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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Com o mercado cada vez mais competitivo e o tempo das pessoas mais “curto”,
entregar o produto solicitado pelo cliente no menor tempo possível é um dos fatores para que
a empresa se mantenha no mercado. O estudo de tempos e movimentos tem como objetivo
estabelecer padrões de forma sistêmica a fim de determinar o método mais eficiente para a
realização de determinada atividade (NEGREIROS; LIMA, 2011).
Em um estudo feito por HAUCK FILHO e TEIXEIRA (2012), foi verificado que que
os contextos de uso de álcool mais relatados na presente amostra de universitários foram
festas e bares. Nestes ambientes, onde a oferta de bebida é “ilimitada” e o contexto colabora
com o consumo de álcool, o tempo de resposta entre fazer o pedido de uma bebida específica,
que deve ser preparada no momento do pedido, até a entrega do pedido, vai pode ter
influência na quantia gasta pela pessoa naquele estabelecimento.
2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivos específicos realizar uma análise das operações e
layout do posto de trabalho e também propor melhorias ergonómicas para que o operador
execute suas atividades com maior conforto.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.2 Cronoanálise
A cronoanálise tem sua origem no estudo de tempos e métodos, sendo que com base
nesta ferramenta, define-se os parâmetros tabulados de várias formas que, coerentemente,
culminam na racionalização industrial (FELIPPE et al, 2012).
De acordo com Barnes (1977), para a realização da cronoanálise, são necessários sete
passos: 1) Obter e registrar as informações sobre a operação e o operador em estudo; 2)
Dividir a operação em elementos; 3) Observar e registrar o tempo gasto pelo operador; 4)
Determinar o número de ciclos a serem cronometrados; 5) Avaliar o ritmo do operador; 6)
Determinar as tolerâncias; 7) Determinar o tempo padrão para a operação.
[ ]
2
z×R
n= (1)
Er ×d × x
Onde:
n: Número de ciclos a serem cronometrados;
z: Coeficiente da distribuição normal padrão para uma probabilidade determinada;
R: Amplitude da amostra;
Er: Erro relativo;
d: Coeficiente em função do número de pré-cronometragens;
x : Média das pré-cronometragens.
3.2.5 Tolerâncias
Tempo de ociosidade
Fator de tolerância=1+ (3)
Tempo da jornada de trabalℎo
De acordo com CRUZ (2008), o tempo padrão é uma ferramenta que permite a análise
da capacidade de produção do processo, levando em consideração o ritmo e tolerâncias de
ociosidade. De acordo com Barnes (1977), o cálculo do tempo padrão pode ser definido da
seguinte forma, como apresentado na Equação 4.
Por definição, a qualidade de vida, se une a definição de saúde, bem-estar e está ligada
diretamente a definição de qualidade de vida no trabalho, devida a centralidade do trabalho na
vida dos indivíduos nessa contemporaneidade.
o Diagrama de Corlett (ou diagrama de áreas dolorosas). Segundo Iida (2005), neste
diagrama o corpo humano é dividido em partes, facilitando assim a identificação de áreas em
que os trabalhadores sentem dores. Com esse diagrama, os trabalhadores apontam as regiões
onde sentem dores e avaliam o grau de desconforto que sentem em cada uma dessas áreas no
diagrama. O índice de desconforto é classificado de 0 a 7, em que o nível 0 representa “sem
desconforto” e o nível 7 “extremamente desconfortável”, marcadas linearmente da esquerda
para direita. O Diagrama de Corlett utilizado pode ser visualizado na Figura 1.
4 METODOLOGIA
Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de sites, artigos e livros
publicados, a fim de obter a base teórica necessária para a realização deste trabalho. Através
de visitas realizadas, durante o mês de junho de 2022, foi possível obter os dados necessários
para a realização, como registros audiovisuais (vídeos e fotografias), dos estudos de tempos e
movimentos e também condições ergonômicas de trabalho.
A partir das filmagens, foi extraído os tempos de capa operação, para posteriormente
realizar os cálculos de cronoanálise para a definição do tempo padrão do operador. Os dados a
respeito dos tempos e movimentos foram obtidos através de filmagens, realizada através da
câmera do celular, e com isso foi possível determinar o tempo necessário para executar
determinadas atividades do processo de produção dos drinks. Para a obtenção dos dados
ergonômicos de trabalho, foi aplicado um questionário (Apêndice A) que foi respondido pelos
bartenders.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como dito antes, este texto foca a produção da bebida caipvodka, a qual é produzida
na bancada que pode ser visualizada logo abaixo:
Após observação no local e através das filmagens, dividimos as etapas do processo em:
3. colocar o gelo;
O fator de ritmo de 0,95 foi definido através da observação e da conversa com o profissional,
visto que o mesmo comentou que seu ritmo normal não se mantinha por toda a jornada de
trabalho, devido à alta demanda em determinados horários da noite.
E como resultado desta equação, temos que o fator de tolerância é igual a 1,07865.
[ ]
2
z× R
n=
Er ×d × x
Sendo:
z=1,96;
R=13,5;
Er=5¨%;
d= 2,326 ;
Portanto, o número de ciclos a ser cronometrado é de n=4,141, ou seja, como não é possível
realizar 4,141 cronometragens, serão necessários 5 aferições, e sendo assim, manteremos os
valores já vistos na tabela anterior para cálculo do tempo normal e tempo padrão que seguem
calculados abaixo, através do software excel, aplicando as equações (2) e (4).
A partir dos cálculos de tempo normal e tempo padrão, obtivemos os resultados de 106,21 e
107,35 respectivamente.
A partir da visualização deste gráfico podemos perceber que a mão direita pratica quase todo
o transporte do processo enquanto a mão esquerda pratica quase que unicamente o papel
operacional, de maneira que podemos perceber que a grande maioria das tarefas da mão
canhota estão relacionadas a apoiar a mão direita, no sentido de segurar, abrir ou fechar algo,
enquando a mão direita realiza as atividades que mais exigem concentração e atenção do
trabalhador.
Após avaliar os movimentos realizados pelas mãos, foi montado um gráfico de fluxo de
processo com uma de nossas cronometragens, afim de ilustrar o fluxo do processo de maneira
detalhada:
Portanto, a capacidade da empresa pode ser descrita como sendo o tempo disponível de
trabalho dividido pelo tempo padrão, estes que são representados respectivamente por 8 horas
(480 minutos ou 28800 segundos) e 121,89 segundos, resultando em aproximadamente 236
drinks por dia por posto de trabalho responsável pela produção. Como na empresa existem
dois postos de trabalho responsáveis por esta produção, temos que a capacidade é de
aproximadamente 536 drinks por dia.
Como visto neste trabalho, os dados e a observação no local nos propõe a pensar em
melhorias que poderiam ser implementadas a fim de realizar pequenas mudanças sem
quaisquer exigências de grandes investimentos, afim de melhorar a qualidade dos serviços,
além de facilitar o setor produtivo a atingir resultados melhores com menor esforço e maior
conforto combinado ao equilíbrio de trabalho realizado por ambas as mãos.
Como vimos anteriormente nas amostras coletadas, podemos perceber que a amplitude da
variação dos tempos em alguns elementos, é uma variável de peso, visto que ela acontece nos
primeiros momentos devido ao fato de o colaborador levar algum tempo pensando na receita,
principalmente na ordem correta de se produzir o drink, o que em dias de grande demanda
pode ser um problema, devido à alta demanda e à grande exposição ao estresse, visto que este
colaborador trabalha em contato direto com o público. Uma proposta para que uma grande
amplitude não ocorra nesses elementos é padronizar a receita de todos os drinks e deixá-las
em um local visível ao colaborador, para que este não perca tempo pensando e apenas siga os
passos já previamente destacados. Vale lembrar que o ser humano não funciona como um
robô, e muitas vezes confiar apenas na memória para realizar um trabalho que dura horas
pode acarretar não apenas erros, mas também grandes variações nos tempos de produção.
Outro ponto a ser citado é o gráfico de duas mãos, que demonstra a subutilização da mão
esqueda. É possível a implementação de um sistema mais simples nesta bancada, sem
mudanças radicais no layout do posto de trabalho. O necessário ali se faz na organização, a
empresa peca muito neste quesito, e através desse segmento, sugere-se que nesta bancada seja
adicionado um apoio para copos, de maneira que este fique estável na mesa sem necessidade
de segura-lo, deixando assim uma das mãos livre, eliminando 7 vezes em que operador pega o
copo na mão qualquer motivo, de maneira que o processo possa ficar mais rápido e a carga
seja melhor distribuída entre as mãos. Além disso, uma outra disposição para os copos se faz
necessária, visto que existem muitas opções melhores do que apenas colocá-los empilhados
sobre a bancada, tais como guardar dentro de um móvel, gaveta ou uma subdivisão da própria
bancada. Ainda sobre a bancada, podemos perceber através da imagem citada que os
ingredientes ficam dispostos em uma vasilha de plástico, a qual deve-se prestar atenção o
tempo todo, uma vez que um movimento errado pode fazer com que todo a matéria prima vá
para o chão, tornando-se inutilizável. Frente à isso, sugiro cavidades na bancada, assim como
as bancadas de sorveteria (aquelas que ficam disponíveis os complementos do sorvete), uma
vez que são móveis, simples de limpar, com tampa, e dificilmente um movimento incorreto
desperdiçaria estes ingredientes. Abaixo segue uma foto ilustrativa de uma bancada que
poderia ser utilizada para exemplificar esta solução.
6 CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
HAUCK FILHO, Nelson; TEIXEIRA, Marco Antonio Pereira. Motivos para beber e situações de consumo de
bebidas alcoólicas: um estudo exploratório. Mudanças: Psicologia e Saúde, v. 20, n. 1-2, p. 1-6, 2012.
DE SOUZA, Edson Luis. Proposta e Aplicação de um Modelo de Cronoanálise Para os Setores de Soldagem e
Montagem de uma Empresa de Agronegócios. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) -
Faculdade Horizontina, Horizontina, Rio Grande do Sul, 2012.
SILVA, A. V., COIMBRA, R. R. C. Manual de Tempos e Métodos. São Paulo: Hemus, 1980.
IIDA, Itiro. Ergonomia - Projeto e Produção. Editora Blucher, 2005. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521215271/. Acesso em: 9 jul. 2022.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
NEGREIROS, Raquel Ferreira de; LIMA, Roberta Nayhane de. Projeto de engenharia de métodos numa
fábrica de sorvetes. Seprone – Simpósio de Engenharia de Produção da Região Nordeste, v. 01, p.1 – 11, 2011.
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