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FARMACIA CLÍNICA – UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

PROTOCOLO DE INFUSÃO DE ANTIMICROBIANO EM BOMBA


1-Objetivo:

A fim de otimizar a eficácia e reduzir eventos/efeitos adversos dos principais antimicrobianos


utilizado na unidade de terapia intensiva considerando as propriedades farmacocinética e
farmacodinâmica dos medicamentos através da infusão em bomba.

2-Abrangência:

Unidade de Terapia Intensiva.

3-Descrição:

Baseando se no instituído Programa Nacional de Segurança ao Paciente (PNSP) (PORTARIA Nº


529/13) este protocolo tem como prioridade a segurança do paciente, que é considerada um dos
seis atributos da qualidade do cuidado ao paciente. Um dos pontos abordados por este programa é
o evento adverso (incidente com dano ao paciente) que representam altas taxas de morbidade e
mortalidade no sistema de saúde.

Sendo os antimicrobianos uma das classes mais prescritas dentro das Unidades de Terapia
Intensiva e de grande relevância terapêutica, definimos ações a fim de otimizar a eficácia e
minimizar os eventos e efeitos adversos. Essas ações foram fundamentadas em estudos de
farmacodinâmica e farmacocinética dos principais antimicrobianos relacionando com as
características fisiológicas diferenciadas dos pacientes críticos.

As alterações fisiopatológicas na sepse impactam diretamente nas concentrações séricas e


teciduais dos antimicrobianos, tendo em algumas classes terapêuticas a farmacocinética
consideravelmente alterada. Junto a isso, a utilização de drogas vasoativas e a excessiva
administração de fluidos leva a um aumento no debito cardíaco e filtração glomerular contribuindo
para a redução dos níveis séricos.

A Infusão em dispositivo de bomba permite otimizar a segurança e a qualidade na administração


de alguns antimicrobianos, tanto para os profissionais da enfermagem quanto para os pacientes.

Possibilita também alternativas de infusão prolongada, otimizando a eficácia de acordo com as


características farmacológicas e prevenindo eventos adversos e efeitos colaterais. O uso
inadequado de ATB pode prolongar o tempo de internação, elevar os custos, aumentar a
morbidade e mortalidade.

B LACTAMICOS
A infusão prolongada visa otimizar a eficácia dos B lactâmicos fundamentada em estudos de
farmacodinâmica e farmacocinética. Esta classe de medicamentos se caracteriza por ser tempo
dependente, onde a capacidade bactericida se relaciona com o tempo de exposição do patógeno
ao medicamento. A infusão prolongada permite a sustentação do nível plasmático do medicamento
acima do MIC (concentração inibitória mínima) (Figura 1)

MEROPENEM
Reconstituição: 500mg em 10ml de água Dose Após Hemodiálise :Considerar
destilada administração de 500 mg
Dose/Diluição: 2g em 100 ml de Soro
Fisiológico
Incompatibilidade: Probenecida, Acido
Valproico
Infusão prolongada em bomba: Infundir em
3 horas de 8/8 horas

PIPERACILINA + TAZOBACTAM
Reconstituição: 4.5g em 20 ml de Água
destilada
Dose Após Hemodiálise: 750 mg
Dose/Diluição: 4,5g (1 frasco) em 100 ml de
SF 0,9%
Incompatibilidade: Aminoglicosídeo
Infusão prolongada em bomba: Infundir em
4 horas EV 6/6 horas

POLIMIXINA
Abandonadas no passado pela alta toxicidade, foi resgatada para uso em bactérias
multirresistente. Antibiótico hidrofílico tem as características farmacocinéticas consideravelmente
alterada pela sepse. O volume de distribuição, assim como o clearence renal são as principais
alterações sofridas. Por sua peculiar toxicidade, os cuidados com a dose e o modo de
administração buscam otimizar sua eficácia assim como diminuir sua toxicidade e resistência
bacteriana, pois trata se de uma das últimas barreiras terapêuticas para tratamento de bactérias
multirresistentes.

POLIMIXINA B
Dose de ataque: 25.000 U/Kg
Reconstituição: 500.000UI (1 frasco) em 2 ml de dextrose 5% em água
Dose /Diluição: 15.000 a 20.000/kg /dia em SG 5% 300 – 500 ml
Infusão em bomba: 2 - 4 horas

GLICOPEPTIDEO
A Vancomicina é o principal representante desta classe, droga com efeito pós ATB tem a principal
características de PK/PD o parâmetro ASC/CIM. Por ser hidrofílico tem sua farmacocinética
alterada na sepse, seu volume de distribuição aumentado e o clearence alterado de acordo com a
função renal. É um medicamento amplamente utilizado inclusive de maneira empírica, é também
conhecido por diversos efeitos colaterais como oto-toxicidade, flebites, nefro toxicidade,
neutropenia e reações relacionadas a infusão em tempo inadequado podendo desenvolver reações
anafilactóides como a síndrome do homem do pescoço vermelho.

VANCOMICINA
Dosagem de ataque: 25 – 30 mg/Kg
Doses subsequentes: 15 – 20 mg/Kg
Reconstituição: 500mg em 10 ml de água para injeção
Diluição: Glicose 5% ou SF 0,9% 250 ml
Infusão em bomba: 1h30 – 2 horas

4- Referências Bibliográficas:
1-LISBO T,NAGEL F .Infecção por patógenos resistentes na UTI como escapar?.
Rev.Bras.Ter.Intensiva.2011
2-Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP)
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/dahu/seguranca-do-
paciente
3-SANFORD Jeb C . Sanford Guide.Guia de terapêutica antimicrobiana . 2014
4-FURTATO G.Otimização de antimicrobianos na Sepse.Sociedade Brasileira de Clínica Medica
Disponível em : http://clinicamedicaonline.com.br . Acesso 09/2021
5-Buffé C;Araujo ,B.V;Dalla Costa T – Parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos na
otimização de terapias antimicrobianas. Caderno de Farmácia ,Vol.17 n2 p 97-109,2001
Farmácia Clinica – Unidade de Terapia Intensiva
PROTOCOLO DE INFUSÃO PROLONGADA DE B- LACTAMICOS

1- Objetivo: Otimizar a eficácia da antibioticoterapia da classe dos B-lactâmicos considerando as


propriedades farmacocinética e farmacodinâmica dos antimicrobianos.

2- Abrangência:
Unidade de Terapia Intensiva

4-Descrição:
O uso racional de antimicrobiano é uma importante ferramenta para obtenção de efetividade clinica
e terapêutica. Este protocolo visa otimizar a eficácia dos B lactâmicos fundamentada em estudos
de farmacodinâmica e farmacocinética. Esta classe de medicamentos se caracteriza por ser tempo
dependente, onde a capacidade bactericida se relaciona com o tempo de exposição do patógeno
ao medicamento. A infusão prolongada permite a sustentação do nível plasmático do medicamento
acima do MIC (concentração inibitória mínima) (Figura 1)

MEROPENEM

Reconstituição:
500mg em 10ml
de água
destilada
Dose/Diluição:
2 g em 100 ml
de Soro
Fisiológico
Infusão
prolongada: Infundir em 3 horas de 8/8 horas 12/12 Hrs
Incompatibilidade: Probenecida, Acido Valproico 12/12 Hrs
Dose Após Hemodialise:Considerar administração de 500 mg

PIPERACILINA + TAZOBACTAM
Reconstituição: 4.500mg em 20 ml de Água destilada
Dose/Diluição: 4,5 g (1 frasco) em 100 ml de SF 0,9%
Infusão prolongada:Infundir em 3 horas (max 4 hs) EV 6/6 hrs
Incompatibilidade: Aminoglicosídeo
Dose Após Hemodialise: 750mg

CEFEPIMA
Reconstituição: 2g em 10 ml de água para injeção
Dose/Diluição: 2g em SF 0,9% ou SG % 100 ml
Infusão prolongada: Infundir em 3 horas EV de 12/12 horas
Incompatibilidade: aminoglicosídeo, metronidazol
propofol, vancomicina,midazolam e fenitoína.
Dose Após Hemodiálise: 1g após Sessão

CEFTAZIDIMA

Reconstituição: 1g em 10 ml de água para injetáveis


Dose/Diluição: 2g em 100 ml de SF 0,9% ou SG5%
Infusão prolongada: Infundir em 3 horas EV 8/8 horas.
Incompatibilidade:Aminoglicosídeo.Relatos de precipitação
com vancomicina se adicionada à Ceftazidima em solução.
Dose Após Hemodiálise: 1g após Sessão

Referencia bibliográfica:

Lisboa T,Nagel F .Infecção por patógenos resistentes na UTI como


escapar?.Rev.Bras.Ter.Intensiva.2011

Sanford Jeb C . Sanford Guide.Guia de terapêutica antimicrobiana. 2014

FURTATO G.Otimização de antimicrobianos na Sepse.Sociedade Brasileira de Clínica


MedicaDisponível em : http://clinicamedicaonline.com.br .Acesso :03/2017

Buffé C;Araujo ,B.V;Dalla Costa T – Parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos na


otimização de terapias antimicrobianas. Caderno de Farmácia,Vol.17 n2 p 97-109,2001
anas.Caderno de Farmácia ,Vol.17 n2 p 97-109,2001
clinica na terapêutica .

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