Você está na página 1de 2

CONTEXTUALIZAÇÃO 1000

Diante da evidência de uma nova doença no âmbito mundial, a Covid-19, trouxe uma nova
dinâmica, sendo que a saúde foi o setor mais impactado por este vírus que veio a se tornar
mortal. Percebeu-se que os transtornos psíquicos mais frequentes entre pacientes com
suspeita e confirmados, eram acometidos de episódios depressivos e reações de estresse
agudo de tipo transitório, além de riscos de suicídio. O risco de surgimento desses
transtornos aumentava de acordo com as características das perdas e outros fatores de
vulnerabilidade, se manifestando como medos, tristezas, ansiedades e desencadeando
patologias a longo prazo. A confirmação ou não do diagnostico influenciou diretamente
no prognostico de cada paciente, além de aumentar o sofrimento e as consequências que
se estendiam além da hospitalização. Compreender novas manifestações físicas e
psíquicas, deveriam ser considerados “normais” num momento de “anormalidade”.

Dessa forma, fez-se necessário o acolhimento familiar no momento de admissão do


paciente, garantindo o retorno da família durante o processo de hospitalização mesmo
que prioritariamente por meio tecnológico ou repasse de boletim medico, de forma que
o vinculo de confiança entre os familiares e a unidade fossem preservadas. Em uma
Unidade de Emergência, onde paira o risco iminente de morte, circulam sentimentos e
emoções que modificam e interferem nos cuidados de quem se encontra nesse setor. A
internação e a doença tendem a impedir a capacidade da pessoa de se estruturar e
controlar o ambiente que a cerca. O paciente e seu familiar atravessam uma rotina de
vida que subitamente é entrecortada pelo mal-estar inesperado, por acidente, ou
agravamento de quadro prévio. As consequências são as vivências de medos, fantasias,
inseguranças, tristezas, sensação de impotência, ansiedade e tantos outros sentimentos,
deflagrando uma condição perturbadora que também transcende a toda a equipe
multiprofissional que atua na instituição. Os hospitais observaram a necessidade de
suspender visitas aos pacientes, a fim de resguardar pacientes, familiares e amigos do
paciente e funcionários, bem como aderir às estratégias da esfera pública ao combate à
pandemia. Desta forma, com visitas suspensas, houve um distanciamento físico entre
familiares, pacientes e profissionais, exigindo a criação de novas estratégias de
abordagem de casos e atendimentos psicológicos hospitalares

OBJETIVO 500
O objetivo da psicologia foi minimizar o profundo sofrimento psíquico e o impacto
causados em um momento trágico. Tornou-se de suma importância no auxilio do
processo de internação e sensibilização da equipe para aspectos psicossociais que
dificultam a comunicação com o paciente, facilitando o envolvimento em seu
tratamento, reabilitação e acolhimento da família. O atendimento psicológico pressupõe
olhar múltiplo, no qual estão envolvidos processos complexos pertencentes ao indivíduo
na tentativa de compreender e facilitar sua compreensão com a doença durante o
processo de hospitalização. O estudo tem por objetivo apresentar a execução do
processo de trabalho na unidade de atendimento hospitalar especifico de emergências
em situação de pandemia por COVID-19 e avaliar possibilidades de melhoria da
assistência à saúde diante das limitações decorrentes do isolamento social necessário
frente à situação de emergência sanitária, que impossibilita os familiares a
permanecerem próximos fisicamente dos pacientes.

COMO A EXPERIENCIA FOI DESENVOLVIDA 1000

Foi realizado apresentação do serviço de psicologia para pacientes conscientes: - Orientação e


psicoeducação sobre motivos e importância do isolamento, definidos e compartilhados com as
equipes o fluxo dos atendimentos do serviço, com foco nas intervenções, locais de
atendimento e acompanhamento dos casos; Cooperação no autocuidado e com os membros
da equipe, tanto para o paciente quanto para seu acompanhante, nos casos previstos por lei;
Avaliação psicológica para identificar pacientes com maior vulnerabilidade e risco psicológico,
de modo a executar ações que otimizem os atendimentos conforme a complexidade
emocional identificada, atendimento diário para pacientes mais suscetiveis, até que
manifestações mais graves sejam reduzidas ou estabilizadas. Após a alta dos pacientes, os
mesmos eram encaminhados para um grupo especifico criado para pacientes pós-covid.

RESULTADOS 1000

Com a implantação do serviço de psicologia na unidade de saúde Síndrome Gripal,


percebeu-se uma melhor aceitação tanto da família quanto do paciente em relação ao
tratamento proposto, houve um aumento significativo do consentimento para
transferências para avaliar níveis de complexidade, UTI, intubações quando necessárias.
O acolhimento familiar no momento de admissão do paciente, garantiu o retorno da
família durante o processo de hospitalização, de forma que o vínculo de confiança entre
os familiares e a unidade foram preservadas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 500

Ressaltamos que a necessidade de distanciamento físico é diferente do afastamento


psíquico e afetivo, e que faz toda a diferença no prognostico do paciente e na elaboração
do luto familiar. A contribuição da psicologia em eventos de emergência, é fundamental
para a manutenção da saúde mental e do bem-estar da população atingida, oferecendo
estratégias de intervenção que podem prevenir demandas graves e minimizar o impacto
dos eventos de grande risco. Muito pouco se conhece sobre eventos de calamidade
pública e a implementação da Psicologia nas Emergências e Desastres se torna cada vez
mais vital devido a sua importância e complexidade.

Você também pode gostar