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ALUNO: VICTOR ALMEIDA DE BARROS

DISCIPLINA: METODOS E MEDIDAS DE POSICIONAMENTO GEODÉSICO – GNSS


PROFESSOR: GILDRIANO SOARES DE OLIVEIRA

COMPONENTES IMPORTANTES NA COMPOSIÇÃO DOS RESULTADOS DOS


LEVANTAMENTOS REFERENCIADOS PELA RBMC

A Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo ou simplesmente RBMC é a estrutura de


referência tridimensional mais precisa do país e possui aplicações práticas diversas, dentre as
quais destacam-se o georreferenciamento de imóveis rurais, agricultura de precisão,
posicionamento e navegação. Os resultados gerados pela rede também são utilizados em
aplicações científicas, como Modelagem da Ionosfera, modelos numéricos de previsão do
tempo, geodinâmica, entre outros.

Em operação desde 1996, a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC) foi a


primeira rede desta natureza implantada na América do Sul. Atualmente, representa o elo com
a estrutura geodésica continental do Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
(SIRGAS). A implantação, manutenção e operação da rede são conduzidas pelo IBGE, com o
apoio de diversas instituições públicas de todo o país, dentre as quais o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Cada estação opera de maneira contínua e totalmente automatizada. As observações são


organizadas ainda na memória do receptor, em arquivos diários, correspondendo a sessões que
iniciam às 00h01 e encerram às 24h00, Tempo Universal Coordenado, com intervalo de rastreio
de 15 segundos, registrando todas as observáveis rastreadas das constelações: GPS, GLONASS,
GALILEO, Beidou e SBAS.

As estações da RBMC desempenham justamente o papel do ponto de coordenadas


conhecidas pertencentes ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), eliminando a necessidade de
que o usuário imobilize um receptor em um ponto que, muitas vezes, oferece grandes
dificuldades de acesso. Além disso, os receptores que equipam as estações da RBMC são de
alto desempenho, proporcionando observações de grande qualidade e confiabilidade.

As coordenadas das estações da RBMC são componentes importantes na composição


dos resultados dos levantamentos topográficos e/ou geodésicos a elas referenciados. A grande
vantagem da RBMC é que todas as suas estações fazem parte da Rede de Referência SIRGAS
(Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas), cujas coordenadas finais têm precisão
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da ordem de ± 5 mm, configurando-se como uma das redes mais precisas do mundo.

O processo de cálculo das coordenadas das novas estações da RBMC após a realização
SIRGAS2000 se deu de forma independente e em diferentes momentos, a partir da utilização

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de, no mínimo, 10 dias de dados GNSS da estação, os quais foram processados juntamente com
os produtos IGS, órbitas, relógios e parâmetros de orientação terrestre (earth orientation
parameters (EOP)). Na etapa do processamento diário dos dados GNSS, foram incluídas pelo
menos três estações da RBMC existentes e operacionais, e assim, para cada dia, foi obtida uma
solução composta de um conjunto de coordenadas e da respectiva matriz variância-covariância
completa. Ao final desse processo, as soluções diárias foram combinadas por meio de um
ajustamento por mínimos quadrados, definindo-se, a partir das coordenadas SIRGAS2000 de
três estações da RBMC existentes e utilizadas como referência e obtendo-se, assim, um único
conjunto de coordenadas e desvios padrões para as novas estações (IBGE, 2017). Trata-se de
um processo que necessita de controle, principalmente quanto às coordenadas das estações de
referência, de modo a se evitar a propagação de distorções indesejáveis na Rede.

Dada a importância da RBMC como rede de referência geodésica no País, e


considerando seu processo de expansão e modernização nos últimos 20 anos, torna-se
necessário o cálculo de uma nova solução que considere os dados GNSS coletados durante todo
esse período, permitindo a determinação de uma solução multianual. Isso se faz necessário
devido às coordenadas estimadas das estações terem sidos calculadas em diferentes momentos,
conduzindo à aplicação de diferentes referenciais de produtos IGS (órbitas, relógios e
parâmetros de orientação terrestre) e diferentes modelos de correções e variações do centro de
fase das antenas (receptor e satélites). Outros fatores, como inúmeras trocas de antenas e
variações significativas da componente altimétrica em regiões brasileiras, também justificam a
necessidade de uma nova solução para as estações da RBMC.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

IBGE implanta estação de monitoramento geodésico em Campo Grande. Disponível em:


https://www.agorams.com.br/ibge-implanta-estacao-de-monitoramento-geodesico-em-campo-
grande/ acesso em: agosto de 2022

RBMC - Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS. Disponível


em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobre-posicionamento-geodesico/rede-
geodesica/16258-rede-brasileira-de-monitoramento-continuo-dos-sistemas-gnss-
rbmc.html?=&t=o-que-e acesso em: agosto de 2022.

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