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SECRETÁRIA ADJUNTA
Márcia Gurgel
SUBSECRETÁRIO ADJUNTO
Marcos Lael de Oliveira Alexandre
APRESENTAÇÃO 6
AGRADECIMENTOS 8
PASSAPORTE DA LIBERDADE 74
Areillen Ronney Rocha Reges
Cláudia Oliveira dos Santos Ferreira
Marcus Venicius Filgueira de Medeiros
Rômulo Galdino da Rocha Lima
Yara Gomes de Souza Silveira
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DATA CÍRCULOS DE DIÁLOGOS - TEMAS DIRECs
RESPONSÁVEIS
CÍRCULOS DE DIÁLOGO I: ESTRATÉGIAS DE ENSINO 1ª,4ª, 7ª,10ª,13ª,16ª
20/07/2021 REMOTO EM TEMPOS DE PANDEMIA, SOB O OLHAR
FREIREANO.
CÍRCULOS DE DIÁLOGO II: PLANO DE REINSERÇÃO 2ª, 5ª, 8ª, 11ª, 14ª
21/07/2021 COMO ESTRATÉGIA INCLUSIVA DE EDUCAÇÃO E
PRÁXIS FREIREANA.
CÍRCULOS DE DIÁLOGOS III: ESTRATÉGIAS 3ª, 9ª,12ª,15ª
22/07/2021 INTERDISCIPLINARES EM DIÁLOGO COM OS SABERES
COTIDIANOS DOS(AS) ESTUDANTES DA EJA: UMA
PERSPECTIVA FREIREANA.
EQUIPE SUEJA
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AGRADECIMENTOS
8
CENTENÁRIO DE PAULO FREIRE (1921 – 2021)
PATRONO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
(Paulo Freire)
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CÍRCULO DE DIÁLOGOS I
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OFICINA DE ESCRITA PARA ALUNOS PRIVADOS DE LIBERDADE
Amanda Aparecida da Costa7
Ananias Agostinho da Silva8
Gabrielly Thiciane dos Santos Andrade9
Penitenciária Estadual do Seridó (PES) - Caicó/RN (10ª DIREC)
7
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino - UFERSA/UERN/IFRN. Especialista em Linguística e
Ensino do Texto - UFRN. Licenciada em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas
Literaturas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Professora temporária da SEEC/RN, na
10ª DIREC. E-mail: amanda17aparecida@gmail.com.
8
Doutor em Estudos da Linguagem. Professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Programa de Pós
Graduação em Ensino. Líder do Grupo de Pesquisa em Estudos Linguísticos do Texto. E-mail:
ananias.silva@ufersa.edu.br.
9
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ensino - UFERSA/UERN/IFRN. Licenciada em Letras com
habilitação em Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas pela Universidade do Estado do Rio Grande -
UERN. Professora efetiva da SEEC/RN, na 12ª DIREC. E-mail: gabriellythiciane@gmail.com.
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Nossa prática leva em conta essa abordagem, quando realizamos uma atividade com
finalidade de apresentar estratégias de aprendizagem da escrita e proporcionar a alunos privados
de liberdade possibilidades de democratização do conhecimento e o fomento à interação entre
estudantes da penitenciária e a comunidade acadêmica.
Além disso, com base na Lei Complementar nº 12.433, através do Art. 126º, que dispõe
sobre a remição de pena em regime fechado ou semiaberto “por trabalho ou por estudo, parte
do tempo de execução da pena, sendo a cada doze horas de frequência escolar - atividade de
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional”, os alunos privados de liberdade, público alvo desta oficina, apresentaram
considerável interesse em atividades educacionais, uma vez que almejam o benefício legal de
remição penal.
Assim, o Grupo de Pesquisa em Estudos Linguísticos do Texto (GPELT), em parceria
com a professora Amanda Aparecida da Costa, servidora da Secretaria de Estado da Educação,
da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN), lotada no Centro de Educação Jovens e Adultos
Senador Guerra (CEJA), da cidade de Caicó-RN, da 10ª Diretoria Regional de Educação e
Cultura (DIREC), realizou a atividade Oficina de escrita para alunos privados de liberdade
voltada para alunos do Ensino Fundamental II da Penitenciária Estadual do Seridó (PES)
candidatos ao Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para
Pessoas Privadas de Liberdade (ENCCEJA - PPL).
Para concretizar a oficina, além da professora titular da turma, a prática exitosa contou
com a colaboração do professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
Ananias Agostinho da Silva, doutor em Estudos da Linguagem, da professora Gabrielly
Thiciane dos Santos Andrade, servidora efetiva de Língua Portuguesa no quadro de
funcionários da SEEC/RN, lotada na 12º DIREC e da Policial Penal Francisca Gomes da Silva,
funcionária efetiva da Penitenciária Estadual do Seridó (PES), na cidade de Caicó/RN.
A Penitenciária Estadual do Seridó (PES), localizada na Rua da Liberdade, bairro
Salviano Santos, município de Caicó/RN, oferece a educação continuada nos níveis de Ensino
Fundamental I e II e Médio, desde 2003, através do projeto Educando para a Liberdade,
gerenciado pela SEEC/RN, em parceria com a Subcoordenadoria de Educação de Jovens e
Adultos (SUEJA), 10ª DIREC e o CEJA Senador Guerra.
Atualmente, estão matriculados, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 43 homens e
10 mulheres privados de liberdade. Nos anos finais, são 41 homens e 13 mulheres. No Ensino
Médio, 19 homens e 03 mulheres. Já no ensino superior, são 09 homens e 02 mulheres em
condição de apenado. O ingresso no ensino superior é por meio do ENEM PPL, que possibilita
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o ingresso em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas. Nesse sentido, o
público-alvo desta oficina foram os alunos do Ensino Fundamental dos anos finais que, durante
o período da oferta, estavam cursando as disciplinas correspondentes à área de conhecimento
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, sob ministração da docente Amanda Aparecida da
Costa.
Na produção escrita, a maioria dos alunos enfrenta inúmeras dificuldades, e isso se torna
ainda mais acentuado quando se trata de alunos que estão privados de liberdade e, portanto, de
informação. Foi a partir de Geraldi (2002, p. 117) que se pergunta “para que tem servido o
ensino de português, se o estudante não "aprende" o domínio real da língua escrita?” e também
das experiências da docência no sistema prisional que surgiu a ideia de elaborar uma oficina de
escrita para contribuir com o desenvolvimento da prática de produção textual.
Diante dessa realidade, a oficina se justificou pela necessidade de aprimorar a prática de
escrita de alunos do Ensino Fundamental da PES - Caicó/RN que estão privados de liberdade e
estão limitados ao conhecimento que é trazido pelos professores da unidade. Portanto, com essa
oficina foi possível estabelecer uma parceria com o GPELT, da UFERSA, e contribuir para o
processo de formação e aprendizado de alunos que buscam, através do estudo, a ressocialização
na sociedade.
Em se tratando da educação no contexto prisional, Onofre (2007, p. 19) aponta o
significado da escola na prisão para alguns privados de liberdade como formas de “ocupação
do tempo e da mente com coisas boas”. Já na concepção de outros, privados de liberdade
percebem a educação na prisão “como possibilidade de melhoria de vida quando em liberdade”,
além do “sentimento de tempo perdido, destruído ou tirado de suas vidas, e que pode se
configurar com o motivo que os leva à escola” (ONOFRE, 2007, p. 19). Há de se considerar
que a educação na prisão desempenha funções imensuráveis, desde o simples fato de amenizar
a ociosidade até a restauração de suas identidades e ressignificação de suas vidas para uma
futura reintegração social.
Para Onofre, “as prisões caracterizam-se como teias de relações sociais que promovem
violência e despersonalização dos indivíduos” (ONOFRE, 2007, p.12), sendo a educação na
prisão uma alternativa capaz de restaurar aspectos negativos internalizados na subjetividade dos
privados de liberdade, pois, considera a educação indispensável. Para isso, compreende-se que
a educação no sistema prisional tem seu amparo legal na Constituição Federal de 1988, onde,
em seu artigo 205, estabelece que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
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desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho” (BRASIL, 1988).
Diante dessa contextualização, a oficina foi promovida no dia 15 de julho (quinta-feira),
no horário das 13h às 16h, através da plataforma do Google Meet de forma síncrona. Para
estabelecer a conexão entre os professores Ananias Silva e Gabrielly Santos, que, no momento
da oficina, estavam em suas respectivas casas, a policial penal Francisca Gomes e a docente
Amanda Costa realizaram a reunião
virtual através do notebook e
ampliaram a tela por meio
retroprojetor para que todos
pudessem ter acesso à reprodução da
atividade ao vivo. Dessa forma, os
alunos puderam participar de uma
comunicação com a comunidade
acadêmica e interagir virtualmente
para assistir à oficina e tirar suas
principais dúvidas sobre escrita de
texto.
Na prática, a oficina de redação abordou como são realizadas as provas do ENCCEJA -
PPL, explicando o passo a passo de como o exame é realizado. Para melhor compreensão dos
alunos, usou-se imagens de propostas de redações anteriores, explorando a importância da
leitura e interpretação dos textos motivadores, da necessidade de compreensão do tema sugerido
na proposta de redação do exame, e também como seguir a estrutura adequada do gênero
solicitado no comando da questão de redação. Além disso, foi apresentado quem avalia as
redações, as competências exigidas e estrutura de uma redação de caráter
dissertativo/argumentativo.
Através dos slides apresentados, os professores mediadores expuseram exemplos de
redações e motivaram os alunos à elaboração de tese e sustentação através de argumentos. Para
finalizar, foi aberto um momento de interação, no qual os alunos puderam tirar suas dúvidas e
apresentar suas perguntas sobre a temática, estrutura do gênero, tipos de argumentos,
demonstrando assim interesse para o início das produções textuais. Depois do momento virtual,
os alunos tiveram uma aula prática, presencialmente, com a docente Amanda Costa, onde
produziram um texto dissertativo-argumentativo, a partir dos conhecimentos mediados pelos
professores.
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Os organizadores da oficina procuraram desenvolver uma atividade que, além das
competências de escrita, servisse também como uma prática social, logo a ênfase foi dada na
consciência de temáticas que confrontam com os problemas coletivos. Essa orientação tem o
propósito de levantar valores que fortaleçam a confiança dos alunos e assim possa contribuir
para o exercício da cidadania em seu regresso à sociedade, embora o público esteja em situação
limite tida, segundo Freire define, como barreiras. Assim, o autor esclarece que “na realidade
são essas barreiras, essas situações-limites que mesmo não impedindo, depois de percebidos
destacados, a alguns e algumas de sonhar o sonho, vêm proibindo à maioria a realização da
humanização e a concretização do ser mais.” (FREIRE, 1992, p. 206-207).
Sendo assim, a oficina foi elaborada tomando como base os ensinamentos de Paulo
Freire ao afirmar que apesar da escola ter a função conservadora, por que já reflete a sociedade
injusta, os espaços se tornam a própria força necessária no enfrentamento dos problemas a partir
dos atores da educação com seu destacado papel político pedagógico. O educador deve entender
que a educação não é neutra, por isso é preciso ter ciência sobre a concepção de homem, mundo
e sociedade o qual defende. Essa consciência pode favorecer a tomada de posicionamento
crítico por parte dos alunos.
REFERÊNCIAS
GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. 3 ed. São Paulo: Editora Ática,
2002.
Lei n. 12.433, de 29 de junho de 2011 (2011). Altera a Lei nº. 7210/84 de 11 de julho de 1984
e dispõe sobre a remição da pena por estudo. Brasília, DF. Acessado em 13 de agosto, 2021 em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12433.htm
ONOFRE, Elenice Maria Cammarosano. Educação Escolar entre as grades. São Paulo,
Ed.UFSCar, 2007.
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