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WBA0860_v1.

Higiene do trabalho II
Generalidades sobre o agente
químico poeira
Exposição a poeiras minerais

Bloco 1
Audennille Marinho de Almeida
Poeiras minerais
Figura 1 – Planta de britagem Figura 2 – Transporte de minérios

Fonte: hsvrs/iStock.com. Fonte: Supratim Bhattacharjee/iStock.com.


Poeiras minerais
Figura 3 – Equipamentos de moagem Figura 4 – Correias transportadoras

Fonte: mabus13q/iStock.com. Fonte: wandee007/iStock.com.


Efeitos no organismo
Figura 5 – Aspectos considerados com relação
aos efeitos das poeiras no organismo

Concentração

Natureza das
Teor de sílica
partículas

Tempo de
Tamanho e forma
exposição

Fonte: elaborada pela autora.


Doenças causadas pela inalação das poeiras minerais
Figura 6 – Doenças relacionadas ao teor de sílica livre

Asbestose (amianto)

Sílica < 7,5% (poeira mista)


Talcose (talco)
Sílica > 7,5%

Silicose
Pulmão negro
(carvão)

Bagaçose
(cana-de-açúcar)

Fonte: elaborada pela autora.


Exposição a sílica

• > 3 milhões de pessoas expostas ao ano.


• No Brasil, a silicose é a doença de maior exposição à
sílica.
• Câncer pulmonar e doenças autoimunes.
• Silicose crônica, aparecimento depois de 20 anos de
exposição.
Exposição a sílica

• Trabalhadores expostos têm de 2 a 3 vezes mais


chance de ter câncer de pulmão.
• Fadiga, falta de ar, tosse, tontura, fraqueza e
emagrecimento.
• Diagnóstico: histórico ocupacional e raio-X do tórax.
• Esclerose sistêmica, artrite reumatoide, lúpus,
doenças da pele, vários tipos de câncer (pulmão,
fígado, entre outros).
Medidas de controle

Na fonte:
• Substituição do material.
• Modificação do processo.

Figura 7 – Aspersão de água nos acessos Figura 8 – Aspersão de água no minério

Fonte: Photon-Photos/iStock.com. Fonte: Alexey Rezvykh/iStock.com.


Medidas de controle
Figura 9 – Correia transportadora
• Na propagação: enclausurada
• Ventilação/exaustão.

Fonte Transmissão Receptor

Fonte: Leo Malsam/istock.com.


Medidas de controle
Figura 10 – Uso adequado
No trabalhador de EPI
• Poeira com Sílica – até 10 x L.T.:
• Partícula < 2,0 µm – Filtro
Classe P3.
• Partícula > 2,0 µm – Filtro
Classe P1, P2 e P3.
• PNOC – Filtro Classe P1. Fonte: Funtay/iStock.com.
Generalidades sobre o agente
químico poeira
Doenças do trato respiratório ocasionadas
pela exposição a poeiras

Bloco 2
Audennille Marinho de Almeida
Classificação

• OIT – Organização Internacional do Trabalho:

1. Pneumoconioses oriundas de poeiras minerais


esclerogênicas.
2. Pneumopatias oriundas de poeiras de metal
pesado e vegetais.
3. Asma ocupacional oriunda de agentes
sensibilizadores ou irritantes.
Pneumoconiose
Figura 11 – Processo de origem das pneumoconioses

Pulmão: esponjoso, Pulmão: firme,


macio e rosado duro e acinzentado

Incapacidade de
trocas gasosas
Inflamação, cicatrização, fibrose
e perda da função pulmonar

Hematose

Fonte: elaborada pela autora.


Silicose

• Pneumoconiose oriunda da sílica livre.


Figura 12 – Principais fontes de sílica livre

Quartzo

Tridimita

Cristobalita

Fonte: elaborada pela autora.


Sintomas
Figura 13 – Estágios de manifestações da silicose sem complicações

Broncopneumopatia
crônica. Insuficiência respiratória
Sem sintomas.
crônica.
1º estágio

2º estágio

3º estágio
Tosse frequente. Dispneia, mesmo em
Desprezíveis.
repouso.
Tosse seca e Dor torácica na
Emagrecimento.
intermitente. altura dos pulmões.

Fonte: elaborada pela autora.


Complicações
Figura 14 – Principais complicações causadas pela silicose ao organismo humano

Déficit DV.

Complicações cardiovasculares
Bronquites

Cianose.
Congestão Pequenas
pulmonar infecções

Edemas membros
inferiores.
Tuberculose

Oligúria.

Fonte: elaborada pela autora.


Diagnóstico
• Anamnese clínica e ocupacional atual e remota.
• Sílica não transparente ao raio-X → imprecisão do diagnóstico na fase inicial.

Figura 15 – Principais equipamentos/exames para diagnóstico

Raio-X

Tomografia

P.F.
pulmonar

Fonte: elaborada pela autora.


Tratamento

• Não há tratamento para a silicose.

• Tratam-se os sintomas e as complicações.


• Uso de medicamentos para tosse,
antibióticos etc.

• Acompanhamento médico para evitar a


evolução da doença: enfisema pulmonar,
tuberculose, câncer de pulmão etc.
Medidas de prevenção contra a silicose

• Lavar as mãos antes de comer, beber ou fumar. Não


fumar no trabalho.
• Monitorar o ar do ambiente e manter os
trabalhadores informados sobre a exposição.
• Inspeção, manutenção e limpeza dos EPIs, conforme
NR-6 (BRASIL, 1978).
Medidas de prevenção contra a silicose

• Assistência médica a trabalhadores expostos


(raio-X regular).
• Sinalização e avisos de advertência.
• Treinamento para o uso de EPIs.
• Vacina pneumocócica e de gripe anual.
Generalidades sobre o agente
químico poeira
Respiradores: como escolher e princípios de
funcionamento.

Bloco 3
Audennille Marinho de Almeida
Equipamentos de proteção respiratória
Figura 16 – Classificação
de EPR conforme NR-6
1. Concentração de O2,
preservação da vida.
1.Purificador (BRASIL, 1978)

2. Ambientes com
concentração IPVS.
2.Respirador
de adução
3. Escape em ambientes
IPVS ou concentração de
3.Respirador
de fuga O2 < 18% em volume.

Fonte: elaborada pela autora.


Critérios para a seleção dos respiradores

• Atividade (trabalho leve, médio ou pesado) e condições de uso.


• Tempo de exposição ao risco.
• Todos devem ter CA (Certificado de Aprovação).

Figura 17 – Fatores determinantes no dimensionamento


de O2 para a atividade

Tempo Reserva Troca de


Energia
exposto de O2 filtros

Fonte: elaborada pela autora.


Critérios para a seleção dos respiradores

• Respiradores de pressão – ou +, não devem ser


utilizados por trabalhadores com pelos.
• Considerar o nível de ruído do ambiente.
• Se necessário o uso de óculos de segurança, protetor
facial, óculos de soldador etc., ter cuidado na
vedação.
Purificadores

• Remoção do ar respirável.

Figura 18 – Princípio de ação dos purificadores de ar

Pressão
Peça facial Filtros
negativa

Fonte: elaborada pela autora.

• Limite de proteção: sentir cheiro ou sabor dentro do


respirador.
Respiradores de adução de ar

• Concentrações muito alta dos contaminantes e filtro


não eficiente.
• Contaminantes desconhecidos.
• Situações de pouco O2.

Figura 19 – Princípio de ação dos respiradores de adução de ar

Pressão
Peça facial Penetração
positiva

Fonte: elaborada pela autora.


Tipos de cobertura das vias respiratórias

• Boca e nariz e se apoia sob o queixo.

Figura 20 – Peça semifacial Figura 21 – Uso da peça semifacial

Fonte: breakermaximus/iStock.com. Fonte: simon2579/iStcok.com.


Tipos de cobertura das vias respiratórias

Figura 22 – Capuz

• Equipamento
autônomo.
• Cabeça e pescoço,
podendo chegar ao
ombro.

Fonte: Vadim_Orlov/iStock.com.
Tipos de cobertura das vias respiratórias
Figura 23 – Peça facial inteira
• Boca e nariz e se apoia
sob o queixo (toda a
face).

Figura 24 – Peça facial inteira

Fonte: eldadcarin/iStock.com. Fonte: sergeyryzhov/iStock.com.


Tipos de cobertura das vias respiratórias

• Descartável.
• Material filtrante.
• PFF1, PFF2 e PFF3 (ABNT NBR 13.698/1996). (ABNT, 1996)

Figura 25 – Peça facial filtrante (PFF) Figura 26 – Peça facial inteira

Fonte: Viktoriia/istock.com. Fonte: Viktoriia/iStock.com.


Teoria em Prática
Bloco 4
Audennille Marinho de Almeida
Reflita sobre a seguinte situação

O asbesto (amianto) é uma fibra mineral utilizada na


produção de materiais de construção, telhas, caixa
d’água, encanamento, isolamento, entre outros. Porém,
seu uso é bastante restrito devido às consequências
danosas à saúde dos indivíduos expostos. Para se ter uma
ideia, ele foi banido em 75 países desde 2005, seja do
tipo anfibólio ou do tipo crisotila. No Brasil, essa
proibição compreende diversos estados, sendo seu uso
controlado conforme premissas da Lei n. 9.055/95 para o
tipo crisotila no Estado de Goiás, por exemplo.
Reflita sobre a seguinte situação
Diante do exposto, você, como futuro profissional da
área da saúde e segurança do trabalho, foi recém-
contratado por uma empresa do setor mineral, que tem
como carro-chefe a extração do amianto crisotila. Seu
processo de beneficiamento se dá por várias etapas:
britagem, peneiramento e aspiração, com o objetivo de
fazer a separação do minério (fibras do amianto) e do
rejeito.
Levando em consideração a saúde e o bem-estar dos
trabalhadores, assim como a legislação que autoriza o
uso controlado do amianto no Brasil, cite o que diz a
legislação com relação ao uso do amianto e ao Sistema
Único de Saúde (SUS).
Norte para a resolução...
A Lei n. 9.055, de 1 de junho de 1995, que preconiza o uso
controlado do amianto no Brasil, diz sobre o SUS:
• “Art. 5º As empresas que manipularem ou utilizarem
materiais contendo asbesto/amianto da variedade
crisotila ou as fibras naturais e artificiais referidas no
art. 2º desta Lei enviarão, anualmente, ao Sistema
Único de Saúde e aos sindicatos representativos dos
trabalhadores uma listagem dos seus empregados, com
indicação de setor, função, cargo, data de nascimento,
de admissão e de avaliação médica periódica,
acompanhada do diagnóstico resultante”.
(BRASIL, 1995)
Norte para a resolução...

• “Parágrafo único. Todos os trabalhadores das


empresas que lidam com o asbesto/amianto da
variedade crisotila e com as fibras naturais e artificiais
referidas no art. 2º desta Lei serão registrados e
acompanhados por serviços do Sistema Único de
Saúde, devidamente qualificados para esse fim, sem
prejuízo das ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde interna, de responsabilidade
das empresas”.

(BRASIL, 1995)
Norte para a resolução...

• “Art. 9º Os institutos, fundações e universidades


públicas ou privadas e os órgãos do Sistema Único de
Saúde promoverão pesquisas científicas e
tecnológicas no sentido da utilização, sem riscos à
saúde humana, do asbesto/amianto da variedade
crisotila, bem como das fibras naturais e artificiais
referidas no art. 2º desta Lei.”.

(BRASIL, 1995)
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Audennille Marinho de Almeida
Conhecendo melhor a silicose

• É uma das doenças ocupacionais mais antigas,


proveniente da sílica (60% da crosta terrestre).
• Danos irreversíveis ao trabalhador.

Assista ao vídeo intitulado Silicose, produzido pela


Fundacentro e disponibilizado em seu canal de
comunicação.
Referências
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR
13.698: Equipamentos de proteção respiratória - Peça
semifacial filtrante para partícula. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

BELLUSCI, S. M. Doenças profissionais ou do trabalho. 12. ed.


rev. atual. São Paulo: Senac, 2017. [Senac].

BRASIL. Lei n. 9.055, de 1 de junho de 1995. Disciplina a


extração, industrialização, utilização, comercialização e
transporte do asbesto/amianto [...]. Brasília: Presidência da
República, 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9055.htm. Acesso em: 17 jun. 2021.
Referências
BRASIL. NR 6 - Equipamento De Proteção Individual – EPI.
1978. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/pt-
br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-06.pdf. Acesso em: 17 jun. 2021.

RODRIGUES, G. L. Exposição ao ruído e à poeira: danos à


saúde, avaliação e medidas de controle. 2015. Disponível em:
https://www.trt6.jus.br/portal/sites/default/files/documents/
exposicao_ao_ruido_e_a_poeira_-_gilson_rodrigues_
fundacentrope_0.pdf. Acesso em: 27 mar. 2021.
Referências
TAVARES, C. R. G. Segurança do trabalho I – Aula 11: EPR –
Equipamento de Proteção Respiratória. Curso técnico em
segurança do trabalho. Disponível em:
http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/599/segu
ranca_trabalho_I_11.pdf?sequence=11&isAllowed=y. Acesso
em: 27 mar. 2021.
Bons estudos!

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