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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES

VIDA, OBRA E TRAJETÓRIA DO PENSAMENTO DE ANTONIO


GRAMSCI

Breno Araújo1

Este trabalho se apresenta com o intuito de expor e discutir a trajetória do


pensamento Antonio Gramsci, partindo da questão sobre como os
acontecimentos históricos e biográficos se relacionam, alteram e formam o
pensamento político e filosófico de Antonio Gramsci? Quais os conceitos
fundamentais? e como estes se aplicam como resoluções aos problemas
enfrentados pelas organizações operárias da Itália recém unificada e durante o
fascismo? A partir de tais indagações, procura-se investigar quais fatores
influenciaram não apenas o pensamento de Gramsci, mas toda a concepção
política das organizações operárias, bem como sua relação com as ideais
herdadas da Segunda Internacional.

A concepção marxiana, entre os fins do século XIX e início do século XX,


difundiu-se nos países da Europa gerando grandes efeitos nas organizações
socialistas, assumindo aspectos comuns e ao mesmo tempo particulares em cada
nação, procurando atender as necessidades e as condições materiais em
processo.

Durante a Segunda Internacional (1889-1916), ocorreu a grande divulgação do


marxismo, especialmente sob a grande influência de Karl Kautsky e Eduard
Bernstein. O grande problema, é que sua difusão acontecia ao lado de sua
vulgarização, tendo em vista as distintas interpretações e variadas representações
políticas das organizações, e das concepções científicas em desenvolvimento na
sociedade moderna, que assimilavam o método dialético ao método empírico das
ciências da natureza.

1
Graduando em Filosofia-Licenciatura. UECE, 2022.
Com o objetivo de mobilizar e conscientizar as massas, a concepção
marxiana sofreu certas simplificações, seja por influência burguesa, com o
positivismo, seja pelo determinismo filosófico, por meio da concepção
evolucionista, e pelo revisionismo do materialismo histórico e dialético, que se
efetivava no reformismo político.

A grande maioria das organizações operárias, trabalhavam programas que se


originavam de tais estratégias políticas. O revisionismo da obra de Marx e
Engels, engendraram novas perspectivas históricas e sociais, que efetivaram
numa concepção determinista da revolução social, ou melhor do
desenvolvimento do socialismo.

A sociedade capitalista era tida pela concepção determinista, como sistema


fadado ao fracasso, ''teoria do colapso'', pela sua própria constituição antagônica.
Na Itália, o porta voz desta conceção era o PSI, precisamente no período da
liderança de Filippo Turati.

O PSI, em geral, e Filippo Turati (...) eram sobretudo positivistas, ao igual


que a maioria dos partidos dirigentes da Segunda Internacional, (...) Turati e
os principais líderes socialistas italianos acreditavam que o desenvolvimento
da economia industrial levaria, sem contradições e rupturas, inevitavelmente,
ao socialismo. Os socialistas reformistas apoiavam a inserção da Itália entre
as grandes potências mundiais através das conquistas coloniais. 2

Esta perspectiva positivista da sociedade capitalista agregada ao movimento


operário, era fruto não só das condições específicas pós-unificação e do
desenvolvimento industrial da Itália, mas, como foi mencionado, das concepções
deterministas e reformistas da Segunda Internacional.

Um grande exemplo ocorreu na Itália, durante a o exercício da política liberal


de Giovanni Giolitti, de 1900 a 1913 (período de conflitos internos do PSI, no
qual Giolitti conquistara o grupo reformista do PSI e da CGL), e sob a
orientação reformista do PSI, assumiu a direção passiva do movimento
socialista, com sua convicção de que o desenvolvimento econômico, sob a
direção proletária e os setores liberais da burguesia, chegariam ao socialismo.

2
MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, ANTONIO GRAMSCI: Vida e obra de um comunista revolucionário, p
43-44.
Esta convicção determinista efetivava na quietude, abdicando da práxis
revolucionária das organizações socialistas na Itália.

Toda esta amálgama de concepções propagadas pela socialdemocracia, foram


ganhando espaço e adaptações nos movimentos operários tanto na Rússia,
quanto na Europa. E seu objetivo, quando não se limitava ao cientificismo, partia
para o reformismo político e propagandista.

Entretanto, tais movimentações foram essenciais para a expansão da teoria


marxiana e da luta pelo socialismo internacional com o protagonismo proletário.
A Itália, como país agregado a Internacional, e sofrendo influências políticas que
se vinculavam com sua realidade econômica, não ficou de fora de tais
influências por décadas.

O processo de unificação da Itália (1986-1870), no reino do Piemonte, refletiu


na situação econômica, política e social do País. Em Turim, que se tornou a
capital do Piemonte em 1900, (tornando-se em 1911 o centro industrial da Itália)
onde predominou, inclusive, o processo de industrialização da região, como a
produção de automóveis.

Estas novas formas de relações econômicas geraram novas formas de


exploração, daí a necessidade de tais organizações operárias. A FIOM, por
exemplo, lutara pela obtenção de 60h semanais, reivindicadas pela Fiat. A
redução da carga horária de trabalho, as ''comissões internas'', eram meios de
reinvindicações pautadas pela luta operária da Itália no início do século XX.

A situação da Itália naquele período era fruto não apenas das condições
econômicas e políticas que amadureciam, mas pela interpretação do próprio
período que os intelectuais, os sindicatos e as organizações socialistas tinham da
conjuntura. Sua compreensão social e histórica refletia em suas formas de
organização e atuação política.

A crescente emergência política e social do proletariado na sociedade italiana


expressava as novas contradições sociais, debilitando o domínio do positivismo,
principal expressão ideológica da hegemonia burguesa italiana, no processo de
unificação capitalista do país. Agora, o futurismo, o irracionalismo, o idealismo
histórico de Benedetto Croce (1866-1952) e o socialismo marxista, disputavam o
direito ao centro ideológico nacional.

Na Universidade de Turim, dominavam o democratismo liberal, o


positivismo e o neoromantismo. Ao contrário, o idealismo histórico croceano,
e o marxismo encontravam dificuldades em conquistar posições nesse centro
universitário pouco prestigiado na Itália. (MAESTRI, Mário e Luigi

Candreva, 2007, p 40)

É aceitável pensar que essa forma de hegemonia burguesa representada pelo


positivismo, tenha influenciado o pensamento socialista, ainda que em pequena
medida, das organizações operárias do período, especialmente aquelas que se
submetiam as coligações com os consórcios patronais das fábricas, como foi o
caso da FIOM.

Em meio a essa turbulência de conflitos, lutas e reformas, Gramsci se filia ao


Partido Socialista Italiano (PSI), provavelmente nos fins de 1913. Influenciado
em boa parte pelo irmão mais velho, Gennaro, que levava os jornais para
Gramsci, onde o mesmo conheceu a literatura socialista do partido, além de
desde cedo participar das reuniões junto ao irmão.

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o movimento socialista


discutia sua posição sobre a intervenção da Itália na Grande Guerra, Gramsci
posicionava-se a favor da intervenção na guerra pelo fato do proletariado não se
encontrar naquele momento, capacitado a tomar e manter-se no poder do Estado,
dado o atraso da industrialização do país. Em seu artigo ''Neutralidade ativa e
operante'', afirmava que o proletariado não deveria cair no pacifismo, mas não
poderia agir através da luta radical.

A saída era ''obrigar'' ou convencer a burguesia a adotar o programa proletário,


defendido pela ''neutralidade ativa e operante''. Este seria um meio que, segundo
Gramsci, privaria problemas futuros, podendo ser resolvidos no presente
oportuno.

Para Gramsci, diante do ''fracasso'' ou ''impotência'' da classe dirigente, o


proletariado-partido socialista tomaria, a seguir, a direção da ''grande massa do
povo'' e da ''coisa pública'', ao demonstrar ''energia e visão clara dos próprios
destinos'', transformando-se na direção de toda a nação.3

Mussolini e os socialistas ''intervencionistas'' consideravam a guerra contra a


Áustria como uma continuação da unificação italiana, que permitiria
reconquistar territórios nacionais italianos ou tidos como tal nas mãos daquela
nação. Nas palavras de Gramsci, a guerra ensejaria, portanto, o cumprimento,
pelo proletariado, da ''função histórica'' na qual a burguesia fracassara.4

É importante ressaltar, que Gramsci, nesse contexto, ainda possuía uma visão
política um tanto voluntarista e idealista, não havia amadurecido sua concepção
dialética da história, tanto pela pouca leitura em Marx, quanto pela configuração
política e ideológica da Itália, como foi demonstrado com as influências da
Segunda Internacional, que refletiram até mesmo na cultura positivista e
idealista dos intelectuais. Por isso, sua posição política ''intervencionista'' tinham
raízes históricas e ideológicas.

A Itália estava em processo de industrialização, o que não facilitava a classe


trabalhadora a interpretar a relação entre as condições materiais e a crítica
marxiana. Além disso, o pouco conhecimento da obra permitia a prevalência de
concepções políticas mais concentradas em propaganda partidária e seus
mecanismos, mais distante da concepção materialista e científica da história.

Esta constituição material e política das organizações, permitia a inserção de


concepções burguesas, como o positivismo, ou as concepções idealistas, como a
eminência da filosofia de Benedetto Croce na Itália, especialmente entre os fins
do século XIX e início do século XX.

Nesse momento, Gramsci possuía visão nacional, idealista, antidialética e


vitalista da revolução. Para ele, ''os revolucionários'' deviam compreender ''a
história como criação do próprio espírito, feita de uma série ininterrupta de
rupturas operadas sobre outras forças ativas e passivas da sociedade,
preparando assim, ''as melhores condições possíveis para a ruptura definitiva
(a revolução)''. (MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007,p 48)

3
Ibidem, p 74.
4
Ibidem, p 47-48.
Gramsci, logo dissidiu de determinadas concepções e posições políticas, mas
foi um processo pela qual, em certa medida, era fruto das condições históricas
daquele período e pela sua formação basilar no PSI, provido também de
orientações oriundas do determinismo filosófico e do reformismo político, como
foi demonstrado.

Com relação a influência em Gramsci do pensamento de Croce, especialmente


em sua concepção da histórica como ''desenvolvimento do espírito humano''5, se
expressava pela sua concepção voluntarista e contrária ao materialismo
histórico. Na publicação de ''A Cidade Futura'', parte do trabalho no jornal como
instrumento de recrutamento da FGS, identificamos explicitamente essa
concepção idealista no jovem Gramsci:

(...) No texto, opunha ao determinismo histórico materialista - que definia


como ''superstição científica'' que pretendia a ''obtenção'' da ''sociedade
modelo'' como ''postulado do positivismo filosófico'' - a ''vontade tenaz'' de
homens resolutos. Ou seja, a decisão ''intensa'' de uma minoria de vontades,
organizada em torno de grandes ''princípios morais'', que ''reconhecidos
racionalmente como necessários'', se tornariam ''idéias forças''. (MAESTRI,

Mário e Luigi Candreva, 2007, p 56)

Gramsci partia da concepção de que a práxis revolucionária era fruto da


vontade dos homens, que bastava ter consciência política e reconhecer-se como
sujeito histórico e operante na realidade para exercê-la. Mais á frente, Gramsci
desenvolve essa concepção a partir do artigo ''A Cidade Futura'', Mario e Luigi
prosseguem:

(...) Na visão idealista e voluntarista do jovem socialista, a revolução seria


uma questão de convencimento. Portanto, já que a história se movia a partir
da ''vontade tenaz do homem'', a grande dificuldade da vitória social era o
''ceticismo'' e sobretudo a ''indiferença'', verdadeiro ''peso morto da história''.
Gramsci propunha que os ''destinos de uma época'' seriam ''manipulados
segundo as visões restritas, os objetivos imediatos, as ambições e paixões
pessoais de pequenos grupos ativos (...)''. (...). (MAESTRI, Mário e Luigi

Candreva, 2007, p 56)

5
Ibidem, p 49.
Esta concepção voluntarista em Gramsci, fazia o pensador acreditar que a
revolução poderia ser realizada sem que necessariamente houvesse um contexto
oportuno, bastando a classe operária adquirir consciência, como assinalou em
sua consideração a respeito dos bolcheviques.6

Assim como em seu texto ''A revolução contra O Capital'', escrito em 1917, no
O Grito do Povo, era parte de sua visão idealista (com grande influência do neo-
hegelianismo expresso em Benedetto Croce e Giovanni Gentile) da revolução e
da própria concepção marxiana. A revolução russa era dada como a revolução
contra O Capital de Marx, tendo em vista que era uma luta desenvolvida antes
que o sistema capitalista houvesse alcançado sua fase completa, não obtendo
estrutura suficiente para a organização e o sucesso do proletariado.7

Neste sentido, os bolcheviques, segundo Gramsci, agiram contra a concepção


marxiana do materialismo histórico pois, compreendiam que os fatos e o
contexto social não determinavam o rumo das lutas, mas as lutas é que
determinavam o andamento da sociedade.

Mais tarde, em abril de 1919, Gramsci fundara, junto a Tasca, Terracini e


Togliatti, o periódico independente L’Ordine Nuovo (A Ordem Nova), onde
Gramsci, como ‘’secretário de redação’’, passou a publicar temáticas
relacionadas aos problemas da revolução na Itália, os conselhos de fábrica,
referências a Lenin e o bolchevismo, entre outros.

No mesmo ano, havia sido eleito á comissão executiva no PSI da seção de


Turim, com o apoio do grupo L’Ordine Nuovo, neste momento, propunha uma
série de ''pontos programáticos'', como programas de transição, ao congresso,
como a criação de núcleos socialistas nos municípios, consórcios socialistas,
produtores, comissões de fábrica, controle da produção etc. Estes programas
foram simplesmente ignorados pela comissão.

Entretanto, através do artigo de Gramsci ''Democracia Operária'', publicado no


semanário A Ordem Nova, as considerações foram notabilizadas pela classe
operária de Turim. O objetivo central do trabalho era a transformação das
comissões internas em conselhos de fábrica. Diferentemente das comissões

6
Ibidem, p 58.
7
Ibidem, p 62.
internas do período de 1906, trabalhadas pela FIOM, sob uma orientação
reformista, com base em lutas com objetivos imediatos, como o aprimoramento
das condições de trabalho dos operários,8 ou das comissões atuais elaboradas
pelos sindicatos, onde elegiam estritamente os trabalhadores internos.

Neste momento, Gramsci dava início ao processo de amadurecimento teórico,


haja vista que, com a luta dos conselhos de fábrica, procurava superar o caráter
imediatista das lutas operárias sindicais e governamentais. Além disso, sua
compreensão da necessidade de tais conselhos, dava-se pela sua influência
leninista, que trabalhava uma concepção da história mais aproximada da
dialética marxiana.

Os conselhos tinham grande influência dos Sovietes na Rússia, e seu objetivo


era formar e organizar a classe operária, não reduzido a meras reformas políticas
ou limitando sua eleição a trabalhadores vinculados aos sindicatos. Sua
orientação baseava-se no aperfeiçoamento técnico do operariado, do controle da
produção como um intermediário para a conquista do poder. Sua base formativa
e estrutural, ampliaria sua mobilização e sua força, e construía a estrada para o
assalto ao poder.

(...) Para Gramsci, os conselhos eram órgãos de poder do proletariado,


nascidos para destruir e substituir a sociedade burguesa. (...) Com os
conselhos de fábrica, Gramsci encontrava a solução orgânica para o assalto
ao poder e para a superação do reformismo, do parlamentarismo e do
sindicalismo congênitos da direção do PSI, umbilicalmente ligados á
administração social do capitalismo e ás benesses dela decorrentes.
(MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007, p 74).

Portanto, os conselhos seriam uma ''solução'' para o impasse do contexto


político em que se encontrava Gramsci e as demais organizações. Apresentavam
um caminho para superar os limites do reformismo e do determinismo inculcado
no PSI, seja através dos sindicalistas e o centro, seja pela esquerda Bordiguista.

Com essa tática, Gramsci planejava a formação basilar e uma atuação


estruturante através do controle da produção, para a posterior ditadura do
proletariado, como uma superação da consciência reformista e imediata,
formando a consciência política como classe revolucionária e hegemônica.
8
Ibidem, p 37.
Mais tarde, em 21 de agosto de 1920, a FIOM decretava greve de zelo.
Seguindo a estratégia de ocupação das fábricas, o movimento se expande, mas e
sob a direção do PSI e da CGL, as lutas limitavam-se a reivindicações de cunho
reformista, tendo como exigência máxima a ''socialização da produção''.

Por mais que o movimento de ocupação das fábricas tenham resistido por certo
período e pressionado os patrões, de modo geral, não assumia uma postura
realmente revolucionária, não ia além do pacifismo e das exigências de ajustes
salariais, da carga horária de trabalho etc. o argumento do risco de isolamento da
Itália durante a luta revolucionária era usado como uma desculpa pela direita do
PSI, e dos dirigentes da CGL que propunham alianças com o governo como
alternativa viável.

O acordo aprovado pelo proletariado através do plebiscito, na reunião da


FIOM e da CGL e do empresariado em 19 de setembro, foi o ponto final da
possibilidade de assalto ao poder da classe operária na Itália naquele período. O
empresariado concedia diversos benefícios a classe trabalhadora, o que gerou
certo conformismo na massa, desmobilizando a luta socialista e pondo fim as
‘’bandeiras vermelhas’’.

A cisão do PSI, sua aliança com o empresariado, e a derrota do movimento de


ocupação de fábrica, fragmentara as mobilizações. E o reformismo do PSI era
cada vez mais rechaçado por Gramsci e o grupo Ordem Nova, e a própria
Internacional Comunista, sobretudo Lenin, na qual propunham o expurgo dos
reformistas do partido, e apoiavam a proposta da fundação de um partido
revolucionário capaz de conduzir a classe operária sob uma orientação marxista
para a conscientização da classe operária.

Em 1920, o 2° Congresso Internacional Comunista, aprova e exige o


exercício de ''21 pontos'' para afiliar-se a Internacional Comunista, seu programa
contrapunha os programas reformistas das tendências inseridas no PSI e
pressionava a ala comunista com seu programa, devido a urgência da formação
de um partido revolucionário. Esta configuração política da Internacional e da
divergência entre as tendências no PSI, foram determinantes para a formação do
Partido Comunista italiano (PCI).9

Entretanto, quando do 17° Congresso do PSI, em 1921, a divergência entre a


direita e o centro, contra a esquerda socialista e a Internacional Comunista,
mantiveram os reformistas no partido, provocando o rompimento da ala
comunista.

De toda forma, os reformistas e centristas tiveram maior votação, levando os


comunistas e a sessão da Terceira Internacional a se reuniram para a fundação do
Partido Comunista da Itália. A direção do partido ficou constituída por 8
bordiguistas, 5 maximalistas e 2 da Ordem Nova.

Contudo, vale ressaltar, que fatores diversos implicavam na fragmentação do


movimento operário, seu programa de organização e tática de luta. A unificação
da Itália em 1870, ainda ecoava consequências de sua divisão entre o Norte
industrializado e o Sul rural, tanto em questões econômicas quanto culturais.
Mario e Luigi resumem de forma geral a partir de alguns exemplos dos
problemas da luta revolucionária italiana:

(...) o movimento revolucionário italiano viva já processo de regressão,


quando da cisão histórica de janeiro de 1921. Teorizado por Gramsci, o
movimento dos conselhos apontara a solução das contradições da revolução
italiana. A constituição do PSI como uma verdadeira confederação de
tendências políticas semi-independentes e a fragmentação social, econômica
e política de um país ainda majoritariamente agrário dificultava que essa
experiência fosse absorvida pelos trabalhadores de toda a Itália. Um Norte
industrializado e um Sul rural aprofundava a falta de sintonia entre os
socialistas. (MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007, p 106).

A tardia unificação, e a peculiaridade da situação italiana, geravam uma


compreensão difusa da realidade social pelas organizações socialistas. Além do
mais, a pressão da IC para a expulsão dos reformistas do PSI foram fatores que
fragmentaram a luta.

A partir disso, e com o avanço do fascismo na Itália, Gramsci se viu obrigado a


desenvolver teses a serem discutidas no 3° Congresso do PCI em Lyon, de 20 a

9
Ibidem, p 99.
26 de janeiro de 1926. As teses tinham como objetivo a ''bolchevização'’ dos
partidos, tendo em vista que o Partido Bolchevique fora um exemplo a ser
seguido devido a sua experiência em ''três revoluções'', e pela sua orientação
leninista, servindo como arma de combate ao fascismo.

Aprofundava na terceira tese, a questão das tendências não marxistas e


reformistas que penetravam o marxismo devido ao atraso da industrialização e
da unificação, resultando em escassa sustentabilidade teórica pela interpretação
ainda positivista e determinista no PSI.

Ademais, considerava as condições da Rússia semelhantes as condições da


Itália, pelo fato de ambos os países não terem consumado o processo de
industrialização, significando uma resistência mais enfraquecida do capitalismo
diante da luta revolucionária.

Gramsci apontava nas teses a ''hegemonia limitada'' da classe dominante, pelo


fato de terem se organizado com os terratenentes, tendo em vista o atraso do
processo de industrialização e da não finalização da unificação do país.
Ademais, tais condições geravam uma relação antagônica entre a produção
industrial e agrícola, na qual refletia em antagonismos políticos e culturais entre
o Norte e o Sul.

(...) as teses analisavam a ''política da burguesia italiana'', da Unificação até a


vitória fascista. Desde a origem do ''Estado unitário'', o grande objetivo das
''classes dirigentes italianas'' teria sido subjugar as ''grandes massas
trabalhadoras'', impedindo-as de se organizarem ''em torno do proletariado
industrial e agrícola'' força capaz de empreender o assalto ao poder e a
fundação de um ''Estado proletário''. (...) (MAESTRI, Mário e Luigi

Candreva, 2007, p 166).

Entretanto, o proletariado agrícola crescia, especialmente no Norte, e a


desorganização da classe dominante, por meio dos conflitos entre o ''bloco
reacionário e antiestatal'' do Vaticano e o liberalismo burguês, coligados aos
terratenentes, lapidava ainda mais o caminho para a organização e expansão do
proletariado, que se fortalecia sob possibilidades mais favoráveis.

Entretanto, com o objetivo de superar os conflitos na classe dominante e conter


o avanço da luta proletária, o fascismo nasce como proposta de ''unidade
10
orgânica de todas as forças da burguesia''. O fascismo visava além disso,
fortalecer o poder mantendo a aliança com os terratenentes, obtendo grande
produtividade industrial e submetendo os setores rurais e o Estado liberal.

Além disso, Gramsci temia o risco do Partido Comunista ser derrotado pela
influência burguesa, sendo submetido ''como massa de manobra eleitoral contra
o fascismo'', ou seja, uma ala esquerda da burguesia. Essa visão da luta proletária
pessimista e submetida as táticas da burguesia, gerava, segundo Mario e Luigi, a
''interpretação incorreta dos partidos socialdemocratas como 'ala direita do
movimento operário', e não como 'ala esquerda da burguesia'. (...)’’ 11.

As teses objetivavam através da nova orientação, que o proletariado tivesse


formação suficiente para adquirir consciência de classe, se reconhecendo como
protagonista e intelectual, e não apenas como sujeito prático sem consciência
política.

Para isso, era necessário que mantivesse uma correlação de forças orgânicas
dos comunistas, para que o partido promovesse a formação de uma ''frente
única'', identificando e superando as organizações ‘’democrático-burguesa’’,12
reformistas, maximalistas e os republicanos, construindo assim a hegemonia
comunista. A práxis contrahegemônica do proletariado sobre a hegemonia
burguesa industrial e agrícola, fortaleceria o avanço da luta revolucionária.

Uma forma de exercício dessa hegemonia era o trabalho da questão


meridional, que objetivava a aliança entre operários e camponeses para uma
maior mobilização de frente contra o sistema capitalista. Além disso, procurava
superar as questões ideológicas da burguesia e do operariado urbano, sob o
preconceito de considerarem os sulistas ''seres biologicamente inferiores''13.

Ademais, os proprietários do sul, formaram um ''bloco agrário'' que submetia


o camponês ao terratenente, gerando uma dependência do sul em relação ao

10
Ibidem, p 169.
11
Ibidem, p 172.
12
Ibidem, p 171.
13
Ibidem, p 181.
Norte. A aliança entre operários e camponeses, portanto, permitia também, a
supressão desse ''bloco agrário meridional''.14

Mais tarde, com o avanço da ditadura fascista e o exercício das leis


repressivas, em 1926, Gramsci foi preso em Roma pelo regime, sendo
desconsiderada completamente sua imunidade parlamentar. Após muita
exigência na prisão, conseguiu produzir o material que viria ser a obra máxima
de sua vida: os cadernos do cárcere, produzidos entre 1929 e 1936. Neste
trabalho inacabado, apresenta-se sua maturidade teórica. Com relação aos
diversos temas trabalhados nos cadernos, destacavam-se pela pretensão de:

(...) apoiar o desenvolvimento dos quadros e dos ''intelectuais'' ligados á


classe trabalhadora que constituiriam o futuro grupo dirigente comunista.
Precisamente dividido a isto, Gramsci dispunha-se a empreender um
ambicioso programa de investigação teórica que fosse muito além dos
acontecimentos conjunturais. Nos fatos, propunha a refundação do processo
dialético de unidade de teoria e prática que liberasse o marxista da
interpretação positivista da Segunda Internacional e do esquerdismo sectário
bordiguista. (...) (MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007, p 236).

Gramsci procurava não apenas mobilizar a classe operária sob uma nova
orientação comunista, mas elevar a consciência da classe trabalhadora italiana no
aspecto político e histórico, no sentido social e filosófico. Trabalhava temas e
conceitos que abriam um novo horizonte, uma formação marxista livre do
determinismo filosófico e do reformismo político. Nos cadernos trabalhou os
conceitos de hegemonia, sociedade civil e sociedade política, sobre a formação e
o papel dos intelectuais, o Risorgimento, entre outros.

No que diz respeito a sua compreensão de sociedade civil, Gramsci fazia um


comparativo entre Oriente e Ocidente, afirmando que na Rússia, por exemplo, o
Estado era ''tudo'' e a sociedade civil ''primitiva'', enquanto que na Europa
Ocidental, o Estado seria uma espécie de ''trincheira avançada'',15 e a sociedade
civil era constituída por uma força suficiente para resistir e dissolver o Estado
burguês. (concepção ainda herdada de sua intepretação de que a revolução teria
mais chances em países de capitalismo atrasado).

14
Ibidem, p 183.
15
Ibidem, p 239.
Vale ressaltar, que Gramsci herda o conceito de sociedade civil de Marx, onde
este afirma que as relações jurídicas e estatais, são engendradas pelas relações
materiais da vida, isto é, das relações de produção, e a Economia Política é a
base que sustenta a sociedade civil.

No entanto, Gramsci expande o conceito, afirmando não haver uma real


distinção entre sociedade civil e sociedade política, ambas se relacionam e se
complementam de acordo com as relações de produção e o exercício da
hegemonia da classe dominante:

(...) entre a sociedade política (Estado) e a sociedade civil, não existiria uma
clara linha de demarcação. Ao contrário, o Estado penetraria profundamente
a sociedade civil e seria distinto desta última apenas por ''comodidade de
raciocínio''. Portanto, a ''sociedade civil'' seria aquela parte do Estado que
modela os comportamentos coletivos em virtude das exigências do grupo
dominante. (...) (MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007, p 240-241).

Gramsci concebia que na sociedade civil se desenvolvia as relações políticas,


econômicas e culturais, assim como as concepções de mundo e ideologias, mas,
a classe dominante, usaria seu poder político e ideológico para propagar sua
concepção de mundo entre a classe trabalhadora, de modo convincente para
garantir sua estabilidade, atuando através dos meios de comunicação, escola
igreja etc.

Na sociedade civil, as classes exercem sua hegemonia através dos partidos,


sindicatos e diversos meios de organização política e cultural, (aparelhos
privados de hegemonia) na sociedade política, ocorre a dominação política e
ideológica através dos aparelhos de coerção estatal, na qual, a sociedade não
possui liberdade de escolha, como pagamento de impostos, submissão a
determinadas relações de produção, prestação de serviços conforme a legislação
ou normas jurídicas, etc.

Neste sentido, Gramsci critica o economicismo e o liberalismo na


compreensão da sociedade civil, onde o primeiro ''reduz as relações humanas ás
relações de produção'', e o segundo ''justifica a autonomia entre as esferas
política e econômica.''16 limitando a compreensão da hegemonia da classe
dominante e sua relação com a sociedade civil.

O conceito de hegemonia em Gramsci, seria uma forma de compreender a


relação que a classe dominante estabelece com suas formas de dominação entre
corporações, indústrias e cultura, além da obtenção da coerção e do consenso da
classe trabalhadora.

O conceito foi trabalhado inicialmente por Plekhanov e referenciado por


Lenin, inserindo assim o conceito na Internacional Comunista e como concepção
de organização política dos bolcheviques. Considerando essencial para a luta
proletária, o exercício da sua hegemonia de todas as camadas sociais, seria uma
forma de unidade e fortalecimento da luta operária e camponesa.

O exercício da hegemonia da classe trabalhadora permite ir além do


corporativismo ou de quaisquer riscos de conciliação entre as classes,
promovendo a expansão do número de agregados ao partido e sua consciência
como classe revolucionária.

(...) A proposta de ''hegemonia'' circunscrevia a necessidade da classe


operária de apresentar-se como representante de todos os segmentos
oprimidos e não separar tarefas políticas de tarefas econômicas, aceitando
assim sua subalternidade. (MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007, p
248)

A burguesia procurava distorcer a visão da classe trabalhadora da realidade


social por meio da suposta separação entre política e economia, para que o
proletariado não perceba a exploração político-econômica, estando inserido na
atividade econômica, isto é, dentro de uma corporação ou vínculos políticos com
a burguesia.

Assim, a classe dominante engendrava sua estabilidade, pois a classe que


caísse nessa armadilha, não tinha conhecimento que sua liberdade de produção,
ou a posse da direção das fábricas, não revolucionava os modos de produção,
apenas substituía certos funcionários burgueses, por proletários, garantindo o
poder político-econômico através da ideologia de falsa liberdade, de livre
produção, em suma: através da coerção e do consenso da burguesia.

16
Ibidem, p 241.
Ao contrário, a relação hegemônica da classe operária e camponesa,
possibilitava identificar a intervenção burguesa nas formas de organização
operária, que tentava ludibriá-la por meio de sua participação no governo. A
hegemonia da classe trabalhadora permite a conscientização das massas, para
que sua autonomia e resistência contrahegemônica ao estado de coisas, seja
suficiente para a ditadura do proletariado.

É notável a permanência das Teses de Lyon na manifestação da concepção


gramsciana de hegemonia e ''bloco histórico''. Este último, era um conceito
baseado na aliança entre classes distintas, como a que ocorreu na Itália, quando
da formação do Estado moderno, com a relação entre a burguesia e a monarquia
piemontesa, a burguesia industrial do Norte e os latifundiários do Sul.

Neste sentido, podemos ver uma continuidade da questão meridional, sobre a


aliança entre operários do Norte e camponeses do Sul, e o trabalho intelectual do
partido. O trabalho intelectual ensejaria a formação da hegemonia da classe
trabalhadora.

Gramsci afirma que historicamente as classes dominantes produzem ''seus''


intelectuais, formando um grupo que propaga a ideologia da classe dominante, e
as representam por meio de seu trabalho técnico e científico, e seus privilégios.
Neste sentido, objetiva a continuidade do papel histórico do proletariado por
meio do partido, interrompido pelas condições da Itália.

(...) Gramsci propunha a necessidade da construção, na Itália, de um novo


''bloco histórico'', dos oprimidos, que se opusesse ao bloco agrário-industrial,
formado pelos operários do Norte e pelos camponeses do Sul, cimentado pela
função hegemônica desenvolvida pelo Partido Comunista. (...) Gramsci
retoma, para a Itália o programa bolchevique de antes de 1917, ou seja, a
''ditadura democrática dos operários e camponeses''. (...) (MAESTRI, Mário e

Luigi Candreva, 2007, p 251).

Assim, o partido seria o fio condutor para a formação intelectual dos operários,
mas como intelectual orgânico, ou seja, como classe de intelectuais hegemônica,
e conscientes de si como classe revolucionária, momento em que ocorre o que
Gramsci denomina por ''catarse'', isto é, quando a classe reconhece seu papel
histórico, superando a condição de classe em si, e ascendendo como classe para
si.17

Assim, o proletariado estaria além da consciência sindicalista ou reformista,


limitada a política. Ao contrário, perceberia o caráter histórico de suas condições
sociais, pois estas seriam a expressão de sua concepção materialista e dialética
trabalhadas pelo partido.

Portanto a formação intelectual abriria espaço para sua conscientização


política e para a formação de um bloco histórico revolucionário, como
hegemonia da classe trabalhadora em todas as suas camadas. Conclui Mário e
Luigi, sobre a definição de Gramsci de partido e seu papel na condução dos
intelectuais, da formação de um bloco histórico, de uma força hegemônica:

(...) Partindo da distinção entre classe em si e classe para si, ele propõe
algumas funções peculiares do partido. Antes de tudo o partido deve difundir
a concepção de mundo da classe á qual pertence. (...) O intelectual do partido
novo deve ser o vetor da cultura das classes em ascensão no processo de
construção da nova hegemonia necessária á imposição do ''bloco histórico''
das classes subalternizadas. Como materialização antecipatória da nova
sociedade, o partido político dos trabalhadores agirá no interior da sociedade
civil, construindo a nova hegemonia, através da educação e da organização
social. (MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, 2007, p 253).

O partido Comunista seria a condução da práxis revolucionária dos


trabalhadores, sob a relação dialética que Gramsci percebia entre a sociedade
política e a sociedade civil. A partir da concepção materialista da história,
concebia a luta de classes como uma relação não apenas antagônica, mas
dialética, pois as relações de produção criavam formas de concepções de mundo,
no qual sobressaia ideais que estavam sob o domínio da classe dominante, que se
utilizava destas ideias como mecanismo de dominação e direção política.

Assim se dava a coerção da classe operária pela classe dominante, assim se


fortalecia o poder e a hegemonia burguesa. Contudo, para subverter as condições
vigentes, o Partido deveria exercitar sua concepção de mundo, sua consciência
de classe, sua intervenção como sujeito histórico, atendendo as necessidades
materiais da classe operária e camponesa, e da Itália.

17
COUTINHO, Carlos Nelson, o leitor de GRAMSCI, p 22.
Por essa razão, a ''catarse'' seria uma necessidade da classe operária, sua
consciência e sua formação intelectual. Gramsci considerava como pressuposto
para o trabalho da formação dos ''simples'', da passagem de sua consciência
comum á consciência filosófica, a relação entre os intelectuais e as massas.

Não é que o proletariado não possua inteligência suficiente para tanto, ao


contrário, a experiência do proletariado, servira de base empírica para a
consciência do ''intelectual'', e a consciência deste resultaria na compreensão do
que o proletariado vivencia, ambos estabeleceriam uma relação complementar,
uma unidade orgânica da classe.

Ademais, o próprio Gramsci afirmava que todos os homens são intelectuais,


mas nem todos exercem a função de intelectuais,18 ou seja, os intelectuais seriam
aqueles que se organizam para a práxis, para a consolidação hegemônica. A
respeito da relação entre intelectuais e ''simples'', bem como sua função, Carlos
Nelson argumenta que Gramsci:

(...) distingue, por um lado, entre o "grande intelectual", aquele que cria
novas concepções do mundo, e a massa dos demais intelectuais, que
difundem tais concepções; e, por outro, faz também uma decisiva distinção
entre "intelectuais orgânicos", que são gerados diretamente por uma classe e
servem para lhe dar consciência e promover sua hegemonia, e "intelectuais
tradicionais", que se vinculam a instituições que o capitalismo herda de
formações sociais anteriores (como as Igrejas e o sistema escolar) (...) Tarefa
de uma classe que busca hegemonia é não apenas criar seus próprios
intelectuais "orgânicos", mas também assimilar aqueles "tradicionais''.
(COUTINHO, Carlos Nelson, 2011, p 30).

Contudo, há várias formas de definir o pensamento de Antonio Gramsci, seja


pelo seu aspecto político, ou filosófico, seja pela sua compreensão histórica e
cultural, seja como teórico da educação. O fato é que sua trajetória política
trouxera concepções que o próprio nunca sonhara, mas que seu papel histórico
pela sua contribuição como pensador marxista, foram inquestionáveis para a
superação das concepções simplistas do determinismo filosófico e do
reformismo político na Itália.

18
COUTINHO, Carlos Nelson, o leitor de GRAMSCI, p 29.
Sua concepção dialética da história, ainda que não provida de toda a obra de
Marx, formulou novas concepções políticas e sociais, novas relações entre
intelectuais e novas concepções de mundo para a classe trabalhadora. Sua
contribuição filosófica e educacional, abriu caminhos para novas críticas a
economia política burguesa e novas estratégias de organização política. Por mais
que o atraso da unificação da Itália, da repressão do fascismo, das concepções
burguesas e revisionistas predominassem, nenhuma foi capaz de cessar as
contribuições teóricas e políticas deste sardo revolucionário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- MAESTRI, Mário e Luigi Candreva, ANTONIO GRAMSCI: Vida e obra de


um comunista revolucionário. Editora: Expressão Popular, São Paulo, 2007.

- COUTINHO, Carlos Nelson, o leitor de GRAMSCI, Editora: Civilização


Brasileira, Rio de Janeiro, 2011.

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