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RESUMO ESTUDO DE CASO EDIFÍCIO LIBERDADE

ALUNO: Leonardo de Amorim Casotti

O Edifício Liberdade localizava-se na Avenida Treze de Maio, no Centro do Rio de


Janeiro/RJ, desabou e levou à óbito vinte e duas pessoas, além de gerar danos em outros três
edifícios.

Nesse contexto, segundo o parecer técnico, a construção foi realizada em uma região
onde, anteriormente, havia uma grande lagoa que foi aterrada. O leito da lagoa, mesmo com o
aterro, continua sendo um terreno suscetível a deformações ao longo do tempo e fazia com o
que subsolo do Ed. Liberdade permanecesse constantemente alagado. Ademais, o edifício
sofria diretamente a ação dos ventos e da variação de temperatura nas suas duas empenas, o
que provoca movimentação estrutural ao longo do tempo.

O edifício sofreu alterações ao longo de sua construção e dos anos de habitação dos
moradores - que resultaram em aumento de carga solicitante não consideradas em projeto -,
tais como a construção do subsolo, construção do jirau, construção do 16º, 17º e 18º
pavimento, além do terraço. Essas construções proporcionaram ao edifício um formato
arquitetônico de fachada escalonada.

Além disso, posteriormente à essas construções indevidas e não previstas em projeto,


houve ainda o aumento da área desses pavimentos, o que fez o edifício perder seu formato
escalonado e ter sua fachada frontal alinhada, como também a transformação do terraço em
décimo nono pavimento, fechamento do prisma de ventilação do nono pavimento e a
construção do vigésimo pavimento, o que gerou, obviamente, sobrecarga nos pilares e vigas
frontais e intermediários, que não haviam sido projetados para receber esse acréscimo.

Ressalta-se que essas modificações não tiveram aprovação da prefeitura como


também não houve nenhum tipo de reforço estrutural durante a obra para atender às novas
cargas decorrentes da ampliação dos pavimentos descritos acima (16º, 17º, 18º e terraço).
Igualmente, não há registro de projeto de reforços estruturais para suportar a carga
decorrente da transformação do terraço em décimo nono pavimento, criação do vigésimo
pavimento e do novo terraço. Para agravar ainda mais a situação, houve a construção de uma
galeria de metrô próximo ao edifício, o que gerava constante vibração no solo e o surgimento
de rachaduras nas paredes diafragma que faziam a contenção entre a galeria do metrô e a
calçada do Edifício Liberdade.

Dessa forma, o acréscimo exorbitante de peso juntamente com vibrações em um solo


alagado, construído de aterro de uma lagoa, foi a causa provável do recalque diferencial
sofrido pela edificação na década de 70.

Segundo relatos de moradores, o prédio possuía enormes rachaduras, que chegavam à


um metro de comprimento, que causaram um vão no interior do edifício, além da
possibilidade de visualizar a laje inferior pelas rachaduras. Tais fatos demonstram o
rompimento da estrutura em toda a sua espessura naquela região, além dessas rachaduras
facilitarem uma possível corrosão da ferragem e a infiltração de água em elementos
estruturais do prédio, o que causa a oxidação em pilares, vigas e lajes. Ademais, houveram
relatos da necessidade de constantes reparos nas esquadrias, o que denota que a estrutura
estava sofrendo deformações devido aos esforços ao qual estava submetida.
Por fim, é importante ressaltar a necessidade de profissionais qualificados,
comprometidos e que realmente realizem a vistoria das obras, além da necessidade de
emissão do Habite-se e Aceite de edificações, visto que nessa situação, houve uma assinatura
de aceite por parte da diretora, comprovando que parte da reforma havia sido executada de
acordo com o projeto aprovado. Esse fato mostra que ela não notou o fechamento do poço de
ventilação e iluminação realizado na época.

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