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07/08/22, 15:31 UNINTER

DANÇA CIRCULAR
AULA 5

Prof.ª Carmela Bardini

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07/08/22, 15:31 UNINTER

CONVERSA INICIAL

Olá! Na aula passada,


exercitamos nosso olhar sobre as danças circulares com base nos

caminhos que envolvem


a jornada do(a) focalizador(a). Vimos que o seu
processo formativo é

múltiplo e que ensinar vai muito além de aprender algumas


danças e reproduzi-las ou mesmo

acumular um vasto repertório de danças. Não se


trata apenas de uma questão de quantidade. Existe

o que chamamos de ancoramento


da roda, e isso acontece no campo energético, como parte dos
propósitos que
envolvem o processo de ensino, seja ele de caráter terapêutico, seja integrativo,
seja

de lazer ou outro, atribuindo-lhe, com isso, qualidades.

Com tudo que já foi exposto


até aqui, fica evidente a compreensão de que é na simplicidade que

consiste o
valor do trabalho com as danças circulares, sendo essa a chave para que muitas

dissoluções, estagnações e desarmonias se evitem ou acabem.


Nesta aula, o objetivo é despertar o

seu interesse pela prática


das danças circulares como forma de atuação profissional. Para isso, vamos

caracterizar o processo de ensino das danças circulares e localizar alguns


modos de condução da

roda.

O processo de planejamento e
execução de um plano de ação em danças circulares depende

muito das respostas


do grupo de dança, algo que exige do(a) focalizador(a) a capacidade de observar
do que o grupo está necessitando, reconhecer quais danças podem apoiar o
processo e promover,

efetivamente, a harmonização que se deseja. A atmosfera


criada no ambiente, assim como as

intensidades e as qualidades presentes nas


danças, podem afetar positivamente os efeitos da

vivência em seus
alunos/praticantes.

TEMA 1 – ATMOSFERA DA AULA

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O movimento fluido, presente na


dança, nos convida a entrar num ritmo que se impõe para além

de nós. Cada dança


traz, em si, uma intensidade, uma forma particular de ativação dos corpos e das

emoções. Pelo fato de as danças não terem caráter de apresentação e sim de


encontro e celebração,

ao término de cada dança, ao invés do incentivo à


expansão, verbalizações e aplausos, o que

costuma acontecer é uma pausa, um


momento de deixar o corpo inerte, com olhos abertos ou

mesmo fechados, apenas se


recebendo as sensações de como a dança nos afetou.

Em geral, é indicado evitar


conversas aleatórias durante a prática das danças ou mesmo a

abordagem de assuntos
descontextualizados, entre uma dança e outra. Isso se dá de forma muito
orgânica, sem funcionar como uma exigência, principalmente em grupos que
praticam a dança com

sentido terapêutico, uma vez que buscam entrar em contato


com os benefícios que a dança

proporciona como prática de meditação em


movimento.

Deborah Dubner (2015, p. 21) nos


relembra que “[...] movimentar-se é sair da estagnação, mudar

a dinâmica,
colocar-se como sujeito ativo”. Nesse processo, ao nos conectarmos com a música
e o

movimento, experimentamos uma quietude da mente e “[...] o silêncio vem nos


visitar, ampliando o

dom de ver e ouvir, sem perder a conexão com o que em nós


vive” (Dubner, 2015, p. 21). O caminho

do silêncio por meio da dança sagrada


passa por um processo de interiorização do sujeito, que vai ao

encontro do seu
próprio ser enquanto dança. Passa também por uma quietude coletiva, que

acontece quando o grupo se entrega à vivência da dança.

O erro não é considerado um fator limitante, no


contexto das danças circulares. Ao contrário, o

que prevalece é o respeito aos tempos de cada um e a gratificação pelos


processos de evolução

individual e coletiva. Não faz parte da conduta dos(as) focalizadores(as)


gerar a exposição de alunos

por seus supostos erros. Dessa maneira, aumenta-se


o sentimento de segurança de cada indivíduo

para arriscar-se. Fora os casos em


que os alunos perguntam onde estão trocando os passos, o mais

usual é aguardar
que o próprio aluno perceba em quais pontos pode melhorar para atingir maior

fluidez junto aos demais.

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Crédito: Madrugada Verde/Shutterstock.

Em um relato, Anna Barton


(2006) conta sobre o cuidado em ligar a música somente quando

sentia que a
maioria dos participantes já havia aprendido os passos. Além
disso, apesar de Barton

(2006) reconhecer o valor de se preparar


antecipadamente uma aula, ela não via a necessidade de se

prender ao
planejamento, já que muitas vezes a aula poderia ir para uma direção que não
era

esperada. Ou seja, apesar de o planejamento servir como uma diretriz, a


resposta do grupo e os

efeitos das danças também podem ser indicativos para


orientar o(a) focalizador(a) sobre como

prosseguir e quais danças ofertar aos


alunos.

Independentemente disso, o
início das aulas é marcado por um momento de harmonização, que,

ainda segundo
orientação de Anna Barton (2006, p. 52), podemos desenvolver “[...] simplesmente

pedindo um momento de silêncio, para esvaziar a tensão e sentirmos a nossa


presença no grupo, [...]
para nos alinharmos com as energias da terra e do
espírito”. Barton (2006) sugere ainda se pedir que

todos digam seus nomes,


antes de começar a vivência das danças. Na ordem da roda, um(a) de cada

vez
fala seu nome e todos o repetem. Isso também pode ser feito utilizando-se
passos simples,

movimentando-se o corpo para frente e para trás. Por exemplo: o


pé direito se movimenta para

frente e para trás. No passo para trás, um


participante fala seu nome e, ao realizarem o passo a

frente, todos o repetem


em voz alta.

Do mesmo modo, o fechamento do


encontro também é importante para a constituição da

atmosfera da aula. Afirma


Barton (2006, p. 54): “antes de dançarmos a última dança eu peço ao grupo

para
dar as mãos em círculo quando a música terminar, prontos para a harmonização
final.” Entre as

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possibilidades de finalização, ela relata a opção de apagar-se


a vela quando se quer utilizar o

simbolismo de espalhar a luz desde o centro.

Vamos abordar, a seguir, de


forma mais detalhada, como organizar a cadência de uma aula.

TEMA 2 – CADÊNCIA DA AULA

Partimos da premissa de que


existe uma tendência orgânica que rege o fluir das aulas, sejam elas

oficinas
pontuais, sejam encontros regulares. Vamos explicitá-la a seguir, mas, antes,
queremos deixar

claro que cada focalizador(a) encontra seu estilo próprio de


conduzir as aulas e atribuir-lhe

propósitos e intensidades.

No caso de turmas regulares,


além do benefício de já conhecermos melhor o grupo e termos a

possibilidade de
presenciar sua evolução, podemos considerar oportuna a retomada de danças no
decorrer das aulas. A dinâmica dos encontros fica bastante fluida quando
algumas danças já foram

apropriadas anteriormente pelo


grupo e não precisam ser ensinadas novamente. Essa é, também,

uma forma
de os participantes perceberem o que foi de fato apropriado e, assim, recobrarem

brevemente o que for necessário para realizarem a dança. No caso das oficinas
de curta duração,

com grupos de iniciantes, a maior gratificação é testemunhar


o encantamento de quem acessa, pela

primeira vez, as danças e demonstra, em seu


olhar e em seu relato, a riqueza da sua experiência.

Enfim, independentemente da circunstância, é


recomendável que a aula se inicie com danças

mais tranquilas, menos elaboradas


e que possam ser facilmente assimiladas. Essas servem como

forma de despertar
do corpo, de promover a percepção do indivíduo sobre seu estado interno e de

esse indivíduo se reconhecer no coletivo. Aos poucos, a aula pode atingir o que
chamamos de ápice,
quando já estivermos na metade do tempo do encontro.
Sob o ponto de vista físico, isso pode

significar maior exigência física e/ou


complexidade na coordenação dos movimentos. Já

considerando o âmbito das


emoções, representa o momento da expansão, de maior exteriorização

dos
sentimentos. Isso vai depender dos propósitos da aula e do seu contexto como um
todo.

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Crédito: Bardini, 2021.

Gradativamente, busca-se então


baixar a intensidade da aula, convidando novamente os alunos
a estabelecerem uma
cadência mais serena, uma espécie de contração que nos chame ao

recolhimento e ao centramento, dando suporte para que venham à tona percepções


relativas, por
exemplo, à beleza, harmonia, união, conexão, sincronicidade,
pertencimento, confiança, cumplicidade,

verdade, equilíbrio, paz, leveza,


gratidão, alegria, descontração, vitalidade, superação, prazer,
aceitação,
desapego, libertação, aconchego, apoio, proteção, cura, transformação, amor e
totalidade.

O contato com sensações elevadas proporciona a sacralização da


roda, da dança e dos corpos que
dançam. Juntos, todos
constroem um ambiente de intimidade, respeito, afeto e confiança, um reduto

seguro para sentir e deixar reverberar as emoções.

A seguir, vamos investigar quais as qualidades e de que maneira os elementos


da natureza terra,
água, ar e fogo podem servir como
balizadores das práticas de danças circulares, tanto na cadência

das aulas
quanto como temas geradores.

TEMA 3 – SELEÇÃO DE REPERTÓRIO

Uma vez que já reconhecemos a função da estrutura rítmica, coreográfica


e de movimento como
fontes de ativação de qualidades primordiais que ascendem
do interior do ser humano, vamos agora

avançar no sentido de olharmos para a seleção


de repertórios. Para isso, em primeiro lugar, é preciso
reconhecer o que cada
dança tem de potencial para deixar emergir na roda e em cada ser dançante.

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Precisamos apurar nosso olhar sobre as qualidades de cada dança, de modo que
elas possam ser

bem utilizadas, conforme cada contexto e necessidades.

Uma vez reconhecidas quais são as qualidades e as especificidades de


cada dança, o próximo

passo é buscar pelos elos que conectam as danças umas às


outras, de modo que possa haver uma
coesão entre elas, uma espécie de
integração, de costura entre as danças, a fim de que se alcance

um sentido para as escolhas feitas.

Propondo isso em forma de imagens, com alguns exemplos simples, pode-se


desenvolver uma
aula com base em um conjunto de danças que permitam a conexão do
grupo com o céu e a terra.

Ou, ainda, com as fases da lua; com as polaridades


da lua e do sol, num caminho entre sombra e luz.
Ou seja, são muitos os
desdobramentos possíveis, olhando até para um único fenômeno da natureza.

Outros
exemplos: danças para os florais de Bach, danças de conexão do grupo com as
ervas, danças
de devoção à mãe Terra etc.

Nesse processo, entram em questão os simbolismos e os temas de fundo.


Para isso, vamos nos

debruçar a seguir sobre um tema bem relevante, que é a


natureza e os quatro elementos: terra, água,
ar e fogo. De maneira bem
simplificada, os quatro elementos da natureza podem servir como

parâmetros para
reconhecermos se há um equilíbrio entre as qualidades ofertadas no repertório
pré-
selecionado ou não. Vamos compartilhar uma maneira de encontrar a harmonia
e o equilíbrio que

buscamos na hora de fazer a seleção de um repertório de


danças, seja para uma breve vivência, seja
para uma imersão, seja para um curso
de vários módulos.

TEMA 4 – PARÂMETROS DE ANÁLISE SOBRE AS QUALIDADES DAS


DANÇAS

Em aula anterior, por meio da dança Rei das fadas, de Bernhard Wosien,
tivemos uma breve
noção sobre como podemos nos conectar às qualidades
arquetípicas da terra, da água, do ar e do

fogo. Pisamos com os pés na terra,


balançamos como as águas, mudamos de direção como os ventos
e sentimos o calor
e a energia potente do fogo por meio de saltos e batidas de palmas. Pela dança,

podemos realizar um caminho de reconhecimento da nossa própria natureza


interior.

A seguir, seguem algumas reflexões que podem balizar esse processo de


investigação de si e das
danças:

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Há prevalência de um ou mais elementos da


natureza envolvendo a música e os movimentos?
Quais?

De que maneiras cada elemento da natureza se


revela nos passos e gestos realizados numa
dança?

Já sobre uma investigação de si mesmo(a), podemos ponderar:

Enxergamos essas qualidades em nós?


Reconhecemos a prevalência e/ou a falta de
quais elementos?

Quais objetos podem facilitar nossa conexão


ou a do grupo com cada elemento (terra, água, ar
e fogo)?

Se olhamos para processos de criação coreográfica em dança, nos


perguntamos:

Quais músicas (ritmos e cantos) nos conectam


a cada elemento?
Enxergamos essas qualidades nos movimentos
criados?

Os
gestos são produzidos como impulso do nosso próprio interior, de dentro para
fora; ou
tratam-se de uma mera reprodução de movimentos já por nós vivenciados?

Nesse processo, conforme interiorizamos as danças, elas vão se tornando


verdadeiramente

símbolos vivos e conscientes, deixando de ser


cópias ou apenas reproduções de fora para dentro. E,
assim, ao nos conectarmos com as qualidades de cada dança, podemos,
com mais clareza, selecionar

o repertório, inclusive quando optamos por dar


ênfase, em determinados momentos, a um ou mais
elementos. É a partir daí,
também, que os quatro elementos vão se tornando temas dos nossos

trabalhos.

Como exemplo, citamos o workshop Águas de mim: fonte à foz,


de Sandra Cabral. A coreógrafa
se propôs a uma imersão no universo das águas
e, a partir daí, estabeleceu vários paralelos com

diferentes linguagens
artísticas – manuais, visuais e literárias –, permitindo aos participantes do
workshop
a vivência de experiências poéticas que nos remetem às mágoas, às águas
internas paradas,

assim como ao frescor e à limpeza em águas que desaguam no


oceano, favorecendo o sentimento
de entregar-se ao novo e de integrar-se,
fazendo parte de algo maior.

Com isso, um dos grandes aprendizados da dança circular é observar e


sentir como cada dança

ou movimento ressoa dentro de nós. No que temos mais


dificuldades é exatamente em que mais
precisamos nos desenvolver, o que vale também
para os(as) focalizadores(as), que, mediante auto-

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observação, tendem a deixar


de selecionar os repertórios somente conforme suas predileções,

entendendo que
deve haver um equilíbrio entre as qualidades ofertadas, ou mesmo deixam de
expressar apenas um único padrão energético em todas as danças, atingindo as
qualidades

essenciais de cada uma delas. Como benefícios aos alunos e praticantes,


considera-se bastante
positivo que eles sejam provocados a experimentar
diferentes qualidades de movimento, superando-

se e acessando novas maneiras de


estar no mundo.

TEMA 5 – ELEMENTOS DA NATUREZA

Um dos grandes propósitos de um trabalho embasado nos quatro elementos é


equilibrar as

energias representadas por cada um deles. Isso é algo que exige


bastante pesquisa, experimentação
e até criação e organização de mapas,
de listas de repertórios, que relacionam danças às suas

qualidades e até ao seu


grau de complexidade. Com base nesse levantamento de repertório, é
possível
identificar quais as danças que podem cumprir a mesma função, ou similar, em
uma aula,

podendo se alternar danças mais simples ou mais complexas,


utilizando-as em cada momento de
acordo com o contexto. Ter esse domínio,
aparentemente técnico, sobre o repertório pode favorecer

a condução da roda no
sentido de abrir espaço para que, de forma sensível, seja possível encontrar a
dança que, como já dissemos em aula anterior, “pede passagem”. Ou seja, o
domínio do repertório

dá liberdade para o(a) focalizador(a) desenvolver suas


aulas com base em sua sensibilidade,
alcançando-se assim a tão desejada
harmonização do trabalho em grupo e, por consequência, a

vivência dos efeitos


curativos e terapêuticos da dança, como afirmava Wosien (2000).

A seguir, vamos nos situar em


relação às principais qualidades relacionadas à terra, à agua, ao ar
e ao fogo,
na dança circular. Esperamos, com
esse recorte, fomentar o olhar investigativo sobre as

qualidades dos elementos


da natureza nas danças, sendo esse um exercício de localizar quais são as
suas prevalências
e, portanto, seus benefícios, não havendo em nós a pretensão de esgotar o tema

e, sim, de fazer-lhe uma breve introdução.

5.1 TERRA

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Crédito: Chameleonseye/Shutterstock.

Batidas dos pés no solo, palmas das mãos voltadas para baixo, flexão de
joelhos são exemplos
de movimentos que, por meio do corpo, nos convidam a
experenciar um caminho de devoção à terra

e de conexão com as suas qualidades


arquetípicas. Entre suas imagens primordiais estão: nutrição,
raízes
ancestrais, segurança, proteção, estabilidade e rotina. A vivência daqueles
movimentos

proporciona sensação de ancoramento, percepção sobre nós e nosso lugar.


Eles podem ser
benéficos, por exemplo, quando utilizados em momentos em que o
grupo se apresenta muito mental

e/ou pouco coeso, com muita dispersão. Também


podem ser empregados num momento de
firmamento, de ritualização de algo que
desejamos concretizar. No centro da roda de dança, a terra

pode ser simbolizada


por meio de um vaso, de uma pedra ou de um cristal.

5.2 ÁGUA

Crédito: Yanlev/Shutterstock.

Movimentos circulares e arredondados, balanços e movimentos de quadril


são exemplos de
movimentos que, com uso do corpo, nos convidam a vivenciar um
caminho de devoção à água e de

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conexão com as suas qualidades arquetípicas. Entre


suas imagens primordiais encontram-se:

abundância, benção, pureza,


transparência, resiliência. Sua vivência proporciona o deixar ir e vir, o sair
do controle e o acessar emoções. Tais movimentos podem ser bastante resolutivos
em momentos em
que o grupo não está fluindo ou mesmo quando há uma postura de
rigidez de alguns participantes

e/ou quando há emoções, no grupo, contidas,


precisando se soltar, sair da estagnação. Também
podem ser utilizados como
forma de limpeza e purificação, para ritualizar algo em que se deseja a

produção de uma cura. No centro da roda de dança, a água pode se fazer presente
dentro de um
copo ou outro recipiente.

5.3 AR

Crédito: Robert Kneschke/Shutterstock.

Elevação dos braços, palmas voltadas para cima, movimentos soltos,


mudanças de direção, giros

e rodopios, passos valseados são exemplos de


movimentos que, por intermédio do corpo, nos

convidam a nos conectarmos com as


qualidades arquetípicas do ar. Entre suas imagens primordiais

estão:
ideais, sonhos, intuição, comunicação, desapego, liberdade. A vivência daqueles
movimentos
ativa a capacidade de irmos além de nós mesmos, de nos conectarmos a
algo maior e partirmos em

busca do novo. Danças com prevalência do elemento ar


são indicadas para momentos de

estagnação, para despertar leveza e dinamismo.


Também podem ser utilizadas em rituais de

celebração e de abertura para um novo


ciclo. No centro da roda de dança o ar pode ser simbolizado,
por exemplo, por um
incenso ou uma pena.

5.4 FOGO
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Crédito: Evgeniy Kalinovskiy/Shutterstock.

Movimentos de forte intensidade, com início e fim bem definidos, batidas


de palmas e saltos
mais vigorosos são exemplos de movimentos que, por
intermédio do corpo, nos convidam a

experimentar a potência do fogo e suas


qualidades arquetípicas. Entre suas imagens primordiais

encontram-se: poder,
força, foco, determinação, transmutação, transformação. A vivência daqueles

movimentos traz à tona a força da vontade, da consciência, do quanto somos


capazes, de que é
possível fazer escolhas e promover mudanças. Esses movimentos
podem ser benéficos, por exemplo,

quando utilizados em momentos em que o grupo


apresente apatia e/ou desinteresse ou mesmo

quando há emoções, de alguns


participantes, associadas à frustração, impotência, descrença em si

mesmos. Em
forma de imagem, as danças podem ascender a chama interna dos indivíduos, no
sentido de os integrantes da roda despertarem sua potência criativa e criadora,
para além das suas

ilusões e vaidades. No centro da roda de dança, o fogo pode


ser simbolizado pela chama de uma

vela.

NA PRÁTICA

Reconhecendo que o ser humano


se nutre de diferentes formas, podemos considerar que, na
dança circular, nos
alimentamos do ritmo, dos símbolos que nos remetem à sabedoria dos ciclos que

se abrem, se fecham, mas, acima de tudo, se repetem, num eterno retorno, e nos
mantêm em

movimento e em constante transformação, tal como vivenciamos as fases


da vida, as estações do

ano, as fases da lua e por aí vai. A força da dança


como ritual nos coloca em contato com o sentido

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milenar, místico e sagrado que


está ligado às antigas danças de roda. Pelas qualidades dos passos e

gestos,
das repetições e do casamento entre música e movimento, a dança nos ensina a
espiral da
vida.

Agora, procure se conectar com


os quatro elementos da natureza e observar quais qualidades
são mais marcantes no seu modo de ser. A seguir, produza um texto sobre suas
conclusões e indique

de que maneira os demais elementos podem ativar


positividades em seu modo de ver a si e o

mundo.

FINALIZANDO

Vimos a importância das escolhas que fazemos ao construir um ambiente


favorável para as
vivências em danças circulares sagradas. Entre elas, buscamos
cuidar daquilo que estamos chamando

de cadência das aulas, na qual


partimos de algo acessível, que desperte o corpo e a vinculação do

indivíduo ao
grupo para, só então, expandirmos e depois contrairmos, chegando a uma finalização

da roda.
Verificamos ainda que a experiência como focalizador(a) também perpassa a
seleção de
temas e de repertório. Esse domínio aparentemente técnico tem a ver
com a liberdade de estar em

plena conexão com seus propósitos.

Na próxima aula, vamos ampliar


o nosso acervo de danças, permitindo que cada dança se revele

em suas próprias
qualidades.

REFERÊNCIAS

BARTON, A. Danças circulares: dançando o caminho


sagrado. São Paulo: Triom, 2006.

DUBNER, D. O poder integrativo e terapêutico da dança circular.


Itu: Ottoni Editora, 2015.

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