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Nome da dinâmica: Sensibilização e contato a partir da

proposta da Biodança

Preâmbulo

Antes de descrever a prática, consideramos importante


mencionar que ela foi oferecida pelo professor André Bocchetti, que
é formado a partir da proposta da Biodança e conduz grupos a partir
dessa perspectiva. Ele também é docente da Faculdade de
Educação da UFRJ e faz pesquisas sobre o corpo e o lugar do
toque no campo da Educação. Ele ofereceu essa atividade para nós
no dia 3/10/2022, no dia seguinte do primeiro turno das eleições de
2022. A turma estava sensibilizada e especialmente sensível,
voltada para o encontro. Em nossa experiência, foi uma atividade
tão importante quanto intensa, tendo provocado sentimentos
diversos entre os participantes. Assim, para propor uma atividade
como essa, esteja com o corpo todo preparado para receber as
potências que ela pode trazer!

Processo

A atividade envolve um processo de mobilização do corpo


para ficarmos mais atentos à relação com o outro e conosco
mesmo. Uma observação importante sobre a prática é a
necessidade de um bom equipamento de som, pois as músicas são
um grande veículo para acalmar ou despertar os sentimentos ao
decorrer da atividade proposta. Afinal, estamos falando de uma
prática de dança !
Inicia-se pedindo para que as pessoas possam percorrer a
sala trocando olhares com quem encontram. Nesses encontros de
olhares, percebe-se os encontros possíveis, e após esse breve
aquecimento, é solicitado pelo facilitador que sejam formadas
duplas com pessoas com as quais seja percebida uma sintonia;
essas pessoas passam então a caminhar juntas. A partir dessa
composição, é formado um corpo maior, e a nossa percepção é que
essa simples ação traz uma enorme expansão da experiência.
Após esse primeiro momento, o facilitador propõe que essa
dupla se transforme em um quarteto, aumentando ainda mais o
tamanho desse corpo; depois formam-se grupos de 8, buscando
ainda caminhar pela sala, percebendo as dificuldades e potências
que isso traz. São incentivados a fazer progressivamente essa
atividade até o grupo todo experimentar essa sensação, de estarem
juntos, evitando que as pessoas formem uma roda, e sim que
possam caminhar juntos. A música utilizada para esse exercício
pode ser com batidas mais rápidas e contagiantes.
Também pode ser proposto uma atividade relacionada à
conjunção entre as pessoas, agora mais dançante. Pedimos que as
pessoas formem duplas e possam, dando as palmas das mãos uns
aos outros, ir testando o empurrar e ser empurrado pelo outro,
fazendo desses encontros uma dança.
É importante que um exemplo seja dado para que as pessoas
possam entender. A ênfase da proposta deve ser em compreender
que é necessário tanto conduzir, quanto ser conduzido pelo outro,
refletindo sobre como o movimento é composto dessas forças.
Gradativamente, a ideia é que a dança não precise mais das
palmas e possa evoluir somente para os dedos se tocando,
refletindo sobre exercer e receber movimento do outro, que existe
um jogo nesse processo. É importante ainda atentar para os olhares
que se encontram e desencontram, pois estão relacionados a
confiança que está sendo construída também. A música para a
prática deve ser lenta e calma.
Outra proposta está relacionada à confiança, numa releitura
de um exercício muito conhecido de se jogar para trás e ser
amparado por alguém; a diferença, nesse caso, é que o amparo
não será dado por uma pessoa, mas pelo grupo. Pequenos grupos,
de cerca de 5 pessoas, são formados e devem se organizar em
roda, bem juntinhas umas das outras. Uma pessoa fica no meio, e
deve ficar com os pés juntos e o corpo duro, mas bambo, deixando
que o grupo o segure e o condura em todas as direções, garantido
àquele integrante um espaço seguro, um espaço confiável no qual
possa ser cuidado pelo grupo tendo a certeza de que não vai cair. A
música pode ser calma e remeter ao cuidado, e pode ser sem letra.
A atividade feita em grupo é o de exercer um carinho coletivo
nas mãos uns dos outros. Nessa dinâmica os integrantes, reunidos
em grupos pequenos, assim como na proposta anterior, agora de
olhos fechados, devem se colocar em roda, estender as mãos ao
centro e começar a fazer um carinho nas mãos uns dos outros.
Nessa proposta o toque cuidadoso tem a função de trazer
aconchego e cuidado. A música para esta atividade deve ter batidas
mais lentas.
O último exercício pode ser uma grande roda, onde as
pessoas possam fazer uma espécie de caracol, como nas festas
juninas. Este tipo de roda vai se dobrando sobre si mesma, fazendo
com que as participantes possam se reencontrar várias vezes,
agora com novos olhares, diferentes daqueles que começaram.
Com uma música com batidas mais rápidas ao fundo, que
apresente também algum grau de progressão, as pessoas poderão
compartilhar as emoções/expansões sentidas nas atividades
anteriores, contaminando uns aos outros.
Os exercícios podem ser propostos e devemos estar sempre
atentos como as pessoas presentes estão conseguindo fazer cada
um deles, se existem desconfortos e situações difíceis, que exigem
mais atenção. Sublinhamos ainda o ritmo da atividade, com a
progressão entre as atividades e a gradativa construção de
confiança e de afetos alegres, de expansão, entre as pessoas. Ao
término das atividades, pode ser feita uma roda de reflexão, para
que as pessoas falem livremente das sensações que tiveram nos
exercícios.
Quando ocorre um grupo regular de Biodanza (a grafia é tanto
com z quanto com ç), a reflexão geralmente acontece no início do
próximo encontro, para que as pessoas possam refletir e
compreender as vivências oferecidas no encontro anterior ao longo
da semana inteira. No caso de fazer apenas uma atividade, a
reflexão deve acontecer no mesmo dia.

Orientações para realização e perspectiva teórica:

A Biodanza é um sistema de integração que exige uma


formação específica e que foi proposta pelo psicólogo chileno
Rolando Toro. Está listada entre as práticas integrativas e
complementares oferecidas pelo Sus. A proposta de integração é
baseada em vivências que reflitam sobre as relações entre as
pessoas e os corpos. O professor trouxe o apoio das discussões da
filosofia da diferença de Deleuze e Guattari, além das discussões
de Espinosa sobre a teoria dos afetos e a condição composta do
corpo. O autor holandês, que escreveu sua obra no séc. XVII,
reflete sobre os seres humanos considerando a forma composta
como os corpos são dispostos, e compreendendo que existem
afetos tristes e afetos alegres. Os primeiros, são aqueles que
promovem a retração do corpo, a diminuição de nossa capacidade
de agir, enquanto que os segundos, são aqueles que promovem a
expansão. A direção desse aumento, para o autor, remete ao
coletivo de corpos, e àquilo que se compõe coletivamente. Fica
explícito, com a vivência da Biodança proposta pelo professor, a
direção da expansão de si e do outro nos encontros alegres que
buscamos promover com os encontros da oficina. A discussão de
Espinosa foi de alguma maneira retrabalhada por outros autores da
filosofia da diferença a partir de conceitos como a proposta da
singularidade e do agenciamento coletivo de enunciação. Para mais
detalhes, veja na bibliografia abaixo

Materiais necessários

● Caixa de som
● Músicas
● Espaço

Tempo médio de realização: 2h

Nome das pessoas responsáveis por descrever a oficina:


José Artur Ribeiro Torres
oarturtorres@gmail.com
Cristal Moniz de Aragão cristalaragao@gmail.com
Dominique Pinheiro Soares Alves
Jessica Silva dos Santos Azevedo
Margareth S. Oliveira
Quézia de Ornellas Soares q.qornellas@gmail.com
Rosália Guimarães Cova

Se tiver dúvidas, pode nos contactar nos emails ao lado, ou


consultar a bibliografia proposta pelo professor André Bocchetti, que
gentilmente ofereceu essa prática para nós.
Nome da dinâmica: Psicodrama.

Propósito

O psicodrama é uma forma de psicoterapia baseada no teatro


de improvisação. Nele o participante representa um papel, fazendo
uma dramatização de alguma situação proposta por um grupo ou
indivíduo. Os acontecimentos são reais ou imaginários, vivenciados
como se ocorressem no presente. Utilizam-se diversas técnicas
dramáticas determinadas por certas regras e elementos: Cenário,
personagens, protagonista, diretor, ego-auxiliar e público.
No desenvolvimento da atividade cada um tem suas falas reais ou
imaginárias que devem ser adaptadas na cena, e o público deve
apenas observar sem fazer comentários durante a apresentação, a
não ser quando solicitado pelo diretor.
A atividade é geralmente organizada pelo diretor, que faz
intervenções e perguntas tanto para as pessoas que estão atuando
quanto para as pessoas que estão assistindo.

Orientações para realização e perspectiva teórica:

Nesta atividade é preciso formar um grupo para que se faça


uma encenação com personagens sobre um determinado tema, e
que ali haja um improviso, com espontaneidade, exigindo uma
vinculação, mesmo que fictícia, com um outro. Mas, também pode
ser feita de maneira individual, seguindo as mesmas determinações
técnicas.

Como montar um psicodrama:

● Diretor é quem coordena todo o processo ( O psicodramatista)


● Ego-auxiliar são as pessoas que contracenam com o
protagonista.
● Protagonista trata-se do indivíduo ou grupo que representa
seu drama.
● Público são os participantes do psicodrama.

Fases do psicodrama:

Aquecimento

Tem como objetivo desenvolver as tensões e escolher um


tema. Divide-se em aquecimento geral e específico. No
aquecimento geral toma-se o pulso ao grupo. No específico
explora-se um tema e escolhe o protagonista.

Dramatização

Etapa na qual se dá a ação dramática.

Compartilhamento

Esse é o momento de partilha, quando os participantes


dividem seus sentimentos e sensações a partir da cena
representada.

Principais técnicas do psicodrama

Apresentação pessoal, solilóquio, técnica do double, técnica


do espelho,inversão de papéis. O psicodrama procura levar a
pessoa a entrar em contato com questões que estejam dificultando
sua atuação em situações cotidianas. cada sessão permite uma
experiência existencial, estimulando respostas criativas e
espontâneas na vida. Assim, a terapia psicodramática tem como
objetivo desenvolver a espontaneidade, a criatividade, e a
compreensão de si próprio, do outro e da sociedade.

Materiais necessários

● Espaço físico
● Pessoa(s)

Tempo médio de realização: 2h.


Contatos:
Quézia de Ornellas Soares
q.qornellas@gmail.com
(21)97254-4282

Dominique Pinheiro
dominiquepinheiro@yahoo.com.br

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