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PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Fernando Henrique Cardoso
Série Estudos
BRASÍLIA,
1999
1999 Projeto Nordeste
Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida desde que citada a fonte
e obtida autorização do Projeto Nordeste — MEC/BIRD.
Série Estudos, n. 9
CDD 371.207
Projeto Nordeste
Via N1 Leste, Pavilhão das Metas
Brasília-DF — 70150-900
Fone: 316-2908 — Fax: 316-2910
E-mail: projetonordeste@projetonordeste.org.br
Texto Final
Denise Oliveira
Projeto Gráfico
Francisco Villela
Capa
Alexandre Dunguel Pereira
IMPRESSO NO BRASIL
PREFÁCIO
O primeiro fascículo da Série Estudos, Educação, Escola e Comunidade: um estudo-
piloto no Estado da Bahia desvendou importantes resultados obtidos através da avalia-
ção dos beneficiários do sistema público de ensino. Este mesmo estudo, em caráter
piloto, foi também realizado no estado do Ceará. Os procedimentos metodológicos,
as análises qualitativas das entrevistas com usuários do sistema e as principais conclu-
sões para o estado do Ceará são objeto deste exemplar.
Buscando melhor compreender Por que as escolas falham na educação de crianças
no Nordeste do Brasil, o Grupo Consultivo do Programa de Pesquisa e Operacionali-
zação de Políticas Educacionais (PPO) encomendou este estudo, que tem como
principal objetivo investigar as percepções dos usuários (adultos e crianças/jovens
da comunidade) e das equipes escolares de escolas públicas de dois municípios cea-
renses sobre a educação escolar.
Uma análise comparativa entre o estudo-piloto realizado no estado da Bahia e o
estudo-piloto realizado no Ceará apontam para um conjunto de resultados simila-
res: (a) o processo de escolarização é valorizado como meio de ascensão social, (b)
tanto os adultos quanto as crianças/jovens se autoculpabilizam pelo fracasso esco-
lar; e (c) a relação escola-família é superficial e limitada a atividades de ordem uti-
litária como limpeza da escola, pintura dos muros, ajuda na merenda escolar. Ape-
sar de alguns resultados similares, o estudo-piloto do Ceará aponta para alguns
problemas peculiares ao estado, como por exemplo o telensino. Outras questões
como a imagem de qualidade da escola particular e a relação evasão- repetência
também são tratadas nesta pesquisa.
Com a publicação deste exemplar − espera-se contribuir para a formulação de
políticas educacionais, tanto no âmbito das secretarias de educação como também
no âmbito das escolas −voltadas para a melhoria da qualidade das escolas públicas e
melhor atender às demandas dos usuários do sistema.
O Projeto de Educação Básica para o Nordeste, do Ministério da Educação e do
Desporto, em nome do Banco Mundial e do UNICEF, agradece a dedicação e o em-
penho dos pesquisadores, Sofia Lerche Vieira, Maurício Holanda Maia, Kelma So-
corro Lopes de Matos e Edvar Araújo Costa, autores desta publicação. Destaca
ainda a importante contribuição do Centro de Pesquisa para Educação e Cultura
(CENPEC), em particular de Marta Grossbaum e Maris Inêz Pontes Pimentel, e das
pesquisadoras Adélia Luiza Portela e Eni Santana Barreto Bastos na orientação
deste estudo.
SUMÁRIO
RESUMO.....9
ABSTRACT.....10
1 INTRODUÇÃO.....11
2 METODOLOGIA.....12
2.1 O CONTEXTO DA PESQUISA: O CEARÁ NO NORDESTE.....12
2.2 OS MUNICÍPIOS PESQUISADOS.....14
2.3 AS ESCOLAS PESQUISADAS.....17
2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTA.....18
7 CONCLUSÕES.....41
ANEXOS.....45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....67
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
RESUMO
ste relatório constitui uma aproximação qualitativa, baseada em entrevistas so-
bre a percepção de usuários da escola −pais e mães de alunos, lideranças comu-
nitárias, jovens estudantes e evadidos da escola −e equipe escolar −professores e
diretores –, em torno de temas como o valor da educação escolar, a qualidade espe-
rada e a qualidade verificada nas escolas, as barreiras à escolarização, e sugestões
para melhoria da escola e do sistema educacional. No estado do Ceará, a pesquisa
foi feita nos municípios de Jucás e Maracanaú, onde foram escolhidas seis escolas
públicas e realizadas 64 entrevistas. O conjunto de indagações formuladas aos entre-
vistados incidiu sobre questões relacionadas a qualidade, valores, barreiras e sugestões
sobre a escola. O exame do material coletado e a sistematização das informações obtidas
nos permitiu chegar a algumas constatações significativas. Registra-se um reconheci-
mento unânime sobre a importância da escola, entretanto, esta parece ser uma valori-
zação formal, na medida em que reafirmam este valor, mas em sua experiência de vida
predomina o fracasso escolar. Há uma nítida evidência da ampliação das oportunida-
des de acesso à escola. A maioria dos adultos, ao evocar a escola de seus dias, reconhe-
ce que as chances de freqüentá-la hoje são maiores para todos. A evasão e a repetência
apresentam-se como fenômenos articulados. A confluência de fatores internos e exter-
nos termina por fechar o círculo do fracasso e da evasão no âmbito da escola e da co-
munidade. A participação dos pais é pontual restringindo-se a aspectos que não dizem
respeito à escolarização de seus filhos. Há um descompasso real entre as diferentes
realidades focalizadas: o mundo de uma Secretaria e de uma escola apenas circunstan-
cialmente se cruzam, podendo o mesmo ser dito em torno do mundo da escola e da
família.
•
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SÉRIE ESTUDOS
ABSTRACT
his report refers to a qualitative study, based on interviews conducted with public
school beneficiaries (parents, community leaders, young students and dropouts) and
school teams (school directors and teachers) concerning their perceptions as related
to the following topics: value of primary schooling; existing and desired levels of public
primary education quality; barriers that affect schooling; and suggestions to improve
public schools and the education system. The research was based on 64 interviews, in six
public schools, located in the municipalities of Jucás and Maracanáu, both situated in the
state of Ceará.
The analsys of collected dat provided critical information to reach some impor-
tant conclusions. A unanimous recognitio was expressed as to the importance of
schooling; nonetheless, in real life the issue of school failure predominates. Clear
evidence was found that opportunities of school access has been considerably ex-
panded. Most adults recognized that the present opportunities for school enroll-
ment is more democratic than in the past. School repetition and dropout represent
related phenomenon. Internal and external factors, found within the school and
community, merge together to form a circle of repetition and process. Finally, re-
search results indicated a lack of a coherent relationship among the different study
groups: the municipal secretariat develop activities that merely relate to the schools
under its responsibility; the same can be said about the relationship between fami-
lies and schools.
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
1 INTRODUÇÃO
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SÉRIE ESTUDOS
2 METODOLOGIA
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
1
De 1985 a 1994 o setor industrial passou de 26,83% a 35,82% da composição do Produto Interno
Bruto do estado. Ver Plano de Desenvolvimento Sustentável do Ceará 1995-1998. Fortaleza, 1995.
2
CEARÁ – Anuário Estatístico do Ceará. 1994 – Fundação Instituto de Planejamento do Ceará –
IPLANCE. Fortaleza. 1995.
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SÉRIE ESTUDOS
3
Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC e Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura – FCPC.
Avaliação das Escolas Estaduais Urbanas nos Municípios Sedes de Delegacias Regionais. Fortaleza. 1994.
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
2.2.1 Jucás
4
Embora existam indicadores mais recentes sobre determinados aspectos dos municípios pesquisados, op-
tou-se por trabalhar apenas com dados extraídos do Anuário Estatístico do Ceará – 1994 e com as informa-
ções fornecidas pelas entrevistas com os dirigentes municipais de educação.
5
Depoimento obtido em entrevista realizada com a Secretária de Educação de Jucás, Lílian Pereira Palácio.
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SÉRIE ESTUDOS
2.2.2 Maracanaú
6
Ver, a esse respeito, o estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará e financiado
pelo UNICEF: “A classe de alfabetização no Ceará – um trânsito necessário ou uma barreira inútil?”.
7
O trabalho dos “agentes pedagógicos” inspira-se no dos agentes de saúde. Verificam a presença de alunos
em sala de aula, posteriormente passam a fazer um acompanhamento do trabalho do professor e dos alu-
nos. São profissionais com qualificação pelo menos igual a dos docentes. Com relação ao agente de saú-
de, há no Ceará cerca de 8.000. Seu trabalho é monitorar junto a um grupo específico de famílias (até
200) os indicadores de saúde materno-infantil.
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
A escolha das escolas foi feita pela Secretaria Municipal de Educação dos muni-
cípios, em acordo com a equipe de pesquisa. A amostra foi estabelecida conside-
rando as especificidades dos municípios.
Em Maracanaú foram observadas três escolas:
Ø Escola Municipal Prefeito Almir Freitas Dutra − localizada na zona urbana.
Atende 771 alunos e conta com 17 professores e 13 funcionários. Oferece alfabeti-
zação, 1a a 6a série do ensino fundamental e Educação de Adultos.
8
Informação obtida em entrevista com o Secretário Municipal de Educação de Maracanaú, Marcelo Alencar
Farias
9
O que é favorecido pela concentração demográfica do município. Nas séries terminais há um acompanha-
mento por áreas do conhecimento. Em Maracanaú praticamente inexistem escolas na zona rural, o que é
coerente com a taxa de urbanização populacional.
10
A Secretaria mantém uma escola de formação de professores. Além do que, o município está desenvolvendo
negociações em torno da criação de um campus avançado da Universidade Estadual do Ceará (UECE) em Ma-
racanaú, voltado para a oferta de licenciatura em Matemática, Química, Física, Biologia e Língua Portuguesa.
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SÉRIE ESTUDOS
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SÉRIE ESTUDOS
lias nucleares completas em Jucás (7) que em Maracanaú (5). Quanto à prática reli-
giosa, Maracanaú apresenta as únicas variações ao catolicismo. Um caso de diferen-
ciação entre os dois municípios, marcante neste segmento dos jovens, diz respeito à
condição de trabalhador. Dos dez jovens de Jucás, 8 declaram estar trabalhando,
enquanto que em Maracanaú, dos 10 apenas 3 respondem afirmativamente a esta
interrogação.
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SÉRIE ESTUDOS
A maioria das respostas dadas à pergunta sobre se teriam uma vida melhor caso
tivessem freqüentado a escola são afirmativas (22). Os entrevistados reconhecem
que até para serviços que exigem pouca qualificação, atualmente, é indispensável
um certo nível de escolaridade.
“Com certeza, eu tinha um emprego bom. Agora, em Fortaleza, eu não pude encontrar
emprego por não saber ler. Era de vigia de uma fábrica, mas tinha que ler, que anotar os
carros que chegava... O cara que não souber ler é devagar demais. Só presta pra cangalha”
(Mãe/Maracanaú)
“Eu não sou uma funcionária da prefeitura porque não tenho estudo. Porque hoje, até
pra gente zelar um chão tem que ter estudo, por causa do concurso”. (Pai/Jucás)
Entretanto, esta idealização demonstrada acerca de uma possível melhoria de
vida caso tivessem freqüentado ou passassem a freqüentar a escola, cai por terra
quando se analisa as respostas dadas à pergunta subsequente. Embora muitos en-
trevistados (14) afirmem que sua vida mudaria caso voltassem a estudar, apenas
uma minoria (2) estuda atualmente. Isto leva à desconfiança de que aquelas virtu-
des atribuídas à escolarização estejam na dependência de outros fatores, na maioria
das vezes não ditos claramente. Afirmações como as que se seguem permitem com-
preender que existem aspectos a serem melhor conhecidos, caso se queira propor
políticas que levem em consideração a distância entre o ideal e o real:
“Servia só pra mim, mas não ia servir pra fora. Porque com a idade que eu tenho”
(Pai/ Maracanaú)
“Não tenho tempo. Acho muito dispendioso. É muito puxado, tem as lutas de casa, te-
nho uma 'reca' de filho” (Mãe/Jucás)
Indagados acerca do papel da escola no desenvolvimento dos processos de ensi-
no-aprendizagem (aprende-se mais na escola ou fora dela?), a maioria das respostas
(16) ressalta que este é o lugar privilegiado para o aprendizado sistemático. Contu-
do, um certo número de respostas (7) indica também, outros espaços e situações
nos quais ocorrem outros tipos de aprendizagem.
“Não. Não aprende em outro lugar, não. Por exemplo, nesse lugar aqui, não tem ou-
tra pessoa pra ensinar a gente a não ser a escola” (Liderança/Maracanaú)
“Sim, e ao mesmo tempo eu digo não. Mas que a escola é o ponto estratégico”
(Pai/Maracanaú)
“Fora da escola a gente aprende também mas não aprende o tanto que na escola”
(Mãe/Maracanaú)
“A gente se educa também noutros espaços, na Associação, no Conselho. Mas na Asso-
ciação sempre é um grupo resumido. O aluno tem mais chance de aprender na sala de
aula” (Liderança/Maracanaú)
Estas comparações revelam que os usuários percebem o quanto é fundamental
dispor de uma organização de ensino sistematizado e que nenhum outro mecanis-
mo é capaz de substituí-la em seu papel específico.
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“Quem faz a escola é a professora... eu acho que a professora aí não abusa deles não”
(Aluno evadido/Jucás)
Já os pais da zona urbana sugerem, que além da professora, outros indicadores
garantem o sucesso da escola.
“Acho tão boa essa aí. Muitos livros, uma biblioteca bem equipada. Professores bem
treinado” (...)” (Mãe/Maracanaú)
“Tem bons professor (...).Passa lição, horário bom. Tem vaga. Não exige material”
(Pai/Maracanaú)
Nos dois espaços, urbano e rural, o relacionamento entre professor e alunos apre-
senta-se como um fator determinante para a aprovação da escola pela comunidade.
“Eu sei que também depende da professora. A professora tem que ter um desempenho
pra que a criança goste... no tratar as crianças, às vezes, a professora faz com que a crian-
ça se prenda à escola, e também ela pode fazer com que a criança se afaste da escola”. (Li-
derança/Jucás)
“Se tivesse professora melhor ia todo dia, como a D. Kelma. Como meu irmão não teve
uma falta com a D. Kelma. Ela dava atenção a gente, dava carinho, explicava a gente.”
(Aluna evadida/Maracanaú)
De acordo com os depoimentos acima, “a professora faz a diferença”. Sobre ela
é depositada a principal responsabilidade pelo sucesso da escola. À professora é
atribuído o poder de “prender” ou “afastar” a criança da escola. Este fato pode ser
confirmado pelas falas abaixo citadas.
“Tem professor que é ignorante, não sabe falar com a gente direito. Tem professora que
é tão bruta. Elas querem, se a gente não faz o dever, puxar na orelha, botar de castigo. Já
aconteceu muitas vezes comigo quando estudava. Tinha dia que não queria voltar”.
(Aluna evadida/Maracanaú)
“Eu já peguei professora véia ruim que não se importa comigo. Em matemática ela
chamava eu de burra. Não ia nem pra escola mais (...) tive vontade de parar. Fazia a 4a
série no Maria Marques.” (Estudante/Maracanaú)
Percebe-se pelos depoimentos que é exigido da professora compreensão e tra-
tamento cordial para com os alunos. Essa exigência não significa contudo, que os
adultos e jovens desprezem a necessidade de capacitação constante das professoras.
Este é um dos requisitos citados (12) imediatamente após a relação professor. As
falas revelam que os professores precisam estar atualizados e bem assessorados.
“... o que eu estou achando melhor na escola é que os professores estão bem acompanha-
dos... quando existe um trabalho que não tem assessoria, o trabalho fica solto, mas se o tra-
balho é assessorado, o trabalho fica mais proveitoso”. (Liderança/Jucás)
Neste sentido, as políticas estaduais e municipais de capacitação dos professores,
de acordo com os entrevistados, são avaliadas de forma bastante positiva, princi-
palmente por diretores e professores.
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SÉRIE ESTUDOS
“Faço cursos de reciclagem oferecidos pelo Estado. Ajudam a esclarecer novos métodos,
novas maneiras de transmitir, para uma boa aprendizagem do aluno.” (Professo-
ra/Maracanaú)
“Agora mesmo este ano, a gente fez um de três dias, tipo uma reciclagem. E sempre a
gente volta 'a sala de aula com novidades, com outros conhecimentos.” (Professora/Jucás)
“O que pode melhorar são mais cursos. Que venha mais aprimoramento pra gente na
nossa linha de trabalho.” (Diretora/Maracanaú)
Outros aspectos considerados importantes pelos adultos, nas suas representa-
ções sobre a qualidade da escola, são a disciplina e os conteúdos da aprendizagem
Em suas falas traçam paralelos entre a escola de hoje e a de sua época. Segundo
eles, a escola antes caracterizava-se pela disciplina e eficácia na transmissão dos
conteúdos. Para os pais, a disciplina, traduz-se por rigor, castigos e cobranças.
Acreditam que desta maneira o aprendizado era mais rápido e eficiente.
“Pra mim eu acho que a escola de primeiro era melhor.” (Mãe/Jucás)
“Era melhor porque naquele tempo tinha castigo. Uma boa escola, a direção seja ali no
limite, né? Prestar atenção ao aluno. Se não tiver no caminho certo, chamar atenção. Não
deixar o aluno absoluto” (Liderança/Maracanaú)
“Era melhor. Tinha mais comportamento. Porque a gente ia pra escola, com dois, três
meses aprendia qualquer coisa e hoje não aprende nada. Hoje professor só dá aquilo e
pronto. É por isso que o professor fica lá na mesa e o aluno que se vire. É por isso que o alu-
no belisca um, levanta a saia de outro.” (Liderança/Maracanaú)
Assim, ao mesmo tempo que fazem comparações entre a escola “de antes” e a
escola “de hoje”, vão tecendo modelos da escola ideal, partindo de suas rápidas ex-
periências como alunos e de suas vagas impressões enquanto pais de alunos. Embo-
ra enfatizando pontos críticos na “escola de hoje”, reconhecem e expressam seus
aspectos positivos. Da mesma forma que consideram melhor −mais rígido −o estu-
do de sua época, avaliam que hoje há um maior número de escolas e de vagas, o
que torna o acesso mais facilitado. Há também um maior número de professores
mais capacitados. Além disso, a existência de escolas noturnas oportuniza aos tra-
balhadores a freqüência ao espaço escolar e a merenda que − quando oferecida −
proporciona aos alunos carentes a possibilidade de alimentação, sendo esta em
muitos casos, a única refeição que fazem ao dia.
“Naquele tempo a gente pagava a escola, não tinha caderno, não tinha um livro pra
estudar, quando era pra gente estudar tinha que pegar um livro emprestado...e era as-
sim...” (Mãe/Jucás)
“Hoje tem mais facilidade do que de primeiro, a gente não tinha o caderno, não tinha
a carta de ABC, não tinha uma cartilha. Na 1a série a gente tinha que comprar livro....
e hoje a gente tem facilidade de tudo.” (Mãe/Jucás)
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
“A escola era mais difícil. Estudei em casa própria, não tinha acesso (...) De primeiro
não existia escola à noite, só durante o dia. E hoje, quem trabalha, principalmente o adul-
to, pode estudar à noite.” (Pai/Maracanaú)
“Agora melhorou porque todo canto tem escola. O estudo tá elevado. Na minha época
era difícil o professor. No interior era distância de duas léguas. Ia a pé, chagava lá a mu-
lhé num tava.” (Mãe/Maracanaú)
De acordo com os depoimentos citados acima, não podem ser desconsiderados
nas definições de política educacional com relação à qualidade da escola (Tabela Q1):
a merenda escolar, o maior número de vagas e a remuneração adequada dos professo-
res; pontos que serão comentados a seguir.
As falas sobre merenda escolar não chegam a exigir uma merenda variada e de
qualidade. Limitam-se ao desejo de regularidade na sua distribuição.
“Tem colégio que falta merenda, aí as crianças não querem ir porque às vezes nem em casa
elas tem. Tem muita criança que vai sem merenda, não tem janta.” (Mãe/Maracanaú)
“Hoje os filhos só não aprendem se não quiserem. Tem a merenda no colégio.”
(Pai/Jucás)
“Merenda escolar que não tem. Em Fortaleza tem merenda. Quando chega aqui, o pessoa
leva pras casas deles, só divide com a família. Aí falta pros outros.” (Pai/Maracanaú)
“Também uma merenda escolar falta na escola pública. E, às vezes, a gente vê é joga-
rem merenda escolar no mato, como aconteceu semana passada, parece que foi no sul do
país.” (Pai/Maracanaú)
Com relação ao maior número de vagas, há declarações de que, embora as es-
colas façam o possível para matricular todos os que as procuram, existem proble-
mas concretos como a necessidade de ampliação (construção de mais salas de aula),
a demanda excessiva por vagas devido ao fluxo de alunos das escolas particulares
para as públicas, e a necessidade de maior número de pessoal. Estas, entre outras
barreiras, refletem a impossibilidade de matrícula de um maior número de alunos
pelas escolas.
“A única coisa que está sendo difícil é o problema de pessoal. Tem muita gente que
passou no concurso e não foi chamado.” (Diretora/Maracanaú)
“Esse ano provavelmente não vai ter vaga. Nós trabalhamos com sala de 44 alunos. Não
tem condições. Pra ter qualidade tem que ter condições de dar assistência aos alunos. Vai
ter que acabar uma primeira série e uma alfabetização pra entrar uma segunda série e
uma terceira, porque não tem vaga.” (Professora/Maracanaú)
“Esse ano aumentou o colégio particular e encheu demais. Vaga não é fácil não.” (Mãe/
Maracanaú)
Quanto à questão salarial, os pais, alunos e comunidade escolar afirmam ser ne-
cessária uma boa remuneração para os professores. Alguns justificam inclusive a
greve dos profissionais da educação, por acreditarem que ganham mal e muitas ve-
zes não recebem em dia os seus salários. Diante disso há uma aproximação muito
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SÉRIE ESTUDOS
grande entre os pais e professores. Os pais querem garantir a escola para seus filhos
e vêem a professora como fator determinante para que isto aconteça. Esse reconhe-
cimento não prescinde da exigência de que assumam de forma responsável sua fun-
ção de educadores.
“Quando os professores tão de greve, tem gente que acha que eles são culpados, não são
não. Como é que eles vão se manter, coitados? Ensinando de graça diariamente. Se formar
pra ensinar pro povo, e não tem dinheiro?” (Mãe/Maracanaú)
“...eu acredito que seja com muito professor, que não falte as coisas, que tenha assim
um ordenado melhor para o professor, pra que eles se interessem mais...” (Mãe/Jucás)
“Uma vez eu fui numa reunião, eu dei duro em cima deles lá. Sabendo da situação
deles lá que ganham pouco e tal, mas eu num me conformava com aquilo. Já que eles fo-
ram pra aquele trabalho, é como eu dizia pra eles: onde é que tá o patriotismo de vocês,
pra onde vão essas crianças que vocês não ensinam porque ganham pouco?” (Lideran-
ça/Maracanaú)
Já professores e diretores parecem um tanto tímidos ao falarem sobre a questão
salarial. Embora apontando este como um dos problemas da educação, ao aborda-
rem o tema, fazem-no de forma receosa.
“Só um problemazinho na educação, é o salário.” (Professora/Jucás)
“... se a gente ganhasse um pouquinho mais também ajudava bastante.” (Professo-
ra/Maracanaú)
“...outro problema sério é o salarial. Fica difícil trabalhar com professores que dão aula
nos três turnos, ganhando tão pouco.” (Diretor/Jucás)
Muitos chegam a justificar, quase se desculpando, porque apontam a remunera-
ção dos professores como uma barreira, já que sempre escutam comentários críticos
sobre o trabalho de alguns profissionais desta área.
“...tem pessoas que fazem e não tão ganhando dignamente. Professora de alfabetização
anda muito, fala muito. Eles precisam de você lá, junto deles. Aqui em Maracanaú tem
muita gente boa. Eu acho que deveríamos receber pelo que nós fazemos.” (Professo-
ra/Maracanaú)
“Porque olhe, eu tenho certeza, a gente é muito tachado, mas muita gente boa que eu
conheço, que no momento tá dando sua aula, num tá olhando dinheiro não, mas sincera-
mente, no dia do pagamento a gente fica triste. Porque é muito pouco pelo trabalho que a
gente tem com as crianças.” (Professora/Maracanaú)
Outro ponto preocupante para os pais é a segurança. Neste sentido, sugerem
que em todas as escolas deveria haver um vigia controlando a entrada e saída das
pessoas, principalmente dos que não fazem parte da escola.
Uma vez apontadas as deficiências que incidem sobre a qualidade da escola, pais
e lideranças comunitárias indicam alguns agentes responsáveis pelas melhorias ne-
cessárias ao desenvolvimento do trabalho escolar. O governo −estadual e municipal
− é indicado como aquele que deve tomar providências relativas à merenda escolar,
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Ver MATOS, Kelma S.L. e MAIA, Maurício H. – Escola e Comunidade. Tomando partido pela participação.
(1995). Ver ainda MATOS, Kelma S. L. – O movimento social e a luta por escola: uma experiência na comu-
nidade Jardim União (1994).
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porque tem um incentivo, mesmo que seja a merenda escolar, a recreação, que tenha um
professor que o apoie e saiba trabalhar com ele” (Diretor/Jucás)
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SÉRIE ESTUDOS
bito doméstico com o aprendizado e a freqüência regular dos filhos à escola, o que
pode ser complementado pela assistência às reuniões convocadas pela equipe esco-
lar. Apontam sua disponibilidade de cooperação com a escola, quando requisitados
a contribuir com pequenas quantias financeiras e a prestação de serviços manuais −
reparos de paredes, telhados e móveis. Assim, deixam bem claras suas dificuldades
de opinar sobre conteúdos de aprendizagem e procedimentos de gestão escolar,
limitando suas hipóteses de colaboração às iniciativas sobre as quais são detentores
de algum saber/poder.
Alguns pais e lideranças visualizam outras formas de atuação através das quais
podem contribuir para a melhoria da escola. Uma, apontada principalmente pelas
lideranças, orienta-se para o uso do poder de pressão da comunidade junto às ins-
tâncias governamentais, no sentido de agilizar a obtenção, pela escola, dos insumos
a ela destinados, ou de conquistar novos benefícios. Outra hipótese, presente na
grande maioria das falas, orienta-se para a necessidade de mecanismos sistemáticos
de participação mais ativa dos usuários, onde as propostas e demandas sejam me-
lhor esclarecidas para eles e através dos quais seja explicitada a aspiração de que suas
opiniões possam influenciar os processos decisórios relativos à escola onde estudam
seus filhos.
Quanto a estes pontos, as falas da equipe escolar confirmam a atitude da comu-
nidade de atribuir a principal responsabilidade por melhorias da escola às instâncias
governamentais. Curioso, contudo, é observar que ao referirem-se às possibilidades
de ajuda da comunidade, as mesmas, se de um lado exprimem a crença nesta possi-
bilidade e mesmo um “desejo” de que a comunidade “ajude mais”, de outro articu-
lam, mais ou menos claramente, que permanece prerrogativa da equipe escolar de-
finir o que, quando e como a ajuda da comunidade é bem-vinda. Muitas falas não es-
condem o “temor” de professores e diretores quanto à possibilidade de intervenções
“indevidas” da comunidade no que consideram seu ofício.
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A percepção dos usuários sobre a escola pública13 constrói-se, muitas vezes, por
oposição à imagem da escola particular. Há uma percepção da melhor qualidade do
ensino privado, por isso os pais aspiram uma escola semelhante para seus filhos.
“Eu quero tirar ele daí pra botar ele num colégio melhor, pra ver se ele desenvolve, faz
um segundo grau mais bem feito. Aí, a dificuldade é grande, botar um menino desse num
colégio particular” (Pai/Maracanaú)
No entanto, há por parte do aluno da escola pública a noção de que suas chan-
ces de sucesso na escola particular são menores.
“Se sair desse colégio, aí pegar um particular, bem rígido, aí pronto, reprova” (Estu-
dante/Maracanaú)
O ideário da escola privada está presente na representação da equipe escolar. Na
mesma direção, os usuários apontam as escolas particulares mais conhecidas como
modelos para a escola pública:
“A gente aqui não faz diferença: nem de cor, nem financeira. De modo geral acho que
necessita maior assistência nesse sentido. Porque nós não fazemos essa diferença (...) Não é
porque é pública que a gente não vai valorizar. Inclusive aqui é chamado de escola parti-
cular” (Diretora/Maracanaú)
12
Alternativa de escolarização regular para alunos de 5a a 8a série da rede pública cearense. As aulas são
ministradas pela televisão, contando cada sala de aula com um “orientador de aprendizagem”.
13
As entrevistas com usuários não apresentaram referências às possíveis diferenças entre as escolas municipais e
estaduais. No entanto as falas dos Secretários de Educação indicam a necessidade de intensa cooperação técni-
ca e financeira entre o estado e os municípios.
•
37
SÉRIE ESTUDOS
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38
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
14
Uma indicação nesse sentido parece revelar-se na atitude de recusa a conceder entrevista por parte de
uma jovem do município de Maracanaú. Segundo informações de pessoas do bairro, também enfrentou
este problema.
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39
SÉRIE ESTUDOS
“Porque eu era desinteressada também (...) comecei com um namoro... Ele buliu comi-
go e eu fiquei grávida” (Aluna evadida/Maracanaú)
O Ceará tem mais de 50% dos alunos de 5a a 8a série da rede pública matricula-
dos no telensino.15 Trata-se de um sistema que funciona há mais de 20 anos e que,
por muito tempo, foi uma alternativa para escolas e regiões carentes de pessoal
qualificado. O sistema de telensino é questionado a respeito do desempenho alcan-
çado no processo de aprendizagem de seus usuários e de dificuldades peculiares à
manutenção do mesmo.
Comentando a ajuda nas tarefas escolares dos filhos, um dos entrevistados suge-
re que nem os próprios alunos sabem ao certo o que precisa ser estudado.
“Nem eles mesmo, às vezes não sabe, por exemplo nesse setor de televisão, né, sistema de
televisão. Eles mesmo têm dificuldade de estudar, de fazer prova” (Pai/Maracanaú)
Esta dificuldade parece tornar-se mais precisa em outros depoimentos que
apontam deficiências na preparação dos professores do telensino e a quase impossi-
bilidade de serem polivalentes.
“Só tem uma professora agora, negócio de TV. A gente pedia uma explicação em ma-
temática, ela não sabia. E tem umas que só sabe matemática, só sabe português. Aí fica
ruim pra elas.” (Aluna evadida/Maracanaú)
“O ensino não é tão bom. Melhor o sistema com o professor. Pelo sistema de TV a gente
não aprende tanto. A professora da 7a B, ela é toda burrinha (...) As orientadoras deviam
ensinar o ensino da TV, explicar mais” (Estudante/Maracanaú)
O sistema de TV também apresenta problemas na distribuição de material didá-
tico, e na qualidade dos equipamentos utilizados, agravando ainda mais a situação
da aprendizagem.
“A professora da alfabetização faz um trabalho bonito, aí vem a segunda, a terceira, a
quarta série. Quando chega na quinta, aí vira aquela bagunça. Aula de televisão, tudo
bem, bonitinho e tudo. Mas aí falta material, manual de apoio, caderno de atividade. O
professor fica totalmente perdido. O professor de 5a a 8a série pode ter obrigação de saber
todas as matérias?” (Professora/Maracanaú)
“Com relação ao ensino tá uma dificuldade porque às vezes nossos aparelhos, sistema de
TV, aqui acolá quebram. Não são aparelhos de primeira qualidade. Necessitava isso”
(Pai/Maracanaú)
15
Veja-se, a respeito, o estudo: Avaliação do Telensino no Ceará, elaborado pela Coordenadoria de Avaliação e
Inovação Educacional da Secretaria da Educação do Ceará. Fortaleza. 1995.
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40
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
7 CONCLUSÕES
A resposta à indagação proposta pelo estudo principal −Por que as escolas falham
na educação de crianças no Nordeste do Brasil? −não é simples. Na verdade, o fracasso
escolar é fruto de uma complexa rede de circunstâncias, nem sempre perceptíveis
através de uma aproximação rápida como a do presente estudo.
Uma primeira visualização permite obter pistas passíveis de serem aprofundadas
em momento posterior. Assim, alguns temas revelaram certos aspectos da realidade
em questão, enquanto outros ficaram encobertos.
O conjunto de indagações formuladas aos entrevistados incidiu sobre questões
relacionadas a qualidade, valores, barreiras e sugestões para a melhoria da situação
existente. O exame do material coletado e a sistematização das informações obtidas
permitiu chegar a algumas constatações significativas.
Foi possível verificar que, de uma maneira geral, registra-se um reconhecimento
unânime por parte de todos os segmentos da população entrevistada acerca da im-
portância da escola. Entretanto, provavelmente, esta é uma valorização formal. Pais e
filhos afirmam o valor da escola, mas a trajetória de ambos nega este valor. Os pri-
meiros, pelo precário valor real que a escola teve em suas vidas. Os segundos, pelo
trânsito perverso que fazem em seu interior. Se todos, ou quase todos, entram na
escola, poucos são os bem sucedidos.
Analisando as entrevistas, observa-se uma nítida evidência da ampliação das
oportunidades de acesso à escola. A maioria dos adultos, ao evocar a escola de seus
dias, reconhece que as chances de freqüentá-la hoje são maiores para todos. Os de-
•
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SÉRIE ESTUDOS
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42
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
16
Referências registradas nas entrevistas com o Secretário de Educação do Ceará e com a Secretária de
Educação de Jucás.
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SÉRIE ESTUDOS
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
ANEXOS
LISTA DE TABELAS
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SÉRIE ESTUDOS
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EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
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SÉRIE ESTUDOS
I. TABELAS
Tabela 01
Distribuição dos adultos da comunidade conforme faixa etária
Faixa Etária Maracanaú Jucás Total
Até 25 Anos 1 1 2
> 25 a 35 3 2 5
> 35 a 45 3 2 5
> 45 a 55 4 5 9
> 55 a 65 1 2 3
> 65 1 1 2
Total 13 13 26
Tabela 02
Distribuição dos adultos da comunidade conforme sexo
Sexo Maracanaú Jucás Total
Feminino 6 5 11
Masculino 7 8 15
Total 13 13 26
Tabela 03
Distribuição dos adultos da comunidade conforme cor da pele
Cor da Pele Maracanaú Jucás Total
Branca 3 6 9
Parda 9 5 14
Preta 1 2 3
Total 13 13 26
Tabela 04
Distribuição dos adultos da comunidade conforme escolaridade
Escolaridade Maracanaú Jucás Total
Nunca estudou 2 4 6
Frequentou até a 3a série 3 6* 9
Completou a 4a série 2 0 2
Parou entre a 5a e 8a série 3** 0 3
Completou 1o Grau 2 0 2
Iniciou 2o Grau 0 1 1
Completou 2o Grau 1 1 2
Superior incompleto 0 1 1
Total 13 13 26
(*) 1 fez até 1a série, 2 fizeram até 2a série, 1 faz 1a série.
(**) Dois ainda estudam, 6a série e supletivo.
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48
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela 05
Distribuição dos adultos da comunidade conforme ocupação
Ocupação ABS %
Pequeno comerciante 2 7,7
Costureira 1 3,8
Aposentado 4 15,4
Operário têxtil 1 3,8
Carregador de frutas 1 3,8
Sacoleira / vendedora de confecções 2 7,7
Costureira industrial 1 3,8
Entregador de carga 1 3,8
Agricultor 5 19,2
Secretário escolar 1 3,8
Arquivista 1 3,8
Vigilante 1 3,8
Cozinheira 1 3,8
Professora 2 7,7
Agricultor/func. publico 1 3,8
Servente escolar 1 3,8
Total 26 100,0
Tabela 06
Distribuição dos adultos da comunidade conforme estado civil
Estado Civil Maracanaú Jucás Total
Solteiro 1 2 3
Casado 11 11 22
Separado 1 0 1
Viúvo 0 0 0
Total 13 13 26
Tabela 07
Distribuição dos adultos da comunidade conforme posição na família
Posição na Família Maracanaú Jucás Total
ABS ABS ABS
Chefe 7 10 17
Parceiro(a) 4 1 5
Filho(a) 2 2 4
Parente 0 0 0
Total 13 13 26
Tabela 08
Distribuição dos adultos da comunidade conforme estrutura familiar
Estrutura Familiar Maracanaú Jucás Total
Nuclear completa (pai + mãe + filhos) 6 11 17
Só pai + filhos 0 0 0
Só mãe + filhos/(avó + netos) 1 0 1
Extensa 5 1 6
Composta 1 1 1
Total 13 13 25
•
49
SÉRIE ESTUDOS
Tabela 09
Distribuição dos adultos da comunidade conforme número de filhos
Número de filhos Maracanaú Jucás Total
Nenhum 1 1 2
Só um 0 1 1
2 ou 3 4 1 5
4 ou 5 3 0 3
6a8 4 2 6
+ 8 filhos 1 8 9
Total 13 13 26
Tabela 10
Distribuição dos adultos da comunidade conforme número de pessoas por domicílio
Número de Pessoas Maracanaú Jucás Total
Até 3 pessoas 0 1 1
> 4 ou 5 pessoas 6 2 8
> 6 a 8 pessoas 5 3 8
> 8 a 10 pessoas 1 5 6
> 10 pessoas 1 2 3
Total 13 13 26
Tabela 11
Distribuição dos adultos da comunidade conforme renda familiar aproximada
Renda familiar Maracanaú Jucás Total
Até 1 SM 0 1 1
> 1 a 2 SM 5 4 9
> 2 a 3 SM 1 3 4
> 3 a 5 SM 3 1 4
> 5 a 10 SM 2 1 3
> 10 SM 2 1 3
Não respondeu 0 2 2
Total 13 13 26
Tabela 12
Distribuição dos adultos da comunidade conforme procedência
Procedência Maracanaú Jucás Total
Mesmo município 1 6 7
Outro município 12 4 16
Outro estado 0 2 2
Não consta 0 1 1
Total 13 13 26
•
50
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela 13
Distribuição dos adultos da comunidade conforme escolaridade dos pais
Escolaridade dos pais Maracanaú Jucás Total
Nunca estudou 7 8 15
Freqüentou até a 3a série 2 3 5*
Completou a 4a série 2 2 4
Parou entre a 5a e 8a série 1 0 1
Completou 1o Grau 0 0 0
Iniciou 2o Grau 0 0 0
Completou 2o Grau 1 0 1
Total 13 13 26
(*) Alguns fizeram 1a e 2a Séries.
Tabela 14
Distribuição dos adultos da comunidade conforme tempo em que moram no local
Tempo de Residência Maracanaú Jucás Total
Até 2 anos 0 0 0
> 2 a 5 anos 0 1 1
> 5 a 10 anos 4 0 4
> 10 anos 9 12 21
Total 13 13 26
Tabela 15
Distribuição dos adultos da comunidade quanto à participação em grupos organizados
Participação em Grupos Maracanaú Jucás Total
Sim 9 7 16
Não 4 6 10
Às vezes 0 0 0
Total 13 13 26
Tabela 16
Distribuição dos adultos da comunidade conforme a prática religiosa
Religião Maracanaú Jucás Total
Católica 9 13 22
Evangélica 2 0 2
Espírita 0 0 0
Nenhuma 2 0 2
Total 13 13 26
•
51
SÉRIE ESTUDOS
Tabela 17
Distribuição dos adultos da comunidade conforme a resposta à pergunta:
Como se informa?
Como se informa Maracanaú Jucás Total
Assiste ao noticiário/TV 9 7 16
Lê jornal/revista 2 3 5
Ouve rádio 5 12 17
Conversa c/ vizinhos e amigos 8 13 21
Total 24 35 59
Tabela 18
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme faixa etária
Faixa Etária Maracanaú Jucás Total
> 10 a 15 anos 5 6 11
> 15 a 20 anos 5 3 8
> 20 a 25 anos 0 1 1
Total 10 10 20
Tabela 19
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola conforme sexo
Sexo Maracanaú Jucás Total
Feminino 5 3 8
Masculino 5 7 12
Total 10 10 20
Tabela 20
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme resposta à pergunta: Está trabalhando?
Está trabalhando? Maracanaú Jucás Total
Sim 3 8 11
Não 7 2 09
Total 10 10 20
•
52
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela 21
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme a cor da pele
Cor da Pele Maracanaú Jucás Total
Branca 2 5 7
Parda 7 4 11
Preta 1 1 2
Total 10 10 20
Tabela 22
Distribuição dos jovens evadidos da escola
conforme a escolaridade
Escolaridade Maracanaú Jucás Total
Total 5 5 10
(*) 2 fizeram até a 2a série.
Tabela 23
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme o estado civil
Estado Civil Maracanaú Jucás Total
Solteiro 9 10 19
Casado 1 0 1
Total 10 10 20
Tabela 24
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme a estrutura familiar
Estrutura Familiar Maracanaú Jucás Total
Total 10 10 20
•
53
SÉRIE ESTUDOS
Tabela 25
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme o número de pessoas por domicílio
Número de Moradores Maracanaú Jucás Total
Até 3 pessoas 2 0 2
4 ou 5 pessoas 3 2 5
6 a 8 pessoas 4 6 10
9 ou 10 pessoas 1 2 3
>10 pessoas 0 0 0
Total 10 10 20
Tabela 26
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme a renda familiar aproximada
Renda familiar Maracanaú Jucás Total
Até 1 SM 1 2 3
> 1 a 2 SM 4 3 7
> 2 a 3 SM 2 2 4
> 3 a 5 SM 0 2 2
> 5 a 10 SM 2 1 3
> 10 SM 1 0 1
Não respondeu 0 0 0
Total 10 10 20
Tabela 27
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme a procedência
Procedência Maracanaú Jucás Total
Mesmo município 4 6 10
Outro município 6 4 10
Total 10 10 20
Tabela 28
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme a escolaridade dos pais
Escolaridade dos Pais Maracanaú Jucás Total
Nunca estudou 2 3* 5
Frequentou até a 3a série 3 5 8
a
Completou a 4 série 2 0 2
Parou entre a 5a e 8a série 2 1 3
o
Completou 1 Grau 1 2** 3
Total 10 11 21
(*) Duas mães nunca estudaram, pai fez a 1a série
(**) Mãe completou 1o Grau, pai nunca estudou
•
54
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela 29
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme o tempo em que moram no local
Tempo de residência Maracanaú Jucás Total
Até 2 anos 0 1 1
> 2 a 5 anos 1 1 2
> 5 a 10 anos 4 2 6
> 10 anos 5 4 9
Total 10 8 18
Tabela 30
Distribuição dos jovens estudantes e evadidos da escola
conforme a prática religiosa
Religião Maracanaú Jucás Total
Católica 7 10 17
Nenhuma 3 0 3
Total 10 10 20
Tabela 31
Distribuição do pessoal escolar conforme a faixa etária
Faixa Etária Maracanaú Jucás Total
Até 25 anos 2 1 3
> 25 a 35 anos 2 4 6
> 35 a 45 anos 2 2 4
> 45 a 55 anos 3 2 5
Total 9 9 18
Tabela 32
Distribuição do pessoal escolar conforme o sexo
Sexo Maracanaú Jucás Total
Feminino 9 7 16
Masculino 0 2 2
Total 9 9 18
•
55
SÉRIE ESTUDOS
Tabela 33
Distribuição do pessoal escolar conforme a função desempenhada na escola
Função Maracanaú Jucás Total
Diretor(a) 3 3 6
Prof.(a) 1-4 4 4 8
Prof.(a) 5-8 2 2 4
Total 9 9 18
Tabela 34
Distribuição do pessoal escolar conforme o tempo de serviço no magistério
Tempo de Serviço Maracanaú Jucás Total
Até 5 anos 2 3 5
> 5 a 10 anos 1 1 2
> 10 a 20 anos 5 3 8
> 20 anos 1 2 3
Total 9 9 18
Tabela 35
Distribuição do pessoal escolar conforme a cor da pele
Cor da Pele Maracanaú Jucás Total
Branca 6 5 11
Parda 3 3 6
Preta 0 1 1
Total 9 9 18
Tabela 36
Distribuição do pessoal escolar conforme o grau de formação
Grau de Formação Maracanaú Jucás Total
1o Grau Incompleto 0 1 1
1o Grau Completo 0 1 1
2o Grau Incompleto 0 0 0
2o Grau Completo 6 4 10
Superior 3 3 6
Total 9 9 18
(*) Inclui duas licenciaturas curtas
•
56
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela 37
Distribuição do pessoal escolar conforme o estado civil
Estado Civil Maracanaú Jucás Total
Solteiro 3 5 8
Casado 5 4 9
Separado 0 0 0
Viúvo 1 0 1
Total 9 9 18
Tabela 38
Distribuição do pessoal escolar conforme o número de pessoas por domicílio
Número de Moradores Maracanaú Jucás Total
Até 3 pessoas 3 1 4
4 ou 5 pessoas 2 4 6
6 a 8 pessoas 4 2 6
Não consta 0 2 2
Total 9 9 18
Tabela 39
Distribuição do pessoal escolar conforme a renda familiar aproximada
Renda Familiar Maracanaú Jucás Total
> 2 a 3 SM 1 2 3
> 3 a 5 SM 1 3 4
> 5 a 10 SM 3 3 6
> 10 SM 4 1 5
Total 9 9 18
Tabela 40
Distribuição do pessoal escolar conforme a procedência
Procedência Maracanaú Jucás Total
Mesmo município 0 6 6
Outro município 8 3 11
Outro estado 1 0 1
Total 9 9 18
Fortaleza fornece professores para Maracanaú
Iguatu fornece professores para Jucás
•
57
SÉRIE ESTUDOS
Tabela 41
Distribuição do pessoal escolar conforme o tempo de trabalho na escola
Tempo de Trabalho na Escola Maracanaú Jucás Total
Até 2 anos 0 3 3
> 2 a 5 anos 7 1 8
> 5 a 10 anos 1 1 2
> 10 a 20 anos 1 2 3
> 20 anos 0 1 1
Total 9 8 17
Tabela 42
Distribuição do pessoal escolar quanto a participação em grupos organizados
Participação em Grupos Maracanaú Jucás Total
Sim 1 6 7
Não 7 3 10
Às vezes 1 0 1
Total 9 9 18
Tabela 43
Distribuição do pessoal escolar conforme a prática religiosa
Religião Maracanaú Jucás Total
Católica 8 9 17
Evangélica 0 0 0
Espírita 1 0 1
Nenhuma 0 0 0
Total 9 9 18
Tabela 44
Distribuição percentual dos adultos da comunidade segundo a maior preocupação
Preocupação ABS %
Situação financeira da família 5 17,24
Alimentação e saúde da família 4 13,79
Educação dos filhos 7 24,14
Segurança dos filhos na escola 2 6,9
Filhos morando distantes 1 3,45
Influência de más companhias/filhos 1 3,45
Situação social e financeira da comunidade 1 3,45
Analfabetismo na comunidade 1 3,45
Desemprego na comunidade 2 6,9
Crise do país 1 3,45
Problemas da juventude (drogas, sexo) 1 3,45
Dívidas 2 6,9
Tirar boas notas 1 3,45
Total 29 100,00
•
58
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela 45
Distribuição percentual dos adultos da comunidade segundo maior sonho
Maior Sonho ABS %
Total 26 100,00
Tabela 46
Distribuição percentual dos jovens estudantes e evadidos da escola
segundo a maior preocupação
Maior Preocupação ABS %
Total 22 100,00
•
59
SÉRIE ESTUDOS
Tabela 47
Distribuição percentual dos jovens estudantes e evadidos da escola
segundo o maior sonho
Maior Sonho ABS %
Total 27 100,00
•
60
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela B1
Distribuição percentual dos tipos de barreiras à escolarização,
apontados pelos adultos da comunidade
ABS %
Barreiras de natureza econômica 28 38,36
Por parte dos pais:
- baixa renda familiar (pressão sobre o trabalho infantil) 16
- custo do material escolar/uniforme/transporte 1
Por parte da rede de ensino:
- recursos para construção/ampliação do espaço escolar 7
- falta de equipamentos e recursos didáticos adequados 2
- falta de vagas 1
- remuneração insatisfatória da equipe escolar 1
Barreiras de natureza social 23 31,51
- falta de compromisso governamental (estadual e municipal) 7
- migração e rotatividade de local de moradia 1
- falta de tempo dos pais (que trabalham) para o acompanhamento do 6
desempenho escolar dos filhos
- violência (dentro e fora da escola)/falta de segurança 7
- gravidez/casamento de adolescentes/ encargos da filha mais velha com 2
os irmãos menores
Barreiras de natureza psicopedagógica 22 30,14
- falta de flexibilidade nas diretrizes para matrículas, transferências e 2
adaptação dessa clientela escolar, inexistência da série na escola
- despreparo do professor para lidar com essa clientela 7
- falta de incentivo dos pais 4
- falta de interesse dos alunos (principalmente dos jovens) nas atividades 9
em sala de aula
Total 73 100,00
Tabela V1
Distribuição percentual das respostas dos adultos da comunidade à questão:
Para que serve a escola?
ABS %
Para ascender socialmente 11 78,57
- encontrar trabalho melhor, ter futuro garantido, ter educação 11
etc.
Para aprender 1 7,14
- ler, entender, escrever, falar corretamente, calcular etc. 1
Outras razões 2 14,29
- Orientar para a vida 2
Total 14 100,00
•
61
SÉRIE ESTUDOS
Tabela V2
Distribuição percentual das respostas da comunidade à questão:
Qual seria sua vida hoje, se você tivesse estudado?
Total 100,00
Tabela V3
Distribuição percentual das respostas da comunidade à questão:
Se voltasse a estudar, sua vida mudaria?
ABS %
Não mudaria 4 13,33
Mudaria 14 46,67
Não responderam 10 33,33
Estuda atualmente 2 6,67
Total 30 100,00
Tabela V4
Distribuição percentual das respostas da comunidade à questão:
Aprende-se mais na escola ou fora dela?
ABS %
Aprende-se também fora da escola 7 26,92
(no trabalho, no mundo, na igreja, pela TV, rádio e jornal)
O que se aprende na escola não se aprende em outro lugar 16 61,54
(aprendizagem sistematizada)
Na escola aprende-se o “bom e o ruim” 1 3,85
Não respondeu 2 7,69
Total 26 100,00
•
62
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela V5
Distribuição percentual das respostas da comunidade à questão:
Até que ano você acha importante que seus filhos estudem?
ABS %
Até a faculdade 9 34,62
2o Grau 6 23,08
1o Grau completo 4 15,38
5a ou 6a série 2 7,69
Até quando puder/quanto mais, melhor 3 11,54
Não respondeu/não sabe 2 7,69
Total 26 100,00
Tabela V6
Distribuição percentual das respostas da comunidade à questão:
Quem acompanha a vida escolar dos filhos?
ABS %
A mãe 16 64,00
- vai às reuniões, acompanha as lições etc.
- pai fica mais distante, só sabe notícias etc.
O pai 4 16,00
- vai às reuniões, acompanha as lições etc.
- mãe fica mais distante
Ninguém acompanha ou só à distância 1 4,00
Não respondeu 4 16,00
Total 25 100,00
•
63
SÉRIE ESTUDOS
Tabela Q1
Distribuição percentual das expectativas da comunidade com
relação a uma “boa escola”
ABS %
Escola com “bons professores”quanto a: 37 51,39
- relação com os alunos 18
- capacitação 12
- remuneração 7
Escola “bem organizada” quanto a: 27 37,50
- segurança 5
- disciplina 8
- merenda (variada e de boa qualidade) 7
- número de vagas (para todos) 7
Escola com mais conteúdo, mais “forte” 8 11,11
Total 72 100,00
Tabela Q2
Distribuição percentual dos aspectos positivos da escola de hoje apontados
pelos adultos da comunidade.
ABS %
O ensino, as lições, o estudo é melhor que antigamente 3 7,32
Os professores 13 31,71
A merenda 2 4,88
Acesso (mais vagas) 9 21,95
Escolas com aulas noturnas 7 17,07
Pais incentivam mais os filhos que antes 5 12,2
Não respondeu 2 4,88
Total 41 100,00
•
64
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
Tabela Q3
Distribuição percentual das principais deficiências da escola de
hoje apontadas pelos adultos da comunidade
ABS %
Professores 14 23,73
- faltam muito 3
- não se relacionam bem com os alunos 6
- não sabem ensinar 3
- têm salários muito baixos/ recebem atrasado 2
Organização 12 20,34
- merenda ruim / falta sempre 4
- falta limpeza 1
- exige muito material / falta material 3
- falta segurança (violência, drogas) 4
Currículo 14 23,73
- ensina pouco 9
- exige pouco dos alunos 5
Instalações 15 25,42
- prédios e mobiliário em mau estado 8
- falta espaço 7
Acesso 2 3,39
o
Escola não tem o 2 grau 2 3,39
Total 59 100,00
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65
SÉRIE ESTUDOS
Tabela Q4
Distribuição percentual dos agentes responsáveis pela melhoria da escola, segundo
os pais, e suas sugestões
ABS %
O governo 41 47,13
- pagando melhor o professor/capacitando-o 9
- ajudando as famílias na compra de material di- 7
dático
- melhorando a merenda/ não deixando faltar 12
merenda
- melhorando o método de ensino 3
- destinando mais verbas para educação 7
- reformando o prédio/construindo 3
Os pais 31 35,63
- incentivando os filhos 14
- exigindo do governo 7
- contribuindo financeiramente 1
- ajudando na limpeza 1
- participando das reuniões 8
A escola 14 16,09
- com diretor mais enérgico 6
- reunindo-se com os pais 5
- despertando o interesse nos alunos 3
Não respondeu 1 1,15
Total 87 100,00
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66
EDUCAÇÃO, ESCOLA E COMUNIDADE: UM ESTUDO-PILOTO NO ESTADO DO CEARÁ
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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