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MEMORIAL
TURMA W1
2022
1.Memorial:
No prelúdio da minha obra, minha mente estava cercada de incertezas, pois ainda
possuía uma experiência nula. Uma simples experimentação com um material diferente,
sendo esse a madeira MDF, me proporcionou apreciar o estilo da gravura e o modo de
entalhar com a goiva.
Portanto iniciei minhas pesquisas buscando gravuristas que possuíssem um estilo e uma
poética que se assemelhasse a minha. Durante esse processo encontrei inúmeras
gravuras interessantes. Todavia, a que mais me comoveu foram as artes elaboradas por
Samuel Casal. Nascido em Caxias do Sul em 1974, ele é ilustrador e quadrinista,
entretanto se destaca como um reconhecido gravurista. Suas gravuras portam um caráter
mais marcado, da qual o artista
usufrui das características da
madeira para elaborar complexas
figuras cheias de contrastes de
claros e escuros. Tais detalhes são
muito apreciados por mim, pois em
meus trabalhos com caneta
nanquim busco reproduzir os
mesmos efeitos.
Decidi criar uma figura monstruosa com claros e escuros que se misturassem e
desenvolvessem uma forma incerta aos olhos dos espectadores, o que a meu ver
acrescentaria ao caráter assustador que queria causar. Assim como a minha inspiração,
resolvi trabalhar com hachuras para garantir os efeitos supracitados e causar noção de
profundidade, luz, sombra e textura. Por fim, juntei todos os aspectos citados na figura
de um monstro da qual sua silhueta poderia se assemelhar tanto a uma chama tanto a
uma árvore, devido as suas notáveis características rústicas que aproveitam da textura
da madeira.
Iniciei desenhando a proposta que queria numa folha sulfite A4 com um lápis 2B,
esboçando e traçando detalhes rapidamente. Após finalizar esse desenho, com o mesmo
lápis o transferi para a madeira pinus, que seria usada na matriz detendo as dimensões
30x20x2 cm.
Com o desenho feito na madeira passei a entalhá-la. Neste processo, decidi me desfazer
de alguns detalhes originais, seja por conta de erros ao longo do processo, seja por
opções conscientes. Ao entalhar, mudei de ideia quanto a um fundo em branco. Percebi
que um fundo com detalhes mais circulares deixaria a obra com um aspecto ambíguo e
psicodélico, deixando os brancos e os pretos mais em evidência e em consequência
dando mais riqueza na obra.
Ao término do entalhe, o próximo passo era passar a tinta na matriz e fazer impressões
como forma de teste. Essa parte em específico no começo foi de bastante dificuldade
para mim, pois o manuseio da quantidade de tinta era algo que de início eu não percebia
e havia o fato de transferir a tinta para o papel com uma colher de pau. Tal processo é
extremamente delicado: qualquer quantidade de força excessiva pode rasgar o papel e
estragar sua cópia. Portanto também encontrei muita dificuldade em completar esse
processo.
Com algum tempo de prática com os testes decidi fazer as três cópias finais no material
exigido, o papel arroz, agora centralizando a imagem para colocar a margem no lugar
certo. Efetuei as três cópias finais com diferentes quantidades de tinta, porque esse fator
influencia muito meu trabalho por justamente ser uma imagem com bastante hachuras e
detalhes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Casal
https://www.samuelcasal1974.com/