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Artigo Científico
2 O processo editorial
1
Conteudista:
Claudio Paixão Anastácio de Paula (conteudista, 2021);
Enap, 2021
2
Sumário
Referências..............................................................................................................................................................12
Referências..............................................................................................................................................................21
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MÓDULO
2 O processo editorial
Neste módulo, será apresentado o processo editorial, destacando quais são os atores envolvidos nesse processo,
assim como o seu fluxo de atividades.
Desde sua criação, os periódicos científicos, cuja função é disseminar o “conhecimento novo e relevante”, passaram
por várias transformações, seja de suporte (impresso ou digital), seja de estrutura de publicação (autores, editores,
revisores, comitês) ou viés (acesso livre, acesso aberto, acesso restrito, submissão paga, assinatura etc).
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Saiba mais:
Uma reflexão que tem sido feita por Bernd Frohmann questiona a função dos
periódicos científicos colocada tradicionalmente como “gerar conhecimento novo”.
Para o autor, essa visão clássica da comunicação científica deve ser substituída pelo
entendimento de que o propósito desse veículo de comunicação é contribuir para
a “construção da objetividade do mundo natural”. Acompanhe essa discussão em:
FROHMANN, B. The role of the scientific paper in science information systems. The
Journal of Education for Library and Information Science, v. 42, p.13-28, 2000,
disponível aqui.
É inegável, entretanto, o fato de que, desde o surgimento das publicações científicas periódicas até o atual
momento, as revistas científicas se constituíram como meio mais rápido e economicamente viável para os
pesquisadores darem visibilidade aos resultados de seus estudos, e isso pode ser verificado pela quantidade
de revistas científicas existentes. Numa reportagem publicada pelo Jornal da USP, em 2019, foi estimada
a existência de cerca de 40 mil revistas científicas, sendo que a mais antiga, a Philosophical Transactions of
the Royal Society of London completou, naquela data, 354 anos de existência.
Saiba mais:
Ouça o podcast com o professor José Eli da Veiga, na Rádio USP, e leia a reportagem
do Jornal da USP, ambos disponíveis aqui.
O que será que garantiu tamanha longevidade a esse periódico científico? Vários autores têm feito reflexões
interessantes sobre o que pode favorecer o sucesso editorial de uma revista acadêmica. Dentre as variáveis
possíveis, optou-se por explorar neste curso o aspecto estrutural do periódico, porque esse pode influenciar
não só a perenidade, mas a qualidade da publicação. Dessa forma, conhecer seu funcionamento é um
aspecto importante para o avaliador de artigos científicos que deve compreender como a atividade que ele
exerce nesse processo se situa na estrutura editorial.
De modo provocativo, reflita sobre a pergunta feita por Piotr Trzesniak (2009):
O que acontece com a revista se o atual editor vier a faltar? Caso a resposta seja “não
se sabe” ou, pior, “a revista para de circular”, algo precisa ser feito com muita urgência.
(TRZESNIAK, 2009, p. 88)
Você já tinha pensado sobre isso? Ou já vivenciou esse tipo de situação? Pois é, e por mais incrível que
pareça, essa não é uma realidade distante. Acontece com mais frequência do que se imagina. Conforme
destaca Valdir Gomes (2010), as “falências editoriais” são situações conhecidas no meio editorial e possuem
motivações diversas.
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Para que um periódico tenha perenidade, é recomendável que não esteja vinculado apenas à vontade ou
responsabilidade de um único pesquisador, mas tenha uma retaguarda institucional. O suporte de uma
instituição favorece a longevidade e indica que os artigos publicados buscam atender padrões de mérito
científico. Mesmo que determinadas tarefas sejam condensadas em uma única pessoa, em decorrência do
pequeno porte da revista, a existência de certas atividades no processo editorial é condição básica para
uma publicação de qualidade.
As estruturas/atividades/instâncias ou, resumindo num único termo, os vários atores que compõem a
estrutura de apoio ao processo de editoração são vistos de forma diferenciada. Alguns autores, como
Pereira (2019, p.135), inserem como personagens desse processo:
b) Editor; k) Autores;
i) Comitê editorial;
Para a finalidade deste curso, vamos abordar apenas cinco elementos desse processo que, em linhas gerais,
representam as atividades e caracterizam a estrutura de funcionamento de um periódico científico.
• Discutir e aprovar as regras sobre sua própria constituição e a constituição do conselho científico, sobre
a escolha do editor-chefe e a existência e o quantitativo de outros editores;
• Sugerir critérios gerais para recusa e aceitação de artigos a serem publicados e a ênfase que esses
artigos devem ter em consonância com a missão da publicação;
• Estabelecer e zelar pelo atendimento das diretrizes para a preservação de documentos e objetos digitais
difundidos por meio do periódico (TRZESNIAK, 2001).
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A definição de uma política editorial é um elemento estratégico para o processo editorial. Por meio dela, entre
outras questões, define-se as diretrizes básicas do periódico, como “por que” publicar, “o que” publicar, “como”
publicar, “quando” publicar, “quanto” publicar e “onde” publicar. Raul Rosinha admite como um conceito de
política editorial “a arte ou ciência relativa à organização, coordenação e execução de atividades orientadas a
comunicar, sob a forma escrita (isso, sob certos aspectos, pode ser estendido a outros tipos de comunicação),
todo e qualquer fato de interesse de determinado(s) grupo(s) ou público(s)” (ROSINHA, 1989, p. 252).
Esse Comitê é responsável pela uniformidade, continuidade, qualidade e rigor científico do que é publicado
no periódico. Suas atribuições estão relacionadas a:
Para a composição desse Comitê, é recomendável que seus integrantes atendam não apenas a diferentes
subáreas, mas também representam geograficamente diversas regiões conforme o perfil da publicação.
Segundo Trzesniak (2009), o número de integrantes do Comitê científico deve estar entre 20% e 35%
da expectativa de submissões anuais, com um mínimo de dois pesquisadores por área ou subárea do
conhecimento. Mas, diferente do Conselho Editorial, esse Comitê não precisa trabalhar coletivamente
reunindo-se para deliberar sobre as matérias: os membros trabalham individualmente e interagem
diretamente com o editor.
Uma tarefa hercúlea, não é mesmo? É muito antiga! Conforme menciona Gomes (2010):
aperfeiçoamento de uma atividade que já existia desde Roma antiga, voltada, ainda de forma
escolhidos como importantes para o desenvolvimento cultural humano. (GOMES, 2010, p. 157)
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O editor configura-se, portanto, como um dos pilares responsáveis por garantir a existência e qualidade
desse veículo especializado de comunicação científica. Em virtude da importância no processo editorial,
essa atividade pode ser compartilhada entre vários tipos de editores. Dependendo da estrutura e finalidade
do periódico, há, por exemplo, o editor-assistente, que é o encarregado do dia a dia da publicação; o editor-
associado, que é o responsável por uma área temática dentro de um periódico que cobre mais de um campo
de conhecimento; o editor-convidado, que é responsável por um número especial do periódico dedicado a
um determinado tema; entre várias outras tipologias.
Nosso foco, neste tópico, será apresentar o “editor-chefe”, denominado neste curso apenas como
editor, aquele que é o responsável pela configuração da revista e organização das edições. Essas
tarefas compreendem várias atividades e responsabilidades ligadas, não apenas a zelar pela
qualidade do conteúdo e buscar por bases de indexação, mas também atentar para a exogenia
no âmbito dos autores, do corpo editorial e dos avaliadores.
Editor
1
Tarefas do editor-chefe.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
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O processo editorial pressupõe que os editores das bases e dar visibilidade à publicação. Cabe
empreendam esforços na avaliação inicial dos destacar que a indexação do periódico nas
artigos que lhe são submetidos (chamada de desk principais bases de dados é um parâmetro para
review), na busca dos especialistas mais adequados avaliar a qualidade dos textos científicos.
para avaliá-los e na análise dos pareceres emitidos,
buscando publicar os melhores artigos, respeitando É importante ressaltar que esse tópico do curso
nesse processo os padrões de anonimato. Nessa não visa esgotar o tema que, pelo que você deve ter
perspectiva, o papel do editor se conforma como percebido, envolve inúmeros aspectos do processo
um intermediário entre o autor e os avaliadores. editorial. Mas um ponto importante para que você
reconheça refere-se à questão da acessibilidade
No tocante à disseminação da informação, o editor em artigos de periódicos digitais. A Lei 13.146, de
deve estar atento à periodicidade de publicação, 2015, em seu artigo 68, preconiza sobre conteúdos
ao cumprimento do número mínimo de artigos de disponibilizados em formato digital que devem
cada edição, segundo os critérios estabelecidos permitir, para os deficientes visuais, a leitura
pela Capes (quando essa não for de publicação com voz sintetizada, ampliação de caracteres e
continuada), e à indexação em bases de dados. impressão em braille. Essas orientações, assim
Como a indexação aumenta as chances de um como as Recomendações de Acessibilidade para
artigo ser localizado, lido e citado, é essencial que o Conteúdo WEB (WCAG) 2.0, da W3C, devem ser
editor verifique questões relacionadas ao ISSN, ao observadas pelo editor atento à responsabilidade
DOI e aos metadados para atender às exigências social relativa ao acesso à informação científica.
Saiba mais:
Antes de prosseguir, sugerimos que você recapitule o que falamos até agora. O Quadro a seguir apresenta
um resumo dos conceitos destacados até aqui baseado no que estabelece a NBR 6021/2003, da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):
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1.1.4 O papel do avaliador
O avaliador de artigo científico é um especialista convidado para analisar um texto oriundo de pesquisas,
que foi submetido a uma revista científica visando a publicização dos resultados. Essa análise irá se
consolidar na emissão de um parecer, o qual indicará se há pontos que necessitam de revisão e se o artigo
deve ou não ser publicado.
A avaliação, dentro do processo editorial, parte da premissa de que o artigo científico deve ser submetido ao
crivo de outros pesquisadores, como forma de verificação e legitimidade, antes de ser publicado. Considera,
para tanto, os avaliadores como indivíduos competentes na área do artigo que avaliam e que dedicam seu
melhor esforço à atividade. Considera, também, que os especialistas que aceitam revisar um artigo o fazem
como dever para com a comunidade científica a qual integram, assim como para alimentar seu currículo
acadêmico.
Aqui, será tratado especificamente da atividade do avaliador, as competências necessárias para realizar uma
boa análise e as características de uma avaliação de qualidade. Também será abordado sobre o processo
avaliativo, conteúdo que irá lhe dar subsídios para entender como se configura essa atividade na prática.
Por ora, ressalta-se que apenas o avaliador, nos periódicos científicos, tem sua atividade sustentada no
modelo denominado avaliação por pares. Segundo Pereira (2019), essa modalidade de avaliação consiste
em uma:
Todo esse processo tem o objetivo de padronizar o artigo conforme as normas da publicação. Muitas dessas
atividades são realizadas apenas nos periódicos de grande porte que dispõem de equipe apta à realização
dessas tarefas, como por exemplo, o Periódico CAPES. Nas estruturas de menor porte, algumas dessas
atividades, ou não são feitas, ou são realizadas por poucas pessoas que acumulam várias atribuições.
Os integrantes da equipe de apoio de uma revista científica desempenham, portanto, funções voltadas aos
procedimentos técnicos necessários para a diagramação e publicação dos textos aprovados. A realização
de procedimentos técnicos representa a etapa de preparação do artigo para sua divulgação e também o
preparo do meio pelo qual esse será divulgado. Isso inclui, em alguns casos, a definição do projeto gráfico,
a diagramação e a elaboração da capa da edição que podem ser feitos, em algumas revistas, por empresas
especializadas. Nessa fase do processo, o editor, ou os editores adjuntos, organizam o sumário e preparam
a seção editorial. (RODRIGUES et al., 2015)
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Também fazem parte da equipe de apoio os profissionais responsáveis pelos procedimentos tecnológicos,
como aqueles que executam operações de software, manutenção das publicações online, desenvolvendo
tarefas relacionadas à recuperação da informação por usuários, uma vez que integra o processo de
editoração a existência de softwares específicos para a submissão e acompanhamento dos artigos.
Com esse tópico, terminamos a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Parabéns! Para
seguir com seus estudos, continue a leitura da próxima unidade.
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Referências
BRASIL, 2015, Lei n. 13.146, de 6 de jul. de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/
lei/l13146.htm.
GOMES, Valdir Pereira. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Inf.
Inf., Londrina, v.15, n.1, p.147-172, jan./jun.2010. DOI 10.5433/1981-8920.2010v15n1p147
PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan; 2011.
STUMPF, Ida Regina Chitto. Passado e futuro das revistas científicas. Ciência da Informação, v.
25, n.3, 1996 . Disponível em http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/637/641.
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Unidade 2: Fluxo de atividades
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o fluxo de atividades do processo editorial.
Há várias maneiras de descrever o processo de publicação de um artigo científico. Para fins didáticos,
vamos apresentar, ao longo do estudo, as etapas do processo editorial divididas em três momentos: o de
pré-submissão, o de submissão e o de pós-submissão.
Phelan, Ferreira e Salvador (2002) classificam os artigos científicos em teóricos, empíricos ou estudos de
caso. Essa tipologia pode influenciar o processo de publicação, uma vez que há periódicos (principalmente
os internacionais) que priorizam a publicação de apenas um tipo de artigo ou apresentam restrições por
tipologia. Há revistas americanas da área de administração, por exemplo, que não publicam estudos de
caso; outras, como o Academy of Management Journal, assumem a sua preferência por artigos empíricos;
e outras, como o Academy of Management Review, restringem sua publicação a artigos teóricos. (SERRA;
FIATES; FERREIRA, 2008; SERRA; FERREIRA, 2015).
É importante notar que enquanto se situa na etapa de desenvolvimento da pesquisa, o processo editorial
envolve apenas um personagem, ou seja, o autor. Contudo, a partir da decisão de publicar os achados
da investigação, outros personagens são inseridos no processo, uma vez que a redação do artigo será
influenciada pelas diretrizes estabelecidas pelo periódico.
Assim, nesta etapa de pré-submissão, as atividades, escolhas e preferências são originárias das decisões
do pesquisador, e um dos questionamentos que se apresenta a eLe no papel de autor se refere a “onde
publicar?”. Essa decisão irá influenciar todo o processo avaliativo já que o artigo deve estar alinhado com a
linha editorial do periódico e pode ser recusado por não se enquadrar no escopo da publicação escolhida.
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Etapa de pré-submissão.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
A escolha de uma revista inapropriada pode encurtar o processo de submissão levando a uma rejeição logo
no início. Nesse sentido, a seleção de onde publicar deve considerar a missão do periódico, o público-alvo
a que se destina e o escopo de artigos que a publicação aceita, pois nem todo artigo é adequado para toda
revista. Deve considerar também o tipo do periódico no qual se deseja publicar, se de acesso aberto ou não.
Saiba mais:
A redação do artigo deverá, portanto, ser orientada pelas diretrizes do periódico escolhido. Essas diretrizes
envolvem vários aspectos que vão desde atender às especificações do formato do documento (Word, PDF,
número de páginas, tamanho e tipo de letra e espaçamento etc.) até a observar alguns pré-requisitos, como
ser original e inédito, por exemplo.
Um elemento importante na seleção da revista científica para a publicação do artigo se refere à sua
periodicidade, o que pode fazer com que um manuscrito demore de alguns meses a mais de um ano para ser
publicado. Dependendo do tipo de achado de pesquisa a ser publicizado, esse tempo pode comprometer o
ineditismo e a atualidade dos resultados a serem divulgados.
O idioma utilizado na redação do artigo também é fator que impacta a sua visibilidade junto à comunidade
científica. Alguns periódicos, por exemplo, exigem que os artigos aprovados para publicação, além do
original em língua portuguesa, também sejam submetidos em inglês.
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2.1.2 A etapa de submissão
O processo de submissão do artigo científico a um periódico consiste no envio do texto ao editor da revista
para ser avaliado por especialistas com a finalidade de publicação. Vamos abordar, neste curso, a submissão
do artigo a um periódico veiculado em suporte digital. Essa modalidade implica o acesso a uma plataforma
disponibilizada na web, por meio do uso de login e senha e a inserção do documento obedecendo algumas
etapas. Esse procedimento tem sido facilitado devido ao fato de muitos periódicos terem adotado o mesmo
sistema de gerenciamento, o Open Journal System (OJS), sistema online gratuito e sem fins lucrativos para
submissão de manuscritos.
Etapa de Submissão.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
quando o autor assegura sua responsabilidade tanto as revistas de acesso restrito quanto as
sobre o conteúdo; de acesso aberto podem cobrar uma taxa para a
submissão do manuscrito com o objetivo de auxiliar
a financiar a administração editorial;
O tipo de divulgação e condição de disseminação
da informação:
O anonimato na avaliação:
se o acesso ao artigo pelo leitor será em formato
aberto, licenciado sob uma Licença Creative condição relativa à política de privacidade adotada,
Commons, ou será restrito mediante pagamento na qual os artigos são enviados aos avaliadores
ou assinatura; sem identificação de autoria e a identificação dos
avaliadores também não é revelada aos autores.
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Saiba mais:
A primeira atividade que ocorre após a submissão é a averiguação se o texto se enquadra no perfil do
periódico escolhido. Essa atividade, que é o primeiro filtro do processo editorial, é desempenhada pelo editor
assessorado, quando necessário, por outros editores ou membros do corpo editorial. Essa é uma etapa
importante, pois o artigo pode ser rejeitado logo no início do processo caso seja considerado inadequado
ou de baixa prioridade.
No caso de estar coerente com a linha do periódico, é feita, em seguida, uma avaliação superficial de sua
qualidade, que também pode levar à rejeição do artigo caso seja identificado algum problema metodológico
evidente ou verificado que o artigo não atendeu a algum requisito preestabelecido como condição para
aceite da submissão. Como isso se configura na prática? Veja o exemplo prático dessa situação, listado a
seguir e apresentado por Pereira (2011, p. 537):
Editores da Revista da Associação Médica Brasileira (JAMA) raramente aceitarão artigos com as
seguintes características:
1 Relatos de pesquisa básica (in vitro ou in vivo), 4 Artigos que não revelem algo de novo,
de desenvolvimento de modelos matemáticos assim como textos muito semelhantes a
ou sobre temas muitos especializados; outros já publicados pelo mesmo autor;
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b) Avaliação por especialistas
Ultrapassada a primeira triagem, o artigo passa à categoria de “potencial candidato à publicação”, sendo
enviado para a avaliação por especialistas, ou seja, por você, avaliador de artigo científico! Esse processo
tem como propósito averiguar a qualidade do material submetido e visa subsidiar o editor na decisão sobre
a publicação, ou não, do artigo.
A atividade de avaliação pode conter variantes, como a possibilidade de o próprio autor ser solicitado a
fornecer nomes de especialistas para atuarem como árbitros, ou o texto ser analisado por um estatístico,
caso haja indicação para isso.
- aprovação;
- rejeição.
No caso da aprovação por ajustes é possível que o ciclo de avaliação se repita, voltando o artigo para os
avaliadores após as intervenções do autor. Também pode ocorrer do artigo retificado ser encaminhado a outra
instância desse processo para que seja feita a certificação de que os ajustes solicitados foram realizados.
É importante destacar que a avaliação de artigos científicos, embora apresente certo teor de subjetividade, está
centrada em critérios objetivos. Esses critérios encontram-se presentes nas diretrizes formuladas para orientar
o processo e nos formulários que o editor encaminha aos avaliadores a fim de orientar a análise do manuscrito.
Saiba mais:
c) Comunicação do resultado
Reunidos os pareceres dos avaliadores, é tomada a decisão final pelo editor. Essa decisão é comunicada
ao autor, acompanhada de cópia, transcrição ou síntese dos pareceres, na qual constam a decisão, as
observações e as recomendações. Deve-se cuidar para que essa comunicação ocorra de forma adequada,
principalmente quando implicar aprovação com ressalvas ou rejeição. Observe a imagem a seguir e reflita
sobre a importância de uma comunicação adequada!
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Comunicar-se ou não.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
Caso o parecer indique a necessidade de revisão do manuscrito, essa comunicação desencadeará o processo
de realização das correções pelo autor, posterior verificação da incorporação das mudanças sugeridas
pelo editor, avaliadores ou equipe, procedimento que ocorre de forma particular a cada revista científica
conforme parecer exarado ou estrutura de funcionamento. Não havendo retificações a serem feitas, ou
o parecer tendo indicado a recusa do manuscrito, o processo editorial se encaminha para o encerramento
após a comunicação do resultado ao autor.
Aprovado o texto sem ressalvas, ou com as intervenções solicitadas feitas pelo autor, o manuscrito é
encaminhado pelo editor para o editor de textos, que fará a revisão ortográfica e gramatical. Depois, o
artigo vai para a editoração, quando será diagramado dentro dos padrões da revista.
e) Publicação
Considerada a última etapa do processo editorial, a publicação implica a disponibilização do artigo científico
para acesso pelos leitores. Esse processo, denominado Ahead of Print (AOP), implica a montagem de
uma edição observada a aprovação de um número predeterminado de artigos, além da periodicidade de
publicação da revista. Dependendo do perfil do periódico científico, o processo editorial, considerado da
submissão à publicação do artigo, pode girar em torno de alguns meses a mais de um ano, conforme
comentado anteriormente. Entretanto, um movimento que tem ganhado forças no Brasil desde 2016 –
denominado Publicação Contínua (ou em Fluxo Contínuo) – vem contribuindo para a rapidez no processo de
comunicação ao possibilitar a publicação de artigos sem a necessidade de esperar a composição completa
dos fascículos ou de edições seriadas.
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Saiba mais:
Conheça o Guia para Publicação Contínua, editado pela Scielo, clicando aqui.
Cabe ressaltar que a modalidade de Publicação Contínua pode ser adotada por qualquer periódico, não
sendo indicada, contudo, para as revistas que precisam manter um periódico impresso devido à necessidade
da paginação clássica dos artigos dentro de uma edição.
Voltando a falar das etapas do processo editorial, você pode visualizá-las como um fluxo de atividades.
Independente do suporte, o fluxo editorial de um periódico científico tem apresentado ao longo do tempo
as mesmas funções com pequenas variações.
Etapa 6 Publicação
Disponibilização da edição final.
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Esse fluxo pode ser apresentado, por exemplo, como um rol de atividades realizadas sequencialmente
envolvendo os atores do processo e as funções desempenhadas em cada etapa. Observe abaixo:
Com esse tópico, você termina a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Qualquer
dúvida, retorne ao texto!
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Referências
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bireme.org/wp-content/blogs.dir/2/files/2013/08/Como-avaliar-artigo-cientifico_2013.pdf.
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GOMES, Valdir Pereira. O editor de revista científica: desafios da prática e da formação. Inf.Inf.,
Londrina, v.15, n.1, p.147-172, jan./jun.2010. DOI 10.5433/1981-8920.2010v15n1p147.
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GONDIM, Sônia. A face oculta do parecerista: Discussões éticas sobre o processo de avaliação de
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KOLAKOWSKI, Leszek. Ética: conceito, filosofia/filosofias. In: Enciclopédia Einaudi. V. 37. 1997.
PEREIRA, Maurício Gomes. Artigos científicos: como redigir, publicar e avaliar. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan; 2011.
PINHO, José Antônio Gomes. Brevíssimo manual do editor: Considerações sobre submissão
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PITHAN, Lívia Haygert; VIDAL, Tatiane Regina Amando. O plágio acadêmico como um
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Referências
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22
Referências
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WITTER, Geraldina Porto; SILVA, José Fernando Modesto. Comunicação & produção científica:
contexto, indicadores e avaliação. Organizador. São Paulo: Angellara, 2006.
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