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NATAL/RN
2019
2
NATAL/RN
2019
3
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE TABELAS
ARTIGO 1
ARTIGO 2
LISTA DE FIGURAS
ARTIGO 1
ARTIGO 2
Figura 1. Fluxo das crianças no período de transição escolar do Ensino Infantil para o 38
Ensino Fundamental.
10
LISTA DE ABREVIATURAS
ND – Não-Designação
PS – Processos de Substituição
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11
2. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................................... 13
3. OBJETIVO.......................................................................................................... 20
4. METODOLOGIA..................................... ....................................................................... 21
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 52
8. ANEXOS ............................................................................................................................. 58
12
1. INTRODUÇÃO
mundo. Durante o ano, as crianças passam sua vida neste ambiente com o objetivo de
aprender. Umas das habilidades básicas aprendidas na escola é ler e escrever, essencial para o
por volta do final do mês de dezembro, semelhante ao que ocorre na Europa e em período
diferente ao da América do Norte. No Brasil, entre o final do ano letivo e início do próximo
família com alto nível socioeconômico, não apresentam tal prejuízo e, muitas vezes,
Kristen D. et al., 2018; Meyer, Meissel e McNaughton, 2017; Shinwell e Defeyter, 2017). No
que abordam esse assunto. Em relação ao Brasil, além do período de férias convencionais,
aqueles que dependem unicamente do ensino público também ficam sujeitos a períodos de
suspensão das aulas decorrentes de greves dos professores ou funcionários, com duração
crianças durante o período de recesso escolar, a fim de suprir a lacuna de aprendizagem das
férias escolares (Bowers e Schwarz, 2018; Folsom et al., 2018b; Kristen D. et al., 2018).
de aprendizagem escolar, políticas e estratégias para contornar esse processo – como grupos
abaixo do Uruguai e Colômbia ((OECD), 2015). No estado do Rio Grande do Norte, este
índice é particularmente baixo em relação aos outros estados brasileiros, classificado em 21º
2016).
Diante disso, este estudo tem como foco o fenômeno amplamente discutido na
extenso, como ocorrido nos países da América do Norte e da Europa. (Beach et al., 2018;
14
Bowers e Schwarz, 2018; Christodoulou et al., 2017; Folsom et al., 2018b; Kraft e Monti-
ocorrência deste efeito Summer Learning Loss no mundo através da revisão da literatura.
Além disso, investigar se este efeito ocorre em crianças de escolas públicas, entre o final do
2. REVISÃO DA LITERATURA
O cérebro recicla as redes de neurônios existentes para fazerem algo relativamente novo
quando este rearranjo não acontece em perfeita harmonia acarreta déficits no processo de
para o desenvolvimento satisfatório da leitura, como mães com nível de instrução mais
elevado, famílias com dois cuidadores e a presença da figura paterna em atividade de leitura
compartilhada (Short et al., 2017). Por outro lado, em famílias com menores índices
Nos três primeiros anos de vida, o contato principal da criança é o convívio familiar, logo
desenvolvidas, está a linguagem oral. O nível de desenvolvimento da linguagem oral por volta
que envolvem a manipulação e reflexão sobre os sons da própria língua. Dentre estas
transtornos de aprendizagem (Choi et al., 2017; Christopher et al., 2015; Giménez et al.,
relaciona com a leitura quanto a acurácia na leitura das palavras e a compreensão leitora
(Diamanti et al., 2017; Duff et al., 2015). As habilidades de vocabulário devem ser avaliadas
desde cedo, a partir do segundo ano de vida, pois déficit no desenvolvimento desta habilidade
histórico familiar de alterações de linguagem (Duff et al., 2015). Além da avaliação precoce,
as intervenções focadas no vocabulário nos anos iniciais de escolarização são essenciais para
2015).
vocabulário o alto grau de instrução das mães e bom desenvolvimento de habilidades não
verbais. Além disso, o convívio com irmãos em casa, ambiente familiar favorável e
linguagem, bem estar social e emocional, leitura e desempenho acadêmico posterior favorável
(Short et al., 2017). Por outro lado, crianças que, aos 4 e 6 anos de idade, apresentaram
vocabulário restrito obtiveram baixos índices de letramento aos 10 anos de idade (Zubrick,
língua, é uma habilidade que se desenvolve na primeira infância. Um estudo com mais de três
fonológica, evidenciou que as crianças antes dos 6 anos de idade são capazes de realizar
tarefas de manipulação fonêmica (Choi et al., 2017). Para isso, a criança não necessariamente
precisa conhecer e relacionar as letras aos seus respectivos sons, ou seja, antes mesmo do
metalinguística sobre os sons da língua é uma habilidade essencial para o sucesso do processo
armazena a informação linguística temporariamente para que seja utilizada por determinado
informação dos sons que foram lidos para que haja associação semântica e consequentemente
2017), o que na prática reflete diretamente na acurácia e fluência da leitura de palavras (Shum
e Au, 2017).
automática rápida (RAN) mostrou forte correlação em fluência de leitura tanto em Chinês
quanto em Inglês (Shum e Au, 2017). Outro estudo com crianças que tem o árabe como
língua materna e estavam sendo alfabetizadas nesta língua, traz evidências do RAN como um
consolidação da leitura. Relacionar a letra a seu respectivo nome e/ou som (relação grafema-
relação da letra com seu respectivo som. Consequentemente esta habilidade influencia
Snel et al., 2016). Por isso, a avaliação e a estimulação direta e sistemática dessa habilidade
sistemática da relação entre o reconhecimento de letra e sua relação com seus respectivos sons
et al., 2014; Harris, Kinley e Cook, 2017; Snow et al., 2017; Westerveld et al., 2015).
Apesar das implicações teóricas e da divisão didática dos preditores ou precursores de leitura,
constituem o desenvolvimento pleno da leitura (Peterson et al., 2018; Shum e Au, 2017).
com desenvolvimento favorável de preditores para a leitura obtiveram bom desempenho como
(Andrade et al., 2014; Brandenburg et al., 2016; Chow et al., 2017; Groot, De et al., 2017;
Nicolau e Navas, 2015; Peterson et al., 2018; Snow et al., 2017; Torppa et al., 2017), um
tema relacionado e também discutido na literatura internacional tem sido o efeito Summer
Learning Loss, a livre tradução seria “perda de aprendizagem de verão” e se refere a queda da
(Morrison, 1924; Elder, 1927). Desde então, não apenas o fenômeno do "Summer Learning
Loss" vem sendo estudado pela literatura internacional, como também medidas e programas
aprendizado escolar (Beach et al., 2018; Folsom et al., 2018a; Kraft e Monti-Nussbaum,
mesmo ausente do ensino formal escolar, crianças em situações sociais favorecidas tendem a
Há evidências do potencial cumulativo, tanto dos ganhos quanto das perdas ao longo
geralmente estão inseridas em ambientes com melhores índices sócio econômicos e tendem a
contrário, crianças com falhas e perdas no início de aprendizagem, tentem a acumular lacunas
e tem maior probabilidade de insucesso acadêmico e de não cursar um curso de nível superior
(Alexander, 2007).
21
Logo, considerando todo este cenário, houve o alerta sobre a ocorrência do efeito e a
necessidade de exploração do tema, este estudo vem investigar o efeito Summer Learning
Loss na realidade brasileira. A pesquisa foi realizada em escolas públicas e em bairros com
3. OBJETIVOS
alfabetização.
4. METODOLOGIA
Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa com parecer número
Este estudo faz parte de um estudo maior, que tem por objetivo avaliar e intervir as
anos. No entanto, como parte do estudo inicial, esta pesquisa fez um recorte da primeira etapa
que está relacionada ao acompanhamento avaliativo das crianças entre a educação infantil e o
estudo foi realizada uma revisão integrativa da literatura sobre o efeito "Summer Learning
Loss" e para o objetivo 2 foi realizada uma pesquisa de campo em que as crianças foram
avaliadas antes e após o período de férias escolares (entre o final da educação infantil e início
momento e depois reavaliada semanas adiante, e observacional, pois não foi realizada
4.3 População
migraram para diferentes escolas que não eram do bairro e a referência para a pesquisa
apontada pela secretaria municipal de educação. Desta forma, no início de 2018, foram
dentro da faixa etária de 5 anos a 6 anos e 11 meses; não apresentar deficiência com
4.5.1 Instrumentos
(Moojen, S., Lamprecht, R., Santos, R. M., Freitas, G. M., Brodacz, R., Siqueira, M.,
- Prova de Memória de trabalho fonológica (Grivol, M. & Hage, 2011) para avaliar
Befi-Lopes, D. M., Fernandes, F. D. M., & Wertzner, 2004) para avaliar vocabulário,
Processos de Leitura - PROLEC) (Capellini, S.A., Oliveira, A.M., Cuetos, 2010). Este
25
letra.
4.5.2 Procedimentos
iniciou em dezembro de 2017 com a avaliação das crianças dos níveis IV dos Centros
de Educação Infantil. Duas turmas de nível IV de cada escola foram selecionados por
ano de 2017 nos CMEI’s ( neste estudo usaremos a denominação Tempo 1 -T1), no
qual as crianças foram avaliadas com a bateria de testes. A avaliação foi realizada
retiradas de sala de aula logo após o início da aula, com autorização da diretoria e
professores, sem que houvesse prejuízo ao seu processo escolar. A avaliação completa
procedimento foi repetido com estas crianças nas Escolas Municipais de Ensino
porém no T2 não houve acesso aos dados da primeira avaliação para não correr o risco
participantes nos testes aplicados nos dois momentos de avaliação. Os testes utilizados
para fazer essa comparação foram o teste t-pareado, para amostras com distribuição
normal, e o teste não paramétrico Wilcoxon pareado, nos casos em que não pudemos
5. RESULTADOS
Luana Celly Silva Aprígio; Gigi Luk; Charles Haynes; Nadine Gaab; Cíntia Alves Salgado Azoni.
RESUMO
ABSTRACT
contexts. AIM: The aim of this study is investigate the occurrence of the Summer
Learning Loss around the world. RESULTS: It was found 149 articles, 141 were
excluded because they didn’t match with the inclusion criteria. 8 were according to
the criteria and were selected into this study. Conclusion: It was found that the most
of the research are concentrated in the North Hemisphere. Most of the studies are
with children from Kindergarten until 9th grade. Even though Summer Learning Loss
is the most used Term, there are variations. More studies are needed, especially in
different contexts and realities, for example: South countries. At the end of this
review we suggest a translation and adaptation of the term for the Brazilian context.
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Esta revisão integrativa foi realizada com pesquisa realizada nas seguintes
bases de dados: PubMed, ERIC, Medline e Lilacs, Scielo e Periódico CAPES. Foram
utilizadas as seguintes palavras chave: "summer learning loss", "summer learning
gap" e "summer reading loss".
Os critérios de inclusão utilizados para esta revisão foram artigos publicados
nos últimos 10 anos (2009 – 2019), revisados por pares, publicados em português
brasileiro ou inglês. Foram incluídos artigos apenas que avaliassem o fenômeno per
si.
Os critérios de exclusão foram: artigos que ao serem lidos os resumos e/ou
texto na íntegra fugiam do tema; artigos que abordassem temas como intervenção
durante o período de férias e não propriamente a avaliação da ocorrência do
fenômeno abordado neste trabalho.
O critério de análise dos artigos pesquisados inicialmente foi leitura do título,
em seguida leitura do resumo. Uma vez que o artigo era incluído, era feita a leitura
do texto completo. A análise dos artigos foi realizada utilizando pastas de trabalho do
Excel. Os dados dos artigos selecionados foram tabulados de acordo com objetivos,
método, país em que foi realizado o estudo, escolaridade e tamanho da amostra,
termo utilizado para abordar o fenômeno e habilidades avaliadas.
REVISÃO DA LITERATURA
Summer Learning Loss among 2014 Menard, Jessica; Exceptionality ERIC Canadá
Elementary School Children Wilson, Alexander M. Education
with Reading Disabilities International
The Effects of Nine-Week 2015 Paechter et al. EURASIA Journal ERIC Áustria
Summer Vacation: Losses in of Mathematics,
Mathematics and Gains in Science &
Reading Technology
Education,
Summer Learning Loss among Este estudo investigou se estudantes Houve diferença em parte dos
Elementary School Children com dificuldades de leituras aspectos avaliados. Houve
with Reading Disabilities apresentam maior regressão em significante declínio em relação
habilidades de leitura do que a velocidade de leitura de
estudantes sem dificuldade de leitura palavras e velocidade de
durante o período de férias de verão. decodificação fonológica.
habilidades de decodificação e
compreensão leitora.
Investigation of Summer Este estudo teve por objetivo Perda de aprendizagem ocorreu
Learning Loss in the UK- examinar se a perda de ou ao menos estagnação de
Implications for Holiday Club aprendizagem de verão ocorre em aprendizagem em crianças de
Provision soletração e leitura de palavras. baixo nível socioeconômico em
relação a soletração. O mesmo
não ocorreu em relação a leitura
de palavras.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Esta pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa com parecer numero
2.440.976 do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Este é um estudo transversal observacional, prospectivo.
Local da pesquisa
Participantes
41
A amostra inicial foi constituída de 97 crianças com média de 5 anos e 10 meses de idade
(dp 0,40), avaliadas no final da Educação Infantil, considerado nível IV na rede de ensino da
cidade de Natal-RN. Foram consideradas de baixa renda conforme Critério Brasil de classe
econômica C, D e E. Nesta transição, 52 crianças não seguiram o fluxo esperado (Figura 1),
que seria a escola de Ensino Fundamental do bairro. Estas 52 crianças mudaram de bairro ou
cidade e perderam o seguimento. Desta forma, no início de 2018, foram reavaliadas 45
crianças., as quais puderam ser avaliadas nos dois momentos deste estudo.
Da amostra de 45 crianças, 25 (55,5%) eram meninos e 20 (44.4%) meninas. A média
de idade das crianças no T1 foi de 6 anos e 2 meses (dp 0.27) e no início do ano de 2018 (T2),
foi de 6 anos e 6 meses (dp 0.28).
O tempo das férias escolares foi de 10 semanas. No entanto, considerando que o início
das avaliações iniciou cerca de um mês antes do início das férias e no ano seguinte
perduraram até cerca depois de um mês do início das aulas, devido a quantidade de sessões
totais para completar as avalições, o tempo médio entre uma avaliação e outra foi de 13
semanas (dp 5.34).
Figura 1. Fluxo das crianças no período de transição escolar do Ensino Infantil para o Ensino Fundamental.
Tempo 1
(T1)
Tempo 2
(T2)
Natal; ter idade entre cinco anos e seis anos; ter assiduidade na escola. Critérios de exclusão:
apresentar deficiência intelectual, auditiva, visual, alterações neurológicas e genéticas
previamente diagnosticadas ou indicada como sinal de risco pela professora e família.
Instrumentos
Procedimentos
H0 : µ2 ≥ µ1 H0 : µ2 = µ1 H0 : µ2 ≤ µ1
H1 : µ2 < µ1 H1 : µ2 <> µ1 H1 : µ1 > µ1
P-valor < 0,05 P-valor > 0,05 P-valor < 0,05
µ1: média de determinada variável na primeira análise µ2: média de determinada variável na segunda análise
RESULTADOS
A princípio foi aplicado o teste Komogorov Smirnov para verificar se foi possível
assumir a normalidade na distribuição dos dados. Na formulação do teste, a hipótese nula
testada foi de que o conjunto de dados seguia a distribuição normal, então temos evidências
suficiente para aceitar a normalidade dos dados de cada amostra quando o p-valor do referido
teste for maior ou igual 0.05.
No caso em que pudemos assumir que o conjunto de dados segue distribuição normal,
utilizamos o teste t-pareado para comparar a média dos resultados. Nos demais, foi utilizado o
teste não paramétrico Wilcoxon pareado para comparar as médias.
A tabela 1 expõe os resultados da comparação das médias na avaliação da consciência
fonológica pelo CONFIAS. De forma geral, não houve evidências de diferença
estatisticamente significante na média dos escores totais das habilidades silábicas, fonêmicas
46
Tabela 2 - Tabela de comparação das médias de acertos dos escores do teste CONFIAS
T1 T2 Testes de Hipótese
média dp média dp TH 1 TH 2 TH 3
S1 3.64 0.83 3.38 1.09 0.069 0.139* -
S2 3.09 1.35 3.49 0.82 0.951 0.103* -
S3 1.96 1.24 2.47 1.14 0.999 0.002 0.001*
S4 1.76 1.32 2.44 1.24 1.000 0.001 0.000*
S5 3.00 1.37 3.29 0.92 0.986 0.032 0.016*
S6 1.24 1.23 1.71 1.12 0.987 0.027 0.013*
S7 0.49 0.69 0.64 1.00 0.851 0.313* -
S8 1.20 1.91 1.91 2.08 0.996 0.008 0.004*
S9 0.33 0.98 0.58 0.99 0.937 0.145* -
SÍLABA TOTAL 16.69 6.81 19.87 6.33 1.000 0.000 0.000*
F1 0.29 0.82 0.78 1.31 0.990 0.024 0.012*
F2 0.36 0.98 0.69 1.22 0.967 0.074* -
F3 0.18 0.65 0.51 0.84 0.992 0.019 0.010*
F4 0.00 0.00 0.09 0.29 0.986 0.072* -
F5 0.11 0.53 0.29 0.66 0.972 0.072* -
F6 0.00 0.00 0.00 0.00 não conclusivo não conclusivo não
conclusi
vo
F7 0.02 0.15 0.00 0.00 0.500 1.000* -
FONEMA TOTAL 0.96 2.69 2.36 3.89 0.991 0.020 0.010*
CONFIAS TOTAL 17.64 8.88 22.22 9.37 0.999 0.002 0.001*
Teste de Hipótese 1 = p-valor <0.05 / Teste de Hipótese 2 = p-valor > 0,05 / Teste de Hipótese 3 = p-valor <
0.05. S1: síntese silábica; S2: segmentação silábica; S3: Identificação de sílaba inicial; S4: Identificação de rima;
S5: Produção de palavra com a sílaba dada; S6: Identificação de sílaba medial; S7: Produção de rima; S8:
Exclusão silábica; S9: Transposição silábica; F1: Produção de palavra que inicia com o som dado; F2:
Identificação de fonema inicial; F3: Identificação de fonema inicial; F4: Exclusão fonêmica; F5: Síntese
Fonêmica; F6: Segmentação fonêmica; F7: Transposição fonêmica.
Tabela 4 - Tabela de comparação das médias de acerto do teste de memória de trabalho fonológica e
memória de dígitos entre T1 e T2.
T1 T2 Testes de hipótese
media dp média dp TH 1 TH 2 TH 3
2 sílabas 17.51 2.51 17.96 3.30 0.942 0.120* -
3 sílabas 16.11 3.26 17.96 4.56 0.161 0.321* -
4 sílabas 9.73 6.04 15.47 6.88 0.174 0.349* -
5 sílabas 5.49 6.56 9.02 7.21 0.424 0.847* -
Total sílabas 48.82 14.77 5.53 18.44 0.214 0.428* -
Ordem Direta 10.33 2.46 11.87 2.72 1.00 0.00 0.00*
Ordem Indireta 1.09 1.94 1.98 2.68 0.99 0.01 0.00*
Total dígitos 11.42 3.65 13.84 4.24 0.08 0.02 0.00*
Teste de Hipótese 1 = p-valor <0.05 / Teste de Hipótese 2 = p-valor > 0,05 / Teste de Hipótese 3 = p-valor < 0.05
Tabela 5 - Tabela de comparação das médias do teste de vocabulário ABFW considerando a designação usual
em todas as categorias semânticas
T1 T2 Testes de hipótese
média dp média dp TH 1 TH 2 TH 3
Vestuário 62.67 17.50 66.44 15.10 0.989 0.024 0.012*
Animais 84.49 16.42 88.38 12.29 0.958 0.088* -
Alimentos 74.18 12.81 75.83 12.36 0.945 0.115* -
Meios de Transporte 83.13 9.42 86.89 7.54 1.000 0.001 0.000*
Móveis e Utensílios 73.32 8.11 76.13 8.98 0.993 0.014 0.007*
Profissões 48.22 16.14 52.00 13.07 0.950 0.101* -
Locais 38.49 20.00 42.86 20.29 0.951 0.097* -
Formas e Cores 77.78 21.09 79.33 15.72 0.783 0.448* -
Brinquedos e Instrumentos 65.78 20.88 69.07 20.44 0.935 0.129* -
Teste de Hipótese 1 = p-valor <0.05 / Teste de Hipótese 2 = p-valor > 0,05 / Teste de Hipótese 3 = p-valor < 0.05
No teste de reconhecimento de letra, temos evidências para afirmar que não há
diferença entre as médias do número de reconhecimento de letra na avaliação antes e após as
férias escolares (Tabela 6).
49
Tabela 6 - Tabela de comparação das médias do escore do teste de reconhecimento de letras no período pré
e pós férias escolares
T1 T2 Testes de hipótese
Média dp Média dp TH 1 TH 2 TH 3
6.91 4.55 7.40 4.59 0.963 0.074* -
Teste de Hipótese 1 = p-valor <0.05 / Teste de Hipótese 2 = p-valor > 0,05 / Teste de Hipótese 3 = p-valor < 0.05
Tabela 7 – Resumo do resultado da comparação das médias das habilidades preditoras de leitura
avaliadas pré e pós-férias
piorou manteve melhorou
S1 síntese silábica X
S2 segmentação silábica X
S3 Identificação de sílaba inicial X
S4 Identificação de rima X
S5 Produção de palavra com a sílaba dada X
S6 Identificação de sílaba medial X
S7 Produção de rima X
S8 Exclusão silábica X
S9 Transposição silábica X
Sílaba Total X
F1 Produção de palavra que inicia com o som dado X
F2 Identificação de fonema inicial X
F3 Identificação de fonema inicial X
F4 Exclusão fonêmica X
F5 Síntese Fonêmica X
F6 Segmentação fonêmica - - -
F7 Transposição fonêmica X
Fonema Total X
Confias Total X
Nomeação automática rápida - números X
Nomeação automática rápida - letras X
Nomeação automática rápida - objetos X
Nomeação automática rápida - cores X
Memória de trabalho fonológica 2 sílabas X
Memória de trabalho fonológica 3 sílabas X
Memória de trabalho fonológica 4 sílabas X
Memória de trabalho fonológica 5 sílabas X
Total sílabas X
Memória operacional de dígitos - ordem direta X
Memória operacional de dígitos - ordem indireta X
Total memória operacional de dígitos X
Vocabulário – vestuário X
Vocabulário – Animais X
Vocabulário – Alimentos X
Vocabulário – Meios de Transporte X
Vocabulário – Móveis e Utensílios X
Vocabulário – Profissões X
Vocabulário – Locais X
Vocabulário – Formas e Cores X
Vocabulário – Brinquedos e Instrumentos X
Reconhecimento de letra X
TOTAL 1 22 17
TOTAL em porcentagem 2,5% 55% 42,5%
50
Tabela 8 – Comparação dos resultados das avaliações pré e pós férias e os parâmetros dos instrumentos.
Média Média Desempenho
antes das depois das esperado ( média
férias férias + dP)
Sílaba Total 16.69 19.87 31.8 + 4.58
Fonema Total 0.96 3.89 15.2 + 3.25
Confias Total 17.64 9.37 47 + 5.66
Nomeação automática rápida - números 53.78 58.07 56.50 + 27.60
Nomeação automática rápida - letras 53.04 57.73 58.30 + 17.10
Nomeação automática rápida - objetos 72.00 79.64 81.00 + 14.20
Nomeação automática rápida - cores 78.42 87.40 67.20 + 14.50
Memória de trabalho pseudopalavras Total 48.82 5.53 74.00 + 4.00
Memória operacional de dígitos - ordem direta 10.33 11.87 15.00 + 3.40
Memória operacional de dígitos - ordem indireta 1.09 1.98 8.00 + 2.70
Vocabulário – vestuário 62.67% 66.44% 80.00%
Vocabulário – Animais 84.49% 88.38% 70.00%
Vocabulário – Alimentos 74.18% 75.83% 90.00%
Vocabulário – Meios de Transporte 83.13% 86.89% 70.00%
Vocabulário – Móveis e Utensílios 73.32% 76.13% 65.00%
Vocabulário – Profissões 48.22% 52.00% 45.00%
Vocabulário – Locais 38.49% 42.86% 70.00%
Vocabulário – Formas e Cores 77.78% 79.33% 85.00%
Vocabulário – Brinquedos e Instrumentos 65.78% 69.07% 70.00%
Reconhecimento de letra 6.91 7.40 19.3 + 0.8
DISCUSSÃO
Este estudo se propôs a investigar o fenômeno de declínio ou estagnação de
aprendizagem no período de férias escolares no contexto brasileiro. Foram avaliadas
habilidades preditoras da leitura em crianças ao final do ensino infantil (T1) e primeiro ano do
ensino fundamental (T2). O estudo é pioneiro no Brasil e reitera um fenômeno amplamente
discutido na literatura internacional (Ergül et al. 2017; Slade et al. 2017; Chow et al. 2017).
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo ocorreu equilíbrio entre estagnação e melhora da maioria das habilidades
avaliadas. O que parcialmente caracteriza o fenômeno Summer Learning Loss. Embora tenha
sido caracterizada a melhora de algumas habilidades, a estagnação no processo de
aprendizagem de habilidades precursoras cruciais para o desenvolvimento da leitura, a citar
habilidades de consciência silábica e fonêmica, nomeação automática rápida, vocabulário,
memória de trabalho fonológica e reconhecimento de letra podem comprometer
significativamente o desempenho destas crianças.
Estes dados nos levam a reflexões e possibilidades de aprofundamento do assunto. Em
particular no contexto brasileiro, esses prejuízos podem ser causados não apenas pelas férias
escolares, mas também pelas greves de professores, comuns no sistema público educacional
brasileiro. Além disso, avaliar diferentes populações, com diferentes perfis socioeconômicos e
pensar sobre estratégias de intervenção e propor políticas públicas nacionais, considerando a
realidade precária do sistema educacional no Brasil.
REFERÊNCIAS
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55
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
escolarização. É levantada uma problemática que nos remete a repensar uma nova perspectiva
países com baixo desempenho no índice de alfabetização a preocupação com este efeito.
Logo, abrimos a discussão com o resultado deste trabalho. Na presente pesquisa o efeito
ocorre parcialmente, houve estagnação para as seguintes habilidades das (síntese silábica,
objetos. Para as demais habilidades houve melhora do desempenho comparando o período pré
7. REFERÊNCIAS
(OECD), O. FOR E. C. AND D. PISA 2015 results (Volume I): Excellence and equity in
educationOECD. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://www.oecd-ilibrary.org/education/pisa-
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26, n. 2, p. 57–74, 2017.
ANEXOS
65
Estamos solicitando a você a autorização para que a criança pelo qual você é
responsável participe da pesquisa: “Preditores de alfabetização e intervenção em leitura de
pré- escolares de famílias de baixa renda de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil”, que tem
como pesquisador responsável a Profa. Dra. Gigi Luk (USA) e a profa Cíntia Alves Salgado
Azoni (Brasil).
Esta pesquisa pretende realizar avaliações e intervenções em crianças que irão iniciar a
alfabetização em escolas públicas da cidade de Natal.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é que muitas crianças de regiões menos
favorecidas, podem demorar um pouco mais para aprender ler. Por isso, os testes podem
encontrar o motivo de sua dificuldade para aprender e as atividades de intervenção podem
ajudar a melhorar seu desempenho na escola.
Caso você decida autorizar, ele deverá fazer algumas avaliações ao longo de dois anos,
com o uso de testes que medirão habilidades da linguagem. Estes testes dependem da resposta
da criança e serão feitos em uma sala especial para isto, durante
encontrosnaprópriaescola.Tambémserãofeitasatividadesdeestimulaçãoemsalade aula das
habilidades de linguagem para desenvolver a leitura. Ao final, caso necessite a criança
também fará uma intervenção com o fonoaudiólogo no ambiente clínico.
Durante a realização das avaliações e também das atividades de estimulação, a
previsão de riscos é mínima. Pode acontecer algum tipo de constrangimento caso não
consigaresponderoucansaçoaofazeraatividade.Estaspossíveisdificuldadespoderão ser sanadas
com a ajuda do avaliador. Ele poderá ter como benefício a identificação precoce de alguma
dificuldade na aquisição da leitura e receber prontamente a intervenção adequada. A
pesquisadora responsável em Natal, Cíntia Alves Salgado Azoni, estará disponível para ajudar
a criança no que precisar diante destes riscos ou qualquer problema. As avaliações serão
realizadas em várias sessões para evitar o cansaço.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para a
responsável pela pesquisa no Brasil, Dra. Cíntia Alves Salgado Azoni, fone (+55) 84- 3342-
9738 ou pelo e-mail: cintiasalgadoazoni@gmail.com.
Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem
nenhum prejuízo para você e para ele(a). Também será apresentado à criança o Termo de
Assentimento Livre Esclarecido, conforme a Resolução 466/12, para que ele
(a) autorize sua
participação na pesquisa.
70
Os dados que ele(a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa
identificá-lo(a).
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local
seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela participação dele(a) nessa pesquisa, ele será assumido
pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele(a) será
indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa, denúncias e/ou reclamações, você
deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL, localizado no Hospital
Universitário Onofre Lopes da UFRN, ou pelo telefone (+55) 84- 3342-5003.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o
pesquisador responsável Cíntia Alves Salgado Azoni.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, __________________________________, representante legal do , autorizo sua
participação na pesquisa “Preditores de alfabetização e intervenção em leitura de pré-
escolares de famílias de baixa renda de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil”.
Esta autorização
foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos, importância e o modo
como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos e benefícios que essa
pesquisa pode trazer para ele(a) e também por ter compreendido todos os direitos que ele(a)
terá como participante e eu como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das
informações fornecidas por ele(a) em congressos e/ou publicações científicas, desde que os
dados apresentados não possam identificá-lo(a).
__________________________________
Assinatura do Representante Legal
Declaração do pesquisador responsável
71
___________________________________________
Assinatura do participante
___________________________________________
Assinatura de uma testemunha
___________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
73
Nome:
Idade: DN:
Ano:
Escola:
Profª
Identificação:
Nome:__________________________________________________________
_____________________
Data de Nasc.:_______________ Idade: ________________
Escolaridade/Escola:_______________________________________________________Que
ixa:________________________________________________________________________
_______
__________________________________________________________Avaliador:_
_________________________Data:_________________________________
PROVA DE DÍGITOS:
Forma de pontuação. Atribuir:
2 pontos (P) quando repetir corretamente na 1ª vez
1 ponto (P) quando repetir corretamente na 2ª vez
0 ponto (P) quando não conseguir nas duas primeiras tentativas
Observações:
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___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________
Instruções: “Eu vou falar algumas palavras que não significam nada, mas não se
preocupe com isso. Você deve prestar atenção porque terá que repeti-las como eu falei.
Eu vou falar
uma vez e você repete. Pode ser um pouco estranho, mas não demora. Então, atenção,
vamos
lá!”
Observações:
Para considerar a repetição adequada, ela deve ser emitida de maneira idêntica ao do
avaliador. Pode ser considerado correto, entretanto, quando houver a troca da vogal “e”
por “i” em final de palavra, ou ainda, uma vogal fechada “e, o” por aberta “é, ó”.
Nome:
Idade: DN:
Escolaridade/Escola:
Data da Aplicação: