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PANDEMIA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

MARCELA LARROSSA1; PAULA BURIN2;


1
Marcela Larrossa – marcelalarrossa947@gmail.com
2
Paula Burin– paula_burin@hotmail.com

1. INTRODUÇÃO[D1]

O Brasil na última década passou por inúmeras crises, sendo elas ambientais,
de saúde e econômicas. Com o inicio no começo do ano de 2020 no país, a pan-
demia trouxe grandes observações sobre as mudanças climáticas. As medidas de
bloqueio e restrição devido à pandemia de COVID-19 tiveram impacto significativo
na redução de gases resposáveis pelo efeito estufa e o monitoramento do
comportamento do elemento na atmosfera é uma importante temática de análise
espacial e temporal. Como segue no trecho abaixo:

Os gases responsáveis pelo efeito estufa, como vapor de água,


clorofluorcarbono (CFC), ozônio (O3), metano (CH4 ), óxido nitroso (N2O)
e o dióxido de carbono (CO2), absorvem uma parte da radiação
infravermelha emitida pela superfície da Terra e irradiam, por sua vez,
uma parte da energia de volta para a superfície. Como resultado, a
superfície recebe quase o dobro de energia da atmosfera em
comparação com a energia recebida do Sol, resultando em um
aquecimento da superfície terrestre em torno de 30°C. Sem esse
aquecimento, a vida, como a conhecemos, não poderia existir (SILVA;
PAULA, 2009, p. 43) .

Dentro as diferenças nas 3 crises, enquanto a crise na saúde associada ao


COVID-19 pode permanecer cerca de 5 anos, o impacto das mudanças climáticas
pode durar séculos. Pois, o contexto da próxima década decidirá o quanto os e-
cossistemas sofrerão com as mudanças climáticas acarretadas pela ação antrópi-
ca. Visto que, as décadas passadas podem ser consideradas perdidas no embate
as mudanças climáticas. Sendo assim é perceptível que as mudanças climáticas
engendram impactos suficientemente grandes para demandar esforços coletivos
em cadeia global.
Isto é, “É importante frisar que os efeitos oriundos das mudanças climáticas
não se encontram localizados neste ou naquele continente. Constituem, por sua
vez, problemas mundiais, atingindo todos os ecossistemas” (DOS SANTOS et al.,
2013). Assim sendo, esse é um problema a ser analisado, debatido e solucionado
coletivamente em escala global.
Mas como nem tudo tem como consequência somente fatores negativos, é
possível identificar uma possível consequência positiva do lockdown em relação
à qualidade do ar em grandes centros urbanos, mais especificamente, a cidade
de São Paulo.
A metrópole de São Paulo está entre as mais populosas do mundo, e a urbani-
zação desordenada e aumento no número de fontes de poluição atmosférica ao
longo dos anos, sobretudo decorrente da alta concentração de automóveis e fá-
bricas, conduziu a uma situação crítica no que diz respeito à qualidade do ar na
cidade segundo ANDRADE et al., (2017).
Sendo assim, é perceptível que as mudanças climáticas estão diretamente
ligadas a ações antrópica.
2. METODOLOGIA[D2]

Na sua grande metrópole existem estações de monitoramento da qualidade


do ar (IQAr) localizadas em pontos estratégicos que rastreiam seis tipos
diferentes de poluição do ar, incluindo ozônio e poluição por partículas. Para a
análise de dados foi considerado o IQAr da estação de monitoramento do Tietê. A
escolha se deve ao fato de ser um corredor diretamente afetado pelo volume de
pessoas que se dirigem ao trabalho presencial e, provavelmente, ter sofrido um
impacto maior com as medidas de isolamento social. É percebido no segmento
de obrigações do documento:

Chegamos a um momento da história em que devemos orientar nossos


atos em todo o mundo com particular atenção às consequências que
podem ter para o meio ambiente. Por ignorância ou indiferença,
podemos causar danos imensos e irreparáveis ao meio ambiente da ter-
ra do qual dependem nossa vida e nosso bem-estar [...] (ONU, 1972, p.
2).

As estações registram dados de hora em hora, bem como medidas diárias


máximas e mínimas.
Em outro caso, segundo a meteorologista ARIANE et al. (2020) do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) a partir de análises feitas através de da-
dos realizados pelo satélite da Nasa foi possível ver que durante a quarentena a
poluição do ar teve uma queda de 30% na região da Grande São Paulo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO[D3]

Os dados do INPE são calculados baseando-se em média de NO2 semanais,


pelos dados do satélite da NASA.
Esses dados mostra a concentração de dióxido de nitrogênio (NO2) pois este
gás causa problemas respiratórios na população. Atuante com compostos
orgânicos voláteis, o dióxido de nitrogênio se transforma em poluente que exala
toxidade na atmosférica.

Gráfico 1: Médias semanais de NO2 - São Paulo

Fonte: INPE, (2020


Em relação a região do Tietê podemos averiguar no gráfico abaixo:

Gráfico 2: Comparativo do IQAr de 2019 e 2020 – Região do Tietê

Fonte: Brazilian Journal of Development (2022)

Ao analisar o gráfico, é possível afirmar que a partir do mês de março 2020,


houve uma significativa melhoria do índice de qualidade do ar. Este padrão perdu-
rou até setembro de 2020, onde ele voltou a ter comportamento igual ao ano de
2019.
Este comportamento pode ser explicado pelo índice de isolamento social
medido pelo estado de São Paulo que utilizou o SIMI (Sistema de Monitoramento
Inteligente) para monitorar o mesmo que foi denominado.

4. CONCLUSÕES[D4]

As crescente mudaças climaticas se contitui como uma consequencia da


dominação antrópica sobre os fastores climatisco do planeta.. Seus impactos não
são pontuais e podem ocasionar diversas baixas nos ecossistemas, prejudicando
o equilibro da vida natural na terra, além de impactar diretamente a sociedade dos
seres humanos, por meio de diversos fatores, produzindo um cenário caótico no
planeta. Diante disso, o presente trabalho abordou o contexto das mudanças
climaticas especificamente na metropole de São Paulo.
A relevância desse trabalho é evidenciar de maneira suscinta e objetiva,
fornece uma revisão didática sobre um tema importante e de ordem global. Sendo
assim, possibilita a revisão dos atos antropicos sobre os principais impactos
climáticos.

Por fim, conclui-se então que a comunidade cientifica chamou atenção que,
ao esvaziar ruas e indústrias, o coronavírus a princípio causou um impacto positi-
vo na luta contra as mudanças climáticas não só no Brasil nas grandes metrópo-
les mas como em todo mundo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS[D5]

Andrade, M.F., Kumar, P., Freitas, E.D., Ynoue, R.Y., Martins, J., Martins, L.D.,
Nogueira, T., Perez-Martinez, P., Miranda, R.M., Albuquerque, T., Gonçalves,
F.L.T., Oyama, B. e Zhang, Y. (2017) Qualidade do ar na mega cidade de São
Paulo: evolução nos últimos 30 anos e perspectivas futuras 159, 66–82,
https://doi.org/10.1016/j.atmosenv.2017.03.051

BOLETIM DE QUALIDADE DO AR. CETESB, 2022. Disponível em:


<https://cetesb.sp.gov.br/ar/boletim-diario-por-poluente/ >.

CORRÊA, F. R.;MACIEL, M. S. D.; MARUYAMA, U. G. R.; Efeitos do distancia-


mento social na qualidade do ar na cidade de São Paulo durante a pandemia do
coronavírus. Brazilian Journal of Development, Curitiba v8, n6, p. 42737 - 42752,
jun 2022.

CNN Brasil, São Paulo, 27 abr. 2000. Online. Disponível em:


https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/poluicao-cai-ate-53-no-rio-e-30-em-sao-
paulo-durante-quarentena/

DOS SANTOS, José Ozildo et al. Os impactos produzidos pelas mudanças climá-
ticas. Agropecuária científica no semiárido, Campina Grande, V. 9, n. 1, p. 09-16,
jan - mar, 2013. Disponível em:
<http://revistas.ufcg.edu.br/acsa/index.php/ACSA/article/view/259>. Acesso em:
02 set. 2022

NASA – National Aeronautics and Space Administration. Airborne Nitrogen


Dioxide Plummets Over China. Washington D.C., 2020. Disponível em: Airborne
Nitrogen Dioxide Plummets Over China (nasa.gov)

ONU. Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente


Humano. 1972

SILVA Robson Willians da Costa; PAULA, Beatriz Lima de; 2009, Causa do
aquecimento global: antropogênica versus natural. S.I Terræ Didatica, v. 5, n. 1, p.
42-49. Disponível em: <http://www.ige.unicamp.br/terraedidatica/>. Acesso em: 02
set. 2022.

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