e
climatização do ambiente, a falta da renovação de ar ou até mesmo a renovação
insuficiente pode gerar custos significativos para o Shopping. Uma vez que o sistema de
exaustão e renovação de ar não funciona corretamente, obrigatoriamente o ar
condicionado da praça terá que trabalhar mais para repor esse ar que está sendo exaurido,
porém não renovado nas cozinhas.

1.2.2 Objetivo geral

O objetivo desse trabalho é fazer um estudo de caso do impacto causado na economia


financeira do ar condicionado em praças de alimentação de shopping, diante de cenários
diversos de sistemas de exaustão e renovação ativos e não ativos. Por meio deste, fazer
um levantamento do impacto monetário para o shopping em um ano de operação.

1.2.3 Objetivos específicos

Fazer um levantamento das lojas de alimentação da praça do empreendimento usado


como referência verificando quais possuem sistema de exaustão;
Criar cenários reais a partir do levantamento em questão;
Dimensionamento do projeto, calculando carga térmica do ambiente, considerando os
sistemas de exaustão ativos;
Montar comparativo em diferentes cenários dando ênfase no custo gerado por cozinhas
que não possuem sistema de exaustão, renovação de ar ativos e funcionando
corretamente.

2
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No geral, empresas e industrias necessitam de um sistema de ventilação para manter


ou melhorar o ambiente de trabalho. Emprega-se nesse trabalho o foco na área de controle
da temperatura e umidade para conforto, sendo a ventilação local exaustora a utilizada ao
longo do estudo em questão.
A norma NBR 10401-1 (2008) diz que o processo de condicionamento de ar objetiva
controlar, simultaneamente, a temperatura, a umidade, a movimentação, a renovação e a
qualidade do ar de um ambiente. Em certas condições controla também o nível de pressão
interna do ambiente em relação aos ambientes vizinhos.
Segundo a NBR 16401-3 (2008) um sistema de ar condicionado controla a qualidade
do ar interior por meio de renovação de ar exterior e pela filtragem de todo ar insuflado.
Essa renovação reduz a concentração de poluente gasosos, biológicos e químicos no
ambiente, os quais não foram retidos pelos filtros. Além disso, a filtragem reduz a
concentração de poluentes trazidos do ar exterior e os gerados internamente.
Nesta revisão será apresentado alguns subsistemas do âmbito de refrigeração, bem
como alguns equipamentos que se destacam nos mesmos. Por fim, será apresentado um
pouco mais sobre a norma NBR14518, que trata sobre os sistemas de ventilação para
cozinhas profissionais.

2.1. REFRIGERADORES DE AR

Refrigeradores de ar são equipamentos que conseguem reduzir a energia cinética dos


gases que estão no ambiente, fazendo com que abaixe a temperatura do mesmo.
A norma NBR 16401-02 (2008) avalia os fatores que influenciam no conforto térmico
do ambiente, além de estipular temperaturas agradáveis para esse conforto. Os fatores
destacados são: a temperatura operativa, a velocidade do ar e a umidade relativa do ar.
As temperaturas agradáveis variam de acordo com a temperatura externa, definidas por
duas estações do ano, verão e inverno.
A seguir será exposto alguns exemplares de refrigeradores de ar:

2.1.1 SPLITS

São equipamentos que possuem gás refrigerante em seu sistema, mais precisamente
dentro de tubulações. É composto por: uma evaporadora que fica dentro do ambiente a ser
refrigerado e troca calor do ar ambiente com o gás que corre dentro de sua tubulação; e
um condensador que fica fora do ambiente e tem como função de trocar calor com o meio,

3
a fim de reduzira temperatura do gás. Além de compressores e válvulas de expansão que
também tem papel fundamental.
Essa categoria de equipamentos possuem uma divisão de subcategorias, que são
definidas de acordo com sua potência e forma geométrica, tendo basicamente as mesmas
características. São elas: ACJ (Ar Condicionado de Janela); Split Hi-Wall; Mult-Split; Piso-
Teto Cassete; Sistemas VRF (Fluxo de Refrigerante Variável).
Como exemplo a figura 2.1 mostra os tipos de splits.

FIGURA 2.1 - Tipos de splits

2.1.2 Splitão

São equipamentos bem parecidos com os explicados anteriormente, porém tem uma
capacidade de refrigeração muito maior que a dos exemplos anteriores. Por mais que
tenham a mesma estrutura (condensador mais evaporador), geralmente são dutados e
conseguem atender vários ambientes diferentes.
Segue abaixo a figura 2.2 como exemplo de splitão.

4
FIGURA 2.2 – Splitão

2.1.3 Chiller

Diferentemente dos exemplos anteriores, chillers utilizam água com fluido trocador de
temperatura dos ambientes. São equipamentos com capacidades de refrigeração ainda
maiores e que contam com um sistema de refrigeração de água. Contam com Fan Coils,
que tem como função transferir a baixa temperatura das águas da serpentina para o ar do
ambiente.
A figura 2.3 abaixo refere-se a um chiller mais fan coil.

FIGURA 2.3 - Chillher mais fan coil

2.2 SISTEMAS DE EXAUSTÃO

Equipamentos exaustores de ar servem para expelir o ar do ambiente para um meio


externo, sendo aplicados em diferentes ambientes, como banheiros e restaurantes.
Tratando de restaurantes, são responsáveis por retirar calor que acabaria saindo da

5
cozinha e indo para o espaço em que se encontram os clientes e também por expelir a
gordura e os cheiros provenientes da elaboração dos pratos.
A sucção da ventilação local exaustora é a realizada por meio de um equipamento
captor de ar junto à fonte poluidora. É um tipo de ventilação indicada para situações em
que as fontes de poluição sejam perfeitamente identificadas e localizadas no interior do
ambiente.
Os principais componentes de um sistema de exaustão são: captores; coifas;
tubulações ou dutos; exaustores; filtros de ar; serpentinas; dampers e abafadores de
ruídos. A Figura 2.4 a seguir ilustra esses componentes distribuídos em sistema de
exaustão:

FIGURA 2.4 – Sistema genérico de exaustão

6
2.2.1 Dutos

A NBR 12401-1 (2008) diz que os dutos são responsáveis pela distribuição de ar do
ambiente, tanto o ar refrigerado, quanto o ar que é renovado, sendo que quanto menos
curvas e mudanças de secção mais eficiente.
As principais exigências para os dutos são:
-Que conduzam vazões especificadas de ar a locais apropriados.
-Que sejam econômicos em termos de custo inicial, custo de operação do ventilador e
custo do espaço do edifício por eles ocupado.
- Que não transmitam nem gerem ruído exagerado.
Além disso, o ventilador acoplado ao duto deve ser especificado para satisfazer as
exigências de perda de carga máxima no sistema.

O cálculo de vazão do mesmo reduz à solução da relação básica, dada pela equação
2.1:

Q = v.A (2.1)

Onde:
Q: a vazão volumétrica em (m³ /min);
A: área da seção transversal do duto em (m²);
v: a velocidade média do escoamento em (m/min)
Essa velocidade do ar é produzida através dos ventiladores que fazem parte do
conjunto, sendo ele de exaustão ou ventilação.

2.3 CONFORTO TÉRMICO

Conforto térmico é definido, segundo STOECKER, 1985, como o processo de


condicionamento de ar objetivando o controle de sua temperatura, umidade, pureza e
distribuição no sentido de proporcionar conforto aos ocupantes do recinto condicionado.
Assim, condicionamento de ar inclui processos, tais como, aquecimento (o qual inclusive
não envolve refrigeração, exceto em aplicações de bombas de calor), radiação térmica e
regulagem de velocidade e qualidade do ar incluindo a remoção de partículas e vapores.
Os parâmetros que afetam o conforto térmico são a temperatura operativa, velocidade
do ar e umidade relativa do ar. Para definição desses parâmetros os valores variáveis para
conforto dependem, primordialmente, do tipo de vestimenta utilizada pelas pessoas que
frequentam o ambiente e o tipo de atividade executada. O primeiro ponto destacado está

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relacionado com a resistência a troca de calor e o segundo relacionado a taxa de
metabolismo.
A norma NBR 16401-2 estipula parâmetros ambientais suscetíveis de produzir
sensação aceitável de conforto térmico em 80% ou mais das pessoas, baseados na escala
ASHRAE, como mostrado na Tabela 2.1.

TABELA 2.1 - Escala ASHRAE


Escala Sensação
-3 Muito frio
-2 Frio
-1 Levemente frio
0 Neutro
1 Levemente quente
2 Quente
3 Muito Quente

Conforme NBR 12401-3 (2008) sobre os valores de avaliação, define-se a situação


ideal de conforto avaliações entre – 0,5 e + 0,5 como indicações aceitáveis.
As condições de conforto dependem das situações climáticas, que, no geral, respeitam
os seguintes valores e fatores, segundo a NBR 16401, referenciada na Tabela 2.2 a seguir:

TABELA 2.2 – Condições de conforto


Estação Temperatura Umidade relativa
22,5°C a 25,5°C 65%
Verão
23,0°C a 26,0°C 35%
21,0°C a 23,5°C 60%
Inverno
21,5°C a 24,0°C 30%

Além dessas condições, a velocidade do ar não direcional na zona de ocupação deve


estar em um intervalo de 0,15 a 0,20 m/s para distribuição de ar convencional e de 0,20 a
0,25 m/s por sistemas de fluxo de deslocamento, conforme NBR 12401-3 (2008).

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2.4 NBR 14518: SISTEMAS DE VENTILAÇÃO PARA COZINHAS PROFISSIONAIS

Para que seja possível fazer a análise da gestão energética em ambientes de praças
de alimentação, fez-se necessária o embasamento teórico na norma que regulamenta os
sistemas de ventilação de exaustão de cozinhas profissionais.
A norma NBR 14528 define que nas cozinhas profissionais, os equipamentos que são
fontes de emissão de calor, vapores com ou sem gordura e/ou materiais particulados,
devem ser captados localmente, de forma contínua, enquanto perdurar a sua geração.
Para atender essas necessidades, deve haver equipamentos captores, redes de dutos e
acessórios, ventiladores, dispositivos e equipamentos para tratamento do ar, elementos de
prevenção e proteção contra incêndio e compensação do ar exaurido.
Os sistemas de exaustão de cozinhas devem ser independentes de qualquer outro tipo
de sistema de ventilação, tendo seu próprio conjunto de exaustão de ar. O mesmo, que
transfere o fluxo de ar, deve ser feito de material metálico, alvenaria, concreto ou
fibrocimento com superfície lisa, tendo a necessidade de assegurar resistência ao fogo por
até uma hora. Já seus elementos em contato externo devem ser classificados como não
combustíveis.
O cálculo da vazão de ar de exaustão nos captores estabelece os padrões mínimos de
velocidade de face pela área aberta do captor, de maneira a garantir a captação adequada
de poluentes. É regida, no geral, pela Equação 2.2:

qv = v.h.L (2.2)

Onde:
qv = Vazão de ar, em metros cúbicos por segundo;
v = Velocidade da face, em metros por segundo;
h = Altura, em metros;
L = Comprimento, em metros;

A figura 2.5, retirada da NBR 12401-1 (2008) ilustra a equação mostrada,


representando a área de sucção da coifa e as dimensões de altura e comprimento. A
velocidade é definida de acordo com os ventiladores que também fazem parte do sistema.

9
FIGURA 2.5 - Coifa

Os captores desses sistemas devem ser construídos em matérias que proporcione


resistência mecânica ao fogo e a corrosão, com perímetros dispostos de calhas coletoras
dotadas de drenos tamponados para remoção de gordura e condensados, além de
possuírem dampers corta-fogo com acionamento eletromecânico.
As exaustões devem dispor de descargas para fora da edificação, através de um duto
terminal que extravase a cobertura ou parte externa, sendo direcionados para cima.
A cocção dos alimentos gera o desprendimento de vapor de água, calor e diversas
substâncias com propriedades poluentes, podendo causar incômodo e com o agravante
de formar incrustações combustíveis e ter riscos de causar incêndios. Com isso, em
determinadas circunstâncias, existe a necessidade de instalação de extratores de gordura
e despoluidores atmosféricos.
Esses equipamentos citados podem ser: incineradores e conversores catalíticos,
lavadores, coifas lavadoras, leitos de adsorvedores, leitos de oxidação, precipitador
eletrostático ou precipitador hidrodinâmico.

2.4.1 Sistema de compensação do ar exaurido

Como existe a remoção de parte do ar pelos exaustores, se faz necessário a


compensação de ar, de modo a assegurar o perfeito funcionamento do sistema. Este
suprimento deve ser feito de forma natural, ou forçada por meios mecânicos ou mesclando
essas duas formas.
O suprimento de ar natural deve ser feito através de infiltração de ar externo ou da
parcela de ar de renovação dos recintos adjacentes. Válido ressaltar a necessidade de
análise da qualidade do ar externo, de forma a garantir a higiene do local.
Já o suprimento forçado é feito através de sistemas compostos de ventiladores, redes
de dutos e acessórios de captação, tratamento e distribuição tendo suas especificações
presentes na norma NBR 16401 (2008).

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É fundamental reafirmar que as pressões no interior de cozinhas devem ser mantidas
negativas em relação aos ambientes adjacentes, de forma a evitar propagação de odores.

2.5 PSICROMETRIA

A psicrometria, definida segundo MARTINELLI JUNIOR, 2022, é “o ramo da relacionado


com a medida ou determinação das condições do ar atmosférico, particularmente com
respeito a mistura do ar seco e vapor de água”, ou ainda, “a parte da ciência que está de
certa forma intimamente preocupada com as propriedades termodinâmicas do ar úmido,
dando atenção especial às necessidades ambientais, humanas e tecnológicas”.
A busca por conforto térmico é baseada nas propriedades físicas ideais para o ar, de
acordo com as demandas estabelecidas. Essas propriedades podem ser obtidas através
das cartas psicrométricas.

2.5.1 Diagrama psicrométrico

As propriedades termodinâmicas da mistura do ar seco e vapor d’água que constituem


o ar atmosférico são convenientemente apresentadas em formas de diagramas,
denominados diagramas psicrométricos ou cartas psicrométricas. Há dois gráficos que
tratam sobre condições psicrométricas: carta psicrométrica para altas Temperaturas e carta
psicrométrica para baixas temperaturas. O primeiro trabalha com uma variação de 20°C a
120°C e o segundo de -10°C a 55°C. Para este estudo será utilizado o segundo exemplar,
apresentado no ANEXO.

A partir de um ponto do gráfico, que é chamado de ponto de estado, é possível


determinar todas as propriedades do gás naquela situação. É constituída por diversas
linhas em vários sentidos, conforme apresentado acima, onde cada orientação representa
uma propriedade diferente, mostradas e definidas na Figura 2.7.

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FIGURA 2.7 - Linhas de propriedades da carta psicrométrica

Os dados de interesse são mostrados acima conforme apresentados na carta


psicrométrica, onde tem os seguintes significados:
- Temperatura de bulbo seco: temperatura do ar onde está sendo medida.
- Umidade relativa: É a quantidade de água contida no ar em relação à quantidade
máxima que o mesmo ar poderia conter naquelas condições, é expressa em %. Assim, se
a umidade do ar está em 100% significa que o ar naquelas condições não absorverá mais
umidade sem que haja condensação.
- Temperatura de bulbo úmido: é uma medida de temperatura que reflete as
propriedades físicas de um sistema constituído pela evaporação da água no ar. O
termômetro de bulbo úmido tem o bulbo coberto por uma malha porosa (geralmente de
algodão), que fica mergulhada num recipiente contendo água destilada. Esta malha fica
constantemente úmida devido ao efeito de capilaridade. A evaporação da água contida na
malha envolvente retira calor do bulbo, fazendo com que o termômetro de bulbo úmido
indique uma temperatura mais baixa do que a do ar ambiente (medida por um termômetro
de bulbo seco).
- Ponto de orvalho: é a temperatura até a qual o ar deve ser resfriado para que o vapor
de água presente condense na forma de orvalho ou geada.
- Volume específico: número de metros cúbicos ocupados por um quilograma de ar.
- Razão de umidade: é a razão entre a quantidade de kg de vapor d’água pela
quantidade de kg de ar seco.
- Entalpia: corresponde à energia interna que as moléculas de uma substância possuem.

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2.6 ANÁLISE TÉRMICA

Nesse tópico será apresentado a forma de se obter os valores de carga térmica


sensível e carga térmica latente.
Segundo CREDER, 2004 tem-se que a carga térmica sensível é calculado de acordo
com a equação 2.3:

qs = m.c.(te – ti) (2.3)

Onde:

m = ρ.Q (2.4)

Portanto:

qs = ρ.Q.c.(te – ti) (2.5)

Sendo:
ρ: massa específica do ar em (Kg/m³);
Q: vazão de ar em (m³/h);
c: calor específico a pressão constante do ar em (Kcal/Kg.°C);
te: temperatura externa em (°C);
ti: temperatura interna em (°C);
qs: carga térmica sensível em (Kcal/h).
Utiliza-se nesse trabalho a nomenclatura de Csra para a carga térmica sensível.
Ainda segundo Creder (2004) a carga de calor latente é dada pela equação 2.6:

qL = 583.C (2.6)

Onde:

C = (UE2 – UE1). ρ.Q (2.7)

Sendo:
qL: carga térmica latente em (Kcal/h);

13
UE2: umidade específica do ar em (Kg/Kg);
UE1: umidade específica do ar em (Kg/Kg);
ρ: massa específica do ar em (Kg/m³);
Q: vazão de ar em (m³/h).
Utiliza-se nesse trabalho a nomenclatura de Clra para carga térmica latente.

14
3. METODOLOGIA E SIMULAÇÃO EXPERIMENTAL

O projeto consiste em analisar os efeitos causados pelo correto funcionamento do


sistema de exaustão da praça de alimentação de um empreendimento comercial
(Shopping), fazendo um estudo de viabilidade econômica de um projeto de climatização do
ambiente em questão.
A proposta é elaborar oito cenários, variando a quantidade de lojas com sistema de
exaustão com renovação de ar ativo e ainda a porcentagem dessa renovação de ar,
comparando o efeito dessa variação na gestão energética.
Diante do levantamento feito no empreendimento analisado, foram criados cenários
pessimistas e otimistas, visando ter um resultado global para qualquer shopping.
O empreendimento comercial utilizado como modelo contém 14 lojas de alimentação
na praça. A praça possui uma área total de aproximadamente 2213m², sendo 672m² de
loja e 1541m² de mall. A Figura 3.1 apresenta a planta do empreendimento.

FIGURA 3.1 – Planta adaptada do empreendimento comercial analisado. (Fonte


Própria)

3.1 DEFINIÇÃO DOS CENÁRIOS

Foram criados quatro cenários, cada um deles composto por “A” e “B”. Na nomenclatura
“A” e “B” foi alterado a quantidade de lojas com sistema de exaustão e ventilação
funcionando de forma eficiente e precisa. Na nomenclatura numérica (1 – 4) foi alterado a
quantidade de renovação de ar em cada loja.

15
3.1.1 Cenário 1 – A

No cenário 1A, foi considerado que 50% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 20% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.1.

TABELA 3.1 – Proposta inicial – Cenário 1A.

Cenário 1
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (20%) (m²)
50%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

3.1.2 Cenário 1 – B

No cenário 1B, foi considerado que 100% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 20% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.2.
TABELA 3.2 – Proposta inicial – Cenário 1B.

16
Cenário 1
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (20%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Sim 29,1 7%
Loja 9 Sim 29,1 7%
Loja 10 Sim 38,07 7%
Loja 11 Sim 129,21 7%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 7%
Loja 14 Sim 55,36 7%

3.1.3 Cenário 2 – A

No cenário 2A, foi considerado que 50% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 40% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.3.

TABELA 3.3 – Proposta inicial – Cenário 2A.

Cenário 2
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (40%) (m²)
50%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

17
3.1.4 Cenário 2 – B

No cenário 2B, foi considerado que 100% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 40% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.4.
TABELA 3.4 – Proposta inicial – Cenário 2B.

Cenário 2
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (40%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Sim 29,1 7%
Loja 9 Sim 29,1 7%
Loja 10 Sim 38,07 7%
Loja 11 Sim 129,21 7%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 7%
Loja 14 Sim 55,36 7%

3.1.5 Cenário 3 – A

No cenário 3A, foi considerado que 50% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 60% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.5.

TABELA 3.5 – Proposta inicial – Cenário 3A.

18
Cenário 3
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (60%) (m²)
50%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

3.1.6 Cenário 3 – B

No cenário 3B, foi considerado que 100% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 60% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.6.

TABELA 3.6 – Proposta inicial – Cenário 3B.

Cenário 3
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (60%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Sim 29,1 7%
Loja 9 Sim 29,1 7%
Loja 10 Sim 38,07 7%
Loja 11 Sim 129,21 7%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 7%
Loja 14 Sim 55,36 7%

19
3.1.7 Cenário 4 – A

No cenário 4A, foi considerado que 50% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 80% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.7.
TABELA 3.7 – Proposta inicial – Cenário 4A.

Cenário 4
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (80%) (m²)
50%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

3.1.8 Cenário 4 – B

No cenário 4B, foi considerado que 100% das lojas possuem sistema de exaustão
funcionando de forma precisa e eficiente, com 80% de renovação de ar, como mostra a
Tabela 3.8. Esse seria o cenário ideal dentro do esperado pela norma NBR-14528, já que
a mesma exige 80% de renovação de ar da vazão volumétrica exaurida pelo sistema de
exaustão.

TABELA 3.8 – Proposta inicial – Cenário 4B.

20
Cenário 4
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (80%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 7%
Loja 2 Sim 33,39 7%
Loja 3 Sim 51,37 7%
Loja 4 Sim 23,58 7%
Loja 5 Sim 36,4 7%
Loja 6 Sim 58,2 7%
Loja 7 Sim 29,1 7%
Loja 8 Sim 29,1 7%
Loja 9 Sim 29,1 7%
Loja 10 Sim 38,07 7%
Loja 11 Sim 129,21 7%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 7%
Loja 14 Sim 55,36 7%

No shopping utilizado como referência, as lojas da praça de alimentação possuem


tamanhos diferentes, isto é, metragens diferentes, podendo ser de mix diferentes de
alimentação, lojas com predominância de fornos elétricos e outras com predominância de
fritadeiras, por exemplo. Logo, cada loja possui um sistema de exaustão diferente e uma
quantidade de vazão volumétrica (m³/h) de ar exaurido peculiar para cada caso. Portanto,
foram utilizados valores arbitrários de vazão volumétrica (m³/h) exaurido para cada loja,
sendo esses valores baseados o mais próximo possível da realidade do empreendimento
em questão.
A proposta inicial foi baseada na quantidade total de lojas possuindo sistema de
renovação de ar, porém, para ficar mais próximo da realidade do empreendimento usado
como modelo, foram feitos os cálculos de acordo com a metragem de cada loja. As Tabelas
abaixo de 3.9 a 3.16 mostram a proposta real.

TABELA 3.9 – Proposta real – Cenário 1A.

21
Cenário 1
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (20%) (m²)
46%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

TABELA 3.10 – Proposta real – Cenário 1B.

Cenário 1
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (20%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Sim 29,1 4%
Loja 9 Sim 29,1 4%
Loja 10 Sim 38,07 6%
Loja 11 Sim 129,21 19%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 5%
Loja 14 Sim 55,36 8%

22
TABELA 3.11 – Proposta real – Cenário 2A.

Cenário 2
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (40%) (m²)
46%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

TABELA 3.12 – Proposta real – Cenário 2B.

Cenário 2
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (40%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Sim 29,1 4%
Loja 9 Sim 29,1 4%
Loja 10 Sim 38,07 6%
Loja 11 Sim 129,21 19%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 5%
Loja 14 Sim 55,36 8%

23
TABELA 3.13 – Proposta real – Cenário 3A.

Cenário 3
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (60%) (m²)
46%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

TABELA 3.14 – Proposta real – Cenário 3B.

Cenário 3
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (60%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Sim 29,1 4%
Loja 9 Sim 29,1 4%
Loja 10 Sim 38,07 6%
Loja 11 Sim 129,21 19%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 5%
Loja 14 Sim 55,36 8%

24
TABELA 3.15 – Proposta real – Cenário 4A.

Cenário 4
Sistema de Exaustão c/ Área
A Renovação de Ar (80%) (m²)
46%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Não 29,1 0%
Loja 9 Não 29,1 0%
Loja 10 Não 38,07 0%
Loja 11 Não 129,21 0%
Loja 12 Não 50,02 0%
Loja 13 Não 32,03 0%
Loja 14 Não 55,36 0%

TABELA 3.16 – Proposta real – Cenário 4B.

Cenário 4
Sistema de Exaustão c/ Área
B Renovação de Ar (80%) (m²)
100%
Loja 1 Sim 77,66 12%
Loja 2 Sim 33,39 5%
Loja 3 Sim 51,37 8%
Loja 4 Sim 23,58 4%
Loja 5 Sim 36,4 5%
Loja 6 Sim 58,2 9%
Loja 7 Sim 29,1 4%
Loja 8 Sim 29,1 4%
Loja 9 Sim 29,1 4%
Loja 10 Sim 38,07 6%
Loja 11 Sim 129,21 19%
Loja 12 Sim 50,02 7%
Loja 13 Sim 32,03 5%
Loja 14 Sim 55,36 8%

25
Com a base de dados encontrada, o próximo passo foi encontrar os valores de vazão
volumétrica (m³/h) de ar retirados da praça de cada loja. Foi feito uma pesquisa para ter
embasamento e chegar em números reais e praticados nas cozinhas. Os valores foram
embasados através de uma visita feita ao shopping utilizado como referência. Foi feito um
levantamento através dos lojistas para chegar nos valores considerados em questão. Cada
cozinha tem sua peculiaridade e seu sistema de exaustão, logo a vazão volumétrica (m³/h)
de ar exaurido varia de loja para loja. Assim sendo, a tabela utilizada no experimento
também sofreu alterações em cada loja, buscando um resultado assertivo e mais próximo
possível do que de fato acontece nos shoppings. A tabela 3.17 ilustra o que foi dito.

TABELA 3.17 – Consumo de ar exaurido por loja.

Consumo de Ar
Descrição Área (m²) (m³/h)
Loja 1 77,66 2000
Loja 2 33,39 1000
Loja 3 51,37 1200
Loja 4 23,58 800
Loja 5 36,4 1000
Loja 6 58,2 1500
Loja 7 29,1 800
Loja 8 29,1 800
Loja 9 29,1 800
Loja 10 38,07 1000
Loja 11 129,21 3000
Loja 12 50,02 1200
Loja 13 32,03 1000
Loja 14 55,36 1300

3.2 CÁLCULOS DA CARGA TÉRMICA

3.2.1 Carga térmica sensível

Nesse tópico aborda-se o cálculo da carga térmica sensível.


Considerando a Equação 2.5:
Utilizando os seguintes valores constantes:
ρ = 1,2 Kg/m³; para o ar
c = 0,24 Kcal/Kg.°C; para o ar
te = 35 °C; de acordo com o clima vigente no momento.

26
ti = 24 °C, segundo consta na norma NBR 16401-2 como aceitável para o conforto
térmico.
E ainda, variando as vazões de acordo com o estipulado na Tabela 3.17. E
multiplicando tais vazões com a porcentagem de renovação de ar no referido estudo de
caso. Conforme segue a Equação 3.1.

Q = (Porcentagem de renovação de ar). V(m³/h) (3.1)

Acha-se a carga térmica sensível (qs) em kcal/h e transforma-se em Btu/h


multiplicando por 3,96 o valor encontrado. Tem-se a carga térmica sensível relativo à
exaustão de cada loja.

3.2.2 Carga térmica latente e carga térmica total

Para cálculo da carga térmica latente de cada loja considera-se a equação 2.6, onde
segundo Equação 2.7: C = (UE2 – UE1). ρ.Q.
Utilizando então os seguintes valores:
ρ = 1,2 Kg/m³; para o ar
UE2 = 0,015 Kg/Kg; extraído da carta psicométrica para temperatura de bulbo seco
igual a 35 °C e temperatura de bulbo úmido igual a 24,5 °C, segundo consta nas condições
climáticas.
UE1 = 0,012 Kg/Kg; extraído da carta psicométrica para temperatura de bulbo seco
igual 24 °C e umidade relativa de 65%, segundo consta na norma de conforto térmico NBR
16401-2.
E ainda, variando as vazões de acordo com o estipulado na tabela 3.9. E multiplicando
tais vazões com a porcentagem de renovação de ar no referido estudo de caso. Conforme
segue a equação 3.1
Acha-se a carga térmica latente (qL) em Kcal/h e transforma-se para Btu/h
multiplicando por 3,96 o valor encontrado. A partir daí tem-se a carga térmica latente
relativo à exaustão de cada loja.
Sendo a carga térmica total (qT)a somatória da carga térmicas sensível (qs) e carga
térmica latente (qL) segundo equação 3.2.

qT = qs + qL (3.2)

27
3.2.3 Potência elétrica e economia por hora

Nesse tópico aborda-se os cálculos relativo à potência elétrica e economia por hora.
A partir da carga térmica total encontra-se a potência elétrica utilizada através da
equação 3.3:

P = qT.0,293/COP (3.3)

Sendo:
COP: coeficiente de performance de refrigeração é o fator de eficiência relativo a cada
equipamento e a carga térmica em Btu/h.
P: potência sendo dada em Wh.
qT: segundo equação 3.2 em Btu/h

Como o COP é uma variável relativa ao fabricante e modelo do equipamento, estima-


se uma constante para a operação 0,293/COP equivalente a 0,1 com base a realidade de
alguns equipamentos de catálogos. Portanto, o cálculo da potência é feito de acordo com
a equação 3.4:

P = qT.0,1 (3.4)

Através da potência elétrica encontra-se o preço relativo à economia por hora nos
dados cenários e estudos de casos multiplicando pelo preço do kWh, seguindo-se as
devidas unidades em questão.
Utilizou-se para o preço da energia elétrica o seguinte valor: 0,93636 R$/KWh; extraído
de uma conta elétrica comercial situada no estado de Goiás, na data relativo a dezembro
de 2021, da empresa Enel.

28
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Colocando a metodologia em prática, foi encontrado os valores de carga térmica


sensível, carga térmica latente e potência elétrica para cada loja em cada um dos oito
cenários. Para comparação, também foi feito os cálculos do que seria um cenário ideal,
com 100% de renovação de ar em todas as lojas. A seguir, segue tabelas com cargas
térmicas e potência elétrica.

TABELA 4.1 – Cenário 1A

Cenário 1 - 20% de renovação de ar


A Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 2 33,39 1000 2519,51 1662,25 418,18
Loja 3 51,37 1200 3023,41 1994,70 501,81
Loja 4 23,58 800 2015,61 1329,80 334,54
Loja 5 36,4 1000 2519,51 1662,25 418,18
Loja 6 58,2 1500 3779,27 2493,37 627,26
Loja 7 29,1 800 2015,61 1329,80 334,54
Loja 8 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 9 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 10 38,07 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 11 129,21 3000 0,00 0,00 0,00
Loja 12 50,02 1200 0,00 0,00 0,00
Loja 13 32,03 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 14 55,36 1300 0,00 0,00 0,00
TOTAL 20911,94 13796,67 3470,86

29
GRÁFICO 4.1 – Cenário 1A

TABELA 4.2 – Cenário 1B

Cenário 1 - 20% de renovação de ar


B Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 5039,02 3324,5 836,35
Loja 2 33,39 1000 2519,51 1662,25 418,18
Loja 3 51,37 1200 3023,41 1994,7 501,81
Loja 4 23,58 800 2015,61 1329,8 334,54
Loja 5 36,4 1000 2519,51 1662,25 418,18
Loja 6 58,2 1500 3779,27 2493,37 627,26
Loja 7 29,1 800 2015,61 1329,8 334,54
Loja 8 29,1 800 2015,61 1329,8 334,54
Loja 9 29,1 800 2015,61 1329,8 334,54
Loja 10 38,07 1000 2519,51 1662,25 418,18
Loja 11 129,21 3000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 12 50,02 1200 3023,41 1994,7 501,81
Loja 13 32,03 1000 2519,51 1662,25 418,18
Loja 14 55,36 1300 3275,36 2160,92 543,63
TOTAL 43.839,48 28923,14 7276,26

30
GRÁFICO 4.2 – Cenário 1B

TABELA 4.3 – Cenário 2A

Cenário 2 - 40% de renovação de ar


A Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 2 33,39 1000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 3 51,37 1200 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 4 23,58 800 4031,22 2659,60 669,08
Loja 5 36,4 1000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 6 58,2 1500 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 7 29,1 800 4031,22 2659,60 669,08
Loja 8 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 9 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 10 38,07 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 11 129,21 3000 0,00 0,00 0,00
Loja 12 50,02 1200 0,00 0,00 0,00
Loja 13 32,03 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 14 55,36 1300 0,00 0,00 0,00
TOTAL 41823,87 27593,34 6941,72

31
GRÁFICO 4.3 – Cenário 2A

TABELA 4.4 – Cenário 2B

Cenário 2 - 40% de renovação de ar


B Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 2 33,39 1000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 3 51,37 1200 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 4 23,58 800 4031,22 2659,60 669,08
Loja 5 36,4 1000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 6 58,2 1500 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 7 29,1 800 4031,22 2659,60 669,08
Loja 8 29,1 800 4031,22 2659,60 669,08
Loja 9 29,1 800 4031,22 2659,60 669,08
Loja 10 38,07 1000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 11 129,21 3000 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 12 50,02 1200 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 13 32,03 1000 5039,02 3324,50 836,35
Loja 14 55,36 1300 6550,73 4321,85 1087,26
TOTAL 87678,96 57846,29 14552,52

32
GRÁFICO 4.4 – Cenário 2B

TABELA 4.5 – Cenário 3A

Cenário 3 - 60% de renovação de ar


A Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 2 33,39 1000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 3 51,37 1200 9070,24 5984,10 1505,43
Loja 4 23,58 800 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 5 36,4 1000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 6 58,2 1500 11337,80 7480,12 1881,79
Loja 7 29,1 800 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 8 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 9 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 10 38,07 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 11 129,21 3000 0,00 0,00 0,00
Loja 12 50,02 1200 0,00 0,00 0,00
Loja 13 32,03 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 14 55,36 1300 0,00 0,00 0,00
TOTAL 62735,81 41390,02 10412,58

33
GRÁFICO 4.5 – Cenário 3A

TABELA 4.6 – Cenário 3B

Cenário 3 - 60% de renovação de ar


B Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 2 33,39 1000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 3 51,37 1200 9070,24 5984,10 1505,43
Loja 4 23,58 800 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 5 36,4 1000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 6 58,2 1500 11337,80 7480,12 1881,79
Loja 7 29,1 800 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 8 29,1 800 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 9 29,1 800 6046,82 3989,40 1003,62
Loja 10 38,07 1000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 11 129,21 3000 22675,59 14960,25 3763,58
Loja 12 50,02 1200 9070,24 5984,10 1505,43
Loja 13 32,03 1000 7558,53 4986,75 1254,53
Loja 14 55,36 1300 9826,09 6482,77 1630,89
TOTAL 131518,44 86769,43 21828,79

34
GRÁFICO 4.6 – Cenário 3B

TABELA 4.7 – Cenário 4A

Cenário 4 - 80% de renovação de ar


A Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 20156,08 13298,00 3345,41
Loja 2 33,39 1000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 3 51,37 1200 12093,65 7978,80 2007,24
Loja 4 23,58 800 8062,43 5319,20 1338,16
Loja 5 36,4 1000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 6 58,2 1500 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 7 29,1 800 8062,43 5319,20 1338,16
Loja 8 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 9 29,1 800 0,00 0,00 0,00
Loja 10 38,07 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 11 129,21 3000 0,00 0,00 0,00
Loja 12 50,02 1200 0,00 0,00 0,00
Loja 13 32,03 1000 0,00 0,00 0,00
Loja 14 55,36 1300 0,00 0,00 0,00
TOTAL 83647,75 55186,69 13883,44

35
GRÁFICO 4.7 – Cenário 4A

TABELA 4.8 – Cenário 4B

Cenário 4 - 80% de renovação de ar


B Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 20156,08 13298,00 3345,41
Loja 2 33,39 1000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 3 51,37 1200 12093,65 7978,80 2007,24
Loja 4 23,58 800 8062,43 5319,20 1338,16
Loja 5 36,4 1000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 6 58,2 1500 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 7 29,1 800 8062,43 5319,20 1338,16
Loja 8 29,1 800 8062,43 5319,20 1338,16
Loja 9 29,1 800 8062,43 5319,20 1338,16
Loja 10 38,07 1000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 11 129,21 3000 30234,12 19947,00 5018,11
Loja 12 50,02 1200 12093,65 7978,80 2007,24
Loja 13 32,03 1000 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 14 55,36 1300 13101,45 8643,70 2174,52
TOTAL 175357,92 115692,57 29105,05

36
GRÁFICO 4.8 – Cenário 4B

TABELA 4.9 – Cenário Ideal

Cenário Ideal - 100% de renovação de ar


A Área (m²) (m³/h) Csra (Btu/h) Clra (Btu/h) P (Wh)
Loja 1 77,66 2000 25195,10 16622,50 4181,76
Loja 2 33,39 1000 12597,55 8311,25 2090,88
Loja 3 51,37 1200 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 4 23,58 800 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 5 36,4 1000 12597,55 8311,25 2090,88
Loja 6 58,2 1500 18896,33 12466,87 3136,32
Loja 7 29,1 800 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 8 29,1 800 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 9 29,1 800 10078,04 6649,00 1672,70
Loja 10 38,07 1000 12597,55 8311,25 2090,88
Loja 11 129,21 3000 37792,66 24933,74 6272,64
Loja 12 50,02 1200 15117,06 9973,50 2509,06
Loja 13 32,03 1000 12597,55 8311,25 2090,88
Loja 14 55,36 1300 16376,82 10804,62 2718,14
TOTAL 219197,40 144615,72 36381,31

Analisando as tabelas, nota-se que a potência elétrica e a renovação de ar são


diretamente proporcionais, isto é, de acordo com que se aumente a renovação de ar,

37
consequentemente aumenta a potência elétrica economizada pelo sistema de refrigeração
da praça de alimentação, resultando em uma maior economia. Também vale destacar que
a variação de “A” para “B” mostrou maior impacto no gasto de energia do que a variação
de “1” para “2” nos cenários. Em resumo, quando 100% das lojas possuem renovação de
ar é mais benéfico do que quando 50% das lojas apenas possuem, mesmo sendo a
segunda citação com uma maior porcentagem de renovação.
Para analisar economia em valor monetário, foi feito a multiplicação da potência elétrica
consumida pelo valor do kWh de energia elétrica atual aplicado pela fornecedora de
energia do Estado de Goiás. Fizemos o comparativo diário, mensal e anual. Os Gráficos
4.9 – 12 e Tabela 4.10 a seguir, demonstram os resultados.

TABELA 4.10 – Cálculo de economia em valor monetário


Descrição Economia / Hora Economia / Dia Economia / Mês Economia / ano
Estudo de caso 1A R$ 3,25 R$ 39,00 R$ 1.169,99 R$ 14.039,89
Estudo de caso 1B R$ 6,81 R$ 81,76 R$ 2.452,75 R$ 29.433,03
Estudo de caso 2A R$ 6,50 R$ 78,00 R$ 2.339,98 R$ 28.079,79
Estudo de caso 2B R$ 13,63 R$ 163,52 R$ 4.905,50 R$ 58.866,06
Estudo de caso 3A R$ 9,75 R$ 117,00 R$ 3.509,97 R$ 42.119,68
Estudo de caso 3B R$ 20,44 R$ 245,28 R$ 7.358,26 R$ 88.299,09
Estudo de caso 4A R$ 13,00 R$ 156,00 R$ 4.679,96 R$ 56.159,57
Estudo de caso 4B R$ 27,25 R$ 327,03 R$ 9.811,01 R$ 117.732,11
Cenário ideal - 100% R$ 34,07 R$ 408,79 R$ 12.263,76 R$ 147.165,14

GRÁFICO 4.9 – Economia / hora

38
Nota-se no gráfico 4.9 que no cenário ideal, dentro da norma, com 80% de renovação
do ar exaurido, a economia chega a quase R$ 30,00 /hora, chegando a quase R$
35,00/hora no cenário com 100% de renovação.

GRÁFICO 4.10 – Economia / dia

Analisando o gráfico 4.10 observa-se o quão relevante se torna a economia por hora
analisando o dia. Se R$ 30,00 parece pouco, os quase R$ 350,00 economizados por dia
já possuem uma relevância maior e começam a chamar atenção.

GRÁFICO 4.11 – Economia / mês

39
Chegando no gráfico 4.11, a relevância se torna ainda maior. Quando se olha a
economia mensal que um bom e eficiente sistema de exaustão pode gerar, o alerta se
torna ainda maior. Com toda certeza que os quase R$ 10.000,00 de economia por mês são
de suma importância para uma boa administração do shopping.

GRÁFICO 4.12 – Economia / ano

40
Nota-se que os R$ 30,00 no gráfico 4.9 se tornam extremamente significativos quando
se olha para o ano completo no gráfico 4.12. Chega a quase R$ 120.000,00 de economia
no cenário ideal – Estudo de caso 4B. Com esse valor seria capaz de contratar vistorias
rotineiras evitando qualquer tipo de gasto excedente com energia elétrica na praça de
alimentação. Essa economia também pode ser usada com possíveis projetos de melhoria
no shopping.
Como dito anteriormente, o estudo de caso 1B gerou uma economia maior que o estudo
de caso 2A, da mesma forma que o estudo de caso 2B gerou mais economia que o estudo
de caso 3A. Isso comprova a importância da integralidade na renovação de ar por parte
das lojas. Uma vez que uma ou outra loja não faz a renovação de ar corretamente, o
sistema de ar condicionado sofre e acaba gerando maior custo de energia elétrica para o
shopping.
Em geral, pode notar que o gasto com energia elétrica caso a renovação de ar não
ocorra é significativamente relevante, podendo chegar a aproximadamente R$ 150.000,00
por ano de gastos sobressalentes de energia elétrica caso as lojas não possuam renovação
de ar. No cenário ideal, esse mesmo valor seria de economia.
Como a norma NBR-14518 exige 80% de renovação de ar, no cenário mais realista, os
shoppings economizariam aproximadamente R$ 120.000,00 por ano, sendo que esta
economia se refere apenas a consumo de energia elétrica. Outros fatores elevariam essa
economia, como manutenção nos equipamentos de ar condicionado e até mesmo
capacidade térmica do equipamento.
No Brasil, existem algumas empresas especialistas em vistoria de sistemas de exaustão
e ventilação de lojas de alimentação em shoppings e galerias. Muitos consideram o custo
para contratação desses serviços alto, porém, o presente trabalho mostra que a
contratação desse tipo de serviço pode gerar economias significativas para o shopping.
Além dos inúmeros fatores de segurança, também se torna presente o ganho econômico
que se pode ter com vistorias constantes.

41
5. CONCLUSÕES

De acordo com a norma NBR-14518, o sistema de ventilação de cozinhas profissionais


deve estar em perfeito estado de operação, evitando os riscos de incêndio e assegurando
o controle ambiental. O presente trabalho usou como referência a norma citada, o que
garante um resultado assertivo e essencial no bom funcionamento das operações.
Com a realização deste trabalho foi possível perceber a importância de uma boa gestão
térmica nas praças de alimentações. Com o presente contexto de racionalização de
consumo aliado a um aumento de custo energético, que se tem visto acentuar, leva a uma
preocupação crescente nas diversas atividades do quotidiano e ainda mais no setor dos
shoppings.
Contudo observa-se uma grande necessidade de definir parâmetros a respeito da
exaustão e gestão energética dos sistemas de refrigeração nas praças de alimentação.
Assim, após definir tais parâmetros através da noção de eficiência energética,
desenha-se uma abordagem que poderia levar a uma grande redução no consumo de um
shopping.
Como esperado, o aumento do consumo de energia elétrica quando os sistemas de
exaustão e renovação não estão funcionando é extremamente alto. Muitos Shoppings no
Brasil não possuem um orçamento alto, logo, qualquer gasto a mais já se torna prejudicial.
Diante disso, é altamente recomendado para os shoppings a fiscalização e vistoria dos
sistemas de exaustão, sendo essa benéfica em vários pontos. Além de evitar riscos de
incêndio ou poluição do ar interno, ainda evita um gasto altíssimo que seria por conta do
Shopping e não do devido responsável, o lojista.
Por fim, o trabalho trouxe números reais que podem auxiliar a gestão operacional em
shoppings centers, alcançando o objetivo proposto inicialmente.

5.1 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

Diante do presente trabalho, notou-se que ainda há muito o que ser explorado e
evoluído no estudo em questão. Para ficar ainda mais assertivo, pode-se fazer um
experimento em algum shopping utilizado como referência, medindo a real vazão
volumétrica (m³/h) de cada loja da praça de alimentação. Outro ponto a ser explorado seria
o dimensionamento do ar condicionado, fazendo esse estudo poderia propor uma possível
diminuição da potência do mesmo. Por fim, foi utilizado no estudo em questão a modalidade
tarifária comum em residências, conhecida como tarifa “B”. Nos grandes centros
comerciais, como shoppings, outlets, entre outros, é mais comum a compra de energia

42
direta no mercado livre. Ou, em último caso, a utilização da modalidade tarifária “A”, na
qual se contrata uma demanda específica e paga por ela, e não pelo que foi consumido
como acontece na tarifa “B”. Fazer um estudo aprofundado sobre e utilizando tarifas atuais
do mercado livre ou da modalidade tarifária “A” resultaria em resultados mais assertivos e
próximos da realidade dos shoppings.

43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UFSC, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14518: Sistemas de


ventilação para cozinhas profissionais. Rio de Janeiro, p. 25. 2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16401-1: Instalações de ar


condicionado – Sistemas centrais e unitários (Projeto das Instalações). Rio de
Janeiro, p. 60. 2008.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6401: Instalações centrais


de ar condicionado para conforto – Parâmetros básicos de projeto. Rio de Janeiro, p.
17. 1980.

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COSTA, Ennio Cruz da. Ventilação. São Paulo: Edgar Blucher, 2005.

KREITH, F. Princípios da transmissão de calor. São Paulo: Edgard Blücher, 1977.

MACINTYRE, Archibald Joseph. Ventilação industrial e controle da poluição. Rio de


Janeiro: Guanabara, 1990.

MARTINELLI JUNIOR, Luiz Carlos. Refrigeração e ar-condicionado. Pernambuco:


Universidade Federal do Vale do São Francisco, 2022. Disponível em:
http://www.univasf.edu.br/~castro.silva/disciplinas/FT/Psicrometria2.pdf. Acesso em: 27
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STOECKER, Wilbert F.; JONES, Jerold W.. Refrigeração e ar condicionado. São Paulo:
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ÇENGEL, Yanus A.; GHAJAR, Afshin J. Transferência de Calor e Massa: Uma


abordagem Prática. 4. ed. Nova York: The McGraw-Hill Companies, 2012. 904 p.

44
ANEXO

45

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