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TRIÂNGULO MINEIRO
HOSPITAL DE CLÍNICAS
Tipo do ROP.UBC.001 - Página 1/14
ROTINA OPERACIONAL PADRÃO
Documento
Título do NORMAS E ROTINAS PARA PROCESSAMENTO Emissão: 04/03/2021 Próxima revisão:
Documento DE ARTIGOS MÉDICO-HOSPITALARES Versão: 4 04/03/2023
INTRODUÇÃO
A Central de Material e Esterilização (CME) é um setor destinado à limpeza, ao acondicionamento,
à esterilização, à guarda e à distribuição dos produtos para a saúde. A Resolução da Diretoria
Colegiada, nº 15/2012, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dispõe sobre requisitos
de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, estabelecendo os requisitos de
boas práticas para o funcionamento dos serviços que realizam o processamento de produtos para
a saúde visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos.
Incisos III e IV do Artigo 4º da RDC/Anvisa, nº 15/2012:
III - centro de material e esterilização - CME: unidade funcional destinada ao
processamento de produtos para saúde dos serviços de saúde;
IV – centro de material e esterilização de funcionamento centralizado:
unidade de processamento de produtos para saúde que atende a mais de um
serviço de saúde do mesmo gestor.
Segundo a RDC 50, as atividades que devem ser desenvolvidas na CME são:
Receber, desinfetar e separar os produtos para a saúde;
Realizar a limpeza dos produtos para a saúde passíveis de reprocessamento;
Receber os pacotes de têxtil cirúrgicos limpos vindas da lavanderia;
Realizar o empacotamento dos conjuntos de instrumentais e outros produtos;
Esterilizar esses produtos por meio de métodos físicos;
Realizar o monitoramento dos processos realizados no processamento de produtos para a
saúde;
Acondicionar e distribuir os instrumentais e os pacotes têxteis cirúrgicos esterilizados.
1. OBJETIVOS
1.1. Geral
Estabelecer normas e rotinas, conforme atribuições e atividades de cada profissional da
equipe de enfermagem no processamento de artigos médico-hospitalares e colaborar no
desenvolvimento do cuidade terapêutico com qualidade aos clientes do Hospital de Clinicas da
Universidade Federal do Triangulo Mineiro (HC-UFTM).
1.2. Específicos
Estabelecer e catalogar as atribuições de cada profissional da equipe de enfermagem da
CME;
Planejar, executar e avaliar o processamento de artigos médico-hospitalares, conforme a
legislação vigente para o processamento de produtos para saúde;
Promover a organização do serviço e as atividades técnicas e auxiliares.
2. TERMINOLOGIA
Esterilização: conjunto de operações destinadas a eliminar ou matar todas as formas de
micro-organismos na forma vegetativa e esporulada, de um material ou substância.
Limpeza: processo manual ou mecânico de remoção de sujidade, mediante o uso da água,
sabão e detergente neutro ou detergente enzimático para manter em estado de asseio os artigos e
superfícies reduzindo a população microbiana. A limpeza constitui ainda o primeiro passo nos
procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização, considerando que a presença de matéria
orgânica protege os micro-organismos do contato com agentes desinfetantes e esterilizantes.
Descontaminação: processo de redução dos micro-organismos de artigos e superfícies,
tornando-os seguros para o manuseio.
Desinfecção: processo físico ou químico de destruição de micro-organismos, exceto os
esporulados. A desinfecção é realizada por meio físico, através da água quente (60 a 90ºC) ou em
ebulição e pelo meio químico, através de produtos denominados de desinfetantes.
Esterilização: processo de destruição de todos os micro-organismos, inclusive esporulados,
a tal ponto que não seja mais possível detectá-los através de testes microbiológicos padrão. A
probabilidade de sobrevida do micro-organismo no item submetido ao processo de esterilização é
menor que um em um milhão (10/6). A esterilização é realizada por calor, germicidas químicos,
óxido de etileno, radiação e outros.
Artigos médico-hospitalares: compreendem instrumentos cirúrgicos, objetos e acessórios de
equipamentos utilizados no tratamento de pacientes, instrumental odontológico e outros.
Detergente enzimático: solução detergente composta basicamente de enzimas,
surfactantes, solubilizantes e álcoois, cuja função é a remoção de matéria orgânica através da ação
de decomposição do sangue e fluídos corpóreos aderidos.
3. MATERIAL
3.3 Limpeza
Detergente enzimático e neutro;
Escovas específicas para limpeza de artigos médicos;
Lavadoras ultrassônicas;
Lupas de aumento;
Pistolas de ar/água pressurizada;
Teste monitor de limpeza.
3.4 Desinfecção
Desinfetante quimico na forma líquida;
Reprocessadoras de endoscópio;
Termodesinfectadoras;
Teste monitor de concentração do desinfetante químico padronizado;
Teste monitor de processo de termodesinfecção.
3.6 Armazenagem
Etiquetas adesivas de identificação;
Pinçel Permanente;
Campo operatório 50 x 50 cm.
4. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Nas áreas que compõe a CME do HC- UFTM.
A CME é composta por áreas separadas por barreira física, conforme as funções
desempenhadas, cujo fluxo deve ser unidirecional:
Área suja: destinada ao recebimento e separação dos materiais sujos advindos dos setores
de assistência. Local onde é realizado o processo de limpeza, desinfecção e secagem dos
instrumentais. Deve ser de acesso restrito ao fluxo de pessoas e os profissionais da saúde deverão
trabalhar paramentados com gorro, máscara, luva de borracha cano longo, avental de brim manga
longa, avental impermeável, óculos de proteção e sapato fechado.
Área limpa: local destinado aos processos de separação dos instrumentais, conferência da
limpeza, funcionalidade e integridade dos artigos. Assim como empacotamento, selagem das
embalagens e esterilização. Local de acesso restrito ao fluxo de pessoas e os profissionais deverão
trabalhar paramentados com gorro, avental, luva de procedimento e sapato fechado.
Área de guarda e distribuição de artigos esterilizados: local destinado à guarda dos
instrumentais esterilizados e dispensação dos mesmos, com fluxo restrito de pessoas e à lavagem
das mãos, realizada rigorosamente, para manipulação dos materiais esterilizados.
5.1 Limpeza
Quem realiza: Auxiliar de enfermagem/Técnico de enfermagem/Auxiliar de saúde
Responsável: Enfermeiro
Indicação: Imediatamente após o uso do artigo; caso não seja possível, colocar o material
totalmente submerso em água potável.
Material: detergente enzimático, detergente neutro, escovas de limpeza e equipamentos
Recomendações para limpeza:
Utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados: luva de borracha,
preferencialmente cano longo, avental de brim manga longa, avental impermeável, gorro,
máscara e óculos de proteção, sapato fechado;
Identificar os produtos para saúde específicos dos ambulatórios com o nome, quantidade e
setor do ambulatório;
Verificar a presença das caixas nomeadas como prioritárias e iniciar a limpeza por estas
caixas;
Verificar o modo de diluição, o prazo de validade após a diluição, o tempo de imersão e o
método de utilização do produto, conforme recomendações do fabricante;
Realizar o monitoramento diário dos equipamentos de termodesinfecção e lavadoras
ultrassônicas;
Em todo o instrumental ortopédico deve ser realizada a limpeza manual, complementada
por limpeza mecânica (ultrassom) em ciclo específico.
Limpeza manual
Motores pneumáticos elétricos e cabos:
Paramentar com os EPIs para a área;
Verificar a presença de todas as peças do motor (chaves de travamento de brocas e serrilhas,
mandril de brocas, tampas de motor);
Comunicar ao enfermeiro do turno do CME, a falta de algumas das peças;
Realizar a limpeza, conforme a rotina padronizada de cada modelo de motor;
Encaminhar para a área de preparo.
Instrumental cirúrgico:
Paramentar com os EPIs para a área;
Verificar se há caixas nomeadas como prioritárias e iniciar o processo por elas;
Abrir todos os instrumentais e desmontar os de conformação complexa que impeça o
contato do detergente enzimático em toda a superfície;
Submergir os artigos, como bacias de banho e frascos de aspiração do Centro Cirúrgico, em
solução de detergente enzimático;
Desmontar as peças, sempre que possível, para realizar a limpeza;
Lavar peça por peça com escova apropriada, friccionando delicadamente o artigo, dentro de
uma solução de detergente para evitar a formação de aerossóis com micro-organismos;
Os instrumentais Backaus devem ser abertos, limpos com cuidado, enxaguados e fechados;
Realizar o enxágue;
Verificar a presença de sujidades e repetir a limpeza na presença de sujidades;
Encaminhar para a área de preparo.
Aparelho endoscópico flexível:
Paramentar com os EPIs para a área;
Verificar no momento da recepção a presença de todas as peças avulsas do equipamento
(tampa da entrada de vídeo, tampa do canal de biopsia, válvulas do canal de água e tampa do
canal de ar). Na ausência dessas peças cobrar do profissional responsável pelo transporte e
enfermeiro do turno do CME;
Realizar a limpeza conforme a rotina padronizada.
Limpeza mecânica
Paramentar com as EPIs para a área;
Posicionar os instrumentais abertos nos cestos por caixa e jatear com as pistolas de agua
pressurizadas e instrumental, principalmente o lúmen dos instrumentais canulados;
Colocar os cestos nas lavadoras ultrassônicas e programar o ciclo conforme o instrumental;
Retirar os cestos das lavadoras e complementar o enxágue com jatos de água pressurizada
todo o instrumental;
Encaminhar para a área de preparo e acondicionamento
5.3 Esterilização
Esterilização, manutenção da esterilidade e redução do número de micro-organismos ao nível
seguro em que as formas sobreviventes ao processo de esterilização sejam incapazes de
desenvolvimento durante a conservação e a utilização de um produto.
Quem realiza: Auxiliar de enfermagem /técnico de enfermagem/ Auxiliar de saúde.
Responsável: Enfermeiro.
Indicação: Indicada para esterilização de artigos críticos termo resistentes e termo sensíveis.
Tipos de equipamentos esterilizadores existentes na instituição:
Plasma de Peróxido de Hidrogênio com temperatura de 52°C e ciclos de 52 mim e 1h20min;
Pré-vácuo pulsátil com ciclos de temperaturas de 121°C e 135°C.
As caixas com tampa não perduradas devem estar destampadas para facilitar a penetração
do vapor e envoltas em mantas de SMS/campos de tecido/PGC;
Utilizar no máximo 80% da capacidade da câmara do equipamento;
Seguir as normas de funcionamento do equipamento;
Realizar anotações de todos os parâmetros durante o ciclo no arquivo digital disponibilizado;
Os pacotes, após um ciclo completo de esterilização, devem ser resfriados naturalmente,
antes do manuseio, para reduzir o risco de obtenção de pacote molhado;
Não colocar os pacotes sobre superfícies frias após a esterilização para que não haja
condensação;
Desligar o equipamento para a limpeza semanal da câmara interna com água e sabão,
conforme a rotina estabelecida, e registrar a realização da rotina.
Os materiais após desinfecção devem ser embalados em PGC para serem guardados, a fim
de protegê-los de recontaminação.
Termodesinfecção:
Realizar higienização das mãos antes de iniciar o procedimento;
Calçar as luvas de procedimento;
Retirar os produtos para a saúde do rack;
Verificar a presença de sujidade (devolver para a área de limpeza a carga com sujidade);
Acondicionar os nos cestos os produtos para a saúde e colocar na secadora de traqueia;
Posicionar os chicotes, traqueias e bolsa de reanimador pulmonar (Ambu) nos suportes da
secadora;
Programar o equipamento para secagem;
Realizar a limpeza da bancada e aplicar álcool a 70% por três vezes, cobrir a bancada com
tecido estéril ou campo esterilizado;
Retirar os produtos para a saúde da secadora e apoiar no tecido;
Complementar a secagem com jatos de ar comprimido;
Montar os produtos de assistência ventilatória;
Embalar os produtos em PGC;
Identificar com etiqueta adesiva contendo: nome da peça e/ou conjunto, número de peças,
data e nome do responsável pela limpeza, data e nome do responsável pelo preparo, número da
carga e nome do equipamento.
Armazenar no arsenal 1 no local destinado para cada artigo.
Termodesinfecção:
Posicionar o monitor no suporte e fixar no rack do equipamento;
Realizar a leitura do monitor e registrar o resultado;
Desativar o equipamento cujo monitor que acusar mau funcionamento e acionar a
manutenção pela engenharia clinica no portal de serviços.
Monitoramento físico:
o Deverá ser feito registro do tempo, temperatura e pressão durante todo o ciclo de
esterilização, em impresso próprio, pelo responsável pela esterilização, com especial atenção à
fase de esterilização propriamente dita;
o Cancelar o ciclo e reprocessar em outro equipamento todos os produtos presentes em
cargas cujos parâmetros não foram atingidos.
o Desativar o equipamento e acionar a manutenção do equipamento pela engenharia clinica
pelo portal de serviços.
Monitoramento químico:
o Fitas de autoclave: indicador químico classe 1 (de processo), impregnadas de tintas
termocrômicas (substância que sofre reação em mudança de ambiente térmico) que têm o
objetivo de identificar e diferenciar os produtos para a saúde que foram processados e os que
não foram. Estão presentes nas bordas do papel grau cirúrgico.
o Os responsáveis deverão conferir a viragem deste integrador na retirada do material da
autoclave e na distribuição dos mesmos aos setores da unidade. Toda a equipe da unidade deve
ser treinada a conferir esse indicador antes de utilizar o material. Caso esse indicador não esteja
presente no pacote ou não apresentou a viragem, o produto deve ter sua embalagem trocada e
o material ser processado em outro equipamento.
o Avaliar os demais produtos que compõem a mesma carga para constatar se é falha do
indicador classe 1 ou do equipamento.
Monitoramento biológico:
o É o realizado por meio de indicadores biológicos contendo uma população de 105 a 106 de
micro-organismos esporulados, resistentes ao agente esterilizante;
o A recomendação é que seja realizado diariamente em cada equipamento de esterilização e
em todos os ciclos com artigos implantáveis (ortopedia). Sendo a leitura realizada 3 horas após a
incubação, só após a análise destes monitoramentos, as cargas serão liberadas.
o Desativar o equipamento e acionar a manutenção do equipamento pela engenharia clinica
pelo portal de serviços do HC-UFTM, disponível em todos os computadores.
4. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações gerais para central de esterilização. Brasília, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE n.º 2.605, de 11 de
agosto de 2006. Estabelece a lista de produtos médicos enquadrados como de uso único proibidos
de ser reprocessados.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE Nº 15, de 15 de
março de 2012. Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para
saúde e dá outras providências.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE n.º 2.606, de 11 de
agosto de 2006. Estabelece parâmetros que orientem a elaboração, validação e implantação de
protocolos de reprocessamento de produtos médicos por serviços de saúde e empresas
reprocessadoras com objetivo de garantir a segurança e eficácia dos produtos.
BRASIL. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Nota Técnica: Orientações para o
reprocessamento de artigos utilizados em cirurgias endoscópicas. São Paulo, dezembro de 2007.
BRASIL. SOBEEG, Manual de Limpeza e Desinfecção de Aparelhos Endoscópicos.
City Wide Infection Control Team Leeds North East PCT. Guidelines for the Local
Decontamination of Reusable Medical Equipament. 2005.
Sociedade Brasileira de Enfermeiros do Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro
de Material de Esterilização. Práticas Recomendadas –SOBECC. São Paulo 2013.
5. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO/REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA AÇÃO/ALTERAÇÃO
1 22/05/2007 Alteração para inclusão do processo de esterilização de baixa temperatura. no
modelo padronizado pela Ebserh
2 07/10/2012 Alteração para inclusão de medidas determinadas pela RDC/Anvisa 15/2012
3 2018 Inserção dos monitores de limpeza e termodesinfecção
4 29/01/2021 Alteração para o modelo de Rotina Operacional Padrão (ROP), padrão Ebserh