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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto


Bacharelado em Física Médica

Física Experimental: Ondas, Fluídos e Termodinâmica - Prof.ª Marina Ribeiro


Experimento 11: Dilatação Térmica

Alunas:
Nathalia Mori Rezende, N° USP: 11812201
Isabela da Mata Tiezzi, N° USP: 6697732
Beatriz Domingos, N° USP: 12559805

2022
Introdução.
Quando um corpo sofre alterações em suas dimensões devido ao aumento da
temperatura é chamado de dilatação ou expansão térmica. Isso se deve ao grau
de agitação das moléculas que podem ocupar espaços diferentes dependendo do
material do corpo. Existem três tipos de dilatação: Linear, Superficial e
Volumétrica.
A Dilatação Linear, que foi o objeto de estudo deste relatório, ocorre quando um
dos comprimentos dos materiais se modificam. Desta forma, temos como
equação (1.1) que relaciona esse fenômeno.

∆𝐿 = α. 𝐿0. ∆𝑇 (1.1)

Onde:
∆𝐿: dilatação ocorrida (𝑚 ou 𝑐𝑚);
α: coeficiente de dilatação linear do material;
𝐿0: comprimento inicial do corpo (𝑚 ou 𝑐𝑚);

∆𝑇: variação de temperatura;


A Dilatação Superficial, ou por área, ocorre quando a superfície de um material é
alterada. A equação que relaciona esse fenômeno é (1.2) a seguir.

∆𝐴 = β. 𝐴0. ∆𝑇 (1.2)

Onde:
2 2
∆𝐴: variação superficial (𝑚 ou 𝑐𝑚 )l;
β: equivale a 2α, é o coeficiente de dilatação superficial;
2 2
𝐴0: área inicial (𝑚 ou 𝑐𝑚 );

∆𝑇: variação de temperatura;


A Dilatação Volumétrica ocorre quando há variação no volume de um corpo. A
equação (1.3) relaciona esse fenômeno e está descrita a seguir.

∆𝑉 = γ. 𝑉0. ∆𝑇 (1.3)
Onde:
∆𝑉: é a variação do volume;
γ: equivale a 3α, é o coeficiente de dilatação volumétrica do corpo;
3 3
𝑉0: é o volume inicial (𝑚 ou 𝑐𝑚 );

∆𝑇: é a variação de temperatura.


Vale ressaltar que a variação de temperatura é dada por °𝐶 ou °𝐾, e o coeficiente
−1 −1
de dilatação térmica são dados por 𝐶 ou 𝐾 .

Objetivos.
Estudar e analisar o fenômeno de dilatação linear, observando também se há
interferência quando altera a temperatura.

Procedimento experimental
Materiais:
● Quatro conjuntos de quatro cilindros: um de latão, outro de cobre, outro
de alumínio e um de aço inox;
● Termômetro;
● Béquer;
● Micrômetro;
● Pinça;
● Chapa de aquecimento;
● Ebulidor;

Método:
(1) Em um béquer foi colocado gelo e preenchido com água em torno de 150ml.
(2) Em seguida, o grupo de cilindros foi imerso e aguardou-se o equilíbrio
térmico. (3) Quando o equilíbrio foi atingido, uma peça foi retirada e mediu-se o
diâmetro rapidamente com o auxílio do micrômetro. Esse processo foi refeito
para os outros três cilindros restantes e os demais grupos de cilindros. (4) Além
disso, a temperatura da água também foi medida no momento de retirada dos
cilindros. (5) O procedimento acima foi realizado novamente com a água em
temperatura ambiente.
Em seguida, com o ebulidor a água foi aquecida até ≈70°C e colocada em um
béquer que estava sobre a chapa de aquecimento ligada ao termostato em 100°C.
Os cilindros foram colocados no béquer e quando a temperatura estabilizou em
60°C foi feito os procedimentos de (3) a (5). Por fim, a água foi aquecida até o
ponto de ebulição e foram feitos os procedimentos de (3) a (5).
Informações importantes! O micrômetro não suporta altas variações de
temperaturas, então as medições foram efetuadas rapidamente. Além disso, as
peças de cilindro foram travadas com a ajuda do ajuste externo do equipamento,
para não danificá-lo ou descalibrá-lo.

Resultados.
Através da equação 1.1 foi planejado os gráficos de eixos ∆L por L0*∆T onde a
relação entre eles permite encontrar o alfa pelo coeficiente angular, a seguir um
gráfico para cada material onde cada ponto é a média dos valores para cada
mudança de estado:

Tabela 1 - dados experimentais obtidos referente ao latão.

Latão

água com gelo água em temperatura ambiente água em 60ºC água em ebulição

Diâmetro Diâmetro Diâmetro


Comprimento (cm) (°C) Comprimento (cm) (°C) Comprimento (cm) (°C) Comprimento Diâmetro (cm) (°C)

19,990 9,528 2,4 19,996 9,511 23,5 20,005 9,535 61,8 20,029 9,542 92,7

19,979 9,516 2,5 19,998 9,528 23,5 20,013 9,535 60,8 20,004 9,529 92,4

19,993 9,51 2,6 20,004 9,522 23,5 20,007 9,535 56,5 20,021 9,544 91,5

19,996 9,516 2,7 19,993 9,533 23,5 20,009 9,439 57,8 20,025 9,558 91,9

média 19,990 9,518 2,55 19,9978 9,524 23,5 20,01 9,511 59,2 20,020 9,543 92,125
Gráfico 1 - Relação entre a variação do comprimento pela variação da temperatura vezes
comprimento inicial para o latão.

Para o latão, de acordo com a relação entre dilatação linear, superficial e


volumétrica , os valores respectivamente são:
−4 −1
α = (4, 6 ± 0, 1)𝑥10 𝐶
−4
β= (4, 6 ± 0, 1)𝑥10 * (2)
−4
β=(9, 2 ± 0, 1)𝑥10
e
−4
γ =(4, 6 ± 0, 1)𝑥10 *(3)
−4
γ= (13, 8 ± 0, 1)𝑥10
Tabela 2 - dados experimentais obtidos referente ao cobre.

Cobre

água com gelo água em temperatura ambiente água em 60ºC água em ebulição

Compriment Diâmetro Comprimen Diâmetro Compriment Diâmetro


o Diâmetro (cm) (°C) Comprimento (cm) (°C) to (cm) (°C) o (cm) (°C)

19,996 9,542 2,5 19,986 9,612 23,5 20,035 9,564 61,3 20,0007 9,551 92,6

19,972 9,562 1,7 19,998 9,611 23,5 20,003 9,599 58,9 20,016 9,549 94,6

19,997 9,611 2,5 19,993 9,596 23,5 19,996 9,569 57,8 20,004 9,557 94,4

19,985 9,698 1,9 19,987 9,598 23,5 19,996 9,576 57,8 20,008 9,568 95,4

média 19,9875 9,603 2,15 19,9910 9,604 23,5 20,01 9,577 59,0 20,007 9,556 94,25

Gráfico 2 - Relação entre a variação do comprimento pela variação da temperatura vezes


comprimento inicial para o cobre.

Para o cobre, de acordo com a relação entre dilatação linear, superficial e


volumétrica , os valores respectivamente são:
−4
α =(4, 9 ± 0, 1)𝑥10
−4
β= (4, 9 ± 0, 1)𝑥10 * (2)
−4
β= (9, 8 ± 0, 1)𝑥10
e
−4
γ = (4, 9 ± 0, 1)𝑥10 * (3)
−4
γ= (14, 7 ± 0, 1)𝑥10

Tabela 3 - dados experimentais obtidos referente ao alumínio.

Alumínio

água com gelo água em temperatura ambiente água em 60ºC água em ebulição

Comprime Diâmetro Comprimen Diâmetro Compriment Diâmetro


Comprimento Diâmetro (cm) (°C) nto (cm) (°C) to (cm) (°C) o (cm) (°C)

19,982 9,439 2,5 19,995 9,431 23,5 20,002 9,532 63,1 20,007 9,459 94,9

19,989 9,409 2,4 19,983 9,428 23,6 20,005 9,545 62,4 20,015 9,465 95,8

19,99 9,423 1,9 20,003 9,442 23,6 20,02 9,434 62,3 20,03 9,455 86,3

19,975 9,443 2,5 19,998 9,444 23,6 20,002 9,436 60,3 20,023 9,419 77,2

23,5
média 19,984 9,429 2,325 19,9866 9,436 75 20,01 9,48675 62,0 20,019 9,450 88,55

Gráfico 3 - Relação entre a variação do comprimento pela variação da temperatura vezes


comprimento inicial para o alumínio.

Para o alumínio, de acordo com a relação entre dilatação linear, superficial e


volumétrica , os valores respectivamente são:
−4
α =(5, 1 ± 0, 1)𝑥10
−4
β= (5, 1 ± 0, 1)𝑥10 * (2)
−4
β= (10, 2 ± 0, 1)𝑥10
e
−4
γ = (5, 1 ± 0, 1)𝑥10 * (3)
−4
γ= (15, 3 ± 0, 1)𝑥10

Tabela 4 - dados experimentais obtidos referente ao aço inox.

Aço Inox

água com gelo água em temperatura ambiente água em 60ºC água em ebulição

Diâmetro Diâmetro Diâmetro Diâmetro


Comprimento (cm) (°C) Comprimento (cm) (°C) Comprimento (cm) (°C) Comprimento (cm) (°C)

19,988 9,479 2,2 19,995 9,489 23,6 20,006 9,493 59,3 20,011 9,501 87,7

19,973 9,48 1,5 19,99 9,492 23,6 20,011 9,488 58,1 20,022 9,508 82,4

19,983 9,494 2,6 19,997 9,491 23,5 20 9,481 56,3 20,008 9,507 89

19,969 9,484 2,4 19,997 9,475 23,5 20,003 9,504 55,1 20,025 9,505 89,5

média 19,97825 9,484 2,175 19,9948 9,487 23,55 20,01 9,4915 57,2 20,017 9,505 87,15

Gráfico 4

- Relação entre a variação do comprimento pela variação da temperatura vezes comprimento


inicial para o aço inox.
Para o aço inox, de acordo com a relação entre dilatação linear, superficial e
volumétrica , os valores respectivamente são:
−4
α =(5, 1 ± 0, 03)𝑥10
−4
β= (5, 1 ± 0, 03)𝑥10 * (2)
−4
β= (10, 2 ± 0, 03)𝑥10
e
−4
γ = (5, 1 ± 0, 03)𝑥10 * (3)
−4
γ= (15, 3 ± 0, 03)𝑥10

Tabela 5 - dados comparando o valor teórico e valor experimental obtido do coeficiente de


dilatação térmica.

Coeficiente de dilatação linear


Coeficiente de dilatação linear teórico experimental
−5 −4
latão 1, 9𝑥10 (4, 6 ± 0, 1)𝑥10
−5 −4
cobre 1, 7𝑥10 (4, 9 ± 0, 1)𝑥10
−5 −4
alumínio 2, 6𝑥10 (5, 1 ± 0, 06)𝑥10
−5 −4
aço inox 1, 1𝑥10 (5, 1 ± 0, 03)𝑥10

Conclusão.
O valor experimental obtido ficou bastante discrepante do valor teórico
esperado. Através dos dados obtidos, pode-se estimar os valores de coeficiente
de dilatação linear dos respectivos materiais com determinados ajustes, e assim,
obter os valores através do gráfico plotado. Porém, os valores obtidos foram bem
diferentes do teórico. Pode-se justificar a diferença por uma possível troca de
calor entre o ambiente externo, materiais utilizados para medição do
comprimento, demora na medição do objeto, possível erro de coleta humana, a
necessidade de obter uma temperatura mais estável antes de efetuar as
medições e além disso, o material utilizado para medição no laboratório possua
uma composição diferente, e assim um diferente coeficiente de dilatação. Além
do mais, em alguns materiais, como cobre e latão, houve um erro experimental
quando medido os dados, confundindo os respectivos materiais na obtenção de
dados, pois os mesmos eram bem parecidos, e assim, pode-se estimar mais um
possível erro. Através da obtenção do coeficiente de dilatação linear, foi possível
estimar o coeficiente de dilatação superficial e volumétrica, sendo bem claro que
o erro obtido em comparação com o valor teórico é propagado para esses dois
outros dados obtidos, pois os mesmos dependem do coeficiente de dilatação
linear, portanto também ficaram diferentes se comparado ao valor teórico
esperado.

Referências.
1. https://www.todamateria.com.br/dilatacao-termica/
2. Roteiro: Física Experimental - Ondas, Fluidos e Termodinâmica

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