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Resumo
Segundo a Teoria Baseada em Recursos (TBR), tradução de Resource-Based Theory (RBT), os
recursos internos da empresa são os principais preditores de seu desempenho. A TBR contribui
para a tese de que as organizações devem estar focadas no desenvolvimento de ativos e
processos internos, além de reformular seus processos, por serem recursos fundamentais,
inimitáveis e de alavancagem. Os recursos da empresa podem fornecer uma vantagem
competitiva sustentável se esses recursos são valiosos, raros, imperfeitamente imitáveis, e não
substituíveis. As organizações necessitam controlar seus recursos com esses atributos,
permitindo assim, a prática de estratégias que conduzam a empresa ao seu desempenho e a
criação de vantagem competitiva. Estudiosos da área estratégica de negócios estão
constantemente em busca das diferenças desses desempenhos, o que ensejou o estudo ora
proposto. Neste contexto, a investigação procurou analisar a influência de fatores internos, a
partir da prática organizacional. De natureza qualitativa-exploratória, este trabalho valeu-se da
pesquisa bibliométrica, e da análise de conteúdo como técnicas de interpretação de dados de
amostragens de 41 artigos publicados nas seguintes fontes: Emerald, SAGE, Scopus, Wiley
Online Library e Web of Science. Justifica-se a escolha destas bases por permitir ao pesquisador
acesso a periódicos de maior fator de impacto (FI) e índice JCR (Journal Citation Reports),
com a utilização das variáveis das teorias do Resource-Based View (RBV) ou do RBT e do
Organizational Performance (OP). O seletor de tempo foi de 1990 até 2015 e como critérios
de coleta, os artigos de maior relevância disponíveis neste filtro de pesquisa. Na Web of Science,
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da Capes, analisou-se os mais citados. Optou-se por utilizar as três leis da bibliometria, a Lei
Lotka, de Zipf e de Bradford. Sendo assim, justifica-se a escolha da pesquisa bibliométrica por
meio das três leis citadas, uma vez que foram fundamentais para parte inicial deste estudo, bem
como na identificação dos documentos. Para a codificação e categorização dos artigos optou-
se pelo software MAXQDA 12. Os fatores internos e os desempenhos mais influentes foram:
organizacionais, humanos, tecnológicos e físicos, e os construtos de maior impacto: estratégias,
capital humano, gestão do conhecimento e eficiência gerencial. Sobre tais construtos, observou-
se uma lacuna de pesquisa e de modelos que estabelecessem relações com o desempenho
organizacional, além da carência de estudos sobre a abordagem destes fenômenos no contexto
brasileiro. Este trabalho pretende contribuir para a proposição de um modelo da TBR a ser
testado empiricamente no contexto brasileiro, além de ensejar futuras contribuições gerenciais
aos interessados na melhoria da performance.
Palavras-chave: Teoria Baseada em Recursos (TBR); fatores internos; desempenho
organizacional.
Abstract
According to Resource-Based Theory (RBT), Resource-Based Theory (RBT) translation, the
company's internal resources are the main predictors of its performance. RBT contributes to the
thesis that organizations should be focused on the development of internal assets and processes,
as well as reformulating their processes, since they are fundamental, inimitable and leverage
resources. Enterprise resources can provide a sustainable competitive advantage if those
resources are valuable, rare, imperfectly imitable, and not replaceable. Organizations need to
control their resources with these attributes, thus allowing the practice of strategies that lead the
company to its performance and the creation of competitive advantage. Scholars from the
strategic business area are constantly looking for differences in performance, which led to the
study proposed here. In this context, the investigation sought to analyze the influence of internal
factors, from the organizational practice. In a qualitative and exploratory nature, this work was
based on bibliometric research and content analysis as sample interpretation techniques of 41
articles published in the following sources: Emerald, SAGE, Scopus, Wiley Online Library and
Web of Science. The choice of these bases is justified by allowing the researcher access to
journals with higher impact factor (IF) and Journal Citation Reports (JCR), using Resource-
Based View (RBV) or RBT of Organizational Performance (OP). The time selector was from
1990 to 2015 and as collection criteria the most relevant articles available in this search filter.
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In the Web of Science, of Capes, the most cited ones were analyzed. It was decided to use the
three laws of bibliometrics, the Law Lotka, Zipf and Bradford. Thus, the choice of bibliometric
research is justified by the three laws cited, since they were fundamental to the initial part of
this study, as well as in the identification of the documents. For the codification and
categorization of the articles, the software MAXQDA 12 was chosen. The most influential
internal factors and performances were: organizational, human, technological and physical, and
the constructs of greatest impact: strategies, human capital, knowledge management and
efficiency management. On these constructs, a research gap and models that establish
relationships with the organizational performance were observed, besides the lack of studies on
the approach of these phenomena in the Brazilian context. This paper intends to contribute to
the proposal of a RBT model to be empirically tested in the Brazilian context, as well as to
provide future managerial contributions to those interested in improving performance.
Keywords: Resource-Based Theory; internal factors; organizational performance.
1 Introdução
Penrose (1959) propôs duas classes de recursos: físicos e humanos. Em concordância,
Wernerfelt (1984) diz que pesquisadores argumentaram que fatores internos à empresa,
realmente determinam os lucros das organizações. Em uma das primeiras declarações de
Wernerfelt (1984, p. 12) sobre a estratégia da Visão Baseada em Recursos (VBR), originária
do Resource-Based View - RBV, o autor argumenta que os recursos devem ser vistos como
"qualquer coisa que poderia ser pensada como uma força ou fraqueza de uma determinada
empresa".
Embora concordando com este ponto de vista, Barney (1991) mudou o foco para as
características dos recursos estratégicos, ou seja, os recursos que são potenciais fontes de
vantagem competitiva sustentável. No entanto, estes são os critérios formais que, em princípio,
qualquer recurso pode atender, dependendo das circunstâncias. Miller e Shamsie (1996)
argumentaram que a VBR tem um raciocínio "amorfo", no sentido de que não há nenhuma
instrução explícita a respeito das respectivas contribuições para a vantagem competitiva
sustentável dos diferentes tipos de recursos.
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Por outro lado, a pesquisa tende a focar nos recursos individuais intangíveis, conforme
observado por Galbreath (2004). A VBR transformou-se em uma grande teoria em gestão
estratégica, segundo Liang et al. (2010), e tem sido amplamente utilizada para analisar o nível
da empresa e seus atributos sob diferentes termos, tais como recursos, capacidades e rotinas,
fundamentais para o desempenho organizacional (GOH et al., 2007) e a vantagem competitiva.
De acordo com o ponto de vista de Barney (1991), os recursos de uma empresa podem
fornecer uma vantagem competitiva sustentável se esses recursos são valiosos, raros,
imperfeitamente imitáveis, e não substituíveis. As empresas precisam controlar seus recursos
com esses atributos, permitindo assim, a execução de estratégias que possam conduzir a
organização ao ganho de desempenho superior e criar uma vantagem competitiva (SOLESVIK;
WESTHEAD, 2010). As empresas também precisam realizar todas as atividades internamente,
para que possuam esses recursos estratégicos e capacidades, a fim de alcançar a vantagem
competitiva (ALVAREZ-SUESCUN, 2007).
A empresa está exposta às mutações constantes do mercado. Além das constantes
mutações dos cenários e a estrutura competitiva do mercado (os fatores externos), a organização
também está exposta às distintas influências internas (DE TONI, et al. 2012). A justificativa do
desenvolvimento deste estudo está na necessidade de entender quais são estes fatores internos
que conduzem a pequena empresa ao seu desempenho, atrelados à Teoria Baseada em Recursos.
Os estudos sobre a VBR iniciaram com os trabalhos de Wernerfelt (1984) e de Barney (1986),
e ela tem sido utilizada como base teórica para fundamentar diversas pesquisas sobre o
desempenho das organizações. Logo, justifica-se a escolha pela Teoria Baseada em Recursos.
Scott (1992) ressalta sobre a necessidade de desvendar o impacto dos diversos fatores
que afetam o desempenho da empresa. Os autores citados apresentaram significativas
contribuições para a VBR, porém outros pesquisadores também ajudaram a transformar a VBR
em uma teoria completa, baseada em recursos. Desta forma, este estudo apresenta a seguinte
questão central de pesquisa: mediante a ótica da Teoria Baseada em Recursos (TBR), quais são
os recursos internos que estão relacionados ao desempenho organizacional?
Assim, este estudo tem como objetivo geral, analisar a influência dos fatores internos, a
partir da TBR, no desempenho organizacional. Os objetivos específicos, os quais apoiaram o
objetivo geral, foram: (i) identificar quais são os fatores internos que estão associados ao
desempenho organizacional, a partir da TBR; (ii) identificar quais são os fatores internos que
apresentam maior influência no desempenho organizacional; (iii) apontar quais são os
construtos mais impactantes nos documentos pesquisados.
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Esta investigação foi natureza qualitativa-exploratória, como método, efetuou-se uma
pesquisa bibliométrica, utilizando-se a análise de conteúdo como técnica de análise e
interpretação dos dados. A análise foi desenvolvida a partir de uma amostra de 41 artigos,
publicados em periódicos internacionais. A seleção dos artigos ocorreu nas seguintes bases de
pesquisa: Emerald, SAGE, Scopus, Wiley Online Library e Web of Science. Há lacunas a serem
preenchidas sobre a evolução das discussões sobre a TBR, como forma de identificar a
heterogeneidade da organização e entender por que meios ela alcança o seu desempenho, assim
justifica-se a realização de um estudo bibliométrico. Ademais, esta investigação fará parte da
construção de um referencial teórico para pesquisa futura.
Portanto, esta pesquisa foi dividida em cinco seções: introdução, referencial teórico,
método, apresentação dos resultados e as considerações finais. A próxima seção trata-se do
referencial teórico, o qual sustentou teoricamente esta investigação.
2 Referencial Teórico
Nesta seção foi abordada a evolução da Teoria Baseada em Recursos (TBR), os aspectos
referentes aos recursos internos que estão relacionados ao desempenho organizacional,
mediante a ótica da TBR.
Os recursos e capacidades podem ser definidos como uma "estratégica", isso quando
são valiosos, raros, inimitável, não substituíveis, ou ainda, ambíguos aos seus concorrentes.
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Podendo ser usado como base para a realização de vantagens competitivas. É neste contexto
que Carmeli e Ashler (2004) chamam de elementos tangíveis as instalações, matérias-primas e
equipamentos. Os elementos intangíveis estão direcionados à cultura, comunicação e
conhecimento. Ambos apresentam funções essenciais na criação de valor de uma organização.
Wen e Qiang (2016) complementam dizendo que os recursos intangíveis estão implícitos e não
são facilmente adquiridos diretamente no mercado, e estes incluem processos de gestão,
competência da gerência e estruturas organizacionais.
Por outro lado, "como a sociedade industrial torna-se uma sociedade de serviços, onde
o conhecimento e a informação são os principais pilares de crescimento do negócio, a
importância dos recursos intangíveis virá cada vez mais na frente" (CANALS, 2000, p. 118).
Ao comparar os elementos tangíveis com os elementos intangíveis, como a cultura
organizacional, são menos flexíveis (CHATTERJEE; WERNERFELT, 1991), ou seja, difícil
de se acumular, e não transferidos facilmente; eles podem afetar diversas utilizações, ao mesmo
tempo, simultaneamente, servir.
Como entradas e saídas das atividades organizacionais, eles não são consumidos quando
em uso (COLLIS; MONTGOMERY, 1998). Dessa forma, Teece (2000) ressalta que, o
desempenho superior de uma organização depende de sua capacidade para defender e usar o
seu ativo intangível, como por exemplo, o conhecimento. Logo, Hitt el al. (2001, p. 14),
sugerem que os "recursos intangíveis são mais propensos do que os recursos tangíveis para
produzir uma vantagem competitiva."
Barney (1991), Castanias e Helfat (1991) dizem que a alta gestão é susceptível de gerar
maior renda para a organização, pois repousa sobre as suas capacidades ou competências, uma
vez que "os atributos da equipe de gestão pode reunir as condições necessárias para alcançar e
manter vantagem competitiva" (MAHONEY, 1995, p. 92). Dentre os fatores internos, o fator
personalidade dos líderes é mais importante, no entanto, como as empresas movem-se para a
fase de crescimento, os componentes organizacionais se tornam mais proeminentes (FRANK
et al., 2007).
Os atributos da equipe de gestão de topo e a orientação estratégica têm sido usados
como indicadores de capital gerencial (humano) e dimensões de capital organizacionais de
recursos, respectivamente, também na identificação de configurações na literatura de gestão
estratégica (CROOK et al., 2008). Overall (2015) destaca a inovação, como um recurso interno,
a qual é considerada um relevante antecedente do desempenho organizacional, mas também é
uma das atividades mais intensivas em conhecimento.
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No entanto, por meio de uma liderança confiável, os colaboradores começam a
desenvolver um senso de compromisso e satisfação para com sua organização empregadora,
que estimula a criatividade que pode levar à inovação. O autor ressaltou que a liderança, a
gestão do conhecimento, e a qualidade da construção do relacionamento, relacionada a
confiança, ao comprometimento e a satisfação, são dimensões importantes da relação da
inovação no desempenho organizacional (OVERALL, 2015).
Com base nos estudos de Parida, Oghazi e Sweden (2016) alguns recursos de pequenas
empresas geralmente são limitados (ou seja, recursos financeiros e competências), mas os
autores recomendam investimentos estratégicos em diferentes componentes de recursos como
tecnologia da informação e comunicação, a fim de influenciar positivamente no desempenho
organizacional.
Para Khin e Ko (2016) apesar dos recentes progressos na compreensão da relação entre
as capacidades organizacionais e inovação de produtos, a partir da VBR, pouco se sabe sobre
outros fatores estratégicos que podem fortalecer essa relação. Para preencher esta lacuna de
conhecimento, os autores realizaram um estudo da Teoria Baseada em Recursos, a fim de
desenvolver e testar empiricamente um modelo, para examinar o efeito direto do marketing e
das capacidades tecnológicas na inovação de produtos.
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3 Método de Pesquisa
A primeira etapa deste estudo incidiu na definição do escopo para a coleta de dados,
vinculada à busca por artigos que compreendessem a influência dos fatores internos no
desempenho organizacional, à luz da Teoria Baseada em Recursos. Optou-se por estudos tipo
survey, que buscassem analisar estatisticamente a relação entre variáveis independentes,
variáveis dependentes (por exemplo, desempenho organizacional).
Assim, os estudos qualitativos, revisão de literatura ou ensaios teóricos não fizeram
parte da amostra selecionada. A seleção dos artigos deu-se nas seguintes bases de pesquisa:
Emerald, SAGE, Scopus, Wiley Online Library e Web of Science. Tais bases permitiram ao
pesquisador o acesso aos periódicos de maior fator de impacto e índice JCR.
Os termos utilizados para busca foram: “Resource-Based View” ou “Resource-Based
Theory” e “Organizational Performance”, no resumo, exceto na base Web of Science,
disponibilizada por tópico. Cabe ressaltar que não foi realizada busca para identificar estes
termos no corpo do texto. O seletor de tempo foi considerado desde o ano de 1990 até o ano
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2015. Como critérios de coleta, considerou-se artigos de maior relevância, quando disponível
no filtro da base de pesquisa, em especial no caso da Web of Science, quando analisou-se os
artigos mais citados, uma vez que a plataforma disponibiliza tal recurso.
O processo de coleta para a amostra, levou em consideração a interpretação do resumo
que menciona os fatores internos relacionados à Teoria Baseada em Recursos relacionados ao
desempenho organizacional. A amostra para Fase 1 constou-se 379 artigos. A seleção para o
estudo deu-se por meio da análise do resumo. No entanto, foi indispensável delimitar quais
artigos seriam analisados pela análise de conteúdo, e desta forma foram selecionados 41 artigos,
para Fase 2, consistindo na amostra final.
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Figura 4 – Interface do software utilizado para a codificação e a categorização dos artigos
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0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
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Journal of Knowledge Management 3 7%
Journal of Management 3 7%
Management Decision 4 10%
Strategic Management Journal 8 20%
Outros* (apenas uma citação) 13 32%
Total 41 100%
Fonte: Elaborada pela autora a partir da análise dos artigos.
Nota: (*) Business Process Management Journal, Education and Training, European Journal of Operational
Research, Industrial Marketing Management, International Journal of Contemporary Hospitality Management,
International Journal of Productivity and Performance Management, Journal of Business Venturing, Journal of
Information Science, Journal of Management Development, Journal of Small Business and Enterprise
Development, Management Research Review, Organization Studies e Personnel Review.
Após verificar a classificação dos periódicos no Scimago Journal & Country Rank
(2016), apurou-se: o índice H dos journals selecionados são respectivamente 69, 69, 55, 94, 49,
145, 48, 199, 42, 30, 181, 90, 35, 31, 116, 47, 30, 29, 20, 102 e 46. Tomando como base a
Avaliação Trienal da CAPES (2013), os periódicos de fator H superior a 20 são considerados
equivalentes ao estrato A1.
Dessa forma, foi possível observar neste estudo, que dos 21 journals selecionados, 20
são considerados estratos A1 e apenas um journal, com um artigo é considerado equivalente ao
estrato A2. Logo, justifica-se a escolha dos artigos nos journals selecionados nesta pesquisa,
pois todos estão condizentes com os periódicos mais qualificados no âmbito nacional. A Figura
8 apresenta o fator de impacto dos periódicos (índice H), de acordo com o Scimago (2016).
19%
33%
Índice h: 11 - 30
Índice h: 31 - 50
10% 38% Índice h: 51 - 70
Índice h: superior a 70
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do desempenho: físicos, humanos, organizacionais, tecnológicos, financeiros e reputacionais.
Logo, confirma o proposto por Barney (1991) e Grant (1991).
Com base na amostra dos artigos analisados, percebeu-se que os fatores internos que
mais influenciam no desempenho organizacional foram, os organizacionais, humanos,
tecnológicos e físicos, conforme apresentados a seguir:
a) Fatores organizacionais: estratégias, gestão do conhecimento, eficiência da
gerência, orientação para o mercado, habilidades, competências e cultura
organizacional.
b) Fatores humanos: capital humano e relacionamento.
c) Fatores tecnológicos: tecnologia da informação e inovação.
d) Fatores físicos: estrutura organizacional.
continuação
Habilidades e Trabalhadores qualificados com as suas competências e
Competências habilidades específicas são vistos como recursos organizacionais,
6 6,1%
(Fatores os quais desempenham um papel essencial na condução ao
organizacionais) desempenho organizacional.
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Tecnologia da
O desempenho organizacional é instigado pela integração e
Informação
sinergia entre recursos organizacionais e da Tecnologia da 5 5,1%
(Fator
Informação (TI).
tecnológico)
Relacionamento
A influência do relacionamento no desempenho organizacional. 5 5,1%
(Fator humano)
Orientação para A orientação para o mercado diz respeito à operacionalização do
o Mercado conceito de marketing, sendo assim, se administrada
4 4,0%
(Fator estrategicamente ela pode influenciar positivamente na performance
organizacional) da empresa.
Inovação A inovação é uma condutora essencial de vantagem competitiva. A
(Fator inovação utiliza uma combinação de recursos estratégicos, o que 4 4,0%
tecnológico) resulta em competências e capacidades de ordem superior.
A reputação é algo que está na mente do cliente, algo abstrato
Reputação
e pode diferenciar uma empresa das outras. A reputação
(Fator 3 3,0%
corporativa é um recurso estratégico essencial, que contribui para sua
reputacional)
rentabilidade.
Estrutura Compreende a estrutura física disponível pela empresa. Também
Organizacional compreende a hierarquia organizacional, regras e regulamentos e 3 3,0%
(Fator físico) relatórios de relacionamentos.
Cultura A cultura organizacional é um conjunto de valores percebidos e tidos
Organizacional como válidos por um grupo. Assim, esta cultura influenciará o
3 3,0%
(Fator desempenho organizacional, uma vez que, o processo decisório estará
organizacional) fundamentado nesses valores do grupo.
Novos Produtos
(Fator A capacidade da organização em criar novos produtos. 2 2,0%
tecnológico)
Orientação
Empreendedora A orientação empreendedora da empresa provém da liderança e da
2 2,0%
(Fator orientação de seus principais gestores.
organizacional)
Aprendizagem A aprendizagem organizacional se refere ao desenvolvimento de
Organizacional novos conhecimentos ou ideias, que têm o potencial de influenciar o
2 2,0%
(Fator comportamento. Também, é considerada por muitos estudiosos como
organizacional) uma chave para o futuro sucesso.
Comunicação A comunicação é essencial para desenvolver a confiança e a lealdade,
(Fator que desenvolve as pessoas para uma vantagem competitiva 2 2,0%
organizacional) sustentável.
Capacidade de As capacidades de recursos, incorporadas na
Recursos organização aumentam a sua produtividade. Essas capacidades
permitem que as empresas possam adaptar-se para os desafios da 2 2,0%
(Fator
organizacional) indústria.
O capital social envolve as três dimensões: estrutural, relacional e
cognitiva.
A estrutural compreende as relações sociais e de rede que
Capital Social governam quem pode interagir e como as relações podem ser
alcançados. A relacional é o componente afetivo do capital social, 2 2,0%
(Fator humano) descrevendo relações de rede em termos de confiança interpessoal,
normas compartilhadas, e identificação com outros indivíduos na
rede. A cognitiva engloba metas compartilhadas, visão e valores
dos membros da organização.
continua
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conclusão
Financeiro
(Fator A disponibilidade de recursos financeiros. 1 1,0%
financeiro)
Recursos
Os recursos tecnológicos foram considerados como tecnologia
Tecnológicos
interna (design de produto, realizada em segredo e o know-how 1 1,0%
(Fator
tecnológico).
tecnológico)
Flexibilidade de
A flexibilidade de fabricação é entendida como a capacidade de
Fabricação
implantar ou reimplantar recursos de produção de forma eficiente, 1 1,0%
(Fator
conforme exigido pelas mudanças no ambiente.
organizacional)
Qualidade
(Fator Qualidade dos produtos ofertados. 1 1,0%
organizacional)
Total 99 100%
Fonte: Elaborada pela autora a partir da análise dos artigos.
Cabe ressaltar ainda, que dos 41 artigos analisados, nenhum deles foram identificados
como estudos aplicados em empresas brasileiras. Dessa forma, por se tratarem de uma lacuna
de pesquisa, há necessidade de estudos que identifiquem os fatores relacionados ao desempenho
organizacional, à luz das seis dimensões, propostas por Barney (1991) e Grant (1991).
Na análise dos 23 modelos propostos, observou-se que há uma relação específica entre
os construtos codificados como priorizados, conforme a Figura 9. No modelo proposto por
Katou e Budhwar (2009), o objetivo do estudo foi investigar a relação causal da gestão de
recursos humanos e o desempenho organizacional, no contexto grego. A pesquisa empírica foi
baseada em uma amostra de 178 empresas que atuavam no setor manufatureiro grego.
Usando modelagem de equações estruturais, os resultados do estudo de Katou e
Budhwar (2009) revelaram que a capacidade de executar (mobilização de recursos e
desenvolvimento), a motivação para executar (compensação e incentivos), e a oportunidade de
realizar domínios (envolvimento e design de trabalho), as políticas de recursos humanos são
moderadas por estratégias de negócios (custo, qualidade, inovação) e, adicionalmente, a
motivação para realizar é ainda moderada por estilo de gestão e cultura organizacional.
Além disso, os resultados indicaram que o impacto das políticas da gestão de recursos
humanos sobre o desempenho organizacional é totalmente mediado pelas habilidades, atitudes
e comportamentos dos colaboradores. A pesquisa constatou que, a motivação para realizar
políticas de gestão de recursos humanos faz com que o desempenho organizacional, por meio
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das atitudes dos funcionários, modere positivamente a eficácia da gestão de recursos humanos,
aumentando assim, a causalidade reversa.
O estudo de Mills e Smith (2011) teve o objetivo de avaliar o impacto dos recursos da
gestão do conhecimento (facilitadores de gestão, ou seja, conhecimento e processos) sobre o
desempenho organizacional. O estudo utilizou como amostra da pesquisa 189 gerentes, os
autores se valeram da técnica de modelagem de equações estruturais para avaliar as ligações
entre os recursos específicos de gestão de conhecimento e de desempenho organizacional. A
Figura 10 apresenta o modelo decomposto das capacidades de gestão do conhecimento sob o
modelo estrutural. Os resultados mostram que o modelo obteve o valor |0,754| da variância
observada para o desempenho organizacional.
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Foram apresentadas as quatro proposições de pesquisa, utilizando-se dos quatro
construtos preditores principais para o desempenho organizacional. Sendo assim, dentre os 41
artigos analisados, as estratégias organizacionais aparecem em 16,2% dos artigos, o capital
humano em 15,2% dos artigos, a gestão do conhecimento em 11,1% e, pôr fim, a eficiência da
gerência, em 8,1% dos artigos. Segundo os documentos analisados, estes quatro construtos
foram priorizados pois se apresentaram com maior influência de forma positiva no desempenho
organizacional, o que justifica a escolha dos mesmos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste estudo foi analisar a influência dos fatores internos, a partir da Teoria
Baseada em Recursos, no desempenho organizacional, em uma amostra de 41 artigos
internacionais. Também buscou-se identificar os fatores internos associados ao desempenho
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organizacional, a partir da TBR, e que apresentam maior influência em tal desempenho além
de apontar os construtos mais impactantes nos documentos pesquisados.
Como método de pesquisa utilizou-se a bibliometria e como técnica, a análise de
conteúdo, para identificar códigos e categorias, em especial a influência dos fatores internos, a
partir da TBR, no desempenho organizacional. Como resultado deste estudo, foi possível
identificar a amplitude dos seguintes fatores internos associados ao desempenho
organizacional: físicos, humanos, organizacionais, tecnológicos, financeiros e reputacionais.
No que tange aos construtos mais impactantes nos documentos pesquisados,
destacaram-se: estratégias, capital humano, gestão do conhecimento e eficiência da gerência.
Ademais, comprovou-se a busca constante de maior desempenho organizacional, seja
financeiro ou não financeiro. As organizações buscam formas de manterem-se no mercado com
ações competitivas, mantendo a qualidade, atendimento e bom relacionamento com seus
stakeholders.
No que tange ao modelo proposto, com suas proposições de pesquisa, procurou-se ainda
elucidar a possibilidade de integração dos construtos, pois na amostra dos documentos
analisados há uma convergência dos estudos que recomendam a adoção destes construtos para
um modelo integrado. Assim, conclui-se que a TBR sustenta o novo modelo a ser testado. Como
já citado, da amostra analisada não foram encontrados artigos aplicados no Brasil o que sugere-
se que tais pesquisas sejam aplicadas em organizações brasileiras, baseadas no modelo
proposto.
Como pesquisas futuras, sugere-se o levantamento de estudos que oportunizem a
exploração de outras bases de dados internacionais, em comparação com periódicos nacionais,
com o objetivo de agregar o conteúdo visto nesta pesquisa e esboçar um panorama da realidade
destes estudos na prática acadêmica. Também sugere-se a aplicação de pesquisas empíricas
com o modelo proposto e que hipóteses de pesquisas possam ser testadas, a fim de constatar a
validade e aplicabilidade deste estudo.
Este artigo apresenta gaps de pesquisa, já que os fatores internos relacionados ao
desempenho organizacional foram identificados por meio de documentos internacionais. Logo,
é recomendável que os construtos oriundos deste estudo sejam testados empiricamente em
empresas brasileiras, à luz das dimensões propostas por Barney (1991) e Grant (1991). Estudos
adicionais são necessários para dar continuidade para consolidar esta investigação.
Este estudo pretende contribuir academicamente na melhor compreensão dos fatores
internos relacionados ao desempenho organizacional, tendo como sustentação a TBR. Também
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contribui com a proposição de um modelo, o qual indica-se ser testado no contexto brasileiro.
Com base na literatura, observa-se que as organizações estão constantemente buscando o
desempenho organizacional, seja o desempenho financeiro, não financeiro ou ambos.
Com a indicação dos fatores internos que estão relacionados com o desempenho
organizacional, a outra contribuição é a de ordem gerencial. Assim, espera-se que os gestores
possam projetar e embasar as tomadas de decisões nestes fatores estratégicos. Que esta pesquisa
auxilie nas tomadas de decisões dos empreendedores, ao oportunizar a ampliação dos esforços
para melhorar a performance das empresas. Estas oportunidades para melhorar o desempenho
por estar vinculado as estratégias organizacional, ao valorizar capital humano, trabalhar a gestão
do conhecimento e a sua própria eficiência gerencial.
Referências
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