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SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO DE BISSAU - STEB

CURSO DE LICENCIATURA EM TEOLOGIA

LUÍS MENDES

AFIRMAÇÃO DA FÉ CRISTÃ NA ERA PÓS-MODERNA

BISSAU

2021
LUÍS MENDES

AFIRMAÇÃO DA FÉ CRISTÃ NA ERA PÓS-MODERNA

Trabalho de conclusão do curso apresentado


ao Seminário Teológico Evangélico de Bissau
- STEB, como requisito para a obtenção do
título de Licenciatura em Teologia.

Orientadora: Profº. Aureliano Francisco


Pereira

BISSAU

2021
LUÍS MENDES

AFIRMAÇÃO DA FÉ CRISTÃ NA ERA PÓS-MODERNA

Trabalho de conclusão monográfico apresentado ao Seminário Teológico Evangélico de


Bissau-STEB para obtenção do título de licenciatura em Teologia.

COMISSÃO JULGADORA:

_____________________________________________________

Coordenador Academico

Pr. Março Tchongo

Seminário Teológico Evangélico de Bissau - STEB

_____________________________________________________

Presidente da Banca

Pr. Dr. Andrelino Lopes Correia

Seminário Teológico Evangélico de Bissau – STEB

_____________________________________________________

Profº. Orientador

Aureliano Francisco Pereira

Seminário Teológico Evangélico de Bissau – STEB


Bissau, ___ de Março de 2021

DEDICATÓRIA

A Deus Todo-Poderoso, pela benção ao longo de todos estes anos;

A minha mãe – Dona Puari, pelo cuidado que me tem dado;

A minha esposa – Teresa Alberto Gomes Mendes, pelo sacrifício prestado ao meu favor;

Aos meus filhos – Aganga e Mantsunkara pela colaboração;

A todos os meus colegas de classe que contribuíram na construção do meu carácter;

Ao STEB na pessoa do seu director Pr. Avenito Tchuda Embambé, o corpo docente e
colaborador
AGRADECIMENTOS

Meu agradecimento especial ao meu criador – Deus de Abraão;

A minha mãe e meus irmãos biológicos pelo cuidado e apoio prestado;

A minha esposa e os meus filhos – pela colaboração ao longo destes anos;

A Missionária Ana Selma Dias de Oliveira pelo encorajamento e despertamento;

Aos meus pastores: Purna Gili, Mário Cá e Domingos Lourenço Pereira;

A igreja de Augusto Barros que me ajudou a crescer no Ministério;

Ao pastor Máio Fernandes Cá Júnior por perceber que há algo de Deus em mim;

A todos aqueles que dobraram os seus joelhos em oração ao meu favor;

Aos meus colegas de turma que me ajudaram;

Aos meus amigos, irmãos em cristo JESUS que contribuírem de uma forma directa e indirecta
para o meu estudo durante esses quatro anos. E em especialmente a minha igreja, a igreja
Evangélica em Aeroporto, a toda equipa da direcção e a todos os seus membros.

A todos, meus sinceros agradecimentos. Que DEUS abençoe a todos em nome de JESUS
CRISTO. Amém
RESUMO

O Presente trabalho se destina a estudar a fé cristã na era pós-moderna. Um


assunto bastante importante, senão indispensável para o cristianismo nos dias
actuais, considerando que o cristianismo sem fé é uma simples história dos homens.
Ela é o dom de Deus que capacita e habilita o homem a abraçar o cristianismo e
persistir na caminhada até ao fim. Neste trabalho, foi abordado um breve panorama
histórico da fé cristã a partir da antiguidade clássica passando pelo período Inter
bíblico caracterizado pelo silencio profético, mas não deixa de ser importante para a
fé cristã do ponto de vista bíblico, da era apostólica – da forma como a fé foi
importante na revolução que os apóstolos provocaram e da era patrística – dando a
intender os ataques de que a fé cristã foi alvo e da victória conseguida ao longo
desse tempo; pela idade média, os terríveis ataques contra a igreja de Deus e da
forma como ela triunfou sobre tudo e da idade moderna, sobretudo, os movimentos
que surgiram ao longo desse período que influenciaram e influenciam a vida da
igreja até agora; como também foi abordado os ensinamentos do pós-modernismo
pondo em relevo as suas características e os ensinamentos bíblicos sobre esse
período; falou-se também dos perigos do pós-modernismo para a fé cristã, em
particular para a família, considerada núcleo da sociedade e por último dos possíveis
caminhos para a afirmação da fé cristã na era pós-modernismo no pano individual e
no plano colectivo. Portanto, deseja-se que este trabalho possa ser um importante
instrumento para o despertamento cristão que se quer tanto nestes últimos dias e,
que possa ainda servir de um manual de orientação aos líderes, professores e
pesquisadores cristãos sobre a afirmação da fé cristã na era pós-moderna.

Palavras-chave: fé, crista, pós-modernismo, perseguição.


ABSTRACT

The present work is proposed to study the christian faith in the postmodern era. A
quite important subject, if not indispensable to the christianity nowadays, considering
that christianity without faith is a simple history of men. It is the gift of God that
empowers and enables man to embrace christianity and persevere in the journey to
the end. In this work, a brief historical panorama of the christian faith from classical
antiquity was approached through the Inter-biblical period, which was characterized
by prophetic silence, but does not let been important to the christian faith from a
biblical point of view of the apostolic era – of the way in which faith was important in
the revolution that the apostles provoked and of the patristic era – giving an
understanding of attacks on which the christian faith was targeted and the victory
achieved over that time; by the middle ages, the terrible attacks against God's church
and the way it be triumphant over everything and the modern age, above all, the
movements that arose throughout this period that influenced and still influencing the
life of the church up to now; as the teachings of postmodernism were also
approached, highlighting its characteristics and biblical teachings about this period;
there was also discourse of the dangers of postmodernism for the christian faith, in
particular for the family, considered the core of society and finally the possible paths
to the affirmation of the Christian faith in the postmodernism era in the individual and
collective plan. Therefore, it is wished that this work can be an important tool for the
christian awakening that is wanted so much in these last days and that it can still
serve as a guidance manual for Christian leaders, teachers and researchers on the
affirmation of the christian faith in the postmodern era.

Keywords: faith, christian, postmodernism, persecution.


8

Sumário
RESUMO.....................................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................16
2 PROBLEMATIZAÇÃO.........................................................................................17
3 JUSTIFICATIVA...................................................................................................18
4 OBJECTIVOS.......................................................................................................19
5 HIPOTESE............................................................................................................20
6 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................21

7 METODOLOGIA...........................................................................................22
7 AFIRMAÇÃO DA FÉ CRISTÃ ATRAVÉS DOS TEMPOS – PERSPECTIVA
HISTÓRICA.............................................................................................................23
7.1 A FÉ CRISTÃ NA IDADE ANTIGA;..............................................................23
7.1.1 DEFINIÇÃO................................................................................................23
7.1.2 CARACTERÍSTICAS..................................................................................24
7.1.2.1 Silêncio profético que caracterizou o período intertestamentário. .24
7.1.2.2 Formação e desenvolvimento dos impérios: Grego e Romano......25
7.1.2.2.1 Domínio Grego......................................................................................25
7.1.2.2.2 Alexandre Magno, também conhecido como Alexandre o Grande, o
fundador do Império e da cultura grega..............................................................26
7.1.2.2.3 O helenismo como a cultura que dominou o mundo........................26
7.1.2.2.4 Situação do Judeus..............................................................................27
7.1.2.3 Domínio Romano...................................................................................28
7.1.2.3.1 Situação dos Judeus............................................................................29
7.1.3 A ERA APOSTÓLICA DA IGREJA.............................................................30
7.1.4 A ERA PATRÍSTICA “OS PAIS DA IGREJA”.............................................31
7.2 A FÉ CRISTÃ NA IDADE MÉDIA..................................................................33
7.2.1 DEFINIÇÃO................................................................................................33
7.2.2 CARACTERÍSTICAS..................................................................................33
7.2.2.1 Desenvolvimento do Papado...............................................................33
7.2.2.2 As cruzadas...........................................................................................33
7.3 A FÉ CRISTÃ NA IDADE MODERNA...........................................................34
7.3.1 DEFINIÇÃO................................................................................................34
7.3.2 CARACTERÍSTICAS..................................................................................34
9

8 OS ENSINAMENTOS DO PÓS – MODERNISMO...........................................36


8.1 O PÓS – MODERNISMO..............................................................................36
8.1.1 DEFINIÇÕES..............................................................................................36
8.1.2 CARACTERÍSTICAS..................................................................................38
8.1.2.1 A negação da ordem estabelecida como permanente......................38
8.1.2.2 A sociedade do hiperconsumo............................................................38
8.1.2.3 Instantaneidade.....................................................................................39
8.2 O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O PÓS-MODERNISMO................................39
9 OS PERIGOS DO PÓS – MODERNISMO PARA A FÉ CRISTÃ....................45
9.1 RELATIVISMO...............................................................................................47
9.2 RELIGIOSIDADE...........................................................................................48
9.3 DETERRIORAÇÃO DOS PILARES DA SOCIEDADE..................................49
9.3.1 FAMÍLIA......................................................................................................50
9.3.2 A ESCOLA, A POLÍTICA E A CULTURA...................................................51
10 A FÉ CRISTÃ E O PÓS – MODERNISMO: POSSÍVEIS CAMINHOS.........53
10.1 DEFINIÇÃO....................................................................................................53
10.1.1 FÉ...............................................................................................................53
10.2 AO NÍVEL PESSOAL.....................................................................................54
10.3 AO NÍVEL COLECTIVO – DA IGREJA.........................................................56
RECOMENDAÇÃO.................................................................................................60
CONCLUSÃO..........................................................................................................61
REFERÊNCIAS.......................................................................................................62
10

1 INTRODUÇÃO

A afirmação da fé cristã desde a era antiga foi sempre a questão que mereceu a
preocupação dos líderes religiosos. Pois ela é o cerno daquilo que chamamos hoje
de cristianismo. Na antiguidade, sobretudo no período dos pais da igreja, há uma
boa memória da forma como estes se formaram contra os perigos que podiam por
em causa a firmação da sua fé e, por isso, mesmo o autor de Hebreus lhes chama
de heróis de fé. Porque de facto venceram a batalha contra o inimigo da fé cristã.

Na era apostólica, a fé cristã não obstante ser nova com muita oposição dos líderes
judeus, conseguiu firmar-se e expandir-se com o ensino dos apóstolos e a sua
bravura na evangelização, no fim deste período – já na entrada ao período dos pais
da igreja, a fé cristã foi alvo de uma grosseira e brutal perseguição movida pelas
autoridades. Mas mesmo assim, ela não se sucumbiu pois, estes líderes estavam
dispostos a pagar pelo preço da cruz suportando as aflições desta vida para ganhar
a coroa da vida.

Na idade media, a fé cristã sofreu uma perseguição um pouco diferente movida pelo
catolicismo romano e, a igreja começou a fundar-se até que certos homens movidos
pelo temor de Deus se consagravam a vida monástica, mais tarde esse movimento
ganhou força e, começou a pré-reforma cujo ápice aconteceu na idade moderna.

Nos dias actuais ou seja, na era pós-moderna, a fé cristã está sob uma perseguição
muito mais diferente de todas as outras considerando os avanços tecnológicos
registados. As médias foram todas contaminadas e, se transformaram nos cavalos
de batalha do inimigo da fé cristã. Neste sentido, somos todos convidados a
despertar para a luta por esta causa com recurso às ferramentas bíblicas.
11

2 PROBLEMATIZAÇÃO

A crise da nossa era não é apenas da ética e moral como muitos pensam, ela é
sobretudo, da crença (fé). Essa onda crescente de sinais de falsidade doutrinária
que assola a igreja de Cristo na actualidade é resultante da má afirmação da fé
cristã e dos vícios e distúrbios produtos que a pós – modernidade comporta.

A religiosidade e superficialidade estão cada vez mais dominando a vida dos fiéis
nas igrejas, o cepticismo vem ganhando proporções consideráveis e preocupantes.
Tudo é relativo e o individualismo reina em detrimento da vida colectiva do povo de
Deus enquanto um corpo. Em consequência, como forma de satisfazer os anseios
do seu coração, o homem criou e está a criar formas de adoração talvez nunca vista
na história do universo.

Face a esta variedade de formas de adoração inventada pelo homem, levantamos o


seguinte questionamento:

Como é que a fé cristã se firmou através dos tempos?


O que o pós – modernismo ensina?
Quais os perigos que o pós – modernismo tem oferecido a fé cristã?
Como é que a fé cristã pode afirmar-se na era pós – moderna?
12

3 JUSTIFICATIVA

O homem é influenciado fundamentalmente pelo meio e circunstâncias que o


rodeiam. Entender essa verdade faz toda a diferença.

A vida cristã sofreu influências diversificadas no decorrer das eras, mesmo antes do
nascimento de Cristo e, de acordo com os problemas de cada uma destas eras, a fé
cristã se permaneceu inabalável.

Hoje, numa era bastante evoluída e diferente das outras, caracterizada pela
evolução da tecnologia e de conhecimento, a fé cristã parece ser algo ultrapassado
ou simplesmente mitológico.

Daí que, entender os ensinamentos bíblicos sobre o pós – modernismo por meio da
identificação da afirmação da fé cristã através dos tempos e da forma como esta se
pode permanecer inabalável nesta era, será considerado uma conquista tanto da
parte do pesquisador quanto da comunidade cristã.

O tema é viável pois há um conjunto de livros de autores com autoridade na matéria


que serão objecto de consulta como também se fará recurso à internet e outras
fontes para o enriquecimento do trabalho.
13

4 OBJECTIVOS

4. 1 Geral

Procurar entender os ensinamentos bíblicos sobre a pós – modernidade por


forma a ajudar a comunidade cristã a permanecer firme e incontaminável dos
vícios desta era.

4. 2 Específicos

Procurar entender como é que a fé cristã se firmou através dos tempos –


perspectiva histórica;
Entender os ensinamentos bíblicos sobre a pós – modernidade:
características dos últimos dias;
Identificar os perigos que o pós – modernismo tem oferecido a fé cristã –
principais características do pós – modernismo;
Entender como é que a fé cristã pode firmar-se na era pós – moderna:
possíveis caminhos.
14

5 HIPOTESE

Parte-se do pressuposto de que se a igreja não conhecer os ensinamentos do pós –


modernismo e as características desse período, corre o risco de desviar e de ser
levado pelas correntes desta era. Os desafios e perigos que esta era comporta: o
relativismo, o individualismo, a religiosidade, a superficialidade e o surgimento de
novos segmentos religiosos, entre outros, pode afectar a afirmação da fé cristã e
arruinar os pilares da fé cristã.

Do contrário, acredita-se que, com o conhecimento dos ensinamentos bíblicos sobre


o pós – modernismo, dos seus desafios e perigos contra a fé cristã, pode ajudar os
fiéis a terem um entendimento claro das orientações bíblicas e, por conseguinte,
saber posicionar-se nos firmes pilares da fé cristã.
15

6 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a concretização deste projecto de monografia, adopta-se dois autores como


referencial teórico: John Macarthur, e John Stott. Por seguintes motivos:

John Fullerton MacArthur, Jr. (Los Angeles, 19 de junho de 1939) é um ministro e


escritor evangélico norte-americano, muito conhecido por seu programa de rádio
veiculado internacionalmente intitulado Graça para Você (Grace to You). MacArthur
tem servido desde 1969 como pastor e professor na Igreja evangélica "Grace
Community Church", na cidade de Sun Valley, na Califórnia. Actualmente é também
o presidente do The Master's University, em Newhall, Califórnia, e ainda do The
Master's Seminary, em Los Angeles, Califórnia. Mencionar sobretudo, a obra mais
utilizada.

John MacArthur foi o autor (ou editor) de mais de 150 livros, sendo o mais notável de
todos a Bíblia de Estudo MacArthur (John MacArthur Study Bible), que já vendeu
mais de 1 milhão de cópias, tendo recebido o importante prêmio "Gold Medallion
Book Award." Entre seus livros mais famosos inclui-se também a série Comentários
sobre o Novo Testamento por John MacArthur (com mais de 1 milhão de cópias
vendidas), Doze Homens Comuns (mais de 500.000 exemplares vendidos), e ainda
o livro infantil A Fé para o Crescimento, o qual rendeu a MacArthur um prêmio ECPA
Christian Book Award.

John Robert Walmsley Stott, CBE (27 de abril de 1921 – 27 de julho de 2011) foi
um pastor e teólogo anglicano britânico, conhecido como um dos grandes nomes
mundiais evangélicos. Foi um dos principais autores do pacto de Lausana, em 1974.

Uma de suas maiores contribuições internacionais são seus livros. John Stott
começou sua carreira de escritor em 1954, publicando mais de 40 livros e centenas
de artigos, além de outras contribuições à literatura cristã.

Entre os seus títulos mais famosos estão: Cristianismo Básico, Crer é Também
Pensa, Porque Sou Cristão, A Cruz de Cristo, Eu Creio na Pregação, Firmados na
Fé, Cristianismo Equilibrado, Entenda a Bíblia, Cristianismo Autêntico, O Perfil do
Pregador, Ouça o Espírito, ouça o mundo, O discípulo radical (sua última obra).
16

7 METODOLOGIA

O referido pré-projecto será feito através de uma pesquisa bibliográfica, no qual far-
se-á consultas periódicas e sistemáticas de obras literárias existentes sobre o tema
e obras afins com o intuito de procurar entender os ensinamentos bíblicos sobre o
pós – modernismo por meio da identificação da firmação da fé cristã através dos
tempos e da forma como esta se pode firmar-se nesta era.
17

7 AFIRMAÇÃO DA FÉ CRISTÃ ATRAVÉS DOS TEMPOS – PERSPECTIVA


HISTÓRICA

Aquele que deseja viver um cristianismo autêntico, precisa estudar e


conhecer a sua história. MATOS (2005, p. 2)1 nos diz que: “Conhecer a história da
igreja é conhecer as origens, as raízes e a identidade dos cristãos. Essa história é
narrada e interpretada a partir da caminhada cristã ao longo dos séculos”.

A mensagem Bíblica é imutável e actual, pois ela é mesma ontem, hoje e para
sempre. A cada tempo, o homem só precisa fazer dela uma interpretação
contextualizada para o seu tempo. (GRENZ, e OLSON 2003, p. 2) 2 disseram que:

A fé cristã é imutável, mas é apresentada para um mundo em


transição. Por isso a teologia deve mover-se entre três pólos - o
evangelho bíblico, a tradição da igreja e as formas contemporâneas
de pensamento. Ela usa os três com o objectivo de articular a
confissão imutável de Jesus num contexto em transformação e,
assim, ser relevante para as questões das gerações por vir.

7.1 A FÉ CRISTÃ NA IDADE ANTIGA;


7.1.1 DEFINIÇÃO

As fontes consultadas deram-nos seguintes definições sobre a idade antiga:

Sousa (2019)3 disse que, “Vai de 400 anos antes de Cristo até o ano de 476
depois de Cristo”.

Matos na sua obra – os fundamentos da teologia histórica, falando do período


antigo diz que: “teve seu início com o surgimento da comunidade cristã original que
resultou de uma série de eventos singulares e essenciais, além de seus elementos
peculiares”.4

Alguns autores dividem a idade antiga em duas civilizações:

1
MATOS, Alderi Souza. A caminhada cristã na história: A Bíblia, a igreja e a sociedade ontem e hoje. Ultimato,
2005.
2
GRENZ, St a n l e y J.; OLSON, Roger E. A teologia do século 20: Deus e o mundo numa era de transição. Tr.
Suzana Klassen; SP: Cultura cristã, 2003;
3
SOUSA, Rainer Gonçalves. A divisão da história. (2019) Disponível em:
https://escolakids.uol.com.br/historia/a-divisao-da-historia.htm
4
MATOS, Alderi Souza de. Fundamentos da teologia histórica. SP: Mundo cristão, 2008, p. 17.
18

 Civilizações pré-clássicas que vai do século IV a.C. ao século V a.C. na qual se


desenvolveram as primeiras civilizações do oriente como as de Suméria e do
Egipto.
 Civilizações clássicas que se situa entre o século V a.C. ao século IV d.C. (ano
476) durante a qual se desenvolveram as sociedades clássicas nomeadamente a
Grécia e o Imperio Romano5.

7.1.2 CARACTERÍSTICAS

Para o Gonçalves (2019)6, “esse período foi marcado pela formação de uma
série de civilizações: Egípcia, Sumérios, Mesopotâmios, Gregos e Romanos”.

Entretanto, tendo em consideração as divisões feitas dessa idade, o nosso


estudo focaliza à civilização clássica durante a qual se desenvolveram as
sociedades clássicas nomeadamente a Grécia e o Imperio Romano.

Algumas das características desse período que podemos destacar tendo em


conta as considerações referidas, são:

7.1.2.1 Silêncio profético que caracterizou o período intertestamentário

O Tognini (1951, p5)7, mostra que esse período vem da última profecia de
Malaquias sobre o percursor do Messias ao seu cumprimento em Mateus com o
anúncio do nascimento de João Batista.

Malaquias termina com a promessa do precursor do Messias (Ml 4.4-6; 3.1).


Mateus 3.1 é o cumprimento fiel dessa profecia. No entanto, entre a profecia
(Ml 3.1) e seu cumprimento (Mt 3.1), transcorreram nada menos de 400 anos. Em
ligeiros traços, temos aqui uma parte significativa da história do povo de Deus.

De facto, nesse período, ocorreram factos de grande significado e que


marcaram a história do povo de Deus. Tognini (1951. p. 5.)8, Afirma que “Os 400 anos
do Período Interbíblico se caracterizam pela cessação da revelação bíblica, pelo

5
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6
SOUSA, loc. cit.
7
TOGNINI, loc. Cit.
8
._________ p.5
19

silêncio profundo em que Deus permaneceu em relação ao seu povo, pois durante
esse tempo nenhum profeta se levantou em nome de Deus”.

Esse silêncio em que Deus permaneceu, levou com que o homem tentasse
pela iniciativa própria procurar a Deus com recurso aos métodos humanos. É o que
se pode intender da obra de (TOGNINI, 1951. p. 1.)9.

No silêncio desesperador desses 400 anos, o Senhor deixou que os esforços dos
homens na resolução de problemas espirituais falhassem; que a filosofia se
desmoronasse; que o poder material enfadasse as almas; que a imoralidade
religiosa desiludisse a todos, mesmo os corações mais ímpios; que a corrupção
campeasse e atingisse as raias da depravação, mostrando assim ao homem a
inutilidade de tais sistemas e instituições.

Mesmo em silêncio durante os 400 anos, Deus nunca perdeu o governo do


mundo. Por isso, conduziu a história para o cumprimento do seu propósito, 1º
advento de Cristo, no qual dois impérios se destacaram em termos de contribuição
para esse fim: Império Grego e Imperio Romano.

7.1.2.2 Formação e desenvolvimento dos impérios: Grego e Romano

De acordo com Dana (1990, p.16) 10 “para a compreensão e apreciação exacta


do progresso do cristianismo primitivo, necessária é a percepção dos factores e
relações que presidiram este mundo grego-romano”

7.1.2.2.1 Domínio Grego

O Professor-conteudista Brito (p.19) 11, nos apresenta três pontos ligados ao


Imperio Grego: “Alexandre Magno, também conhecido como Alexandre o Grande, o
fundador do Império e da cultura grega; O helenismo como a cultura que dominou o
mundo e a contribuição da cultura grega para a futura divulgação do evangelho” .

7.1.2.2.2 Alexandre Magno, também conhecido como Alexandre o Grande,


o fundador do Império e da cultura grega
9
_________ p.1
10
DANA, Harvey Eugene. O mundo do Novo Testamento: um estudo do ambiente histórico e cultural
do Novo Testamento, tradução de Jabes Torres, 4ª edição, Rio de Janeiro, 1990, p.16
11
BRITO, Eurípedes Pereira de. Período intertestamental e os dois testamentos: governo dos
Ptolomeus, p. 19
20

Destacado e habilidoso soldado que substituiu o pai no reinado falecido muito


jovem com apenas 33 anos de idade, BRITO (p. 17) 12 afirma que,

Há duas versões para sua morte: a de que ele teria contraído uma forte febre
e falecido; e a outra que ele teria sido ferido nas batalhas e morto. O fato é
que ele morreu muito com 33 anos de idade, ou seja, ainda muito jovem.

Tognini, (1951,p.35)13. Continua dizendo que,

[…] que Aristóteles, quando Alexandre aprendia sentado aos seus pés,
aconselhou- o um dia que tratasse os gregos como homens livres e os
orientais como escravos. O discípulo respondeu: “Minha missão é divina e
consiste em ‘unir’ e ‘reconciliar’ o mundo”. Alexandre continuou a obra
grandiosa de seu pai. Fez época, a qual podemos chamar de “O século de
Alexandre”. No curto reinado de 13 ou 14 anos, ele lançou as bases de uma
nova civilização, contribuiu grandemente para o bem da humanidade e de
um modo especial para o advento de Jesus.

Na verdade, não há nenhum aspecto do mundo mediterrâneo deste período


que não foi atingido pela influência da cultura grega – o helenismo. Mesmo o
judaísmo, com a sua exclusividade forma de ser e a sua lealdade para com seus
ideais e cultura (respeito ao Torá), foi impotente para livrar-se dos efeitos
permeantes do helenismo (DANA, HARVEY EUGENE.1990, p.145)14

7.1.2.2.3 O helenismo como a cultura que dominou o mundo

Dana (1990, p.63)15 descreve a invasão do Helenismo à Lei Mosaica a partir


da conquista de Macedónia pelo Alexandre Magno como sendo o perigo mais sério
já experimentado pela Lei Mosaica, diferentemente da dominação persa que foi
tolerante, não limitou seriamente os Judeus contra a supremacia da Lei, permitindo-
lhes o livre exercício de seus privilégios religiosos.

Nichols (2004, p. 19)16 disse que,

É fácil compreender o resultado do contacto dos gregos com outros povos.


A sua influência estendeu-se por toda a parte, aprofundando o pensamento
dos homens nessas ideias e pesquisas que se relacionavam com as
grandes questões da vida. Esse tipo de curiosidade intelectual e essa
prontidão de raciocínio prevaleciam nos principais centros do mundo grego-
romano, lugares esses que depois foram alcançados pelos primeiros
missionários com a pregação do cristianismo.
12
___________, p. 17
13
TOGNINI, op. cit. p.35
14
______ _____p, 145
15
DANA op. cit, p. 63
16
NICHOLS, robert hastings. história da igreja cristã. 12ª edição. tradução de j. maurício wanderley.
editora cultura cristã. são paulo. 2004. p. 19
21

Para o Nascimento (2008, p. 80)17, a contribuição grega para o primeiro


advento de Cristo pode ser resumida em dois aspectos: “A Língua: O evangelho
universal precisava de uma língua universal para poder exercer um impacto global
sobre o mundo. A Filosofia: Esta preparou caminho para o cristianismo, pois levaram
a destruição às antigas religiões através dos seus questionamentos”.

Desta forma, Nichols (2004, p. 19)18 destaca seguintes contribuições do povo


Grego: “os filósofos gregos que levavam o povo a pensar e a língua universal – o
grego Koiné ou dialecto “comum”.

7.1.2.2.4 Situação do Judeus

Tognini (p. 6)19 descrevendo o Ambiente do Período Interbíblico, relata desta


forma a situação do povo Judeu:

Antes do início do Período Interbíblico, as tribos de Israel já haviam


desaparecido. Foram absorvidas pela sagacidade dos assírios. Isaías
profetizara que apenas um “restante” de Judá seria salvo. Com efeito, a
tribo de Judá sobreviveu a todas as intempéries, tribulações e humilhações
a que foi submetida, além de enfrentar o furor dos inimigos. Depois que a
tempestade babilónica passou, Judá despontou fulgente em Jerusalém, a
fim de reiniciar seus trabalhos e de continuar suas tradições religiosas.

Brito (p.21)20 “De acordo com uma antiga tradição foi sob Ptolomeu Filadelfo
(285-246 a.C.) que setenta e dois eruditos judeus começaram a tradução do Antigo
Testamento hebraico para o grego, versão essa que se chamou Septuaginta”.

Brito (p.22)21 destaca dois pontos salientes sobre o domínio dos selêucidas:

Primeiro: nessa época a Palestina dividiu-se em cinco províncias, as quais


encontramos nos tempos do Novo Testamento, a saber: Judeia, Samaria,
Galileia, Peréia, Traconites (algumas vezes as três primeiras são chamadas
colectivamente de Judeia). Segundo: este período sírio foi o mais trágico da
era intertestamentária para os judeus na pátria (BRITO p. 22 apud BAXTER,
1985, p. 17).

Mas 198 a. C., a Judeia fora arrebatada dos Ptolomeus pelo reino grego-
sírio dos selêucias e logo se articulou um esforço por parte do governo no
sentido de helenização compulsória. Isso levou imediatamente à rebelião

17
NASCIMENTO, GIlvan. Apostila de estudo teologico: a serviço de Mestre. Antigo Testamento. A
história de Israel. 2008. P. 80.
18

19
TOGNINI op. Cit p. 6
20
BRITO, Eurípedes Pereira de. Período intertestamental e os dois testamentos: governo dos
Ptolomeus; p. 21
21
________ p. 22
22

declarada e, eventualmente, resultou na independência da nação judaica.


(DANA, HARVEY EUGENE. 1990 p. 65)22.

Dana (1990, p. 65-66)23 destaca três causas principais destas batalhas:


“efeitos desmoronadores da influência helenizante, as contendas e deslealdades
internas e extrema crueldade de Antíoco”.

Esse virtuoso e nobre judeu queixava-se frequentemente a seus filhos do


estado deplorável em que a nação se encontrava: da ruína de Jerusalém,
da desolação do Templo e de tantos outros males que a afligiam. E
acrescentava que lhes seria muito melhor morrer pela defesa das leis e da
religião de seus pais que viver sem honra em meio a tantos sofrimentos.
(JOSEFO, FLÁVIO 2004, p. 548)24

Depois deste período de batalha, Palestina conquistou a sua independência


por um curto prazo, gozou de descanso sob a sabia liderança de Simão Brito, ( p. 26-
27)25

Judas Macabeu foi morto em batalha (160 A C), e seus irmãos, Jónatas e
posteriormente, Simão, sucederam-no na liderança. Jónatas começou a
reconstruir as muralhas danificadas e os edifícios de Jerusalém. Assumiu,
igualmente, o ofício sumo sacerdotal. Simão conseguiu o reconhecimento
da independência judaica da parte de Demétrio II, um dos que competia
pela coroa dos Selêucidas, tendo renovado um tratado com Roma que
originalmente fora firmado por Judas. Por um curto prazo, a terra gozou de
descanso e prosperidade sob a sábia liderança de Simão. As cidades foram
reconstruídas, os campos, e as artes pacíficas mais uma vez avançaram.

7.1.2.3 Domínio Romano

Após alguns anos de estabilidade, Judeia umas das regiões da Palestina


voltou a cair nas mãos de um emergente e forte império (Roma). Pompeu um grande
guerreiro toma Judeia e nomeia no cargo de Governador João Hircano, o último dos
hasmoneanos (exercia o cargo nominalmente) enquanto o idumeu Antipater
desempenhava o poder verdadeiramente (BÍBLIA DE SCOTFIELD p. 2). 26

Nichols (2004, p. 17-18)27 revela que:

22
DANA, op. Cit p, 65
23
DANA, op. Cit p, 65-66
24
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus: de Abraão a queda de Jerusalem. Tradução de Vicente
Pedroso, 8ª edição, Editora, Casa publicadora das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro, 2004, p.548
25
BRITO, op. Cit p. 26-27
26
Bíblia de Scotfield p. 2
27
NICHOLS. Op. Cit. p. 17-18
23

Por muitas eras, governos separados tinham formado grupamentos


humanos que se sentiam diferentes e isolados de todos; mas, com o
Imperio Romano, os povos se unificam, no sentido em que todos os
governos tinham sido derrubados e um poder único dominava em toda a
parte.
Além disso, o poder de Roma trouxe uma paz universal, a Pax Romana. As
guerras entre as nações tornaram-se quase impossíveis sob a égide desse
poderoso império. Essa Paz entre os povos favoreceu extraordinariamente a
disseminação, entre as nações, da religião que pretendia um domínio
espiritual universal.
Finalmente, a administração Romana, que era sabia, forte e vigilante, tornou
fáceis e seguras as viagens e comunicações entre as diferentes partes do
mundo.

7.1.2.3.1 Situação dos Judeus

O império Romano é um império religioso. Roma reconhecia o valor da


religião e, neste sentido, apoiava o Estado a fim de que este a promovesse como
funcionários do Estado a expensas do erário público. Havia enorme quantidade de
deuses cujos cultos se restringiam apenas aos lugares particulares, às profissões e
às famílias. No entanto, o culto promovido pelo Estado, era dirigido para os deuses
de interesse geral nas questões que se relacionavam com o tempo, colheitas, ou
vitórias conquistadas nas batalhas. (DANA, HARVEY EUGENE. 1990, p. 137).28

O Estado Romano na sua política para com as religiões estrangeiras, exercia


um forte controlo a prática religiosa. (JACKSON A. D.. 461, p. 45 apud DANA,
HARVEY EUGENE. 1990, p. 138)29, disse o seguinte:

Na verdade, o Estado arrogava-se o direito de decidir a cerca dos deuses


que podiam ser adorados, e, embora não se preocupasse com as opiniões
particulares do individuo, ele prescrevia os objectos da adoração pública, e
de tempos em tempos, insistia sobre a devida reverência que se lhes devia
prestar

Além deste problema de controlo da prática religiosa, um outro problema se


levantava e que mais tarde se fez sentir amplamente. Tal problema era relacionado
com o culto ao imperador romano, sob patrocínio do governo com a finalidade
política. Uma eventual recusa a participação deste culto oficial do imperador
significava a clara demonstração da deslealdade para com o império romano e, em
caso de persistência, esta poderia ser incriminada como traição. Isto fez do culto ao

28
DANA, op. Cit. p. 37
29
Ibdem, p. 138.
24

imperador um sério handicap para os cristãos primitivos e uma das causas da sua
frequente e severa perseguição (DANA, HARVEY EUGENE. 1990, p. 139)30.

7.1.3 A ERA APOSTÓLICA DA IGREJA

A era apostólica da igreja iniciou com o Pentecostes. […] Dez dias depois, no
Pentecoste, desce sobre eles o Espírito Santo prometido por Jesus e, a partir de
então, tornaram-se testemunhas destemidas do mestre. Esse facto, pode ser
percebido a partir do discurso do Pedro (NICHOLS, ROBERT HASTINGS. 2004, p.
30).31

Durante este período, os discípulos sob a orientação do Espírito Santo,


carregaram sobre os seus ombros a missão de expandir o reino de Deus ao mundo
enfrentando oposições e perseguições.

Cesaréia (2002, p. 31)32, transmite melhor essa ideia:

[…] Em seguida ao martírio de Estevão produziu-se a primeira e grande


perseguição contra a Igreja de Jerusalém por parte dos mesmos judeus.
Todos os discípulos, excepto os doze, dispersaram-se por toda a Judeia e
Samaria.

Posição reforçada por Hurlbut (1979, p. 33, 38) 33.

Na perseguição iniciada com a morte de Estêvão, a igreja em Jerusalém


dispersou-se por toda parte. Alguns de seus membros fugiram para
Damasco; outros foram para Antioquia da Síria, distante cerca de 480
quilómetros. Em Antioquia os fugitivos frequentavam as sinagogas judaicas
e davam seu testemunho de Jesus, como sendo o Messias. Em todas as
sinagogas havia um local separado para os adoradores gentios; muitos
destes ouviram o evangelho em Antioquia e aceitaram a fé em Cristo.
Por decisão do concílio realizado em Jerusalém, a igreja ficou com liberdade
para iniciar uma obra de maior vulto, destinada a levar todas as pessoas, de
todas as raças, e de todas as nações para o reino de Jesus Cristo.

Hurlbut (ibidem p. 50)34, Cerca do ano 90, o cruel e indigno imperador


Domiciano iniciou a segunda perseguição imperial aos cristãos. Durante esses dias,

30
Ibdem, p. 139.
31
NICHOLS. Op. Cit. p. 30
32
CESARÉIA, Eusébio de. História eclesiástica. Tradução de Walfang Fischer. Editora Novo Século.
São Paulo. 2002. P. 32
33
HURLBUT, Jesse Lyman. História da igreja cristã. Editora Vida. São Paulo. 1979. P. 33, 38.
34
Ibidem. P. 50
25

milhares de cristãos foram mortos, especialmente em Roma e em toda a Itália. É


provável que João tenha morrido em Éfeso por volta do ano 100.

7.1.4 A ERA PATRÍSTICA “OS PAIS DA IGREJA”

Nichols (2004, p. 39, 40)35 Descreve a expansão do cristianismo nos finais do


Iº para início do IIº século atingido lugares distantes e indivíduos de todas as classes
sociais.

Entre o ano 100 d. C. e o reinado de Constantino, o cristianismo alcançou


maravilhosos progressos. Em 313 era a religião dominante na Asia Menor,
região muito importante do mundo de então, como na Trácia e na longínqua
Arménia.
O cristianismo introduziu-se em todas as classes sociais. Passara já o
tempo de só se encontrarem cristãos entre as classes paupérrimas e
iletradas.

Eis as razões da sua expansão apresentadas por Nichols (2004, p. 41-42) 36:

No início desse período, como no século 1º, houve muitos missionários


itinerantes que foram os pioneiros do cristianismo […].os apologistas ou
defensores intelectuais do cristianismo realizaram uma grande obra
missionaria. Um deles foi Justino, o Mártir (100-165) […]. Outro apologista
importante foi Tertuliano (160-320), advogado cartaginês, já de meia-idade,
converteu-se ao cristianismo […]. Exemplo notável de mestre foi Orígenes
de Alexandria (185-253) […]. Todavia, a maior parte da obra que contribuiu
poderosa e decisivamente para espalhar a causa da cruz foi realizada pelos
cristãos em geral.

Hurlbut (1979, p. 57-58)37 Apresenta os motivos que “ forçaram o governo, de


um modo geral justo e que procurava o bem-estar de seus concidadãos, a tentar
durante duzentos anos, suprimir uma instituição tão recta, tão obediente à lei e tão
necessária, como era o cristianismo.”

O paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objectos de


adoração que iam surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer
forma ou objectos de adoração […]. A adoração ao imperador era
considerada como prova de lealdade […]. As reuniões secretas dos cristãos
despertaram suspeitas. Eles se reuniam antes do nascer do sol, ou então à
noite, quase sempre em cavernas ou nas catacumbas subterrâneas […]. O
Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia nenhuma
distinção entre seus membros, nem em suas reuniões. Um escravo podia
ser eleito bispo na igreja […]38.

35
NICHOLS. Op. Cit. p. 39, 40
36
Ibidem. P. 41-42.
37
NICHOLS. Op.cit p. 57-58
38
Ibidem. P. 58-60
26

Anos depois, a igreja se viu aliviada da opressão e, conquistou a liberdade de


louvar e adorar ao seu Deus aonde quer que seja. Porque o Deus que zela pelas
almas que lhe pertencem fez brilhar como nas noites profundas e escuríssimas, uma
grande luz e, ao mesmo tempo, um salvador para o seu povo: o seu servo
Constantino (CESARÉIA, EUSÉBIO. 2002, p. 211)39.

A conversão dos pagãos crescia rapidamente, demasiado rapidamente,


para o bem-estar da igreja. Contudo, os primeiros imperadores cristãos que
sucederam a Constantino procuraram acelerar ainda mais o movimento de
conversões, mediante uma série de leis drásticas e opressoras. Todas as
ofertas dadas aos templos pagãos ou aos seus sacerdotes foram
confiscadas e quase todas transferidas para os templos cristãos.A primeira
controvérsia apareceu por causa da doutrina da Trindade, especialmente
em relação ao Pai e ao Filho […]. Posteriormente apareceu outro cisma
acerca da natureza de Cristo […]. A única controvérsia prolongada desse
período, surgida na igreja ocidental, foi a que dizia respeito ao pecado e à
salvação […].(HULBURT JESSE LYMAN. 1979, p. 97-100) 40.

A fim de encontrar soluções para estas e outras controvérsias da natureza


doutrinal, a igreja organizou concílios (o período que muitos chamam da era dos
concílios).

Constantino convocou o primeiro concílio geral da igreja, em Nicéia, Asia


Menor, em 325 […]. O concílio afirmou a divindade de Cristo […] e, foi
declarado que Cristo “era da mesma substância fo Pai” […]. A questão da
divindade de Cristo tendo sido vitoriosa, a discussão voltou-se para o tema
do relacionamento entre a natureza divina e a natureza humana de Cristo
[…]. O quarto concílio geral da Calcedónia, em 451 apresentou o
pronunciamento final da igreja sobre este assunto, declarando que em
Cristo as duas naturezas – a divina e a humana, existiam em plena
igualdade […]. As grandes verdades que são essenciais à fé cristã, como as
de Encarnação e Trindade, foram examinadas e expressas pela igreja
nessa “era dos concílios”41.

Ferraz (p.11)42 Apresenta as três heresias mais fortes que circulavam nas
igrejas de então: o Gnósticos, os Ebionitas e os Maniqueus.

7.2 A FÉ CRISTÃ NA IDADE MÉDIA


7.2.1 DEFINIÇÃO

39
CESARÉIA. Op.cit. p. 211
40
HULBURT. Op. Cit. p. 97-100
41
NICHOLS, Op. Cit. p. 59-60
42
FERRAZ, José. História da Igreja, p. 11
27

Vai desde a queda de Roma do Ocidente em 476 A.D. até ao século 15,
queda da Constantinopla no ano 1453 A.D.

A Idade Média é assim chamada dentro de uma periodização, estipulada


pelos historiadores, que a determina entre os anos de 476 e 1453. O que
estipula o início da Idade Média é a destituição de Rómulo Augusto do trono
romano, em 476, e o que estipula seu fim é a conquista de Constantinopla
pelos otomanos, em 1453.
A Idade Média é dividida pelos historiadores em duas grandes fases,
que são:
Alta Idade Média: século V ao século X e Baixa Idade Média: século XI ao
século XV.( FERRAZ JOSÉ. p. 11).43

7.2.2 CARACTERÍSTICAS

As principais características que marcaram esse período conforme constatado


em muitas fontes consultadas são: o desenvolvimento do papado, as cruzadas, o
desenvolvimento do islamismo, o surgimento da vida monástica e o início da pré-
reforma (HURLBUT, 1979, p. 121-171)44.

7.2.2.1 Desenvolvimento do Papado

Nichols (2004, p. 75)45 Descreve que

Não houve na Europa Ocidental nenhum governo civil bastante forte entre o
ano 400 e o tempo de Carlos magno (768-814), e mesmo depois de Carlos
Magno, até aparecer Oto I. não houve por todo esse tempo nenhum
governo que ministrasse a justiça e impusesse a ordem e a paz. Mas em
Roma, a antiga sede do poder mundial, o bispo estava exercendo um cargo
que era então julgado ser santo, visto crer-se ter sido primeiramente
exercido por um apóstolo. Esse poder de Roma pretendia o domínio
mundial da igreja, e tentava alcançar todo o mundo ocidental com a sua
soberania.

7.2.2.2 As cruzadas

“Outro grande movimento da Idade Média, sob a inspiração e mandado da igreja,


foram as Cruzadas, que se iniciaram no fim do século onze e prolongaram-se por
quase trezentos anos” (HURLBUT, 1979, p.149)46.

43
ibidem p. 16
44
Hulburt, op. cit. p. 121-171
45
Nichols, op. cit. p. 75
46
HULBURT, op. Cit, p.149.
28

Walker (2006, p. 327, 328)47 Dá-nos uma ideia sobre as causas das cruzadas
na vigência da idade media.

No final do século onze, a sociedade europeia estava pulsando com um


novo dinamismo, e em todo canto as fronteiras da cristandade estavam
gradualmente sendo ampliadas. As cruzadas, alongando-se por dois
séculos, podem ser consideradas uma manifestação desse avanço geral
europeu, evidência do grande poder de expansão do Ocidente.
As causas espirituais, porém, não foram menos influentes do que as
materiais.

7.3 A FÉ CRISTÃ NA IDADE MODERNA


7.3.1 DEFINIÇÃO

McGrath (2005, p. 125)48 Mostra a dificuldade em definir a modernidade “a


noção de “modernidade”, assim como de qualquer outro termo usado neste livro é
difini de definir”.

McGrath (ibidem, p. 141-142) 49 Relata que “o termo “modernista” foi


originalmente usado em referencia a uma escola de teólogos católicos romanos em
actividade ao final do século XIX, que adoptava uma atitude critica em relação às
doutrinas cristãs, em particular àquelas relativas à cristologia e à soteriologia”.

7.3.2 CARACTERÍSTICAS

Tratando se das características do termo “modernismo”, McGrath (loc. Cit) 50


Diz o seguinte: “contudo, não há suficientes características em comum entre os
modernistas franceses, ingleses e estado-unidenses, nem mesmo entre o
modernismo católico romano e protestante […]”.

Em se tratando da Idade Moderna, McGrath (ibidem, p. 124) fala o que se


segue: “a Idade Moderna possui uma enorme importância para a teologia do século
XIX e XX”. Reforça ainda a mesma ideia mostrando os movimentos que surgiram
durante este tempo. “Esse período estabeleceu o contexto em que se assentam
muitos dos desdobramentos e dos debates recentes, assim como deu origem a
47
WALKER, Wiliston. História da igreja cristã, tradução de Paulo D. Siepierskij, 3ª edição, Associação
de Seminários Teológicos Evangélicos, São Paulo, 2006, p. 327.
48
MCGRATH, Alister E. Teologia Sistematica, histórica e filocofica: uma introdução a teologia cristã.
Traduçao de Marisa, K. A. De Siqueira Lopes, Shedd publicações, São Paulo, 2005, p. 125
49
___________ p. 141-142
50
___________ p. 142
29

muitos dos movimentos que ainda influenciam a igreja e o mundo académico de


hoje”. Dentre os movimentos referidos, podemos destacar os seguintes: o
iluminismo, a partir do qual nasceram outros movimentos (os quais não serão
objecto de estudo), o romantismo, o marxismo, o protestantismo liberal, o
modernismo, a neo-ortodoxia, o feminismo, o pós-modernismo, a teologia de
libertação, o pós-liberalismo, os carismáticos e o pentecostalismo.

CONCLUSÃO

Concluo que o cristianismo desde da idade antiga, no judaismo ainda, até a


idade moderna, a fé cristã cresceu bastante. Na idade antiga, os judeus lutaram
fortemente para fazer valer a sua crença e, principalmente, da lição do velho
Matatias; no período apostólico, os apóstolos mesmo na fase inaugural do
cristianismo, fizeram frente a frente com os líderes religiosos e, se espandiram; no
período patrístico, a grande marca que nos aparece é a apologia, a defesa da fé
tanto do ponto de vista biblico como cientifico. Na idade média, a luta focaliza-se
dentro da igreja entre ocidente e o oriente, já na segunda fase, com o apogeu do
maumetano, a roma se vira capital da igreja e, passa a comandar a vida religiosa,
até que chegue a era dos monastas que começaram a pré-reforma. Na idade
moderna, com a reforma, surgem vários pensamentos dentro da fé evangélica e,
muitos destes equívocados a uma adoração genuina.

8 OS ENSINAMENTOS DO PÓS – MODERNISMO


30

O mar é uma das metáforas usadas na Bíblia para descrever as nações do


mundo. Sobretudo nos livros de Apocalipse e Salmos. A principal razão na utilização
desta metáfora é que, assim como o mar está em constantes mudanças, sempre se
movimentando e agitando, as nações e as culturas da terra também as são. Nas
questões da natureza humana, as tendências e o factor tempo são sempre
considerados pois, nenhum projecto humano sobrevive por tempo indeterminado.
Impérios se levantam e caem, sociedades evoluem e regridem. Civilizações
desaparecem e reaparecem, vem e vão e, assim sucessivamente (BENTON, JOHN.
2002, p. 26)51

Perante este cenário de mutabilidade dos factos, a igreja é convidada adoptar


uma postura certa a fim de não ser surpreendida e desanimar perante os obstáculos
como nos disse (MENEGHELLI, RICARDO DE PAULA 2002, p. 5) 52

Afim de não desanimarmos diante das dificuldades que se aproximam e não


desviarmos do alvo proposto, o Senhor deixou ensinamentos e orientações
acerca das coisas que estão por vir. Examinando as Suas palavras com um
coração simples e quebrantado, juntamente com o ensino de seus apóstolos
e profetas, podemos traçar um panorama dos fatos que nos aguardam e
não ser surpreendidos por eles em nossa caminhada.

8.1 O PÓS – MODERNISMO


8.1.1 DEFINIÇÕES

Antes de mais considerações sobre este capítulo, vamo-nos deter na analise do


termo pós – modernismo e, a partir daí, trazer ensinamentos bíblicos sobre o fim dos
tempos que provavelmente será neste pós-modernismo.

Jr. Et. al (p.8)53 nos dá o seguinte entendimento:

O termo “pós-moderno” se refere antes de tudo ao tempo e não a uma


ideologia distinta. Se a era “moderna” já passou realmente, os crentes têm
tudo para se alegrar. A partir das batalhas entre os “modernistas” e os
“fundamentalistas” e mesmo antes, o cristianismo bíblico foi atacado
veementemente pelas forças do modernismo, com seu racionalismo
científico, humanismo, e preconceito contra o passado. Hoje as ideias
aceitas pelo modernismo, incluindo aquelas que atormentaram a igreja
51
BENTON, John. O cristão em uma sociedade de consumo. Tradução de Sírley Vieira Amorim
Strobel. Editora cultura cristã. São Paulo. 2002, p. 26.
52
MENEGHELLI, Ricardo de Paula. O final dos tempos. Outubro 2002. P. 5)
53
Jr., Gene Edward Veith, Et. Al. Tempos pós-modernos nossos tempos pós-modernos: Um Guia
Cristão à Cultura e Modo de Pensar Contemporâneo. P.8
31

deste século, estão sendo abandonadas. Os crentes podem se alegrar na


aurora de uma era pós-moderna.

O modernismo, entretanto, está sendo substituído pela nova ideologia


secular do pós-modernismo. O novo conjunto de suposições básicas sobre
a realidade — mentalidade que se extrapola ao mero relativismo — está
ganhando terreno através de toda a cultura. A pessoa comum que acredita
não existirem absolutos pode nunca ter ouvido falar do exercício académico
da “desconstrução”. O universo intelectual poderá desprezar o mundo
electrónico da televisão. Os políticos contemporâneos podem estar
desapercebidos da arte avant garde. Não obstante, tudo isso está
interligado e forma uma visão de mundo distintamente pós-modernista.

Benton (2002, p. 30-31)54 começa por analisar,

O “pós” do mundo pós-moderno indica que estamos vivendo em uma


sociedade que vem, de alguma forma, “depois” do mundo moderno. É claro
que em termos linguísticos, isto é um absurdo, tudo que é actual é, por
definição, moderno. Mas o termo “moderno” está sendo usado em um
sentido diferente aqui.
“Moderno” refere-se a ideia de “modernismo”. Modernismo é o rótulo dado a
um conjunto de ideias ligadas ao assim chamado Humanismos do século 17
e 18 na Europa. O movimento afirmava que o homem tinha “amadurecido” e
não mais precisava de ideias tolas e infantis, como acreditar em Deus.
Somos nossos próprios senhores. Acima de tudo, a ciência e a razão
humana gerariam uma sociedade boa e justa. Não precisamos de outra
coisa senão observar e pensar. Isto traria a liberdade necessária aos seres
humanos. O humanismo gerou uma fé optimista no progresso. Livres da
decepção e opressão da religião, as pessoas teriam liberdade de
pensamento e prosperidade sob a luz de racionalismo. Esta era a visão do
período moderno.

Mas como esta visão optimista do modernismo começa a desmoronar,


vivemos agora em um mundo pós-moderno. As pessoas estão perdendo a
fé com a ideia de que a sabedoria humana é suficiente para solucionar
todos os problemas da raça humana. Estamos nos afastando da crença na
verdade objectiva universal e na certeza. Por exemplo, a ideia de que a
moralidade deve ser igual para todos, independentemente da época, é
considerada absurda.

Com estas definições, pode se dizer que o pós-modernismo nasceu nos finais
do século XX em consequência das críticas feitas aos pilares que nortearam o
modernismo (fase precedente), como por exemplo: a crença na ciência e na razão.

8.1.2 CARACTERÍSTICAS

54
BENTON, op. Cit. P. 30-31
32

Educamaisbrasil.com.br55 revela que desde a modernidade que o mundo vem


experimentando transformações, como por exemplo: a revolução industrial que
acelerou o ritmo de produção e os grandes avanços no sector de transporte, mas é
na pós-modernidade que a questão da redução do espaço-tempo ficou bem patente
tendo em conta a terceira revolução industrial que possibilitou a criação de novas
tecnologias de informação e comunicação. A partir desse meio de comunicação, as
pessoas em diferentes pontos do globo terrestre podem conversar em tempo real.

Desta forma, para o autor da página educamaisbrasil.com.br 56, “a pós-


modernidade mescla o real e o imaginário além ainda de explorar as pluralidades
sociais com o desenvolvimento da nanotecnologia e biotecnologia que tornam as
relações sociais mais fluidas, transitórias e voláteis”.

Conforme Cruz (p. 6)57 Podemos destacar as seguintes características do


pós-modernismo:

8.1.2.1 A negação da ordem estabelecida como permanente

“O modernismo não é apenas uma rebelião contra si mesmo”. É, ao mesmo


tempo, revolta contra todas as regras e valores da sociedade burguesa.
Uma onda de entusiasmo pelo eu e por valores contrários à ordem vigente
invade a sociedade na metade do século XIX e XX. A hostilidade contra os
costumes da burguesia, que pregava o culto ao trabalho, poupança,
moderação e puritanismo, ideias contidas na obra A ética protestante e o
"espírito" do capitalismo de Marx Weber, abre caminho para outros valores,
como o prazer e a autenticidade. (LIPOVETSKY, 2005, p. 63 apud CRUZ, p.
6)58

8.1.2.2 A sociedade do hiperconsumo

Cruz (p. 11)59 Começa a tratar do assunto a partir da definição do termo


consumo.

O consumo é um factor que atua dentro e fora do sujeito, de forma que,


numa sociedade liberal marcada pelo individualismo, cada pessoa procura
sua satisfação e promove constantes mudanças em busca do inédito. O
consumo exacerbado leva intensamente à exaltação do materialismo,
fazendo eclodir uma cultura centrada na expressão subjectiva.

55
Acesso em https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/pos-modernismo, p. 2
56
_________ p. 2-3
57
CRUZ, Daniel Nery da. Algumas características da pós-modernidade na concepção de Gilles
Lipovetsky, P. 6
58
________, p. 6
59
CRUZ, op. Cit. p. 11
33

Geralmente o consumo pode ser entendido como o modo de satisfação das


necessidades através de mercadorias. Consumismo, no entanto, seria
quando o consumo se dá de forma compulsiva e descontrolada; o gasto é
direccionado para bens considerados supérfluos.

Benton (2002, p. 15)60 Reforça esta ideia de Cruz sobre o consumismo na era
pós-moderna desta forma.

Podemos pensar no consumismo, então, como um novo evangelho – a boa-


nova secular. Podemos defini-lo, grosso modo, da seguinte maneira:
consumismo é aquela promessa de felicidade oferecida pelos bens
materiais e serviços que se capitaliza no prazer de escolha de cada
consumidor.

8.1.2.3 Instantaneidade

A chave para a compreensão do que é a pós-modernidade é a


instantaneidade. De acordo com o autor, o termo pós-moderno “é sempre
em princípio o que se deve chamar um presente absoluto. [...] Ele cria uma
dificuldade peculiar para a definição de qualquer período posterior, que o
converteria num passado relativo” (ANDERSON, 1999, p. 20 apud
FREITAS, p. 3)61. É dessa maneira que se pode destacar como uma das
características mais proeminentes da pós- modernidade a relação peculiar
que este tem com o tempo, que pela primeira vez se desprende das
amarras do espaço para se tornar uma unidade independente.
A instantaneidade (anulação da resistência do espaço e liquefacção na
materialidade dos objectos) faz com que cada momento pareça ter
capacidade infinita; e a capacidade infinita significa que não há limites ao
que se pode ser extraído de qualquer momento – por mais breve e “fugaz”
que seja. (BAUMAN, 2001, p.145 apud FREITAS)62

Machen (2001, p. 13-14) nos dá mais uma característica da pós-modernidade


que é o “modernismo” ou “liberalismo”. Descreve o tempo presente como tempo de
conflito da grande religião redentora que sempre foi o cristianismo contra um tipo de
crenças totalmente diversos da nossa crença – o protestantismo, grifo do autor, esta
crença é a nossa maneira de pensar hoje que tem um carácter mais destrutivo da fé
cristã.

8.2 O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O PÓS-MODERNISMO

Claro que o termo pós-modernismo não se encontra na Bíblia, mas numa


interpretação extensiva da descrição da Bíblia sobre o fim dos tempos em
1Tm. 3: 1-9 e de outras passagens Bíblicas sobre o fim dos tempos ou últimos dias,

60
BENTON, John. Cristãos em uma sociedade de consumo: para não cultuarmos o deus “escolha” da
nossa época, tradução de Sírley Vieira Amorim Strobel, editora cultura cristã, São Paulo, 2002, p. 15
61
_________p. 3
62
_________ p. 4
34

pode se enquadrar o pós-modernismo, uma vez que o fim dos tempos conforme
Lopes é o intervalo entre a primeira e segunda vida de Cristo.

[…] É que os últimos dias não são apenas uma referência escatológica aos
últimos dias que precederão imediatamente a segunda vinda de Cristo, mas
também uma referência a todo o período compreendido entre a primeira e a
segunda vinda de Cristo. A nova era chegou com Jesus Cristo e, por sua
vinda, a era antiga passou, sendo agora o amanhecer dos últimos dias (At.
2.l4-17; Hb. 1: 1-2). (LOPES, HERNANDES DIAS. 2014, p. 78-
79)63

Comentando o versículo dois de 2Timoteo 3, Paulo mostra que o actual


estado do mundo é o reflexo daquilo que o homem é e faz “O ser humano não está
corrompido por causa do mundo ao redor; o mundo ao redor está corrompido por
causa do ser humano”. E, desta forma podemos entender que, o mundo não está
mal e, sim, o coração do homem é que está cheio de maldade e por conseguinte, a
sua acção tornou muito corrompida tendo invertido a ordem natural das coisas “O
que está essencialmente errado com essas pessoas é que o seu amor está mal
dirigido. Em vez de serem em primeiro lugar amigos de Deus, são amantes de si
mesmos, do dinheiro e do prazer”.64

Dos versículos 2 a 5 do mesmo capítulo de 2 Timóteo, Lopes 65 destaca como


problema central do homem na era actual, a conduta moral e a espiritualidade
divorciada da vida.

Conduta moral corrompida (3.2-4)


O diagnóstico que Paulo da sociedade é sombrio:
Em primeiro lugar, a conduta moral em relação a nós mesmos. Quatro
pecados mencionados estão relacionados à relação do ser humano consigo
mesmo: os homens serão egoístas, jactanciosos, arrogantes e não terão
domínio de si.
Em segundo lugar, a conduta moral em relação ao próximo. Seis pecados
são mencionados pelo apóstolo Paulo: os homens serão implacáveis,
caluniadores, cruéis, traidores, atrevidos e inimigos do bem.
Em terceiro lugar, a conduta moral em relação a Deus. Quatro pecados são
descritos na relação do homem com Deus: Os homens serão
blasfemadores, ingratos, irreverentes e mais amigos dos prazeres que de
Deus.
Em quarto lugar, a conduta moral em relação a família. Dois pecados são
mencionados: os homens serão desobedientes aos pais e serão
desafeiçoados.
Em quinto lugar, a conduta moral em relação ao dinheiro: os homens serão
avarentos.
Espiritualidade divorciada da vida (3.5)
63
LOPES, Hernandes Dias. 2Timóteo: o testamento de Paulo à igreja, Hagnos, São Paulo, 2014, p.
78-79
64
_____ p. 81-82.
65
________ p. 82-89
35

O texto em apreço trata de duas questões importantes relacionadas à


espiritualidade.
Em primeiro lugar, a necessidade de fazer um diagnóstico da falsa religião.
Tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder... (3.5a). As
pessoas frequentam a igreja, mas não mudam a vida. O mundo está
arruinado porque a espiritualidade está divorciada da vida.
Em segundo lugar, a necessidade de se afastar da falsa religião. Foge
também destes (3.5b).

Um outro texto que podemos associar a esta análise do pensamento bíblico


sobre o pós-modernismo é de Mateus 24. Sobretudo, de versículos 6 até 15. Neste
texto, Jesus descreveu a situação que antecederá a sua segunda vinda de forma
muito clara e, relacionando esta descrição de Jesus registadas por Mateus com as
de Paulo ao Timóteo, encontramos alguma semelhança. Embora estes sinais não
servirem de fórmulas mágicas para calcular a vinda de Jesus conforme nos diz
(TASKER, R. V. G 1980, p. 177)66.

Conseguintemente, no ensino registado nos vs. 5-14, exorta-os a não se


deixarem levar pelas enganosas afirmações dos falsos Messias que
surgiriam de tempo em tempo, e a não imaginarem que os eventos que
poderiam parecer de natureza cataclísmica, tais como guerras entre nações,
terramotos, e fomes abrangendo amplas regiões, fossem sinais infalíveis de
que o fim estava próximo. Esses acontecimentos na verdade constituiriam
as prolongadas dores de parto de uma nova era. O fim viria somente, como
Ele o assevera explicitamente no v. 14, depois da evangelização mundial; e
essa evangelização seria constantemente dificultada por perseguições e
martírios, pelo ódio do mundo votado aos que professassem o nome de
Jesus, pela perda da fé, pela traição de amigos e pelo fenecimento do amor,
incapaz de resistir face à generalizada forma desregrada de viver —
condições que requereriam a suprema qualidade da perseverança (9.13).

Esta ideia é reforçada pelo Pastor e escritor Lopes (2005, p. 147-148) 67

De acordo com o sermão profético do Senhor Jesus, Mateus 24.3-31; Lucas


21.5-28, o fim do mundo pode ser compreendido por meio do cumprimento
de vários sinais: engano religioso, guerras, terramotos, pestilências,
apostasia, perseguição, esfriamento do amor, a pregação do evangelho em
todo o mundo e o aparecimento do anticristo. Esses sinais proclamam
fortemente que estamos vivendo uma espécie de afunilamento da história.
Especialmente, no século 20 e no começo deste século assistimos a uma
grande intensificação desses sinais.

Um outro texto que podemos ainda analisar e, que traz algo diferente daquilo que
já analisamos até aqui é Daniel 12:4 que fala do aumento do conhecimento.

Em seu comentário, Lopes analisa a descrição que Daniel faz do tempo de


fim a partir de capítulo 12 e, nisso, destaca ao todo 7 factos marcantes sobre o fim
66
TASKER, R. V. G. Mateus: introdução e comentário, tradução de Odayr Olivetti, editora vida nova,
São Paulo, 1980, p. 177
67
LOPES, Hernandes Dias. Daniel: Um homem amado no céu, Hagnos, São Paulo, 2005, p. 147-148
36

tempos a partir da descrição de Daniel. O sétimo facto é justamente o aumento do


conhecimento.

Lopes (2005, p. 152-153)68 Comenta o sétimo facto desta forma.

Sétimo, vejamos uma descrição do avanço do conhecimento no tempo do


fim (v.4). A profecia de Daniel está em pleno cumprimento. Vivemos esses
tempos da multiplicação do saber. As profecias estão se cumprindo. O fim
está mais próximo do que podemos imaginar. O saber hoje se multiplica
espantosamente. Vivemos hoje o tempo do milagre científico. A ficção virou
história. Vivemos no mundo cibernético. A terra tornou-se apenas uma
aldeia. Somos cidadãos planetários. O futuro chegou. Vivemos nele.
Em 1822, para D. Leopoldina enviar uma mensagem a D. Pedro I, do Rio de
Janeiro para São Paulo, precisou um cavalo de corrida. Isaac Newton disse
que chegaria o dia em que o homem correria à estrondosa velocidade de 60
km por hora. Voltaire disse que ele estava delirando. Hoje o homem vai à
lua e faz viagens interplanetárias. O avanço científico parece milagroso
hoje. As profecias estão se cumprindo. Precisamos nos preparar porque o
tempo de nossa redenção se aproxima.

Os dois últimos versículos que podemos analisar a respeito do ensinamento


bíblico sobre o pós-modernismo são 1Timoteo 4:1 e Judas 18. Ambos tratam do
mesmo assunto que é apostasia, se diferem apenas na forma de tratar o assunto.
Enquanto Timóteo se dedica a tratar vários aspectos dos ensinos de apostasia,
Judas descreve os líderes apostatas, os gnósticos.

Ainda que a igreja seja tão gloriosa, reflectindo a glória de seu precioso
Senhor e Salvador (1Timoteo 3: 15, 16), a apostasia está sempre à mão, porque
nem todos os que pertencem exteriormente à igreja lhe pertencem interiormente. O
próprio Senhor Jesus já havia avisado em Mateus 7: 14 de que nem todos os que
lhe chamam de Senhor, Senhor entrariam no seu Reino (HENDRIKSEN, WILLIAM.
2001, p. 182)69

O termo apostasia, vem do grego e significa o «afastamento... Aponta para o


abandono de forma deliberado da crença na fé cristã (ou em qualquer fé,
anteriormente defendida),por alguém que dizia seguir essa mesma fé (CHAMPLIN,
R. N. p. 237-238).70

68
_______ p. 152-153.
69
HENDRIKSEN, William. 1Timoteo, 2Timoteo e Tito, tradução de Valter Graciano Martins, editora
cultura crista, São Paulo, 2001, p. 182
70
CHAMPLIN, R. N. enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia, volume 1, Hagnos, p. 237-238
37

Descrevendo os vários aspectos do ensino dos apostatas, Calvino (2009, p. 103-


104)71 Mostra que esses ensinos dos apostatas, teria aceitação dos que estão dentro
da igreja.

Alguns apostatarão da fé. Não fica muito claro se ele está falando dos
mestres ou dos ouvintes, mas prefiro tomá-lo como uma aplicação aos
últimos, visto que prossegue tratando dos mestres quando os chama de
espíritos sedutores. É mais enfático dizer que não só haverá quem divulgue
os ensinos ímpios e corrompa a pureza da fé, mas também dizer que não
faltarão alunos que sejam atraídos para suas seitas. E quando uma mentira
aumenta sua influência, ela avoluma as dificuldades.

Macarthur (2010, p. 1659)72 Reforça esta ideia, tratando os adeptos de


apostasia como sendo não convertidos.

“Apostatarão” refere-se a alguém que se afasta de uma posição original.


Trata-se de cristãos professos ou nominais que se associam àqueles que
realmente crêem no evangelho, mas o abandonam depois de crerem em
mentiras e enganos, revelando, assim, a verdadeira natureza deles como
não convertidos.

Em Judas, com a preocupação de conclamar os cristãos a lutarem pela


verdade numa época de intensa batalha espiritual, provocada primeiro, pelo severo
ataque do Imperio Romano ao cristianismo e, segundo, a infiltração agressiva da
parte dos apostatas no meio da comunidade evangélica que tendo a forma de
gnósticos, plantavam sementes que resultariam em colheitas de erros doutrinários
(MACARTHUR, 2010, p. 1771).73

Wheaton (1994, p.1416) apud Lopes, (2013, p. 103) 74 Corrobora a ideia de


Macarthur sobre a batalha pela verdade. “Assim como nós. Judas viveu num tempo
em que as pessoas transigiam com a verdade e consideravam todas as religiões
igualmente válidas”.

Tratando-se do versículo 18, Kistemaker, (p. 532) apud, Lopes, (2013, p.


131)75 Considera-o de um apelo a guerra sem vacilar contra os apostatas.
Escarnecer não é uma paródia leve e engraçada, mas um sério ataque contra Deus,

71
CALVINO, Joao. Pastorais: série de comentários, tradução de Valter Graciano Martins, editora Fiel,
São Paulo, 2009, p. 103-104
72
MACARTHUR, John Junior. Biblia de estudo Macarthur, tradução de Thomas Nelson, Sociedade
Biblica do Brasil, São Paulo, 2010, p. 1659
73
__________ p. 1771
74
LOPES, Hernandes. 2Pedro e Judas: Quando os falsos profetas atacam a Igreja, editora Hagnos,
São Paulo, 2013, p. 103
75
---------------- p. 131
38

sua Palavra e seu povo. Os escarnecedores demonstram abertamente seu desprezo


e descaso por Deus, seguindo os seus próprios desejos ímpios. Rejeitam
deliberadamente o juízo de Deus e, escolhem um estilo de vida de pecado. Por isso,
devem ser combatidos com toda a firmeza para que os seus ensinos não se
vinquem ou possa alargar-se na comunidade e contaminar aqueles que
verdadeiramente desejam e buscam noite e dia andar com o Senhor.

CONCLUSÃO

Conclui-se que o pós-modernismo ensina algo muito contrário ao modelo de


pendamento evangélico Bíblico. Os seus ensinamentos tendem a despertar no
homem o sentido de uma liberdade falsa, pois nega o absolutismo considerando que
tudo é relativo. Ao condenar os actos de injustiça e reprovar violência, mostra-se
contrário na medida em que o relativismo que ensina vai exatamente neste sentido,
cada um com a sua verdade. Vê-se também que a Bíblia descreve algo que se
enquadra perfeitamente ao tipo de perfil que o pós-modernismo apresenta o homem.

9 OS PERIGOS DO PÓS – MODERNISMO PARA A FÉ CRISTÃ


39

Lopes (2012, 150)76 Comentando a epístola de 1Pedro, traz algo importante


sobre o fim dos tempos.

O futuro já chegou (4.7a). O intervalo entre a primeira e a segunda vinda de


Cristo é o tempo do fim (At 2.16-21; ICo 10.11). Mas o fim do fim está mais
próximo hoje que já esteve no passado. Estamos às portas da eternidade. O
dia final se aproxima. Esse era o entendimento dos escritores bíblicos.

Associando esse facto a descrição do Macarthur (1997, p. 19) 77 Sobre a vida


da igreja no início do século XX a esta parte, percebemos que há uma urgência de
voltar ao cristianismo básico e, esse voltar só será possível com o conhecimento dos
perigos que a sociedade actual oferece a fé cristã.

No início do século XX, a propagação da “falsa doutrina e do mundanismo”


– o liberalismo teológico e o modernismo – devastou o cristianismo
denominacional em todo o mundo. A maioria das denominações históricas
foi violenta, senão fatalmente, alteradas por essas influências.

Um dos propósitos da epístola de 1Pedro era fortalecer a fé dos irmãos que


enfrentavam uma ardente perseguição imperial, Lopes “Os leitores de Pedro estão
passando por um tempo de prova e perseguição”. Perseguição movida pela
autoridade contra os seus próprios cidadãos. Hoje, mesmo admitindo que certas
autoridades nos países Islâmicos e Comunistas perseguem seus cidadãos, devemos
reconhecer que são muitos os países nos quais os cristãos têm a plena liberdade de
cultuar, estes países não os persegue, mas o que lhes persegue agora? Lopes “O
fogo da perseguição já se está espalhando hoje, e os cristãos deveriam estar
preparados para enfrentar esses tempos difíceis”. O que persegue os cristãos de
hoje é o que Macarthur chama de “liberalismo” e “modernismo”. 78

Diferentemente da perseguição imperial que “[…] assumira forma de


acusações caluniosas, ostracismo social, levantes populares e acções policiais
locais”. Gundry , Robert H. (p.390) Apud Lopes, (2002, p. 16) 79, A perseguição de
hoje, vem de forma sútil e, muitas vezes, despercebida porem, muito perigosa
porque atinge gravemente a dignidade do crente, a honra e o bom nome de Deus.

76
LOPES, Hernandes Dias. 1Pedro: com os pés no vale e o coração no céu, Hagnos, São Paulo,
2012, p. 150
77
MACARTHUR, John F. Junior. Com vergonha do evangelho: quando a igreja se torna como o
mundo, tradução de Eros Pasquini, editora Fiel, São Paulo, 1997, p. 19
78
LOPES, op. Cit. p. 15-16
79
_____ loc. Cit.
40

A descrição de Horton (2010, p. 22) 80 Sobre a forma como conduzimos a


nossa vida religiosa e a obra de Deus para a nossa redenção hoje, deixa-nos com
ideia muito bem clara sobre os perigos que a fé crista corre na era pós-moderna.

Discipulado, disciplinas espirituais, mudança de vida, transformação cultural,


relacionamentos, casamento e família, estrese, dons espirituais, dons
financeiros, experiências radicais de conversão, curiosidades do fim dos
tempos (que, às vezes, parecem ter menos a ver com o retorno de Cristo
que com a correspondência das manchetes de jornais) e relatos de
superação de obstáculos significativos por meio do poder da fé - esta é a
dieta constante que estamos recebendo hoje. Corremos o risco de nos
consumir inteiramente, porque tudo gira em torno de nós e do nosso
trabalho, e não ao redor de Cristo e de sua obra. Até mesmo importantes
exortações e mandamentos bíblicos se tornam deslocados de seu indicativo
ambiente evangélico. Em vez de o evangelho nos dar novas ideias,
experiências e motivação para obediência grata, depositamos o poder de
Deus em nossa própria piedade e em nossos próprios programas.

Albert Moller, Jr. No prefácio da obra de Macarthur (2008, p. 2) 81. Expressa


que,

Neste exacto momento, a verdade está sob ataque; e muita coisa, em jogo.
[…] Não existe uma zona neutra – nenhum terreno seguro para os que não
assumiram um compromisso nessa guerra. A batalha pela verdade está se
intensificando. […] “[a era pós-moderna] é a época em que não há verdade
alguma, uma época que atingiu o ponto de fadiga letal no que diz respeito a
encarar a verdade – uma época que já não acredita que a verdade possa
ser conhecida”.

Relatando o caso de Nadabe e Abiú Macarthur, (2014, p. 10) 82, Relata o estilo
de vida espiritual frio e desagradável a Deus.

Esta é uma história séria e assustadora, e tem implicações óbvias para a


igreja em nosso tempo. É claro que é um crime de desonrar o Senhor tratar
com desprezo ou adoração de uma forma que detesta. Aqueles que adoram
a Deus deve fazê-lo do jeito que ele exige, tratando-o como santo.

Com estas considerações sobre os perigos que a fé crista corre na era pós-
moderna, estamos agora em condições de ver de forma mais especificada as
possíveis principais áreas de maior alvo de ataque do pós-modernismo.

80
HORTON, Michel. Cristianismo sem Cristo:o evangelho alternativo da igreja actual, tradução d
Neuza Batista, editora cultura crista, São Paulo, 2010, p. 22
81
MACARTHUR, John. A guerra pela verdade: lutando por certeza numa época de engano, tradução
de Gordon Chown, editora Fiel, São Paulo, 2008, p. 2
82
MACARTHUR, John. O fogo estranho: o perigo de ofender ao Espirito Santo com uma adoração
falsa, 2014, p. 10
41

9.1 RELATIVISMO

O primeiro ataque ou perigo do pós-modernismo que neste trabalho se pretende


destacar é a relativização de tudo, incutir na mente das pessoas que nada é
absoluto, até mesmo Deus, salvação ou ainda a própria verdade. O meu Deus pode
não ser necessariamente o seu, a minha salvação pode também não ser a sua e,
como também a minha verdade pode não ser a sua verdade. “O grande adversário
de nossas almas está sempre activo. Seu grande alvo é desanimar-nos e, se
possível, fazer que neguemos a fé. Ele nos apresenta à mente várias tentações –
tudo aquilo que, deveras possa minar nossa fé.” (JONES, D. MARTYN LIOYD . 1985,
p. 4)83

Geisler e Turek (p. 27-28)84 Expressaram,

O que nos surpreende é que os pais ao redor do mundo estão literalmente


pagando muito dinheiro em educação universitária para que seus filhos
aprendam que a "verdade" é que não existe verdade, isso sem falar de
outras afirmações pós-modernas falsas em si mesmas, como "Toda a
verdade é relativa' (essa verdade é relativa?);"Não existem absolutos" (você
está absolutamente certo disso?) e "É verdade para você, mas não é
verdade para mim!" (essa afirmação é verdadeira apenas para você ou para
todo o mundo?). "É verdade para você, mas não é para mim" pode ser o
mantra de nossos dias, mas o mundo não funciona realmente assim.

Mesmo envolvidos de forma directa ou indirecta na divulgação dos


ensinamentos do pós-modernismo sobre a relativização da verdade, nem sempre
estamos dispostos a colher os frutos que advêm desse resultado de ensino. Se
ensinarmos aos alunos que não, existe certo ou errado, porque deveríamos nos
surpreender com o fato de um grupo de alunos atirar em seus colegas de classe ou
de ver uma mãe adolescente abandonando o filho numa lata de lixo? Porque eles
deveriam agir da maneira "certa" quando nós ensinamos que não existe essa coisa
de "certo"? A prática de um determinado acto, será julgado a partir daquilo que
aprendeu sobre verdade porque “a verdade disso tudo é a seguinte: ideias falsas
sobre a verdade levam a falsas ideias sobre a vida” ou ainda, “Se você puder matar
o conceito de verdade, então poderá matar o conceito de qualquer religião ou
moralidade verdadeiras”. (GEISLER, NORMAN E TUREK FRANK p. 28)85.
83
JONES, D. Martyn Lioyd-. Do temor à fé, tradução de Luiz Aparecido Caruso, editora Vida, E.U.A.
1985, p. 4
84
GEISLER, Norman e TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu, tradução de Emison
Justino, editora Vida Académica, p. 27-28
85
------------- p. 28
42

. (PEARCEY, 2006, p. 30)86 relata que,

Todo sistema de pensamento inicia-se em algum princípio último. Se não


começa com Deus, começa com uma dimensão da criação — o material, o
espiritual, o biológico, o empírico ou o que quer que seja. Algum aspecto da
realidade criada será "absolutizada" ou proposta como base e fonte de tudo
o mais — a causa não causada, o existente por si mesmo. Para usar
linguagem religiosa, esta realidade última funciona como o divino, se
definimos o termo com o sentido de uma coisa da qual todas as outras
dependem para existir. Esta pressuposição inicial tem de ser aceita pela fé e
não por raciocínio prévio. (Caso contrário, não é de fato o ponto de partida
supremo para todo raciocínio; logo, temos de continuar procurando algo
para começar dali.)

Stott (2001, p. 20)87 Deixa bem claro o absolutismo de Deus sobre a criação.

O primeiro movimento é sempre feito por ele. Ele está sempre lá “no
princípio”. Antes de o homem existir, Deus agia. Antes de o homem se
mover para buscar a Deus, Deus já buscou o homem. Na Bíblia, não vemos
o homem procurando alcançar a Deus, mas vemos Deus alcançando o
homem.

9.2 RELIGIOSIDADE

Lopes (2014, p. 88-91)88 Leva nos a entender essa realidade de forma muito
clara.

As pessoas frequentam a igreja, mas não mudam a vida. O mundo está


arruinado porque a espiritualidade está divorciada da vida. Essas pessoas
têm forma de piedade, mas nenhum poder.
(Burki p. 350 apud Lopes 2014, p. 88-89) 89 destaca acertadamente que
aqueles que trazem a aparência de uma natureza temente a Deus, mas
negam seu poder, apegar-se-ão à forma da religião, mas se distanciarão do
Senhor. E bem verdade que ainda preservam os costumes formais da
religiosidade, mas não lhe concedem nenhuma influência sobre sua vida.

Na história da humanidade, a religião e a moralidade têm estado mais


distantes entre si do que juntas. As próprias Escrituras testificam esse fato
de forma inconteste. Os grandes profetas éticos dos séculos VIII e VII a.C.
apontaram os pecados de Israel e Judá nesse particular. Amós denunciou o
crescimento da religião e da injustiça simultaneamente (Am2.8). Isaías fez
um diagnóstico parecido em Judá (Is 1.14-17). Jesus, em seu tempo, trouxe
a lume a hipocrisia dos fariseus (Mt 23.25). A mesma epidemia ainda
grassava entre as pessoas que Paulo está aqui descrevendo (3.5).
Evidentemente essas pessoas frequentavam a igreja, cantavam hinos,
diziam “amém” às orações e deitavam dinheiro no gazofilácio. Tinham
aparência e palavras piedosas, mas nada mais eram que forma sem poder,

86
PEARCEY, Nancy. Verdade absoluta: Libertando o Cristianismo de seu Cativeiro Cultural, tradução
Luis Aron, Rio de Janeiro, 2006, p. 30
87
STOTT, John. Cristianismo autêntico, tradução de Lena Aranha, editora Vida, São Paulo, 2001, p.
20
88
LOPES, Hernandes. 2T1moteo: O testamento de Paulo à igreja, editora Hagnos, São Paulo, 2014,
p. 88-89
89
------------ p. 88-89
43

aparência externa sem realidade interna, religião sem moral, fé sem obras
(STOTT p. 81-82 apud LOPES 2014, p. 89)90.

Descrevendo ainda a situação da igreja brasileira, Lopes 91 conclui que


“crescem em número, mas não em compromisso. Têm carisma, mas não carácter.
Mostram números, mas não vida. Há iniquidade associada ao ajuntamento solene.
As pessoas entram para a igreja, mas não são transformadas pelo evangelho”.

A religiosidade atingiu a igreja profundamente como podemos ver na


descrição de (Nicodemus, 20121p. 144)92 Sobre o contexto no qual Malaquias vivia.

Os sacerdotes tinham-se corrompido: eram ineptos, descuidados,


enfadados com o serviço prestado a Deus e não cumpriam correctamente
sua função. O povo, por sua vez, não ficava atrás: questionava a justiça de
Deus, sua bondade, seu amor, sua lealdade, trazia ofertas defeituosas para
serem oferecidas em sacrifício, sonegava os dízimos e as ofertas, levava
uma vida irregular no casamento, tanto que se casava com mulheres
estrangeiras, assim contribuindo para corromper o povo de Deus, bem como
se divorciava sem justa causa, quebrando a aliança com a mulher da sua
mocidade, a esposa com a qual contraíra matrimónio.

Falando de um dos princípios de culto a Deus, Nicodemus (2012, p. 74) 93 Fala


de pureza e/ou santidade como dos princípios basilares de culto a Deus desde
Velho até ao Novo Testamento.

Dois aspectos muito ligados ao culto, tanto no Antigo quanto no Novo


Testamento, são a pureza e a identidade do povo de Deus. Deus deseja ser
cultuado e adorado; porém, segundo as Escrituras, ele deseja ser cultuado e
adorado por verdadeiros crentes, por pessoas que de fato sejam seus filhos e
filhas e estejam vivendo vidas santas. Esse é um ponto que vemos
apresentado e explicitado de muitas maneiras no Antigo Testamento.

9.3 DETERRIORAÇÃO DOS PILARES DA SOCIEDADE

O último perigo que vamos analisar neste estudo é da deterioração dos pilares
da sociedade. Os reflexos do relativismo e da religiosidade, são bem vistos na
sociedade pós-moderna e, sobretudo, nas famílias porque lá é que saem os
indivíduos para integrarem a sociedade.

9.3.1 FAMÍLIA

90
---------- p. 89
91
--------- p. 90
92
NICODEMUS, Augustus. O culto segundo Deus: a mensagem de Malaquias para a igreja de hoje, editora Vida
Nova, São Paulo, 2012, p. 144
93
-------- p. 74
44

Durham (1982), apud Silva e Chaveiro, (p. 174) 94, dão nos a ideia do que seria
a família.
As famílias são grupos sociais, estruturados por meio de relações de
afinidade, descendência e consanguidade que se constituem como
unidades de reprodução humana. A família tem dupla referência: de um lado
representa grupos sociais concretos, reconhecidos pelos seus membros e
pela sociedade, de outro lado, refere às regras, padrões, ou modelos
culturais.

A visão da família no Seculo XXI é muito diferente da visão que se tinha nos
Seculos passados.

Neste contexto, a família passa a ser analisada não mais pela abordagem
do planeamento familiar, mas como uma instituição, a maior do mundo.
Enquanto instituição-instituinte o seu sentido não refere-se apenas nas
relações de consanguinidade, afetivas, mas como relações de poder (lugar
do pai, mãe, irmão – posição que ocupam na família); enquanto uma célula
produtiva (condição de trabalho, filhos que ajudam nas despesas, contas a
pagar); uma unidade cultural (formadora de hábitos e costumes); uma
expressão social no tempo e no espaço (a família da idade média,
escravista não é a mesma de hoje, está relacionada à classe social); uma
microcélula social; e qualitativamente (pais separados, pai que não conhece
os filhos, mãe que vive sozinha com filho, modelos de famílias diversas,
arranjos familiares, formas alternativas de famílias, etc.). (SILVA e
CHAVEIRO, MÔNICA CRISTINA DA E CHAVEIRO. p. 173-174)95

A partir desta visão, podemos perceber que muitos desafios são colocados à família,
principalmente, à família cristã considerando as questões relacionadas a TV, Radio
e as redes sociais, a Internet. “Contudo, parece-me que estar no mundo, mas não
ser do mundo, perdeu sua distinção em muitos lares cristãos de hoje por relaxar a
oposição com o mundo (1 Jo. 2:15)96”.

Beeke. Joel, apud Canuto, (2013, p. 7-8) 97 Expressa esse desafio de modo
surpreendente.

Um estudo chegou à conclusão que durante o tempo transcorrido até uma


criança chegar aos 14 anos, pelo menos 18.000 assaltos e assassinatos
violentos acontecem diante dos seus olhos. Um outro estudo confirmou que
a criança média entre cinco e treze anos de idade embebedam-se em 1.300
assassinatos cada ano, de modo que violência, assaltos e assassinatos não
mais falam a mensagem do pecado ou as suas consequências. Assassina-
tos, ódios, ações e palavras violentas assumem o papel de comportamento
normal. A média dos programas para crianças contem trinta e oito atos de
violência por hora (programa para adultos: vinte).

Ele revelou ainda o seguinte:


94
SILVA, Mônica Cristina da e Chaveiro, Eguimar Felício. Demografia e família: as transformações da
família no século XXI, p. 174
95
________ P. 173-174
96
CANUTO, Manoel. A Televisão e Nossa Família, Editora os Puritanos/Clire, 2013, p. 5
97
__________ p. 7
45

Nos lares americanos 35% dos horários da refeição são gastos na frente do
aparelho de TV. Cada noite, centenas de pais percebem que os programas
que surgem são desmoralizantes e prejudiciais para seus filhos, contudo
eles mesmos estão tão famintos para deleitar-se no pecado que estes
programas contêm que frequentemente deixam seus filhos assisti-los
também, não tendo qualquer poder de controlo. O tempo de lazer da TV
devora rapidamente o tempo de adoração da família, o tempo de leitura
piedosa, o tempo de brincar com os seus filhos e um tempo pessoal de
quietude. Alguém pode dizer: “Mas eu posso controlar a minha TV e o meu
tempo.

Um outro desafio a destacar é relativo a constituição das famílias, casamento


e os divórcios. “Na pós-modernidade, entretanto, inúmeros e diversos são os
motivos que levam a união conjugal como, por exemplo, “determinações
econômicas, sociais, culturais, de classe e gênero” (ARAÚJO, 2002, p. 70 apud
CARNEIRO, MICHELE MELO. 2008, p. 28)98.

O grande mal que atinge a família pós-moderna é o individualismo que esta


era ensina “valorizar os espaços individuais significa, muitas vezes, fragilizar os
espaços conjugais, assim como fortalecer a conjugalidade demanda, quase sempre,
ceder diante das individualidades”99

O uso das redes sociais consome o tempo que se deve dedicar a família,
destrói as relações intrafamiliar e provoca distanciamento “moderno” jamais
imaginado dos membros da mesma família que partilham o mesmo tecto, mesa e
até cama. “Tornaram-se frequentes as situações como um jantar de família em que
todos estão sentados à mesa, em silêncio, cada um mexendo em seu dispositivo
eletrônico”100.

9.3.2 A ESCOLA, A POLÍTICA E A CULTURA

A escola na pós-modernidade é o palco de produção de conhecimento e


divulgação de todas as características que a actual era ensina “a influência direta da
Pós-Modernidade ao Cotidiano Escolar ocorreu a partir dos desenvolvimentos
tecnológicos da sociedade, cada vez mais globalizada, ao propagar conhecimentos
da ciência, arquitetura, economia e cultura”. A comunidade escolar, professores e
alunos, querendo ou não acabam sendo agentes portadores desta informação quer
98
CARNEIRO, Michele Melo. Família, casamento e divórcio na pós-modernidade: refletindo sobre
relacionamentos, Brasília, 2008, p. 28
99
_______ p. 29
100
Acesso em https://www.google.com/amp/s/www.otempo.com.br/mobile/interessa/redes-sociais-
prejudicam-relacoes-com-amigos-e-familia-1.1431809%3famp
46

pela conversa, pelo vestuário ou ainda pelo modo de vida “A escola, por sua vez,
passa a ser o espaço de concentração da cultura pós-moderna. […] Justifica se a
propagação das informações, entre os jovens, que passam multiplicar essas
influências […] por expressão verbal, corporal, vestimentas ou relações sociais” 101

CONCLUSÃO

O pós-modernismo representa um perigo enorme a fé cristã. Ataca e destroe o pilar


central da sociedade que é a família. Com o relativismo, religiosidade e outras
caracteristicas que o pós-modernismo apresenta, fica claro que toda a sociedade
está sofrendo de que maneira com o veneno. A política, a sociedade, a cultura e arte
transformaram-se nos instrumentos de batalha do pós-modernismo contra a verdade
ou a fé cristã. As leis contra a manifestação da fé, sobrevalorização da cultura em
detrimento dos ensinamentos bíblicos e os artistas que pintam e cantam a beleza
desta vida atrainda todos para curtir.

10 A FÉ CRISTÃ E O PÓS – MODERNISMO: POSSÍVEIS CAMINHOS.

101
AVELINO, Wagner Feitosa. Influências da pós-modernidade no cotidiano escolar, Revista
Communitas v. 2, n. 3 (2018): Múltiplos discursos, práticas e políticas na/da educação, p. 2
47

Macarthur (2009, p. 108-111) 102, comentando os últimos versículos do sermão


de monte de Jesus sobre fundamentos de duas casas, relata o seguinte:

Não importa qual seja a aparência exterior, não importa o que você tem em
sua mente, não importa quão ardentemente conduza a sua actividade
espiritual, se vocês tem apenas o conhecimento intelectual, serão varridos
quando a enchente vier.
Sim Deus é a rocha, sim, Cristo é a principal pedra da esquina. Mas creio
que o que nosso Deus está dizendo é simplesmente o seguinte: “Estas
minhas palavras tornam-se o leito de rocha firme, que é o alicerce da
verdadeira igreja, da igreja redimida, do verdadeiro crente”

Diante de todo o desafio que o pós-modernismo nos impõe, não podemos


deixar sucumbir a nossa fé. Precisamos mostrar que essa fé que o pós-modernismo
está a atacar já foi alvo de muitas pressões mas sobreviveu. Portanto, esta fé
precisa ser vista no nosso modo de dia-a-dia e nos relacionamentos que mantemos.
“Nenhum comentário poderia ser mais prejudicial para o cristão do que as palavras:
"Mas você não é diferente das outras pessoas!" (STOTT, JOHN. 1981, p. 8) 103

Procuramos a Deus porque, e somente porque, ele primeiramente colocou em


nós o anseio que nos lança nessa busca. Esta é a atitude que deve caracterizar a
presente geração, para que possa de facto firmar-se na fé sem vacilar nem destilar
com os enganos do pós-modernismo. (TOZER, A. W. 1986, p. 12). 104

10.1 DEFINIÇÃO
10.1.1 FÉ

Sproul (2013, p. 8)105 disse que . “Quando falamos sobre o cristianismo,


provavelmente o chamamos mais “a fé cristã” do que “a religião cristã”. Isto é
apropriado, pelo facto de que o conceito de fé é fundamental para o cristão, porque
a fé é central ao ponto de vista bíblico sobre a redenção”

102
MACARTHUR, John. Crer é dificil, traduzido por Heloisa Cavallari Ribeiro Martins, editora cultura
cristä, São Pauli, 2009, p. 108-111
103
STOTT, John R. W. contracultura cristä: A mensagem do Sermão do Monte, tradução de Yolanda
M. Krievin, editora ABU, São Paulo, 1981, p. 8
104
TOZER, A. W. À procura de Deus, editora Betânia S⁄C, Belo orizonte, 1985, p. 12
105
STOTT, John. O que é fé. Tradução de Francisco Wallington Ferreira, editora fiel, São Paulo, 2013,
p. 7
48

Na mesma obra, Stott (ibidem, p. 8) 106 faz uma clara distinção entre a fé e a
esperança a partir dos textos de Hebreus 11 e de 1 Corintios 13. “Estas ideias
(esperança e fé) estão intimamente conectadas, mas, apesar disso, são distintas”.

Para ele, falar de esperança, é falar de um estado emocional de desejo, em


nossos corações, a respeito do que gostaríamos que acontecesse no futuro, mas
não estamos certos de que isso acontecerá. Desta forma, não quer dizer que
esperança se relaciona com incertezas, uma vez que do ponto de vista bíblico, ela
não se refere a um desejo por um resultado futuro que é incerto, e sim a um desejo
por um resultado futuro que é totalmente certo. Porque quando baseamos nossas
confianças nas promessas de Deus, podemos ter plena certeza quanto ao resultado.

A fé no entanto, vai além da esperança ou ainda é a essência da esperança. “


Quando a Biblia diz que “a fé é a certeza das coisas que se esperam” (Hebreus 11.1
– enfâse acrescentada), ela está falando de algo que tem consistência ou
importância – algo de valor extremo. A implicação é que a fé comunica a essência
da esperança”107

Confissão de fé de Wesminster (cap. 14 apud, Sproul, 2013, p. 54) 108 diz o


seguinte:

A graça da fé pela qual os eleitos são capacitados a crer para a salvação de


sua alma, é obra de Espírito de Cristo em seus corações. A fé é uma
manifestaçao da graça de Deus. Em palavras simples, aqueles que são
salvos, esses são capacitados ou habilitados a crer até ao fim, para a
salvaçao de sua alma”.

10.2 AO NÍVEL PESSOAL

O possível caminho ao nível pessoal para obter a vitctória sobre o pós-


modernismo é o encontro pessoal com Jesus. “Saber que o Mestre está vindo faz
com que os desanimados, os doentes e os oprimidos encontrem razão para se
erguerem, e motivo para crer que a solução de seus problemas está próxima”. 109

Falando da necessidade de um encontro pessoal com Deus nestes últimos


dias, HINN (2003, p. 5) diz que estes são, verdadeiramente, dias de fome sem

106
____________ p. 8
107
____________ p. 10
108
____________ p. 54
109
SOARES, R. R. A importância de crer, graça editorial, 1999, p. 5
49

precedentes. Enquanto viajo e ministro nestes últimos anos, tenho observado uma
ansiedade na face do povo de Deus. O remédio básico da nossa vida espiritual para
as patologias da pós-modernidade é o encontro pessoal com Deus, esse desejo é
que nos impulsiona a subir os degraus de nível espiritual.

Macarthur (2009, p. 76)110 expressa bem essa ideia mostrando que,

Como crentes, não somos mais deste mundo (Jo 17.14). o nosso maior
interesse foi transladado deste mundo, e a nossa verdadeira cidadania
agora está nos céus (Fp 3.20. somos visitantes e peregrinos (1Pe 1.17),
esperando para entrar em uma cidade cujo construtor e edificador é Deus
(Hb 11.10).
O Reino de Deus não é em nada semelhante aos reinos deste mundo feitos
pelo homem. Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma, não
são mais potências mundiais – o seu tempo de fama foi breve. Alexandre o
Grande possuiu um dos maiores impérios de toda a história do mundo, mas
ele também se foi. Todas as civilizações que um dia foram grandes estão
extintas.

Dominguez (1999, p. 5)111 fala do impacto que a ligação com Deus provoca
nas nossas vidas. Depois de rompidas as cadeias da opressão, e cancelada a
maldição do pecado, a Palavra divina é entendida com maior clareza, e entender o
que Deus nos diz, aviva a fé em nossos corações.

Stott (2006, p. 124)112 fala sobre o nosso modo de ver, de falar e de relacionar
a partir do exemplo de Jesus Cristo.

Considere, primeiro, o ensino de Jesus acerca das pessoas. É verdade que


ele chamou a atenção para o mal e para as coisas feias que procedem do
coração humano (Marcos 7:21-23). Entretanto, ele também falou do "valor"
dos seres humanos aos olhos de Deus. […] Testamento, a saber, que os
seres humanos são a coroa da atividade criadora de Deus, e que ele criou o
homem à sua própria imagem. […] Segundo, temos de considerar a atitude
de Jesus para com as pessoas. Ele não desprezou a ninguém e a ninguém
rejeitou. Pelo contrário, fez tudo o que podia para honrar àqueles a quem o
mundo desonrava, e aceitar àqueles a quem o mundo abandonava. Ele foi
cortês com as mulheres em público. Convidou os pequenos que fossem a
ele. Ele proferiu palavras de esperança aos samaritanos e aos gentios. Ele
permitiu que leprosos se aproximassem e que uma meretriz o ungisse e lhe
beijasse os pés. Ele fez amizade com os rejeitados da sociedade, e
ministrou aos pobres e aos famintos.

110
MACARTHUR, John. A sos com Deus. Tradução de Maria Lúcia Godde Cortez, editora Palavra,
Brasília, 2009, p. 76
111
DOMINGUEZ, César Castellanos. Entrando na Dimensão da Fé. Tradução de Valnice
Milhomens, Editorial Vilit & Cia. Ltda, 1999, p. 5
112
STOTT, John. A cruz de Cristo. Tradução de João Batista, Editora Vida, São Paulo, 2006, p. 124
50

“O Cristianismo, entretanto, ensina que não encontramos Deus, porque Deus


já nos encontrou. Ele se manifestou a nós por meio da Palavra. No Antigo e no Novo
Testamentos, na Bíblia, temos a revelação de Deus” 113

Macarthur (1999, p. 99) revela que a Bíblia afirma ser viva e poderosa. […] há
livros que mudam nossa maneira de pensar, mas a Bíblia é o único livro que pode
nos transformar totalmente, de dentro para fora. O autor patentea que a Bíblia é a
fala de Deus para a humanidade, é atraves dela que o homem regista o pensamento
de Deus para a sua vida. De acordo ainda com o mesmo autor, a Biíblia quando nos
transforma, nos torna homens livres, faz nos crescer espiritualmente mediante o
contacto com ela, faz nos dar frutos e habilita nos a fazer um bom combate espiritual
contra toda a força inimiga que visa nos deter no cativeiro 114.

10.3 AO NÍVEL COLECTIVO – DA IGREJA

Nós, os cristãos, estamos unidos não só por nosso compromisso com Jesus
Cristo, como também por nosso compromisso com a igreja de Jesus Cristo. A
preocupação na vida espiritual não deve concentrar-se apenas ao nível pessoal e,
sim também, ao nível colectivo, para o bem de toda a comunidade. (STOTT, p. 4)115

Certo é que o bem-estar da vida colectiva depende em grande parte da vida


individual, do relacionamento pessoal de cada membro da comunidade cristã com
Deus. “O chamamento cristão é uma vocação santa. Quando Deus chama alguém
para si, também o chama à santidade”116

O caminho mais apropriado ao nível colectivo ou seja, da igreja, nesta batalha


contra o relativismo, a religiosidade e outros males que caracterizam o
pós-modernismo é o ensino da verdade Bíblica. “À medida que famílias e igrejas
começam a aprender “todo o conselho de Deus” e recuperar a Lei e o Evangelho na
dieta da pregação, do ensino e do culto cristão, haverá nova integridade no
testemunho da igreja perante um mundo céptico […]” 117.
113
MACARTHUR, John. Como obter o máximo da palavra de Deus. Tradução de Josué Ribeiro,
editora cultura cristã, 1999, p. 7
114
_________ p. 99
115
STOTT, John. Sinais de uma igreja viva, p. 4
116
STOTT, John. Tu porém: a mensagem de 2Timóteo, Tradução de João Alfredo dal Bello, ABU
Editora S/C, São Paulo, 1982, p. 15
117
HORTON, Michael S. O cristão e a cultura: uma visão cristã da cultura e do seu papel dentro dela.
Tradução de Elizabeth C. Gomes, 1997, p. 229
51

Nos evangelhos, a pregação de Jesus era de ensino sobre o Reino de Deus.


(SISEMORE 1995, p. 13 apud CASSAMÁ, 2018, p. 20) 118 Relata melhor o ensino na
perspectiva Bíblica entre o Velho e o Novo Testamento.

A Bíblia do Velho ao Novo Testamento está cheia dos mandamentos de


DEUS para ensinar o seu povo: A Bíblia dá autorização clara e abundante
para um programa de educação cristã. Os mandamentos instituídos para
ensinar estão em ambos os Testamentos. Cada Testamento mostra uma
passagem que fala da responsabilidade do povo de DEUS em educar. No
Velho Testamento o texto fundamental é o Shema (Dt. 6:4-9), Israel foi
recomendado a ensinar às gerações posteriores a palavra da lei de DEUS
(Dt. 11:19). No Novo Testamento a grande comissão ordenada por Jesus
encarregava os seus discípulos a ensinar (Mt. 28:18-20).

Nos evangelhos, Jesus deixa bem claro aos seus discípulos através das suas
lições, a imperiosa necessidade de ensino para a formação dos verdadeiros
discípulos. Rienecker (1998, p. 109)119 Comentando Mateus 9: 34, diz o seguinte:

Ensinar refere-se à instrução dada ao povo (exposição da palavra de


Deus!), e também à controvérsia com os fariseus e escribas. O objetivo é
que o povo seja ensinado a partir da autoridade, e não dos “estatutos
humanos”. A palavra, novamente a palavra, a palavra poderosa do Espírito,
jamais poderá ser enaltecida demais.

Enquanto tal, Barclay (p. 381) 120, Falando da mesma passagem, destaca
Jesus Cristo como mestre e, que não só ensinou a verdade de Deus, mas também,
viveu na prática essa mesma verdade.

Jesus era mestre. Não basta proclamar as certezas da fé cristã e dar por
concluída nossa tarefa. Também devemos ser capazes de demonstrar o
significado que essas certezas têm na vida diária e isso o ensino podia fazê-
lo. A importância disto, e o problema que expõe, é que não se ensina o
cristianismo falando dele, antes é preciso vivê-lo. O dever do cristão não é
tanto falar de sua fé com outros, como lhes demonstrar, mediante sua vida,
o que significa a fé cristã.

Moody (p. 153)121 Diz o seguinte em relação a Mateus 28:20: inculcando os


preceitos de Cristo como esboço da maneira própria de viver dos seus discípulos. O
autor concorda com Barclay de que a tarefa de ensino exige do ensinador ou mestre
118
CASSAMÁ, Eliana Aniceto. O valor da Escola Bíblica Dominical para o amadurecimento nos dias
atuais. Bissau, 2018, p. 20
119
RIENECKER, Fritz. Evangelho de Mateus: comentário esperança. Tradução de Warner Fuchs,
editora evangelica esperança, São Paulo, 1998, p. 109
120
BARCLAY, William. Mateus. Traduçao de Carlos Biagini, p. 381
121
Comentario Biblico Moody, p. 153
52

o viver daquilo que ensino aos seus seguidores. Portanto, a responsabilidade que se
exige aqui é a preparação dos mestres ou seja, formação dos formadores.

Carson (2010, p. 688)122 fala do mesmo assunto, trazendo um elemento novo


que é a obediência a qual ele considera de característica fundamental de um
discípulo.

Discipular uma pessoa para Cristo é trazê-la para a relação de pupilo e


mestre, tomar [s]eu jugo’ de instrução autoritativa (11.29), aceitando o que
ele diz como verdade porque ele o diz e submetendo-se a suas exigências
como certas porque ele as fez). Discípulos são aqueles que ouvem e
entendem os ensinamentos de Jesus e também obedecem a eles (12.46-
50). A injunção é concedida, pelo menos, aos Onze, mas aos Onze em seu
próprio papel como discípulos (v. 16). Portanto, eles são paradigmas para
todos os discípulos. De forma plausível, a ordem é dada à assembleia mais
abrangente de discípulos (veja comentário sobre vv. 10,16,17). De todo
jeito, ela obriga todos os discípulos de Jesus a tornar outros o que eles
mesmos são — discípulos de Jesus Cristo.

Conforme Stott (p. 5)123

Poderíamos dizer que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo abriu uma


escada para a igreja. Os mestres da escola eram os apóstolos, a quem
Jesus tinha escolhido e treinado: e haviam três mil estudantes… na
realidade, meninos do jardim-de-infância. Estes recém-nascidos para a fé,
convertidos e cheios do Espírito Santo, não estavam dedicados a desfrutar
de uma experiência mística que os fizera se esquecer ou de arrazoar sobre
o que criam.

Cesaréia (p. 128) “Por este tempo, no entanto, Orígenes estava entregue em
Alexandria ao ensino divino para todos os que acudiam a ele, sem reservas, à noite e
inclusive de dia, dedicando sem vacilação todo seu tempo às ciências divinas e aos
discípulos que o freqüentavam”124.

CONCLUSÃO

A fé cristã pode ser vivida e manifestada no pós-modernismo basta cada um desejar


ardentemente em seu coração um encontro pessoal com Deus e, procurar que isso

122
CARSON, D.A. O comentário de M ateus. Tradução de Lena Aranha & Regina Aranha, Shedd
Publicações, São Paulo, 2010, p. 688
123
STOTT, John. Sinais de uma igreja viva, p. 5
124
CESARÉIA, Eusébio de. História eclesiástica. Traduçao de Wolfang Fischer, editora novo século,
São Paulo, 1999, p. 128
53

aconteça. Sendo a fé uma dádiva de Deus e certeza do que se espera, o crente ao


nível individual deve acreditar que o fim do fim chegou e, ao nível colectivo,
participar na comunhão como também nos ensinamentos a fim de ouvir mais sobre
Deus para robustecer a sua fé ainda mais.

RECOMENDAÇÃO

Gostaríamos de fazer das palavras do apóstolo Judas nossas palavras para dizer
aos nossos leitores “senti que era necessário escrever insistindo que batalhassem
54

pela fé de uma vez por todas confiada aos santos”. Judas reforça ainda mais o seu
pensamento “edifiquem-se, porém, amados, na santíssima fé que vocês têm, orando
no Espírito Santo”. A exortação é para cada um se posicionar para a batalha
tomando em consideração as ferramentas dispensadas pela Bíblia para esta batalha
- a oração, referida neste caso, no versículo 20. A victória da fé cristã na presente
era está na vida de comunhão com Deus, ela nutre os nossos corações de firmes
convicções e torna muito mais robusta a nossa fé independentemente dos
circunstancialismos em que nos encontramos.

Considerando que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, recomendamos aos


líderes, um forte compromisso com o ensino das Sagradas Escrituras. Uma
organização de maneira estruturada dos planos e conteúdos mensal e anual de
ensino de acordo com as faixas etárias dos membros, seria um elemento
indispensável nesta batalha pela fé. O conhecimento que proporcione um melhor
ensino deve ser o desafio das lideranças das igrejas como também o praticar desse
conhecimento, a partir do qual o instrutor ganha propriedade do conteúdo e
autoridade moral para desafiar os fiéis a seguirem a Sagradas Escrituras como ele
faz.

CONCLUSÃO

Em jeito de conclusão, quero de novo agradecer a Deus pela condução na recolha


dos dados que permitiram chegar a esse resultado tão satisfatório. Na medida em
55

que a hipótese que conduziu a pesquisa foi positivamente comprovada, partiu-se do


pressuposto que se a igreja não conhecer os ensinamentos do pós – modernismo e
as características desse período, corre o risco de se desviar e de ser levado pelas
correntes desta era.

Ao longo da pesquisa ficou comprovado que em cada era, o inimigo da fé cristã usa
uma determinada táctica com o intuito de conduzi-la ao descredito. Mas em cada um
dos períodos estudados também, comprovou-se que a igreja conhecia as tácticas do
malfeitor e se defendia. Por exemplo, no período inter-biblico, o apelo do Velho e Pai
Matatias foi exactamente no sentido dos filhos se levantarem para sua fé, o mesmo
aconteceu na era apostólica, patrística, média e moderna.

Hoje, na era pós-moderna, estamos a ser perseguidos por todos os lados e em


todas as horas, basta estares ligado ao internet, começam logo a aparecer imagens
de homens ou mulheres despidas e, nas rádios e televisões somos convidados a
provar se não é o vinho então são as modas bastante longe dos parâmetros
definidos pela Bíblia sobre o vestir decente.

Estes e outros factos, convidam-nos líderes, estudiosos, seminaristas a enveredar


pelo ensino das Sagradas Escrituras a fim de livrar a fé cristã de se tornar uma
simples congregação de pessoas despidas do verdadeiro do poder e autoridade do
evangelho.

REFERÊNCIAS

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Revista Communitas v. 2, n. 3 (2018): Múltiplos discursos, práticas e políticas na/da
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CASSAMÁ, Eliana Aniceto. O valor da Escola Bíblica Dominical para o


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