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• Entendendo o cenário atual

Com dimensões continentais, variedades de climas e poucos desastres


naturais, não é novidade dizer que o Brasil figura entre os países com
maior participação no agronegócio, na produção ou na exportação —
quando não em ambos os casos.

Fonte: Valor Econômico

Em 2003, período que ficou conhecido como superciclo das commodi-


ties, a participação do agronegócio atingiu um dos maiores patamares
de representação do PIB brasileiro, na casa de 30%.

Fonte: Cepea-Esalq/USP | Elaboração: Nord Research

Entre 2003 e 2010, a economia do agronegócio cresceu a ritmos menores


do que outros setores da economia (+60% versus +126%) e sua

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representatividade diminuiu de 30%, em 2003, para 21%, em 2010. Porém,
nos últimos 10 anos, o cenário se inverteu: o agro cresceu +137% versus
+92% dos outros setores.

Fonte: Cepea-Esalq/USP | Elaboração: Nord Research

Como resultado, a participação voltou a subir e fechou o ano em 27%,


maior patamar desde 2003.

Fonte: Cepea-Esalq/USP | Elaboração: Nord Research

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Assim, a frase “o agro é pop” nunca fez tanto sentido, e provavelmente
você já deve ter se deparado com a expressão “o novo superciclo das
commodities”.

• Agronegócio - por que agropecuária?


Pois bem, falando sobre o agronegócio, o segmento pode ser subdividi-
do em dois subsetores, sendo eles: agrícola e agropecuária. O primeiro
é composto prioritariamente por grãos como soja, milho, algodão, café,
dentre outros, enquanto o segundo está relacionado à criação de gado.

Com crescimento mais acelerado, a agropecuária está ganhando cada vez


mais participação no agronegócio. Em 2003, a participação era de 20% do
total, em 2010, o valor subiu para 26% e, em 2020, fechou em 30%.

Fonte: Cepea-Esalq/USP | Elaboração: Nord Research

Olhando para os últimos 10 anos, o setor de proteína animal vem cres-


cendo a passos mais largos do que o setor de grãos, isso fica evidente ao
compararmos o crescimento dos setores (+176% da agropecuária contra
+124% do ramo agrícola). Ainda, se pegarmos como base 2003, o cresci-
mento foi de +470% versus +229%. Isso mostra que mesmo sendo

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nominalmente menor, a sua participação na economia está crescendo
consistentemente ao longo dos últimos anos.

Fonte: Cepea-Esalq/USP | Elaboração: Nord Research

Por que isso? Com o crescimento populacional e melhora econômica de


boa parte da população, principalmente da população chinesa, a deman-
da por proteína animal segue em alta. Ainda, o Brasil figura entre os prin-
cipais produtores e exportadores do setor no cenário mundial.

• Por dentro dos frigoríficos


Os representantes desse setor na
bolsa de valores (B3) são: BRF, JBS,
Marfrig e Minerva. O primeiro é con-
centrado em aves e processados,
enquanto os outros três têm como
principal linha de negócio a parte de
proteína bovina.

A origem desses players é muito pa-


recida, iniciaram como empresas fa-
miliares que começaram a operar en-
tre as décadas de 30 e 50 – à exceção
do Marfrig, criado no início dos anos
2000 – e foram crescendo à medida
que foram se profissionalizando e se
aproveitando do cenário macro.

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• Modelo de negócio
Apesar de suas diferenças, o modelo de negócio é muito parecido: a em-
presa compra os animais vivos de pecuaristas ou cooperativas e cuida de
todo o processo de transporte entre a fazenda e a fábrica — onde são
abatidos e cortados para comercialização nos diversos cortes encontra-
dos nos supermercados e restaurantes.

A operação consiste basicamente da arbitragem entre o preço vivo dos


animais (custo) e o preço do corte, que é a receita. Ainda, é importante
ressaltar que todos têm grande parcela de sua produção exportada, ou
seja, além dos fatores locais, os frigoríficos devem ficar atentos a fatores
internacionais que possam impactar os negócios como: I) câmbio; II) pre-
ços praticados no mercado internacional; e III) relação “oferta x deman-
da” nos países de destino das exportações.

• Riscos
Falando um pouco sobre os riscos, dada a alta complexidade de negócio
e aspectos que fogem do controle da empresa, o principal objetivo dos
frigoríficos consiste em mitigar os impactos dessas variáveis externas —
como fatores econômicos — a fim de conseguir extrair a melhor margem
para a companhia, independentemente do cenário em que estão inseri-
dos.

Os principais pontos externos que afetam o custo das empresas são: I)


variação na oferta e demanda de animais; II) condições naturais atípicas
(excesso de seca ou chuvas); III) surtos de doenças e IV) condições eco-
nômicas gerais.

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• ESG é moda ou veio para
ficar?
Adicionalmente, mas não limitado a estes,
existem outros aspectos que podem afetar
as margens dos frigoríficos, dentre eles, há
um destaque especial aos custos de logís-
tica e questões de ESG (ambiental, social e
governamental).

Recentemente, a preocupação com ques-


tões ambientais, sociais e de governan-
ça tem feito com que alguns investidores,
principalmente os internacionais e institucionais, pressionem essas em-
presas para que se tornem cada vez mais ESG.

No Brasil, o movimento ainda é incipiente, porém a tendência é que com


o passar dos anos haja cada vez mais uma pressão internacional, e por
aqui tenhamos que ficar cada vez mais ligados nesse aspecto. Diante
desse cenário futuro, os frigoríficos, cada um à sua maneira, têm buscado
não só demonstrar o seu comprometimento, como de fato endereçar o
assunto da maneira correta.

A maioria deles busca investir em alternativas à proteína animal e tam-


bém focam em reduzir e mitigar qualquer tipo de ligação – principalmen-
te com fornecedores indiretos – com o desmatamento ilegal de terra ou
criações irregulares dos animais.

• Preferência no setor
Como vimos, temos quatro possíveis players para investirmos. Cada um
deles é destaque em um segmento específico, por exemplo: se o driver for
margem bruta, a possível escolha seria BRF (BRFS3), se for por tamanho
de faturamento, JBS (JBSS3), se for por margem EBITDA, Marfrig (MRFG3) e
se for por exposição à exportação, Minerva (BEEF3).

• Por que investir em Minerva (BEEF3)?


Dentro do setor, nossa preferência é por Minerva (BEEF3). Os principais
motivos pela nossa preferência são:

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I) grande exposição ao mercado asiático, principalmente ao mercado chi-
nês, sendo esse um dos principais mercados responsáveis pela retomada
econômica global;

Fonte: Minerva

II) crescimento de receita e boa gestão na manutenção das margens. Mes-


mo com a alta dos preços da carne (principal custo do Minerva), as mar-
gens se mantiveram estáveis, entre 9% e 11%;

Fonte: Cepea-Esalq/USP e Minerva | Elaboração: Nord Research

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III) é exportadora de carne bovina e, com isso, consegue se beneficiar de
questões sanitárias que impactam outras empresas, como a gripe suína
africana e gripe aviária.

Fonte: Veja

Fonte: G1

IV) atualmente preterida pelo mercado, é negociada a um valuation atra-


tivo, o que nos permite uma entrada com boa margem de segurança.

Assim sendo, a nossa recomendação é COMPRAR Minerva (BEEF3).

Esses foram alguns dos motivos pelos quais gostamos de Minerva. Caso
você queira saber mais sobre a nossa tese, acompanhamos Minerva no
Nord Small Caps, e na nossa área de assinante temos um relatório com-
pleto sobre a empresa, além do acompanhamento de resultados e outros
fatores que impactam a tese.

Esta série busca investir em empresas com: I) boas perspectivas futuras;


II) bem-posicionadas e com situação financeira saudável; e III) valuations
que ofereçam razoável margem de segurança no preço de entrada; tenho
certeza de que você se identificará com a carteira do Nord Small Caps.

Você sabe todos os benefícios que pode ter ao adquirir este produto?
Você terá acesso aos relatórios quinzenais – e esporádicos, se necessário

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–, canal do Telegram para tirar dúvida e acompanhar eventuais desdobra-
mentos relevantes sobre as teses da carteira, com acompanhamento diá-
rio, além da seção “o que comprar”, com Preço-Teto e percentual sugerido
na carteira de cada uma das ações.

Espero você na área do assinante! Forte abraço,

André Zonaro

Ricardo Schweitzer, CNPI

Em observância aos Artigos 20 e 21 da Instrução CVM nº 598/2018, o Analista Ricardo Schweitzer declara:
I. Que é o responsável principal pelo conteúdo do presente Relatório de Análise;
II. Que as recomendações constantes no presente Relatório de Análise refletem única e exclusiva-
mente suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente, inclusive com relação
à Nord Research;
NOSSA CENTRAL DE AJUDA
III. Que é detentor de valores mobiliários mencionados neste Relatório de Análise — a saber, BEEF3
Em observância ao Artigo 22 da Instrução CVM nº 598/2018, a Nord Research esclarece:
Que oferece produtos contendo recomendações de investimento pautadas por diferentes estratégias e/ CONHEÇA A NOSSA PLATAFORMA
ou elaborados por diferentes Analistas. Dessa forma, é possível que um mesmo valor mobiliário encontre
recomendações distintas em diferentes produtos por nós oferecidos. As indicações do presente Relatório
de Análise, portanto, devem ser sempre consideradas no contexto da estratégia que o norteia.

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