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introdução

O estudo de tempos é utilizado para fazer a programação da produção, determinar a


eficiência do processo, determinar o número de pessoas necessárias e estabelecer os
resultados padrões para a produtividade.
ESTUDOS DE TEMPOS

“O conhecimento do tempo é um dos principais insumos de uma empresa”, se isso é


mesmo verdade, por que tantas vezes os estudos de tempos são deixados em segundo
plano por muitas empresas? Provavelmente devido ao tempo e as exigências técnicas
necessárias para realização de um estudo confiável.

Os estudos de tempos devem ser realizados por pessoas com os conhecimentos


necessários para definir a ferramenta utilizada na determinação dos tempos dos
processos, levando em conta o tipo de processo a ser estudo, o objetivo do estudo e o
nível de detalhe e precisão que se deseja atingir. Somente com a ferramenta correta
será garantida a qualidade esperada dos estudos de tempos evitando erros e
retrabalhos, otimizando a qualidade do estudo e o tempo de quem está executando.

Embora a cronometragem dos tempos das atividades seja o método mais conhecido e
provavelmente o primeiro que veio à mente da maioria das pessoas quando iniciaram
a leitura do artigo, ele pode não ser o mais adequado às suas necessidades. Por
exemplo, a cronometragem é muito útil para levantar, com precisão e detalhamento
satisfatórios, o tempo de execução de determinadas operações bem definidas e
padronizadas, mas não é a ferramenta mais adequada para determinação dos tempos
de atividades não repetitivas e não padronizadas, como por exemplo determinar, com
a confiança e o erro desejados, quanto tempo um vendedor ou uma secretária dedica à
cada uma de suas atividades diárias.

Diferente da cronometragem, a técnica de Observação Instantânea não utiliza


nenhuma ferramenta para medir os tempos das atividades, estes são definidos através
de observações (apontamentos realizados ao longo de um período necessário para
satisfazer as condições impostas ao estudo. A quantidade de observações necessárias
para definir quanto tempo é gasto em cada atividade é definida por fórmula que
considera a Confiança (geralmente entre 90% e 95%) e o Erro (geralmente entre 5% e
10%) aceitos pelo estudo. A realização do estudo é fácil e pode ser distribuída em um
número maior de pessoas com um treinamento mínimo, o que ajuda a reduzir o tempo
e os custos para realização do estudo.

Para as atividades industriais, bem definidas e padronizadas, dependendo do objetivo


do estudo, do nível de detalhes e a precisão que se deseja atingir, a cronometragem
pode ser o método mais adequado. A cronometragem, embora muito utilizada, nem
sempre é compreendida e utilizada corretamente, seja quanto ao seu principal objetivo
ou quanto a aplicação correta da ferramenta.

A cronometragem é a ferramenta mais indicada para se conhecermos os tempos de


uma operação, definida e padronizada, sendo executada nas condições atuais
(ferramentas, métodos, layout, etc.) e executadas por uma pessoa em ritmo normal,
através da observação e tomadas dos tempos com um cronómetro.

Uma das críticas à cronometragem é que ela se destina a determinar o tempo baseado
em uma operação que está sendo executada e observada, portanto, sujeita a
interferências do colaborador que está sendo observado. As interferências por parte do
colaborador que está sendo observado podem ser involuntárias, quando não é feita a
escolha adequada do colaborador (descartando, por exemplo colaboradores iniciantes
que não conheçam o processo ou algum equipamento) ou quando o operador não é
preparado adequadamente para o estudo e se deixa afetar emocionalmente por estar
sendo observado, cometendo erros que normalmente não cometeria ou alterando o
ritmo de trabalho por estar mais tenso que o normal, mas também podem ocorrer
interferências maldosas, quando o operador tenta alterar seu ritmo com o intuito de
afetar os tempos e assim não ser cobrado por aumentos de produtividade. Além das
interferências causadas pelos colaboradores que executam as tarefas, também podem
ocorrer erros por parte de quem executa o trabalho, tanto por falta de conhecimento
dos fatores e parâmetros que devem ser considerados antes de iniciar as tomadas de
tempos (confiança e erro esperados do estudo), durante as tomadas de tempos
(definição dos fatores de ritmo, fadiga e cálculo das quantidades de tomadas de
tempos necessárias às exigências do estudo) e após as tomadas de tempos (definição
dos tempos padrão das atividades à partir dos tempos cronometrados). Com estes
pontos, entre outros, podemos perceber que a cronometragem envolve técnicas e
metodologias que devem ser seguidas para garantirmos a qualidade dos estudos
gerados, portanto, devem ser realizadas por um cronometrista treinado.

Outra dificuldade comum em estudos baseados nas observações de operações


existentes é que frequentemente encontramos processos/operações/atividades que não
estão bem definidos ou padronizados, os desvios podem ser desde um simples
posicionamento diferente de algum componente ou ferramenta, podem ser desvios
mais graves, como uso de ferramentas ou métodos diferentes, ou até mesmo nem
existir um detalhamento do processo/operações/atividades formalizados
(procedimentos operacionais, instruções de trabalhos, LUTs, etc.). Neste caso o ideal
é que o trabalho seja realizado por um cronoanalista, que além de realizar os estudos
dos tempos utilizando as técnicas e metodologias necessárias, também está apito à
levantar corretamente os processos (e as possíveis variações encontradas) avaliar suas
vantagens e seus riscos e à partir destas observações e análises propor alternativas que
permitam a racionalização (pela adequação de métodos, materiais, ferramentas,
layout, etc.), a padronização necessária (pela definição e descrição adequada dos
processos/operações/atividades/tarefas) e a definição correta dos tempos padrão.

destas técnicas, a necessidade de maior capacitação do analista e a necessidade de


grande detalhismo e análise crítica deste analista. Esta necessidade de detalhar cada
movimento executado é justamente um ponto de atenção, pois se o analista se
esquecer algum componente do movimento, errar na descrição ou na obtenção do seu
respectivo tempo nas tabelas corretas, o estudo pode ser comprometido.

Esta ferramenta é mais comum em empresas que já atingiram um alto grau de


maturidade em suas operações e que agora buscam aprimorarem-se ainda mais através
dos estudos detalhados dos tempos ou empresas com alta frequência de alterações em
seus processos, seja por programas de melhoria contínua das operações, por alterações
do portifólio de produtos ou por atualizações nos produtos existentes.

Agora que demos uma visão geral dos principais aspectos destas técnicas de estudos
de tempos, esperamos que fique mais fácil decidir qual utilizar e garantir que a
empresa disponha de informações fundamentais para o planejamento, a gestão da
produção e o apontamento correto dos custos envolvidos.
Ao longo dos anos, atuando em diversas empresas, notamos que o estudo de tempos
vem perdendo sua aplicação ou o mesmo não tem sido aplicado observando seus
conceitos fundamentais.

Em geral as empresas que buscam implantar um método de trabalho enxuto sem ter
um processo de determinação e gestão do tempo consistente, convivem com uma
grande discrepância dos tempos (real versus planejado).

E essa diferença nos tempos é um dos grandes fatores de perda de produtividade,


excesso/falta de mão de obra. Independente ou não da implantação de um método de
trabalho enxuto, um estudo bem elaborado sobre os tempos das atividades diminui a
discrepância e garante o melhor resultado.

Os principais fatores que sempre precisamos nos atentar ao realizar um estudo de


tempos com uso de cronometro são:

Descrição detalhada da atividade

Nessa primeira etapa iremos a partir da análise do processo dividir o mesmo em


elementos que serão cronometrados, por exemplo: Apanhar peça na bancada – 1,
Posicionar a peça no dispositivo de calibração – 2.

A divisão da atividades em elementos de movimento contribui para o


desenvolvimento de melhorias no método de trabalho pelo olhar crítico e detalhado
que o processo de estudo de tempos proporciona.

Quantidade de tomadas de tempo

Após realizar algumas cronometragens devemos calcular o tamanho da amostra com


base em critérios estatísticos. Com isso teremos a quantidade de cronometragens para
cada elemento validada.

A quantidade de cronometragens para cada elemento pode variar em função das


variações da amplitude do movimentos a cada tomada de tempo.

– Determinar o ritmo da atividade

Devemos nessa etapa definir a velocidade com que a atividade está sendo realizada
comparada com a velocidade normal caracterizado pelo exercício quase ininterrupto
com esforço razoável. O Ritmo pode ser definido por uma avaliação da atividade ou
pela aplicação dos parâmetros contidos na tabela de eficiência.

– Aplicar os fatores de fadiga


Para aplicar os fatores devemos observar a atividade que está sendo cronometrada de
forma holística que abrange desde o ambiente que o trabalhador executa a atividade
até o nível de esforço mental ou não para se realizar uma determinada atividade.

A partir dessas observações, aplicamos as tolerâncias com base nas tabelas de


eficiência e tolerâncias pessoais.Considerar todos esses fatores são fundamentais para
se realizar um estudo de tempos consistente, o resultado desse estudo é a
determinação do TEMPO PADRÃO.

O Tempo Padrão

é o tempo necessário para executar uma operação de acordo com um método de


trabalho estabelecido, em condições determinadas, por um operador treinado
trabalhando em ritmo normal. Toda e qualquer melhoria/alteração do método em que
uma atividade é executada tem impacto direto no seu tempo e portanto todo o
processo para a determinação do tempo deverá ser feito novamente.

Tão importante quanto determinar o tempo padrão e como manter o mesmo


atualizado, o processo de análise do % de discrepância entre os tempos real versus
planejado se faz necessário para monitorar possíveis desvios do método de trabalho e
avaliar o rendimento do funcionário na execução de uma determinada atividade. Em
nossos projetos de implantação recomendamos um diagnóstico na qual avaliamos a
maturidade da empresa na determinação e gestão dos tempos de suas atividades e a
partir disso desenhamos a melhor solução com transferência de conhecimento, com
isso garantimos uma implantação assertiva e aderente a cultura da empresa.
Conclusão

A busca por novas iniciativas em relação a natureza dos negócios, tem provocado uma
necessidade constante de mensuração do desempenho nas operações, a essa
necessidade de informação de desempenho, cabe a gestão da produtividade
estabelecer medidas de avaliação da performance em produção e operações, medidas
como implementação da Qualidade Total, Just in Time, produção enxuta e entre
outras metodologias para se alcançar resultados satisfatórios com qualidade em seus
processos.

O estudo de tempos é utilizado para fazer a programação da produção, determinar a


eficiência do processo, determinar o número de pessoas necessárias e estabelecer os
resultados padrões para a produtividade. A programação leva em consideração o
tempo necessário para uma determinada atividade, tendo como objetivo o
balanceamento de prazos totais de produtividade e a redução das ociosidades e tempos
parados.
Bibliografia

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