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RESUMO
REFERENCIAL TEÓRICO
TEMPOS E MOVIMENTOS
Engenharia de Produção: tecnologia e inovação em pesquisa - ISBN 978-65-5360-152-9 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 1 - Ano 2022
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é o método mais utilizado pelas indústrias na hora de medir o trabalho, considerando a
eficiência individual do operador e empregando padrões para produção e para os custos
industriais da empresa.
Segundo Barnes (1977), a engenharia de métodos busca através de analises, identificar
o melhor método para executar uma determinada operação, padronizando e estabelecendo
tempo padrão para um operador treinado realizar determinada atividade com qualidade, de
forma eficiente e reduzindo custos.
Moreira (1998) defende que o estudo de tempos e movimentos é uma ferramenta
indispensável na identificação da capacidade produtiva de uma indústria, pois mostra a
quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos pela empresa em
um dado intervalo de tempo.
FLUXOGRAMA
De acordo com Slack et al. (2002), o fluxograma pode ser utilizado para conhecer fluxos
do processo de forma detalhada e com o objetivo de facilitar a compreensão do processo
produtivo da indústria.
A tabela a baixo mostra os símbolos frequentemente utilizados para demonstrar as
atividades que ocorrem ao longo de um processo produtivo.
Símbolo
TESTE DE RÍTIMO
Barnes (1977) desenvolveu um teste metódico conhecido como teste de ritmo, o mes-
mo é realizado para se conhecer o funcionário/operador padrão, é realizado para constatar
se existe grande variabilidade nos tempos de execução de uma atividade. Resultados com
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grande amplitude podem trazer falsos números e não condizer com a real capacidade de
produção da empresa.
A escolha do funcionário padrão é feita através do teste de ritmo proposto por Barnes
(1977), onde é distribuído para os funcionários selecionados, 52 cartas de baralho para
que os mesmos as distribuam continuamente e no sentido horário em quatro fileiras sobre
uma mesa 5 vezes; Apesar de ter sido coletado 5 tempos, apenas os 3 últimos são usados
para fazer o estudo e os dois primeiros são descartados. O Tempo internacional ideal para
a distribuição é de 30 segundos, sendo a eficiência do trabalhador a razão entre o tempo
obtido e o tempo ideal, demonstrado pela Equação 1:
𝑇𝑇𝑇𝑇(30𝑠𝑠)
𝐹𝐹𝐹𝐹 = (1)
𝑇𝑇
Ressalta-se que o funcionário padrão deve possuir ritmo entre 90 e 110%, o que cor-
responde a um tempo de 27 a 33 segundos, respectivamente (MARTINS; LAUGENI, 1998).
CICLOS DE CRONOMETRAGEM
!
𝑍𝑍 𝑥𝑥 𝑅𝑅
𝑁𝑁 = (2)
𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝑑 𝑥𝑥 𝑋𝑋
Onde:
Ainda de acordo com os autores supracitados, para utilizar a expressão, deve-se realizar
uma cronometragem prévia, cronometrando entre 5 e 10 vezes a operação e retirando dos
resultados obtidos a média e a amplitude das cronometragens, os autores também defen-
dem a fixação dos valores da probabilidade e do erro relativo que são desejados. No estudo
proposto, adotou-se probabilidade de 95%, erro relativo de 5% e um d2= 1,693, para os
processos com três amostras e um d3=2,059, para os processos com quatro amostras.
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DETERMINAÇÃO DO TEMPO PADRÃO E FATOR DE TOLERÂNCIA
Para Barnes (1977), o tempo padrão (TP) caracteriza o tempo necessário para a
fabricação de um produto específico; podendo também, ser utilizado como indicador para
análise de crescimento e produtividade da empresa. Para cálculo do tempo padrão utili-
za- se a Fórmula 3:
Sendo:
(4)
𝑇𝑇𝑇𝑇 = 𝑇𝑇𝑇𝑇 × 𝐹𝐹R
Onde:
TN = Tempo Normal
TO = Tempo médio cronometrado nas observações
FR = Fator de eficiência/Ritmo do operador
𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝í𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣
𝑃𝑃 = (5)
𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡
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1
𝐹𝐹𝐹𝐹 = (6)
1 − 𝑃𝑃
TP = Tempo Padrão.
METODOLOGIA
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A empresa estudada, realiza a separação das matérias primas necessárias na produ-
ção no dia anterior a fabricação. Sendo assim, não foi possível acompanhar o processo de
fabricação do “preparado de goiaba” desde o seu início; por conta disso, a etapa de esteri-
lização/rotulação do produto foi escolhida para realizar o estudo de tempos e movimentos
pois o mesmo também é feito de forma manual pelos funcionários.
Uma vez escolhida a operação, iniciou-se o processo de cronometragem amostral para
sem seguida realizar o cálculo das cronometragens necessárias. Após observar e fazer as
cronometragens, foi aplicado o teste de ritmo dentre os operários da linha de produção para
identificar o operador padrão entre eles.
Diante disso, criou-se o gráfico de controle para identificar valores extremos, a partir
do cálculo das médias de cronometragem necessárias e amplitude obtida para encontrar o
limite superior e inferior e identificar se os valores cronometrados estavam dentro do limite
de controle, invalidando para o cálculo do tempo normal aquela que estivesse fora.
Depois de validar as cronometragens obtidas, realizou-se os cálculos de tempo padrão,
tempo normal e capacidade produtiva. Por último, foi realizado o estudo de movimentos no
processo supracitado e apresentado em forma de tabela para calcular o tempo sintético e
comparar com o tempo padrão encontrado.
Vale ressaltar, que a pedido da empresa não foi possível registrar qualquer tipo de
imagem e vídeo, dessa forma todas as cronometragens foram manuais à medida que o
funcionário realizava cada tarefa.
ESTUDO DE CASO
PROCESSO PRODUTIVO
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GRÁFICO DO FLUXO DE PROCESSO
TESTE DE RITMO
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Quadro 1. Teste das cartas de baralho.
4ª 5ª
OPERADORES 3ª CRONOMETRAGEM MÉDIA
CRONOMETRAGEM CRONOMETRAGEM
OPERADOR 1 33.80 32.59 31.4 32.59
OPERADOR 2 47.76 43.35 42.28 44.46
OPERADOR 3 29.61 28.43 27.55 28.53
Fonte: Autores (2021).
Para determinar o número de ciclos, foram retiradas quatro amostras dos processos
de “esterilização do pote”, “limpeza da embalagem” e “colocar na caixa”, também foram
retiradas três amostras dos processos de “rotulação” e “envase”.
A partir das amostras, foi retirada a amplitude e média de cada processo para deter-
minar o número de cronometragens necessárias. Considerou-se um intervalo de confiança
de 95% (x= 1,96) e erro relativo de 5% para todos os cálculos; para os processos com três
amostras utilizou-se d2= 1,693 e d3=2,059, foi usado para os processos com quatro amostras.
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Quadro 2. Determinação do número de cronometragens.
O tempo normal (TN) é obtido através do produto entre o tempo médio cronometrado
valido (TM) e o fator de ritmo (FR); sendo o TM a média de cronometragem de cada opera-
dor e o FR calculado através da equação 1 e igual para os operadores, já que as atividades
são realizadas por todos os funcionários.
Com os valores para o tempo cronometrados e o fator de tolerância calculado, torna-se
possível identificar o tempo normal para os funcionários através da Equação 4:
● Operador 1
TN = 32,59 x 0,85 = 27,70 segundos
● Operador 2
TN = 44,46 x 0,85 = 37,79 segundos
● Operador 3
TN = 28,53 x 0,85 = 24,25 segundos
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!,#$ × '(!
P = (#*!,#$)
(5)
P =0,15
!
FT =
(!#$,!&)
(6)
FT =1,17
Para determinar o tempo padrão, é necessário ter em mãos a média dos tempos e a
avaliação do ritmo dos operadores conforme Equação 3.
● Operador 1
TP = 27,70 x 1,17 = 32,40 segundos
● Operador 2
TP = 37,79 x 1,17 = 44,21 segundos
● Operador 3
TP = 24,25 x 1,17 = 28,37 segundos
Por fim, calcula-se a capacidade produtiva considerando uma carga horária diária de
trabalho de 8 horas (retirando pausas e horário do almoço); a capacidade produtiva obtida
pode ser calculada pela Equação 7, tendo os resultados exibidos na tabela 3:
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Tabela 3. Capacidade produtiva em kg.
ESTUDO DE MICROMOVIMENTOS
O tempo médio da operação de esterilização foi igual 37,6 segundos por recipientes.
TEMPO SINTÉTICO
Respeitando o pedido da empresa, não foi possível fazer qualquer tipo de registro
fotográfico das operações; ademais, por conta de a empresa produzir a cada dia um novo
produto, não foi possível retornar à fábrica para cronometrar manualmente os micromovi-
mentos do preparado de goiaba.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
1. BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida de trabalho. 6.
ed. São Paulo: Edgard Blüchen, 1977.
9. SLACK, N. Et al. Administração da produção. São Paulo: Editora Atlas, 1996. SLACK,
N. et al. Administração da produção. 2a Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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