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ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv7n12-100
RESUMO
O estudo de tempos e movimentos é uma subárea da Engenharia de Produção de grande
importância na determinação da capacidade produtiva de uma empresa e também na
padronização dos movimentos realizados pelos funcionários. Durante o estudo, sua
utilização em uma empresa do ramo alimentício se mostrou de suma importância. Além
disso, por tratar-se de uma empresa alimentícia com métodos artesanais e matérias primas
perecíveis, possui riscos envolvidos, justificando tal padronização. Dessa forma, o
presente artigo trata-se de um estudo de caso realizado em uma Industria atacadista de
doces, com objetivo de determinar a capacidade produtiva do “preparado de goiaba” por
meio dos estudos dos tempos e movimentos. Para tanto, pautou-se de pesquisas
bibliográficas para o construto teórico, bem como de uma pesquisa de cunho quantitativo,
cronometrando o tempo do processo produtivo e ritmo dos operários. Os resultados
encontrados foram considerados positivos, uma vez que conseguiu determinar o tempo
padrão e capacidade produtiva, ampliando a visão dos gestores com informações
inerentes da produção.
ABSTRACT
The study of times and movements is a sub-area of Production Engineering of great
importance in determining the production capacity of a company and also in standardizing
the movements performed by employees. During the study, its use in a company in the
food industry proved to be of paramount importance. Furthermore, as it is a food company
with artisanal methods and perishable materials, it has risks, justifying such
standardization. Thus, this article is a case study carried out in a candy wholesale industry,
with the objective of determining the productive capacity of the “guava preparation”
through the studies of times and movements. Therefore, it was based on bibliographical
research for the theoretical construct, as well as a quantitative research, timing the time
of the productive process and the rhythm of the workers. The results found were
considered positive, since it managed to determine the standard time and production
capacity, expanding the view of managers with information inherent in production.
1 INTRODUÇÃO
Parte importante do estudo de tempos e movimentos segundo Barnes (1977), é a
forma como são projetados os métodos para realizar as operações ou a melhoria do
mesmo, quando um novo produto entra na linha de produção. O presente artigo trata-se
de um estudo de caso, com foco na aplicação do estudo de tempos e movimentos em uma
indústria local da região metropolitana de Belém, com elevado número de produção diária
e com foco no atacado.
A indústria utiliza um planejamento de produção voltado para a demanda,
organiza seus dias de produção por semana ao analisar os níveis de estoque ou ao sofrer
algum pedido repentino maior do que o esperado; por ser uma indústria de alimentos
local, a demanda exige que os pedidos sejam entregues de forma rápida.
Esse artigo busca mostrar a importância do estudo de tempos e movimentos na
coleta segura dos dados de tempo padrão, sendo o mesmo base para obtenção de outros
parâmetros, como: indicadores de produtividade e qualidade, carga homem e a
possibilidade de evidenciar o funcionário padrão.
A empresa estudada, é uma indústria de doces localizada em Belém do Pará,
capital referência da Amazônia no Brasil. É conhecida por sua diversidade e preço, pois
vende para o mercado atacadista e varejista de doces e gêneros alimentícios, e conta mais
de 5000 itens em seu catálogo. Fundada em 2007, começou com produtos para sorveteria
e foi ganhando espaço no comercio paraense, atendendo hoje outros estados como
Maranhão e Amapá.
As atividades analisadas foram, esterilização, mistura, envase, limpeza, rotulagem
e encaixotamento. Essas atividades são de suma importância para o processo já que são
eles que agregam valor ao produto. As atividades supracitadas com exceção da “mistura”
são realizadas por todos os funcionários em um sistema rotativo onde todos conhecem o
processo.
Com o exposto, o objetivo do estudo é aplicar o estudo de tempos e movimentos
em prol de melhorias no processo produto da indústria alimentícia, por meio da
identificação da sua capacidade produtiva e operações gargalo. Para tal, foi aplicado o
teste das cartas de baralho para conhecer o operador padrão e também foram realizadas
cronometragens para se obter resultados mais precisos. A pedido da empresa não foi
possível, realizar filmagens e registros fotográficos.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 TEMPOS E MOVIMENTOS
Com a cronometragem de tempos, é possível conhecer o tempo padrão e
capacidade produtiva do processo estudado. Segundo Ricci (2013) o estudo de tempos
cronometrados é o método mais utilizado pelas indústrias na hora de medir o trabalho,
considerando a eficiência individual do operador e empregando padrões para produção e
para os custos industriais da empresa.
Segundo Barnes (1977), a engenharia de métodos busca através de analises,
identificar o melhor método para executar uma determinada operação, padronizando e
estabelecendo tempo padrão para um operador treinado realizar determinada atividade
com qualidade, de forma eficiente e reduzindo custos.
Moreira (1998) defende que o estudo de tempos e movimentos é uma ferramenta
indispensável na identificação da capacidade produtiva de uma indústria, pois mostra a
quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos pela empresa em
um dado intervalo de tempo.
2.2 FLUXOGRAMA
De acordo com Slack et al. (2002), o fluxograma pode ser utilizado para conhecer
fluxos do processo de forma detalhada e com o objetivo de facilitar a compreensão do
processo produtivo da indústria.
A tabela a baixo mostra os símbolos frequentemente utilizados para demonstrar
as atividades que ocorrem ao longo de um processo produtivo.
Ressalta-se que o funcionário padrão deve possuir ritmo entre 90 e 110%, o que
corresponde a um tempo de 27 a 33 segundos, respectivamente (MARTINS; LAUGENI,
1998).
Onde:
N = número de ciclos a serem cronometrados;
Z = coeficiente de distribuição normal para uma probabilidade determinada;
R = amplitude da amostra;
Er = erro relativo da medida;
d2 = coeficiente em função do número de cronometragens realizadas previamente;
X= média dos valores das observações.
Sendo:
TN = Tempo normal da operação
FT = Fator de tolerância
Onde:
TN = Tempo Normal
TO = Tempo médio cronometrado nas observações
FR = Fator de eficiência/Ritmo do operador
representa o volume ideal de produtos ou serviços que ela pode realizar com um
determinado nível de atividades que possibilitem a maior lucratividade e o menor custo.
Gaither e Fraizer (1999) resumem capacidade produtiva como ritmo máximo de
produção de uma organização; citando as variações diárias que podem ocorrer, como
defeito de algum equipamento, falta ou férias de funcionários, , atraso nas entregas de
matéria prima e outros, como exemplo dos fatores que tornam seu uso e entendimento
mais complexo.
Utilizando os tempos é possível mensurar a dimensão da capacidade produtiva da
organização ou de um setor específico. Pode-se calcular a capacidade produtiva através
da equação 6:
TP = Tempo Padrão.
3 METODOLOGIA
O artigo trata-se de um estudo de caso realizado em uma indústria de
processamento de produtos alimentícios, voltados para doces, na região metropolitana de
Belém, Pará. Em relação aos fins, a pesquisa caracteriza-se como exploratória e
descritiva; o levantamento dos dados e cronometragens foram feitos através de visitas in
loco na fábrica, utilizando a pesquisa bibliográfica, documental e de campo para justificar
os meios.
A empresa estudada, realiza a separação das matérias primas necessárias na
produção no dia anterior a fabricação. Sendo assim, não foi possível acompanhar o
processo de fabricação do “preparado de goiaba” desde o seu início; por conta disso, a
etapa de esterilização/rotulação do produto foi escolhida para realizar o estudo de tempos
e movimentos pois o mesmo também é feito de forma manual pelos funcionários.
Uma vez escolhida a operação, iniciou-se o processo de cronometragem amostral
para sem seguida realizar o cálculo das cronometragens necessárias. Após observar e
fazer as cronometragens, foi aplicado o teste de ritmo dentre os operários da linha de
produção para identificar o operador padrão entre eles.
Diante disso, criou-se o gráfico de controle para identificar valores extremos, a
partir do cálculo das médias de cronometragem necessárias e amplitude obtida para
encontrar o limite superior e inferior e identificar se os valores cronometrados estavam
dentro do limite de controle, invalidando para o cálculo do tempo normal aquela que
estivesse fora.
Depois de validar as cronometragens obtidas, realizou-se os cálculos de tempo
padrão, tempo normal e capacidade produtiva. Por último, foi realizado o estudo de
movimentos no processo supracitado e apresentado em forma de tabela para calcular o
tempo sintético e comparar com o tempo padrão encontrado.
Vale ressaltar, que a pedido da empresa não foi possível registrar qualquer tipo de
imagem e vídeo, dessa forma todas as cronometragens foram manuais à medida que o
funcionário realizava cada tarefa.
4 ESTUDO DE CASO
Como forma de organizar e otimizar a produção, a fábrica estudada separa a
matéria prima necessária para o preparo dos doces, um dia antes da sua fabricação. Dessa
forma, não foi possível acompanhar o a produção do “preparado de goiabada” desde o
seu início. Por conta disso, escolheu-se a etapa de esterilização/rotulação para realizar o
estudo, pois também é um processo realizado de forma manual pelos operários.
● Operador 1
TN = 32,59 x 0,85 = 27,70 segundos
● Operador 2
TN = 44,46 x 0,85 = 37,79 segundos
● Operador 3
TN = 28,53 x 0,85 = 24,25 segundos
● Operador 1
TP = 27,70 x 1,17 = 32,40 segundos
● Operador 2
TP = 37,79 x 1,17 = 44,21 segundos
● Operador 3
TP = 24,25 x 1,17 = 28,37 segundos
5 TEMPO SINTÉTICO
Respeitando o pedido da empresa, não foi possível fazer qualquer tipo de registro
fotográfico das operações; ademais, por conta de a empresa produzir a cada dia um novo
produto, não foi possível retornar à fábrica para cronometrar manualmente os
micromovimentos do preparado de goiaba.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas cronometragens realizadas e resultados obtidos, encontra-se os
valores para velocidade de operação, fator de tolerância, quantidade de “preparado de
goiaba” produzida em kg, tempo normal e ritmo dos operadores; tornando satisfatório o
estudo de tempos e movimentos em uma fábrica atacadista de doces.
Diante do exposto, concluiu-se que os resultados obtidos foram satisfatórios; pois
o objetivo de calcular a capacidade produtiva foi alcançado; com o resultado encontrado,
foi possível atestar que o nível de produção é capaz de suprir as necessidades da demanda
REFERÊNCIAS