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“Os desafios da engenharia de produção para uma gestão inovadora da Logística e Operações”
Santos, São Paulo, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2019.
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A escolha do foco em camisa personalizada se dá ao fato de que esse bem é responsável por
conferir maior receita para a microempresa e o mesmo é na maior parte produzida por ela
terceirizando apenas o serviço de costura. Assim, os cálculos que determinam a sua
capacidade e produtividade se fazem essenciais para conhecer bem como ter controle do
processo, propiciando mais qualidade no produto final e maior eficiência em seu
planejamento.
2. Referencial teórico
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amplitude da amostra, Er é o erro relativo da medida, d é o coeficiente em face do número de
cronometragens feitas preliminarmente e x é a média da amostra.
2.3. Tempo normal de trabalho
Entende-se por tempo normal (TN) como o tempo que o operador gasta para executar a
operação normalmente, uma vez que considera as limitações e habilidades do mesmo, já que
existem fatores que influenciam na velocidade com que a tarefa é executada. Para Barnes
(1977) esse tempo, por sua vez, é o tempo dispendido para a realização de uma operação onde
o trabalhador trabalha em ritmo normal sem levar em conta a tolerância. Logo, para a
realização do cálculo do tempo normal de trabalho, deve-se usar a equação 2.
TN = TC x RT (2)
Pela equação acima, TN refere-se ao tempo normal fator de ritmo, TC diz respeito ao tempo
cronometrado ou tempo médio (TM) e RT é a ritmo do operador.
2.4. Fator de tolerância
No cálculo do tempo, faz-se necessário haver tolerâncias. Essas, por sua vez, são entendidas
como os tempos acrescentados ao tempo normal de uma operação, com fim compensatório
para as pausas do trabalhador devido à fadiga e às necessidades pessoais. Martins e Laugeni
(2006) apresentam que a fadiga é dependente das condições do trabalho e para um regime de
trabalho de oito horas, é aceitável uma tolerância de 10 a 25 minutos por turno. Pode-se
calcular o Fator de Tolerância (FT) através da equação 3.
FT = 1 + T/TD (3)
Onde T, refere-se à tolerância de tempo acrescida ao tempo normal, e TD diz respeito ao
tempo da jornada de trabalho de oito horas.
2.5. Fluxograma
É uma técnica que descreve através de símbolos específicos, cada etapa de um processo.
Dentre as vantagens na utilização do fluxograma, segundo Mello (2008) estão: Permite
verificar como se conectam e relacionam os componentes de um sistema, mecanizado ou não,
facilitando a análise de sua eficácia; Facilita a localização das deficiências, pela fácil
visualização dos passos, transportes, operações e formulários; Propicia o entendimento de
qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes pela clara visualização das
modificações introduzidas. Lucas et al (2015), aponta o fluxograma como, graficamente, o
coração do mapeamento de processos, frequentemente utilizado para fins de processamento
de informações. A simbologia do fluxograma foi proposta pelo casal Gilbreth, em 1921.
Inicialmente foram propostos 40 símbolos. Em 1947 a American Society of Mechanical
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Engineers (ASME) definiu cinco símbolos para o diagrama de fluxo de processo (RIBEIRO,
FERNANDES E ALMEIDA, 2010). A baixo a Figura 1 para representação:
Figura 1-Simbologia do Fluxograma
OPERAÇÃO
TRANSPORTE
INSPEÇÃO
ESPERA
ESTOQUE
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Com o layout fizemos um projeto de reestruturação do arranjo físico, tendo em vista que não
se tinha um local fixo de produção, gerando desperdícios, e com isso utilizamos como forma
de melhoria no processo produtivo e até no controle de estoque.
3. Procedimentos metodológicos
A metodologia, de acordo com Gil (1999), é a linha de raciocínio adotada no processo de
pesquisa. A natureza do presente artigo é um estudo de caso, visto que o trabalho se
caracteriza como sendo um estudo em profundidade, baseado em uma análise intensiva
empreendida em uma única organização (BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1991).
Os dados colhidos foram do tipo qualitativo e quantitativo.
Quanto aos procedimentos técnicos, foi realizado levantamento bibliográfico, exploratória e
descritivo. Foi utilizada, como base de dados, a leitura de artigos e livros relacionados ao
tema exposto no trabalho. Quanto aos objetivos, a pesquisa tem caráter avaliativo visando
averiguar a eficiência de uma prática numa determinada localidade (PRODANOV, DE
FREITAS, 2013).
Como já dito, o trabalho constitui-se um estudo de caso realizado através de visitas à empresa
estudada, em que o processo de estudo analisado foi a personalização e confecção de camisas.
A facilidade no contato foi um fator importante para que a pesquisa fosse realizada e assim
fossem cronometrados tempos do processo.
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Levando-se em consideração a eliminação de uma das cronometragens devido ao valor
destoante das demais e considerando o percentual de confiabilidade dos dados de 95%, temos
descrito abaixo o cálculo para determinar o número de medições.
RISCAR AS
DOBRAR O CORTAR O ESTAMPAR A
DIMENSÕES DO
TECIDO TECIDO ARTE
MOLDE
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Fonte: Autoria própria
Deste modo, o tempo cronometrado foi de 870 segundos. Para o cálculo do tempo normal foi
adotado ritmo subjetivo do operador como 100%, pois o mesmo é o funcionário
especificamente treinado para realizar a tarefa e se encontrava em perfeito estado para o
trabalho, em um dia normal e de produção normal, assim constata-se que:
Tempo Normal = Tempo cronometrado
Para calcular o fator de tolerância admitiu-se 30 minutos como tempo de ociosidade (pausas
do ofício) e um tempo de trabalho diário de 8h por dia (480 minutos). A partir disso, obteve-
se um fator de tolerância igual a:
Tendo o fator de tolerância, cujo valor é de 1,0667, é possível calcular o tempo padrão. Sendo
este:
TP= 870 x 1,0667= 928 segundos
Depois de determinado o tempo padrão, calculou-se a capacidade projetada dividindo-se o
tempo disponível por dia (de oito horas ou 28800 segundo) pelo tempo padrão:
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Observou-se a produção real no dia da coleta de dados, que foi de 40 camisas (dobradas,
riscadas, cortadas e estampadas). Por meio disso foi possível calcular a utilização do sistema,
que foi de:
Tomando como base a média de 45 camisas produzidos por dia ditas como entradas no
processo de confecção, a produtividade real foi de:
Por fim, a produtividade teórica esperada pelo cálculo do tempo padrão de produção foi de:
5. Considerações finais
O artigo contou a priori com uma revisão de literatura dos principais autores na área do estudo
de tempos e métodos para a concretização de uma sólida fundamentação teórica que
possibilitou entendimento da importância do estudo de tempos, produtividade e capacidade
produtiva.
O estudo foi pautado em pesquisa de natureza aplicada, onde, por meio de técnicas
quantitativas, buscou-se conhecer mais sobre as medidas de produção da empresa, de forma a
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auxiliar tanto no processo de tomada de decisão como no processo do planejamento
estratégico e produtivo da The Sublimimos.
Através desse estudo foi possível identificar o tempo padrão de produção, a capacidade
projetada, o percentual de utilização do sistema, às produtividades real e esperada da empresa
em questão.
Tendo em vista a análise do cálculo de utilização do sistema, é notório que a empresa
apresenta um ótimo aproveitamento da capacidade produtiva. No que se refere a
produtividade, nota-se que é um valor bem satisfatório, indicando um bom desempenho
produtivo, onde as entradas são equiparadas às saídas.
Esse estudo possibilitou a integração da teoria aprendida em sala de aula com a prática a fim
de permitir a constatação da importância do conhecimento de tempos envolvidos no processo
produtivo para o dimensionamento dos fatores produtivos e gerenciamento de operações.
REFERÊNCIAS
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gerais do setor referentes a 2017 (atualizados em outubro de 2018). Disponível em: <
http://www.abit.org.br/site/navegacao.asp?id_menu=1&id_sub=4&idioma=PT>. Acesso em: 05 mai. 2019.
MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando P.. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 2006.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 2ed. São Paulo: Atlas. 2002.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 2009. 703 p.
TAM, K. Y e LI, S.G., A hierarchical approach to the facility layout problem, International Journal of
Production research. Vol.29, no.1, 165 – 184, 1991.
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VIEIRA, R. S.; CORREIA, A. M. M.; LUCENA, A. D.; SILVA, A. M. Estudo de tempos e métodos no processo
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<https://www.gestaoesociedade.org/gestaoesociedade/article/view/2029>. Acesso em 05 mai. 2019.
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