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variação nominal do PIB (Produto Interno Bruto).

Além da maior fatia do dinheiro, o Governo


Federal também é responsável pela formulação das políticas nacionais em saúde, mas a
implementação é feita por seus parceiros (estados, municípios, ONGs e iniciativa privada). Essa
forma de organização, que conta com diferentes agentes, é o que se denomina
descentralização.

QUEM FAZ O QUÊ


 

Esteja o paciente com uma virose ou um câncer, a instância municipal é por onde se dá a
entrada do usuário no sistema, por meio das UBS (Unidade Básica de Saúde) ou pela Equipe de
Saúde da Família (profissionais de diversas especialidades médicas que acompanham um
número determinado de famílias em uma área geográfica delimitada). Além dos recursos
repassados pela União e pelo seu estado, as Prefeituras devem destinar (no mínimo) 15% de sua
receita para a saúde. O Conselho Municipal de Saúde é o órgão responsável por fiscalizar se a
verba está sendo realmente aplicada.

Na UBS, o atendimento é com hora marcada e conta com três tipos de médicos à disposição:
clínico geral, pediatra e ginecologista. O modelo segue a ideia de oferecer atendimento básico,
a partir do qual os pacientes são encaminhados para especialidades conforme a necessidade.
Lembrando que para ter acesso ao sistema é necessário que o usuário esteja munido de seu
cartão SUS (saiba como ter o seu).

Lá também é possível realizar procedimentos rápidos, como vacinação, testagens (exames para


veridicar se o paciente tem HIV, sífilis, hepatites etc.), troca de curativos e injeções,
procedimentos que não necessitam de agendamento. A partir desse primeiro atendimento, o
paciente, dependendo da gravidade, poderá ser encaminhado para outros serviços de maior
complexidade (hospitais e clínicas especializadas).

Importante: Quando o paciente é examinado em uma UBS e se constata a necessidade de um


atendimento emergencial, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) é quem o recebe. As UPAs
são estruturas de complexidade intermediária entre as unidades básicas de saúde e a
emergência dos hospitais, e funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana. É importante
saber que o paciente não deve ir direto para uma UPA, ele sempre é encaminhado. Elas servem,
portanto, para “desafogar” as filas dos hospitais e, segundo o Ministério da Saúde, 97% dos
casos devem ser resolvidos ali mesmo.

As secretarias estaduais de Saúde atuam em questões que ultrapassam as possibilidades do


município, em geral aquelas que envolvem maior complexidade, como tratamentos
oncológicos, nefrológicos, saúde do homem, da mulher e outros procedimentos que necessitem
de recursos com maior tecnologia envolvida para o diagnóstico. Os estados devem garantir
12% (no mínimo) de suas receitas para o financiamento à saúde.
A aquisição de medicamentos possui regras mais específicas. Aqueles considerados básicos
(para pressão alta, diabetes, dor de cabeça e anticoncepcionais, por exemplo) são adquiridos
pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde, dependendo do acordo feito na região. Já os
medicamentos excepcionais (de alto custo ou para tratamento continuado, como aqueles para
pós-transplantados, síndromes – como Doença de Gaucher – e insuficiência renal crônica) são
comprados pelas secretarias estaduais e o ressarcimento é feito pelo governo federal mediante
comprovação de entrega ao paciente. Em média, o governo federal repassa 80% do valor dos
medicamentos excepcionais, dependendo dos preços conseguidos pelas secretarias de saúde
nos processos licitatórios. Com o restante, a secretaria estadual arca.

Uma exceção são os medicamentos para DST/Aids, comprados pelo Ministério e distribuídos
para as secretarias de saúde.

QUEM FISCALIZA
 

Os recursos destinados ao SUS são fiscalizados pelos tribunais de Contas da União (TCU), dos
estados (TCE) e municípios (TCM), pela CGU (Controladoria Geral da União), poder legislativo,
auditorias e outros órgãos de controle interno do executivo.

Além disso, a Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu que deveriam ser criados pelos estados,
Distrito Federal e municípios, os Fundos de Saúde e os Conselhos de Saúde. Os primeiros
recebem os recursos locais e os transferidos pela União. Os segundos devem acompanhar os
gastos e fiscalizar as aplicações e podem, inclusive, não aprovar o relatório de gestão
apresentado pelo Ministério da Saúde.

COMO TER SEUS DIREITOS GARANTIDOS


 

Fila, demora para marcação de exames e dificuldade de acesso a tratamentos são alguns dos
problemas do SUS, mas há meios de enfrentá-los. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor) listou os principais órgãos para a solução das situações indesejadas pelas quais os
usuários do SUS podem passar e, quando possível, os endereços que poderão ajudá-lo a
localizar os responsáveis nos estados e municípios. Há inclusive modelos de cartas,
representações ao Ministério Público e ações judiciais para facilitar a reivindicação do seu
direito. 

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