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A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio, seja total ou parcial,
constitui violação da Lei no 9.610/98.
ISBN: 978-65-88208-00-7
Inclui bibliografia.
CDD: 658.3
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01
Recursos Humanos
Estratégicos: Primeiras
Abordagens
11
Capítulo 1
Abordagem contingencial
As origens da teoria dos recursos são encontradas em idéias de autores que, nas
décadas de 1960 e 1970, discutiam as empresas como conjuntos únicos de recursos
produtivos integrados ao longo da sua histórica (Penrose, 1995) e detentoras de
competências distintivas exploradas para gerar vantagem competitiva (Andrews,
1971). Pelo menos no curto prazo, as decisões estratégicas são dependentes dos re-
cursos e das competências atuais (path dependency), o que pode também dificultar ou
mesmo impedir mudanças (core rigidities, Leonard-Barton, 1992). Para a gestão de
recursos humanos, a teoria dos recursos proveu um arcabouço teórico mais sólido
às pesquisas e alegações do campo.
Recursos são ativos tangíveis ou intangíveis constituídos por uma ampla variedade
de atributos atrelados à organização e que lhe permitem conceber e implantar
estratégias de negócios. Conforme Barney (1986), os recursos da firma são: finan-
33
Capítulo 5
A vantagem competitiva
pela GRH
Competências
Competências, conhecimento e
aprendizagem organizacional
Contraponto conceitual
Contraponto institucional
Segundo Lewis, Cardy e Huang (2019), o campo da GRH tem sido criticado pela
ausência de teoria, ou teorização débil. Um aspecto que requer maior fudamenta-
ção é o contexto das decisões e práticas de GRH. Ao enfatizar a escolha racional, o
conceito de alinhamento da GRH reproduz visões mitificadas de como são tomadas
decisões nas organizações. Conforme Crubellate, Grave e Mendes (2004) explicam,
frente ao pressuposto de escolha racional, a perspectiva institucional incorpora ele-
mentos ambientais, culturais, cognitivos e sistêmicos à compreensão da formação
estratégica como processo socialmente construído. A perspectiva institucional per-
mite superar um mito que imperou na literatura administrativa, segundo o qual o
estrategista é alguém capaz de observar a realidade e suas inter-relações, e planejar
ações autonomamente para corrigi-las. A abordagem contingencial já olhava para
o contexto das decisões em GRH, mas na medida em que certas contingências dita-
vam as necessidades de tomada de decisão, entendida como um processo racional.
Na verdade, é um mito a visão do estrategista como absolutamente independente,
racional e onipotente frente à realidade acessível, organizada e coerente.
Contraponto
histórico-contextual
Contraponto empírico
Para o RH, suas funções poderiam alcançar status na organização ao serem reco-
nhecidas como estratégicas. Contudo, para muitos autores, a GRH Estratégica é a
reformulação e a sofisticação dos mecanismos de controle gerencial, coordenados
“estrategicamente” pelo RH na nova situação de financeirização das economias
no contexto do neoliberalismo. Nessa linha, a agenda do RH busca demonstrar
seu valor funcional às empresas e, por isso, perpetua prioridades da gestão, replica
técnicas e instrumentos usados com outros recursos, adotando pressupostos do tipo
“individualismo extremo” (hyper-individualism), incorporando a retórica pró-merca-
do20 à medida que o sistema de produção-consumo promove o individualismo nas
noções de identidade do consumidor, que também se encaixa nas relações de traba-
lho e emprego (Dundon e Rafferty, 2018). A consequência é o não reconhecimento
da natureza complexa do ser humano, ocasionando problemas de credibilidade
e legitimidade da área. Abordagens dominantes em GRH são simplistas pois en-
fatizam a motivação essencialmente econômica do sujeito, pressupõem alienação
nas relações de trabalho21, além da fantasiosa sobreposição da identidade orga-
nizacional à individual (o sujeito se identifica tanto que passa a “ser a empresa”).
Estes pressupostos revelam incompreensão da natureza das relações de trabalho e
Contraponto racional
econômico
Contraponto cultural
Numa linha psicossociológica, Lhuilier (2014) fala do indivíduo engajado não so-
mente na intersubjetividade, ou seja, ligado aos outros pelo imaginário e pelo sim-
bólico, mas também em relações de confrontação e transformação da realidade.
Perspectivas transformacionais da gestão consideram a ação do sujeito sob pontos
de vista menos racionalizados e salientam a ambivalência e a singularidade do indi-
víduo: seus aspectos afetivos, culturais, políticos e psíquicos (Dejours, 1987; Vince,
Broussine, 1996; Antonacopoulou e Gabriel, 2001; Carr, 2001; Carr e Gabriel,
2001; Laine, 2007; Liu e Perrewé, 2005; Vince, 2006), a complexidade dos proces-
sos relacionais, de representação, comunicação e socialização -- fenômenos sim-
bólicos e inconscientes nas organizações --, denunciando o mito do alinhamento a
mudanças top-down e a simplicidade do conceito de “resistência à mudança” (Dent
e Goldberg, 1999; Diamond, 1986; Oreg, 2006; Piderit, 2000; Silva e Vergara,
2003). Nesta linha, segundo Lhuilier (2014, p. 16), “nunca é demais dizer: o sentido
Contraponto gerencialista
Contraponto crítico
89
Capítulo 16
Educação e desenvolvimento
de competências no mundo
hiperconectado
André Ofenhejm Mascarenhas
Gabriela Victorelli
Dalila Alves Correa
Uma vasta literatura surgiu recentemente sobre o futuro do trabalho e sobre como
podemos moldá-lo (Balliester e Elsheikhi, 2018). Há incertezas em relação ao que
direciona as mudanças e o que se pode esperar do futuro: os críticos alternam-se
ao apresentarem tanto surtos otimistas quanto pessimistas sobre o tema. Muitos
estudos abordam os impactos da chamada Quarta Revolução Industrial. Porém,
deve-se considerar que, paralelamente à revolução tecnológica, observam-se outros
fatores socioeconômicos amplos, impulsionadores geopolíticos e demográficos que
geram mudanças cujos impactos podem ser ainda mais significativos e duradou-
ros no mundo do trabalho. Este capítulo aborda o cenário da Quarta Revolução
Industrial reconhecendo impactos incertos sobre a evolução da educação para o
trabalho, com especial atenção ao papel do professor e das instituições de ensino
superior. Adotamos como pressuposto a necessidade do diálogo entre o campo da
GRH e os agentes de inovação nos sistemas educacionais atuais.
Numa outra via, avançar requer pensar em diferentes approaches que proporcionem
contrutos organizacionais dinâmicos, inovativos e responsivos. Isso porque a área
de RH, nas últimas décadas, está associada a padrões de competitividade e traz à
tona suas recentes e candentes interfaces, muitas vezes inovativas. A dimensão dos
Recursos Humanos, apesar de difícil mensuração, é tida como a principal fonte
de potencial competitivo sustentável (Becker, Huselid, Ulrich, 2001). As práticas
de GRH (recrutamento, seleção, desenvolvimento, gestão de desempenho, remu-
neração etc) impactam decisivamente na dinâmica do comportamento organiza-
cional (liderança, comprometimento, clima e outras) e são consideradas críticas na
criação, implantação e manutenção de capacidades organizacionais, bem como
PARTE 04 - O Futuro da Gestão de Recursos Humanos ou a Gestão de Recursos Humanos do Futuro? 101
Capítulo 18
Gestão de Recursos
Humanos nas organizações
em aprendizagem
PARTE 04 - O Futuro da Gestão de Recursos Humanos ou a Gestão de Recursos Humanos do Futuro? 115
Capítulo 19
Startups e a Gestão de
Recursos Humanos Ágil
André Ofenhejm Mascarenhas
PARTE 04 - O Futuro da Gestão de Recursos Humanos ou a Gestão de Recursos Humanos do Futuro? 125
Capítulo 20
Novas tecnologias e a
Gestão de Recursos
Humanos do futuro
Allan Claudius Queiroz Barbosa
André Ofenhejm Mascarenhas
Thiago Augusto Hernandes Rocha
PARTE 04 - O Futuro da Gestão de Recursos Humanos ou a Gestão de Recursos Humanos do Futuro? 133
Capítulo 21
Sustentabilidade e
responsabilidade
socioambiental em GRH
André Ofenhejm Mascarenhas
Allan Claudius Queiroz Barbosa
Charbel José Chiappetta Jabbour
Douglas William Scott Renwick
PARTE 04 - O Futuro da Gestão de Recursos Humanos ou a Gestão de Recursos Humanos do Futuro? 149
05
Gestão de Recursos
Humanos Ontem,
Hoje e Amanhã
193
Capítulo 23
Da gestão estratégica à
Gestão Sustentável de
Recursos Humanos
QUADRO 23.1
VERTENTES CONCEITUAIS, TEÓRICAS OU IDEOLÓGICAS EM GRH
E COMO APARECEM NESTA OBRA