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Diferentemente do que já foi abordado até o momento, agora vamos abordar o controle de
qualidade microbiológico para produtos estéreis. Se antes era permitida a presença de alguns
microrganismos, em certa quantidade, nos produtos farmacêuticos e cosméticos; agora a
exigência é 0 UFC/g ou mL de produto analisado.
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ESTERILIDADE
USP XL
Nesta tabela, contida na USP XL, encontramos a quantidade a ser analisada, de cada
produto. Essa quantidade depende do tipo de produto a ser analisado e também da
quantidade/volume existente em cada recipiente. Dependendo da quantidade existente em
cada recipiente, todo o conteúdo ou apenas uma porcentagem dele deve ser submetida ao
teste.
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Natureza do produto
Avaliação da matéria-prima
Processo
Ambiente
Equipamento
Como dito anteriormente, um produto somente poderá ser considerado estéril se ele for
processado em condições ótimas e se o resultado de uma amostra representativa, submetida
ao teste de esterilidade, indicar a ausência de microrganismos viáveis. Portanto, na obtenção
de produtos estéreis, vários aspectos devem ser levados em consideração. Tem início com a
avaliação das matérias-primas, passa pelo processo, ambiente e equipamento de forma a
assegurar condições de reduzido potencial de falha. Neste momento, devem ser considerados
os possíveis caminhos que conduzem aos produtos estéreis. Estes são definidos em função da
característica termolábil dos princípios ativos ou mesmo da embalagem primária, da
estabilidade química, custos, etc.
A produção de estéreis pode subdividir-se em três grandes grupos:
Quando o produto é envasado e fechado em seu recipiente primário e em seguida
esterilizado.
Quando o produto é esterilizado através de filtração e envasado, sob condições
assépticas, em recipientes previamente esterilizados.
Quando o produto não pode ser esterilizado por filtração nem por esterilização final e,
consequentemente, tenha que ser produzido a partir de matérias-primas estéreis e envasado,
de forma asséptica, em recipientes previamente esterilizados.
A esterilização final, quando possível, deve ser o método de primeira escolha para todos os
produtos estéreis.
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Suturas cirúrgicas
Injeções
Fluidos estéreis não injetáveis: água não injetável (água utilizada durante
cirurgia para irrigação da ferida), soluções de diálise peritoneal, soluções de
inalação
Os produtos farmacêuticos que devem ser estéreis são aqueles destinados à administração
parenteral, contato com a pele danificada, mucosas ou órgãos internos. São eles:
Preparações oftálmicas: gotas, loções (para lavagem e banho dos olhos), pomadas
oftálmicas, soluções de lentes de contato, soluções de limpeza;
Implantes: pequenos dispositivos contendo drogas, inseridos sob a pele ou tecido
muscular;
Hemostáticos absorvíveis: celulose oxidada (gaze branca), espuma de gelatina, espuma
de fibrina humana;
Suturas e materiais cirúrgicos;
Injeções;
Fluidos estéreis não injetáveis: água não injetável (água utilizada durante cirurgia para
irrigação da ferida), soluções de diálise peritoneal, soluções de inalação;
Instrumentos e equipamentos de uso invasivo.
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Processo esterilizante:
- população inicial (biocarga)
- cinética de inativação desta população ao agente
Perda da viabilidade
- regular
- velocidade de inativação diretamente proporcional ao número da
população em cada tempo
Expressão de resistência
Valor D
- tempo de exposição necessário para redução de 90 % da
população microbiana
- tempo necessário para reduzir um ciclo logarítmico na curva
sobreviventes
Disciplina de Controle de Qualidade de Produtos Farmacêuticos e de Cosméticos
Ribeirão Preto - 2020
Validação do ambiente
- qualidade do ar
- procedimento de limpeza
Pessoal
Validação do processo
Validação do produto
Hoje é universalmente aceito que todos os produtos farmacêuticos devem ser produzidos
com condições de higiene e limpeza, variáveis de acordo com suas particularidades. Para os
produtos estéreis, submetidos à esterilização final, torna-se necessário o atendimento a baixos
níveis de bioburden, apenas possíveis em ambiente limpos, para garantir confiabilidade no
processo esterilizante, assim como, garantir baixa contaminação endotóxica no produto
acabado.
Para a produção de produtos estéreis é preciso garantir que o procedimento de limpeza e
de manutenção da qualidade do ar estejam validados. Além disso, o pessoal deve estar
devidamente treinado e paramentado. Com relação à validação do processo esterilizante,
vários aspectos devem ser considerados: qualificação do esterilizador, da instalação e da
operação, sem esquecer da documentação (protocolos completos, relatórios de validação,
etc), que é de fundamental importância. Para cada produto a ser esterilizado, devem haver
cuidadosas considerações à adequação do método de esterilização proposto e validação do
produto, após esterilização. Para produtos estáveis ao calor, o processamento em autoclave,
no acondicionamento final, é usualmente o método de escolha. Para esterilização gasosa, deve
ser dada atenção a possíveis reações do produto com o gás esterilizante. A principal
consideração sobre o processo de filtração envolve velocidade do fluxo e alterações
superficiais do filtro. Interações do produto com o filtro ou seus elementos também dever ser
levados em consideração porque podem se constituir em problema.
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http://apps.who.int/medicinedocs/pdf/h3009e/h3009e.pdf
Disciplina de Controle de Qualidade de Produtos Farmacêuticos e de Cosméticos
Ribeirão Preto - 2020
QUALIDADE DO AR
Baixa concentração partículas 0,5 m
Ausência de partículas de 5 m
Redução de partículas de 0,1-0,3 m – FILTRAÇÃO
CONTROLE DA QUALIDADE DO AR
VERIFICAÇÃO
- Limpeza da sala
- Falhas no sistema de filtração do ar
- Possível contaminação por intermédio pessoal produção
Métodos utilizados:
. Swabs – solução fisiológica contagem por plaqueamento ou
filtração
. Placas de contato.
Superfícies e equipamentos:
ausência de coliformes
- Worst case
. Uso de materiais e componentes que tenham
permanecido na área de processamento asséptico por períodos
extensos;
. Alterar o tempo de enchimento das unidades;
. Empregar meio com capacidade promotora de
crescimento (ao invés de conservantes).
. Tamanho e tempo da corrida devem mimetizar a
condição de produção comercial
Para uma nova planta ou processo de produção para produtos assepticamente envasados,
o teste de enchimento simulado (Media Fill) é efetuado como parte da validação. A condução
dos testes de simulação do processo para produtos assepticamente envasados abrange do
ponto de esterilização do produto e recipiente, até o término do enchimento. Geralmente 3
simulações consecutivas do processo são efetuadas para qualificar uma nova planta ou linha
de enchimento. Os testes iniciais devem ser conduzidos após ter sido feita a qualificação do
equipamento e validação do processo de esterilização, treinamento do pessoal e após a
monitoração ambiental evidenciar condições adequadas. Em plantas pré-existentes, esse teste
deverá ser efetuado no mínimo duas vezes ao ano.
Uma das técnicas mais prevalentes utilizadas na validação de processos farmacêuticos
adota o cenário de pior caso. Estas situações visam proporcionar o maior desafio ao processo,
sistema ou equipamento sob validação. Sendo assim, utilizam-se materiais e componentes que
tenham permanecido na área de processamento asséptico por períodos extensos; altera-se o
tempo de enchimento das unidades, enchendo-se as unidades menores a uma velocidade
maior (dificuldade de manuseio) e as maiores a uma velocidade menor (maximizando a
exposição); emprega-se meio de cultura, com capacidade promotora de crescimento, ao invés
da formulação com conservantes; ainda, o tamanho e tempo da corrida devem mimetizar a
condição de produção industrial.
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Processo confiável
Como dito anteriormente, a esterilização final deve ser o método de escolha para a
obtenção de todos os produtos estéreis, sempre que for possível. Entretanto, alguns requisitos
que se fazem necessários serem cumpridos para que o método seja confiável são: - Baixo nível
de contaminação inicial; - Confiabilidade no processo esterilizante a ser utilizado e; - Garantia
de baixa contaminação endotóxica no produto, o que é conseguido através de um baixo nível
de contaminação inicial.
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Tomando-se como exemplo o método de esterilização por calor úmido, para validar o
método é preciso:
- Verificar calibração dos sensores de temperatura e pressão;
- Distribuir os sensores em diferentes pontos e verificar a homogeneidade da temperatura
e pressão;
- Realizar esses testes com a autoclave vazia e com a sua capacidade máxima – cumpre os
critérios de aceitação?
- Utilizar indicadores físicos e biológicos adequados.
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INDICADORES
VANTAGENS
Baixo custo
Indicação imediata (não é preciso cultivar o microrganismo)
DESVANTAGEM
Não é representativo das reais condições de esterilização
INDICADOR BIOLÓGICO
Alguns critérios que devem ser definidos quando da utilização dos indicadores biológicos:
- Inocular o microrganismo no próprio produto ou em suportes como tiras ou discos de
papel;
- Definir a localização das amostras inoculadas ou dos suportes dentro do esterilizador;
- A localização das amostras inoculadas ou dos suportes dentro do esterilizador é bastante
crítica, devendo-se lembrar de fatos como densidades maiores de materiais, estratificação de
gases ou na umidade do esterilizador, que podem oferecer condição inadequada de
esterilização.
Após o processamento dos indicadores, eles devem ser incubados para se verificar se as
cepas ainda são viáveis. As condições de incubação e o meio em que os indicadores devem ser
incubados devem ser fornecidos pelo fabricante do indicador biológico. O indicador que foi
submetido ao processo de esterilização é incubado nas mesmas condições e juntamente com
outro indicador que não tenha passado pelo processo, a fim de se verificar a viabilidade das
cepas e se as condições de incubação utilizadas foram adequadas para o crescimento
bacteriano. A realização dos testes biológicos deve ser, no mínimo, semanalmente e após cada
manutenção ou suspeita de mau funcionamento. No processo de esterilização a óxido de
etileno o teste deve ser realizado em cada ciclo de esterilização devido à complexidade do
processo e à maior probabilidade de falhas.
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Indicador biológico
Indicador biológico
Indicador biológico
Indicador biológico
Para o controle do processo de esterilização por filtração, existem dois métodos para
garantir a eficiência do processo. Um deles é um teste não destrutivo (ponto de bolha),
enquanto o outro trata-se de um teste destrutivo (filtração de microrganismo). O teste de
ponto de bolha será discutido no próximo slide.
O teste de desafio bacteriológico irá avaliar a capacidade de retenção do microrganismo
Brevundimonas diminuta na membrana a ser avaliada. A escolha de B. diminuta decorre de sua
característica de crescimento, mantendo células isoladas, da sua dimensão reduzida (0,3 a 0,6
µm), de fácil manutenção e crescimento rápido, atingindo densidade óptica elevada
rapidamente. O teste é realizado filtrando-se uma suspensão com grande quantidade de
células desse microrganismo e avaliando-se a qualidade microbiológica do filtrado. Caso não
ocorra crescimento microbiano no filtrado, considera-se o filtro esterilizante.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- www.anvisa.gov.br