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A EVOLUÇÃO DOS JOGOS NO BRASIL

Para falar da indústria e do mercado de games no Brasil é necessário traçar um


parâmetro de como as coisas eram e como evoluíram.

Os jogos eletrônicos começaram a crescer por aqui entre 2003 e 2005, com


a popularização de editorias sobre games como Revista Oficial do Playstation,
EGM Brasil e o programa G4 Brasil. Esses veículos de imprensa despertaram o
interesse do público e de investidores, que viram que os jogos eletrônicos
podiam ser um negócio produzido no Brasil também. Some-se a isso o fato que
o Playstation 2 vendia como água, as lan houses recebiam centenas de
jogadores todos os dias e os celulares já eram capazes de receber jogos mais
elaborados.

Início difícil
Antes disso, quem queria saber sobre videogames não era levado a sério:
apesar de algumas revistas existirem, elas tinham um formato mais infantil e as
grandes fabricantes não eram atuantes em nosso país. Para se ter ideia, os
“Famiclones” eram mais conhecidos aqui do que o NES original. Enquanto
países como EUA e Japão se maravilhavam com os jogos da geração 16-32
bits, no Brasil era raro quem tinha condições de exportar esses consoles.

Para piorar a situação, a pirataria reinava incontestável. Os preços proibitivos


de jogos e a falta de empresas dedicadas a explorar esse mercado relegou o
Brasil a um atraso irreparável no setor. Talvez uma das raras exceções foi a Tec
Toy, que firmou uma parceria histórica com a SEGA, trazendo oficialmente para
cá os consoles e jogos da empresa japonesa.

Nintendo x Playstation
A situação do mercado começou a mudar apenas no final da geração 32-64
bits, quando a Gradiente e a Nintendo uniam forças para fazer do Nintendo
64 um sucesso no Brasil. A popularidade da franquia Pokémon na época foi um
dos motivos para muitos optarem pelo console da Nintendo.

Além disso, o Playstation, seu principal rival, só podia ser encontrado no


mercado cinza e sem qualquer garantia. O final da década de 90 e início dos
anos 2000 foi um período importante para a indústria nacional, pois houve
a percepção do empresariado de que os videogames eram um setor promissor.
Ajudou ainda o fato de o Playstation da Sony ter vendido impressionantes 100
milhões de unidades no mundo todo.
Stand da Sony na EGS – Eletronic Game Show. (Fonte: Atomix)

Virada de jogo
O Playstation 2 foi o grande responsável por transformar o mercado de
games no Brasil, apesar de não ter tido um lançamento oficial. Na época, os
aparelhos de DVD eram pouco acessíveis aos mais pobres. Já o Playstation
possibilitava que o consumidor assistisse a filmes e jogasse no mesmo
aparelho.

Apesar de não ser tão poderoso quanto seus concorrentes, o console da Sony
se tornou um marco na indústria de entretenimento geral. É difícil conhecer
uma pessoa que jamais tenha tido contato com um videogame após o
lançamento do PS2.

Eventos para gamers


Os negócios se profissionalizaram e ganharam mais destaque a partir do
lançamento do Xbox 360 e do Playstation 3. A Microsoft utilizou sua
expertise para lançar sua plataforma de maneira oficial no país, o que “forçou”
que a Sony fizesse o mesmo.

Até a Nintendo, que ficou ausente por anos, participava dos eventos de games
promovidos no Brasil. Foi nesse período, aliás, que a primeira grande feira de
jogos eletrônicos veio ao Brasil, a Electronic Game Show (EGS), em 2004 e
2005.

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