Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL
BLOCO V: EXPLORAÇÃO E PROCESSAMENTO DE PRODUTOS FLORESTAIS
MÓDULO: CAMINHOS FLORESTAIS
NIVEL 2
TEMA:
DISCENTE: DOCENTE:
A maior parte das estradas florestais está desprovida de estudos sobre manutenção e
recuperação, ou seja, de gestão e planejamento, na qual se deve em grande parte à falta de
recursos financeiros destinados a malha rodoviária e à falta de mão de obra especializada.
Muitos dos traçados dessas estradas não obedecem a nenhuma norma para projeto geométrico
ou logística, apenas acompanha a topografia natural do terreno principalmente no sentido
longitudinal (VIVIANE, 1998).
Para grandes projetos. onde se planeja nova exploração com grandes volumes a serem
transportados anualmente, a manutenção é operação importantíssima. nunca devendo ser
descuidada porque qualquer displicência trará sérios problemas para a estrada e o tráfego. Por
isso é necessário construir estradas florestais principais e secundárias permanentes, de
maneira perfeita. mesmo que isso represente um custo inicial alto. A construção inapropriada
e a manutenção inadequada das estradas são a principal origem de erosão e sedimentos
provocados pelo homem e representam um grande impacto aos recursos naturais, podendo
causar sérias perdas econômicas(FAO, 1989).
Diante do exposto, a busca por técnicas que respondam de maneira eficaz aos defeitos nas
estradas florestais e que visam melhorar a trafegabilidade da malha viária é crescente, com
foco na redução dos custos as pesquisas neste âmbito se intensificam, buscando encontrar
soluções para o setor florestal (OLIVEIRA et al.,2013).
1
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Abordar sobre a Manutençao de estradas florestais.
1.1.2. Especificos
Descrever os problemas das estradas florestais;
Classificar as estradas florestais;
Descrever a manutençao propriamente dita.
2
2. REVISAO BIBLOGRAFICA
3
3.2. Classificação da rede viária
A estrutura e funcionamento de uma estrada variam de acordo com seu desenho, uso, tipo de
superfície e locação (LUGO; GUCINSKI, 2000). Ainda não existe um consenso com relação
à classificação dos diferentes tipos de estradas florestais, porém, Gonçalves (2002) as
classifica em três categorias:
Estradas primárias (ou principais): sua função principal é dar acesso às áreas de
produção florestal e às estradas externas à propriedade. Geralmente é mais larga e
com tráfego mais intenso e pesado;
Estradas secundárias (carreadores ou estradas vicinais): são permanentes e
normalmente dividem a área florestal em talhões, separam propriedades e conectam
os locais de produção florestal e a estrada principal. Podem ainda ser classificadas em
estradas secundárias em nível e estradas secundárias pendentes (em desnível).
Estradas de acesso: são estradas temporárias, com a função de reduzir adistância
entre o local da colheita e a estrada secundária.
3.3. Problemas nas estradas florestais
Corrêa e Malinovski (2006) afirmam que a erosão do solo é o problema central no
diagnóstico ambiental em estradas florestais, tendo como consequência assoreamento e
poluição de mananciais. Entre as suas principais causas estão a ineficiência do sistema de
drenagem, associados aos baixos índices de infiltração de água e a baixa permeabilidade do
solo, com consequentemente aumento do escoamento superficial, propiciando o
desenvolvimento de processos erosivos.
De acordo com Baesso (2003) os problemas nas estradas florestais geralmente estão
associados ao tráfego, a superfície de rolagem, no sistema de drenagem, onde se verifica:
Ondulações (costela de vaca);
Seção transversal inadequada;
Drenagem ineficiente;
Buracos;
Excesso de poeira;
Erosões;
Acúmulo de sedimentos;
Atoleiros.
4
A B
C D
Os problemas nas estradas tem diversas causas como no caso das ondulações que se
constituem sulcos em intervalos no sentido perpendicular à direção do tráfego. Sua
ocorrência se deve à falta de capacidade de suporte do subleito e ausência ou deficiência do
sistema de drenagem. Problemas como buracos são decorrentes da plataforma mal drenada,
provavelmente sem abaulamento transversal. Constituem pequenas depressões em forma de
bacia na superfície da estrada, produzidas quando o tráfego desgasta pequena parte da
superfície da estrada e têm o crescimento acelerado pela umidade interior do buraco.
(NUNES,2003)
5
4. MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS FLORESTAIS
6
4.1. Manutenção e dispositivos de drenagem das estradas florestais
De acordo com os autores Vale et al, (2014) a água exerce sobre a superfície e o subleito das
estradas ações e dependendo da amplitude dessas ações, a via pode até mesmo ser
interrompida, causando sérios prejuízos. Portanto se uma estrada for deficiente no que diz
respeito à drenagem, ela se tornará intransitável. Assim, é necessária a busca de melhores
soluções para os problemas que a água venha a causar sendo o projeto de drenagem vital para
a construção das estradas.
No entanto, na conservação de qualquer estrada, independente da sua qualidade, é
fundamental que além da conservação da pista de rolamento também se lembre de fazer a
manutenção da rede de drenagem, uma vez que as estradas florestais têm a particularidade de,
na maioria das vezes, terem uso sazonal, as mesmas são esquecidas por grande parte do
tempo e somente lembradas por ocasião da exploração e muitas vezes tornando necessário
quase que a reconstrução completa das mesmas, perdendo grande parte do investimento
realizado. Faz-se necessário pelo menos manter um sistema de drenagem eficiente e um
abaulamento compatível. Outro ponto a considerar são as intersecções (entroncamentos) entre
as estradas principais e secundárias. Quando se sabe que não se usará a estrada secundária por
um determinado período, é comum fazer pequenas valetas ou mulchões transversais à estrada
a fim de se reduzir os riscos de erosão, evitando assim também o carreamento de material das
estradas secundárias para as principais, o que normalmente forma um ponto negativo nas
estradas principais (MALINOVSKI; PERDONCINI, 1990).
4.2. Manutenção de estradas florestais: o nivelamento
As estradas de terra (rurais e florestais), não pavimentadas, devem apresentar duas
características técnicas essenciais: boa capacidade de suporte e boas condições de rolamento
e aderência (SANTOS et al., 1985; BAESSO; GONÇALVES, 2003). Ainda de acordo com
os autores, as estradas rurais consideradas adequadas são aquelas que possuem um desenho
adequado da plataforma (composta pela pista de rolamento, pela faixa lateral/acostamento e
pela sarjeta), infra-estrutura de drenagem corrente (bueiros) e superficial, e revestimento
primário em toda extensão com material de qualidade e com espessura suficiente para
suportar o tráfego existente.
Quando as estradas possuem as características técnicas acima descritas, a atividade de
manutenção pode limitar-se a reconformação (nivelamento) da pista de rolamento, utilizando-
se a motoniveladora, além de serviços básicos como limpeza das obras de arte e drenagem
7
superficial, roçada das faixas laterais e reposição, se necessário, do revestimento primário
(BAESSO; GONÇALVES, 2003).
A motoniveladora ou patrol é considerada o equipamento mais importante para a execução de
serviços de construção e manutenção considerados básicos em estradas rurais e florestais. De
uma maneira simplificada, são equipamentos constituídos basicamente por uma lâmina
montada sob um círculo para uma movimentação localizada entre a cabine do operador e o
eixo dianteiro, podendo ser rígidas ou articuladas, sendo que as primeiras apresentam
melhores resultados para os serviços de regularização ou de patrolagem, enquanto que as
articuladas são dotadas de maior poder de mobilidade (INSTITUTO FORESTAL,1971;
BAESSO; GONÇALVES, 2003).
8
4.4. Areiões e Espigão
Problema: em regiões de solos arenoso, onde é muito pequena ou inexistente a ação do
componente ligante (argila), é comum a formação de "areiões", pela ação combinada do
tráfego e da lavagem do material pela água de chuva. São trechos por vezes bastante
extensos, onde a plataforma é destinada por uma camada de areia solta que, em tempo seco,
torna-se um sério problema para a continuidade e segurança do tráfego.
Solução: mistura de argila com a areia do leito na proporção de 1: 2,5 (Argila : Areia)
4.5. Excesso de Pó
Problema: Nuvens de poeira na época de sêca, colocando em risco a segurança do tráfego e
reduzindo a vida útil dos motores dos veículos.
Solução: Para solucionar este problema pode-se realizar um revestimento primário com
material selante. No caso dos solos finos siltosos este problema se agrava, pois a formação de
poeira é mais intensa e a capacidade de suporte deste material é baixa. Neste caso, além do
revestimento primário, é necessário o reforço do subleito.
9
4.8. Erosões
Problema: As erosões tem como causa a falta ou deficiência de um sistema de drenagem
adequado. Elas surgem inicialmente na forma de sulcos onde os solos tem baixa resistência a
erosão e, sob a ação de enxurradas, evoluem para grandes valetas.
Solução: o combate a erosão se dá através de implantação de um eficiente sistema de
drenagem, o qual deve buscar os seguintes objetivos:
evitar que as águas corram ou empocem sobre a pista, canaletas de crista, bueiros,
passagens livres etc.
retirar o máximo possível da água do rolamento da estrada, executando o abaulamento
transversal com declividade em torno de 3%, proteger o sistema de drenagem (valetas
laterais).
4.9. Regras Para Cruzamentos E Tráfegos De Veículos E Equipamentos
A manutenção de estradas florestais torna-se minimizada se levarmos em consideracão os
seguintes requisitos:
4.9.1. Areas de cruzamento
Estas áreas são abertas em toda a extensão da estrada principal. obedecendo a espaçamentos
que variam de 100 a 150 m. A construção dessas áreas obedece às mesmas exigências da
estrada principal e apresenta formas semi-circulares que provêm do alargamento da estrada
nessas faixas (Brasil. Ministério dos Transportes. 1973).
10
Para efetuar o cruzamento, os operadores devem procurar um local onde a estrada seja mais
larga. Se for possível o cruzamento sem retroceder o veículo menor. a máquina ou o
caminhão, devem se encostar o mais próximo possível dos sulcos, sem se arriscarem a cair
nele. Feito isso. deverá parar. e o veículo menor que é de fácil manejo e mais leve para ser
rebocado, caso caia no sulco, será adicionado.
11
5. CONCLUSÃO
O planeamento das estradas florestais é indispensável para as atividades da silvicultura, pois a
partir de estudos como a densidade ótima de estradas o gestor florestal deve determinar a
quantidade e qualidade das estradas para reduzir custos.
O tráfego intenso e pesado, os fatores climáticos e, em muitos casos, a freqüência de uso
causam grandes dificuldades na conservação das estradas de acordo com as especificações de
construção, para conservar estas deve-se realizar manutenções periódicas nestas estradas.
Quanto à definição de manutenção de rede viária, Nunes (2003) define como um conjunto de
atividades que deverão ser executadas para minimizar os defeitos e consequentemente
redução dos custos operacionais dos veículos, prolongar a vida útil das estradas e
proporcionar aos usuários um meio seguro, confortável e econômico de acesso às áreas
rurais.
Conforme Malinovski e Perdoncini (1990), citados por Pereira Neto (1995) a construção
exagerada das estradas florestais significa perda de áreas de efetivo plantio. Portanto, o
planejamento da rede viária deve compatibilizar a densidade de estradas, ou seja, a área não
produtiva com a viabilidade econômica dos futuros povoamentos.
12
6. REFERENCIAS BIBLOGRAFICAS
ANTONANGELO, A. Avaliação do sistema de informações geográficas grass para predição
dos riscos de erosão em estradas de uso florestal. 2004. 100 p. Tese (Doutorado em
Agronomia) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2004.
BAESSO, D. P.; GONÇALVES, F. L. R. Estradas Rurais: técnicas adequadas de
manutenção. Florianópolis – SC, DER (Departamento Estadual de Infra-Estrutura), 2003. 236
p.
BERTOLINI, D. et al. Controle de erosão em estradas rurais. Bol. Téc. CATI, n. 207.
Campinas. 1993. 37 p.
DIETZ, P. Utilização e conservação de estradas florestais. In. DIETZ, P.; GRAMMEL, R.;
MACHADO, C. C.; SILVA, E. Planejamento de estradas florestais ambientalmente corretas.
In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE COLHEITA E TRANSPORTE FLORESTAL, 5.,
2001, Viçosa: SIF, UFV, 2001. p. 28-43.
ESTRAVIZ RODRIGUES, L. C. (coord.). Estradas florestais. IPEF. Disponível em:
http://www.ipef.br/mct/MCT_03.htm>. Acesso em: 8 març. 2005.
MALINOVSKI, J. R. (Ed). In: CURSO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE SISTEMAS DE
EXPLORAÇÃO E TRANSPORTE FLORESTAL, 4., 1983a, Curitiba. Resumos…, Curitiba:
UFPR, 1983b, p. 141-147.
MALINOVSKI, J. R.; PERDONCINI, W. C. Estradas florestais. Iratí: 1990. 87 p.
INSTITUTO FORESTAL. Manual de caminos forestales. Chile, 1971. 191 p. (Manual, 8).
OLIVEIRA, F. P. Erosão hídrica em áreas florestais no Vale do Rio Doce, Região Centro-
Leste do Estado de Minas Gerais. 2006. 105 p. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de
Plantas) - Universidade Federal de Lavras, Lavras. 2006
SANTOS, A. R.; PASTORE, E. L.; AUGUSTO, F.; CUNHA, M. A. Estradas vicinais de
terra: manual técnico para conservação e recuperação. São Paulo: IPT, 1985. 140p.
13