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Pós Graduação em Psicologia Analítica com ênfase

em mitologia, contos e arte

Disciplina: O papel da Criatividade na subjetividade

Profa. Ms. Adriana Leopold


Psicóloga (CRP 06/96436)
Parte A

O que você entende por


CRIATIVIDADE?
Fonte: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/criatividade/
De acordo com Wechsler (2008), a origem da palavra criatividade
remete ao Latim creare (fazer) e do grego krainen (realizar).

Fonte: Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND


❖ As maiores dificuldades encontradas pra o estudo da criatividade é o
fato desta ser um fenômeno objetivo e não observável e, vista como
uma função psicológica oposta à razão.
Wechsler (2008) descreve as linhas de pesquisa mais citadas em sobre o tema da criatividade:

❖ processos do pensamento criativo: o pensamento direciona a pessoa à descoberta


criativa. Incluem-se também estudos, os caminhos que levam à produção criativa
(preparação, incubação e verificação).

❖ criatividade como produto: nessa abordagem, a prioridade está em destacar o


produto fruto da criação para o indivíduo, ou a sua relevância para o meio social.
❖ personalidade criativa: uma abordagem sobre a qual não se chega muito a um consenso.
Afinal, o que é ser uma pessoa criativa?

❖ ambientes facilitadores: tal abordagem investiga a importância da estimulação criativa nos


diferentes contextos de atuação humana, como escolas, lares, empresas, etc.
A importância de um ambiente estimulador
para o aparecimento e desenvolvimento do
potencial criativo tem sido um dos fatores
mais comumente investigados nos estudos
que focalizam esse aspecto específico
(WECHSLER, 2008, p.2).

Fonte: https://kincara.tumblr.com/image/142865534219
As teorias do conhecimento a respeito da criatividade são muitas e
estão presentes em todas abordagens, entre elas:

➢ Abordagens filosóficas;

➢ Abordagens biológicas;

➢ Abordagens psicológicas;
Abordagens psicológicas

• A teoria comportamental de Skinner entende


o comportamento humano como um
resultado da relação estímulo-resposta.
• A criatividade é “formada por associações
entre estímulos e respostas, caracterizada
pelo fato de que os elementos associados não
parecem como estando relacionados”
(WECHSLER, 2008, p.4).
Para a Psicanálise, a criatividade está a favor da solução de conflitos. O
processo criativo é uma força inconsciente que deve emergir para a
consciência, contudo, quanto mais defesas, maiores as dificuldades de
acesso ao processo criativo.

A respeito deste posicionamento, Wechsler (2008, p. 6) comentou


“Freud via o processo criativo como uma sublimação dos instintos
sexuais primitivos, em atividades artísticas ou científicas, socialmente
aceitas”.
Na perspectiva humanista de Carl Rogers,

❑ A criatividade é abordada em um sentido bem mais aberto;


❑ compara-se à tendência de autorrealização e expressão do potencial
abordados na psicoterapia.
❑ Diante de condições adequadas, a criatividade surge como expressão
em toda sua potência;
(WECHSLER, 2008)
Rollo May (1909-1994)

Psicólogo americano da abordagem existencialista

A coragem de criar

Para enfrentar as transformações do mundo, durante o século XX, era


preciso coragem para criar algo novo participando conscientemente
das mudanças na sociedade, ao invés de fugir com medo da sensação
de desmoronamento das estruturas sociais (MAY, 1982).
• a coragem criativa: é a descoberta de novas
formas, novos símbolos sobre os quais uma nova
sociedade pode ser construída.

Fonte: http://jodyhewgill.com/blog/courage
Ao entrar em contato com uma obra, estaríamos de certa forma, criando
também. Ao estudar um quadro, nos abrimos para um momento de
sensibilidade

De acordo com May (1982, p.20): “o contato com o quadro desperta em nós
uma nova visão, algo de especial nasce no nosso íntimo. Por isso, a
apreciação da música ou da pintura, ou de outros trabalhos criativos, é um
ato de criatividade da nossa parte.”
O processo criativo envolve um aspecto fundamental,
segundo May (1982): a natureza do encontro.

Fonte: @womensart1 https://twitter.com/womensart1/status/1445003256447610881


O coração acelera-se, a pressão sanguínea sobe, a visão é mais
intensa e restrita, as pálpebras semicerram-se para distinguir
melhor a cena; e o artista ignora o que o rodeia (e a passagem do
tempo). O apetite diminui – o indivíduo absorto no ato criativo
perde o interesse pelo alimento e não se dá conta das horas das
refeições. (MAY, 1982, p. 43)
Fayga Ostrower

(Polônia, 1920 – Rio de Janeiro, 2001)


Artista plástica, teórica da arte e professora universitária

Fonte: https://faygaostrower.org.br/a-artista/linha-do-tempo
Ostrower (1987) considerava a criatividade uma
potencialidade humana e realizá-la é uma das
necessidades. Não sendo exclusivo dos
artistas, deve ser vista como algo integrado a
todo fazer humano.
O Potencial Criativo

➢ A autora considera o processo criativo “na


interligação dos dois níveis da existência humana: o
nível individual e o nível cultural.”
(OSTROWER, 1987, p. 5)

Criar é, basicamente, formar. (...) O ato criador


abrange, portanto, a capacidade de compreender; e
esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar,
configurar, significar (OSTROWER, 1987, p. 9).
Ostrower (1987) atribui à intuição grande
participação nesse processo. A priori, os processos
criativos são intuitivos e vão se tornando
conscientes quando encontram formas de se
expressar.
A intuição, a criação e a beleza
https://www.youtube.com/watch?v=3X-1_mB7UTY
Pós Graduação em Psicologia Analítica com ênfase
em mitologia, contos e arte

Disciplina: O papel da Criatividade na subjetividade

Profa. Ms. Adriana Leopold


Psicóloga (CRP 06/96436)
Parte B

A criatividade para Carl G. Jung

Fonte: https://psicoativo.com/2016/07/4-fatos-fascinantes-sobre-carl-jung.html
Três textos se destacam:

❖ “O problema dos tipos na arte poética: Prometeu e Epimeteu


de Carl Spitteler” em Tipos Psicológicos. Volume VI – 1921.

❖ “Relação da psicologia analítica com a obra de arte poética”


em O espírito na arte e na ciência. Volume XV – 1922.

❖ “Psicologia e poesia” em O espírito na arte e na ciência.


Volume XV – 1930.
CRIATIVIDADE ESSÊNCIA VIVA NO SUJEITO

Complexo autônomo Surge e desaparece de forma


arbitrária na consciência
Complexo criativo

➢ Pode aparecer como pequena perturbação ou como força que toma o ego;

➢ É algo natural, não possui característica patológica;

No entanto,

Essa arbitrariedade pode custar ao indivíduo sua


saúde e felicidade, pois grande pode ser o conflito
entre as exigências da vida e as da criação.
Criatividade x instinto criativo

❖ O termo “instinto” não se adequa ao fenômeno da


criação, apesar de terem como semelhança o mesmo
aspecto de compulsividade.

❖ Ao contrário do instinto, a criatividade não possui


uma organização determinada e nem é herdada.
“Considerando que o homem é dotado de uma capacidade
de criar coisas novas, postula que a criatividade é de
natureza semelhante à do instinto. Com essa formulação,
Jung afirma que além de não ser uma atividade aprendida
ao longo do desenvolvimento da personalidade, a
criatividade não é também uma mera consequência
biológica, mas uma função naturalmente psíquica
fundamentadora do homem.” (CARVALHO, 2012, p. 18)
Psicologia e poesia, 1930

• Criação psicológica: o autor se percebe consciente de sua criação.


A criatividade está subordinada à consciência → atitude introvertida.

• Criação visionária: a obra se impõe, dando sua própria forma e conteúdo.


Impulso que vem de “fora” da consciência → atitude extrovertida.
“A criação visionária costuma causar surpresa e
desconforto e, ao contrário do modo psicológico,
desafia o entendimento e impõe uma busca imediata
pelo sentido.” (CARVALHO, 2013, p. 19)
Ambos os modos de criação tratam o aspecto simbólico e
expressam símbolos do inconsciente.

❖ Criação psicológica: sensibilidade estética mais acessível ao ego.

❖ Criação visionária: reconhecidamente simbólica, provoca nosso


entendimento e obriga o ego a compreendê-la.
O problema dos tipos na arte poética:
Prometeu e Epimeteu de Carl Spittler (1921)

• Análise dos tipos psicológicos na poesia;


• Comparação entre as versões de Goethe (extrovertido) e Spittler (introvertido).
Prometeu e Epimeteu

Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Promete
u#/media/Ficheiro:Prometheus_Ada
m_Louvre_MR1745_edit_atoma.jpg
A partir dessa comparação entre extroversão e
introversão, Jung expõe o símbolo da união.

O símbolo da renovação de Deus, presente nas religiões,


representa a atitude transformada. O que permite o
surgimento de novas possibilidades.

Símbolo da união → movimento de regressão e progressão da libido e o


surgimento do símbolo pela função transcendente.
O sujeito criativo e aquele capaz de se separar
dos valores coletivos ao mesmo tempo que diferencia
seu mundo interior, sendo um veículo dos conteúdos
inconscientes.

As pessoas criativas conseguem, portanto, ler o


inconsciente coletivo e expressá-lo em símbolos
que anuncia os acontecimentos.

(CARVALHO, 2012)
“Não pretendo negar que os poetas e pensadores exerçam
influência educativa sobre o mundo contemporâneo ou futuro;
parece-me, contudo, que sua influência está principalmente em
dizerem bem alto e claramente algo que todos sabem. (…) É o
poeta que tem a maior e mais imediata ação sugestiva, pois
sabe expressar a camada mais superficial do inconsciente, de
forma apropriada. Quanto mais fundo penetra a visão do
espírito criativo, mais alheio se torna às massas e maior é a
oposição contra aquele que, de certa forma, se distingue da
massa.” (JUNG, 1921/1991, par. 319)
Criatividade x Arte

• Criatividade: expressão natural da psique; condição à todos os homens.


• Arte: requer talento a ser desenvolvido.
Pós Graduação em Psicologia Analítica com ênfase
em mitologia, contos e arte

Disciplina: O papel da Criatividade na subjetividade

Profa. Ms. Adriana Leopold


Psicóloga (CRP 06/96436)
Parte C

A criatividade para autores junguianos

Erich Neumann Anthony Storr


James Hillman
Erich Neumann (1905 – 1960)
Psicólogo e escritor alemão

Fonte:
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2
Fwiki%2FErich_Neumann&psig=AOvVaw07bL6FV4d4LS7_wMPLQ_Hc&us
t=1634386282771000&source=images&cd=vfe&ved=0CAsQjRxqFwoTCICK
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CRIATIVIDADE

• Fator que constitui o desenvolvimento dos indivíduos;

• Processo de transformação do indivíduo, intimamente ligado ao processo


de desenvolvimento da personalidade;

• A criatividade como transformação parte do processo de individuação: a


integração de aspectos que estão no inconsciente e da expansão da
consciência do sujeito;
O início da consciência:

• Marcado por aspectos da coletividade;


• Produção criativa pertencia à comunidade.

➢ O desenvolvimento da consciência afastou os processos


inconscientes e os elementos criativos deixaram de pertencer
aos grupos;

Autoria individualizada
Arquétipo materno

❖ O processo criativo está ligado à forma como é vivenciado, ainda na infância,


o arquétipo da mãe.

❖ A relação da criança é com a mãe é moldada por esse arquétipo e ao longo


do desenvolvimento individual é que esse arquétipo tem sua importância e
influência diminuídas. O contato com a mãe “real” aumenta.

❖ À medida que o ego se desenvolve, a ligação com o arquétipo é substituída


pelas experiências pessoais.
A pessoa criativa:
• Grande tensão entre os aspectos pessoais e os aspectos coletivos →
outra percepção de mundo → conflito com valores sociais dominantes.
• Sua receptividade para elementos inconscientes, por meio dos
complexos, coloca a pessoa em sofrimento por se tratar do contato com o
núcleo arquetípico.
Impulso da transformação

❖ Complexos: tensão emocional que fascina e motiva o ato da criação.

❖ A constelação de complexos autônomos se impõe à consciência fazendo com


que o indivíduo experimente exclusivamente os aspectos que surgem do
inconsciente.

❖ Os complexos também representam risco, pois causam distúrbios na psique,


mas ao mesmo tempo apresentam possibilidade de transformação e
integração

❖ A transformação se dá na mudança na relação entre o mundo interno e o


mundo externo.
Anthony Storr (1920 – 2001)
Psiquiatra e psicanalista inglês

Fonte: https://www.cambridge.org/core/journals/psychiatric-bulletin/article/anthony-
storr/D3340401EBA15790759A83D498D6A0A7
➢ A criatividade tem uma função adaptativa para compreensão e dominação do
ambiente;
➢ É na fantasia que se pode encontrar formas para nos relacionarmos com o mundo;
➢ Na integração e reorganização das próprias experiências e na tensão gerada pelos
opostos está a motivação do ato criativo;
➢ Dar existência a algo novo em relação ao que o próprio sujeito cria;
➢ O inconsciente tem papel constitutivo na criatividade.

➢ O potencial criativo é fundamental para trazer equilíbrio para a psique.

Talento é diferente de criatividade

técnica Não depende do talento


❖ A criatividade não deve ser entendida como patologia ou fruto desta;

❖ Pessoas com depressão podem usar a criatividade para lidar com a doença;

❖ Neurose → falha na adaptação


❖ Criatividade → adaptação positiva

Loucura e criatividade se aproximam na medida em que os


sujeitos criativos ou loucos possuem experiências
psicológicas diferentes das pessoas “normais”.
James Hillman (1926 – 2011)

Psicólogo americano fundador da


Psicologia Arquetípica

Fonte: https://www.doppiozero.com/materiali/recensioni/james-hillman-psicologia-alchemica
James Hillman e a Psicologia Arquetípica

Fonte: https://youtu.be/-o8gtCPgDxc
➢ A criatividade é um impulso que amplia a consciência e
desenvolve a personalidade do sujeito.

Processo de individuação.

Fonte: Autor Desconhecido está licenciado em


CC BY-NC-ND
Alma e imagem → conceitos fundamentais para compreender
como Hillman compreende a criatividade – um impulso que
contribui para o desenvolvimento da personalidade.
Fazer alma
❖ A alma é uma perspectiva sobre o mundo, reflexão sobre o que lhe ocorre e diferenciá-la
da própria experiência;

❖ A alma é responsável pela valoração das experiências: imaginar e a disposição para


reconhecer a realidade como simbólica e metafórica.

❖ A fantasia é fundamental para a vida psíquica.

❖ A imagem é um elemento central, um dado básico da psíquica.


A realidade psicológica é um fator humano primário,
qualquer evento psíquico é formado como imagem.
Fonte: CARVALHO, 2012, p. 39
Os processos psíquicos derivam das imagens

➢ Percepções, sensações e sentimentos devem se apresentar


como imagens para serem experimentadas pelo sujeito.

➢ Os fundamentos da existência se baseiam na fantasia.


Personificação:

▪ Compreensão das imagens como portadoras de uma realidade própria que


pode ser experimentada.

▪ As imagens que surgem escapam do controle ou previsibilidade.

▪ Experenciar imagens de forma espontânea.

▪ Forma de a psique se resguardar de um funcionamento centrado no ego.


Fonte: CARVALHO, 2012, p. 41
❖ Separar-se das imagens e percebê-las como independentes de si
proporciona maior compreensão de si mesmo;

❖ Imagem percebida como diferente do ego torna-se psicopompo (guia)


para auxiliar a pessoa no seu desenvolvimento;

❖ Esta relação deve ser simbólica: refletida, amplificada e integrada;


❖ Separar-se das imagens e percebê-las como independentes de si
proporciona maior compreensão de si mesmo;

❖ Imagem percebida como diferente do ego torna-se psicopompo (guia)


para auxiliar a pessoa no seu desenvolvimento;

❖ Esta relação deve ser simbólica: refletida, amplificada e integrada;


a criatividade é aquilo: que surge, cresce, toma impulso, se avoluma
e se derrama para dentro de nós em vez de ser algo que
simplesmente fica parado em algum ponto à espera de que
possamos, não importa depois de quantos rodeios, encontrar algum
meio de chegar até ele. Nesse sentido, jamais podemos “perder”
nossa criatividade. Ela está sempre ali, preenchendo-nos ou então
entrando em colisão com quaisquer obstáculos que sejam colocados
no seu caminho. Se ela não descobrir nenhuma abertura até nós,
ela recua, acumula energia e investe novamente até conseguir abrir
passagem
Estés (2014, p. 342).
Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-
QJgrTbtOvbE/WjbLsHmZUhI/AAAAAAAACEk/TPhk-
EAyZ0Ueu-
c0qBpFRCiPSHdzZNclACLcBGAs/s1600/3.png
REFERÊNCIAS
CARVALHO, O. V. Criatividade e abertura de espaço: um estudo junguiano. 2012.
77 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica) Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, São Paulo. Disponível em:
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/15214/1/Olavo%20Virgilio%20de%20Car
valho.pdf. Acesso em: 21 nov 2018.

COLONNESE, L. R. Jung e arte: a obra em contínuo devir. 2018. Dissertação


(Mestrado – Pós-graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano)
– Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível
em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-19122018-163523/pt-
br.php> . Acesso em 18 fev. 2021

ESTÉS, C. P. Mulheres que correm com os lobos: mitos e histórias do arquétipo da


mulher selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
JUNG, C. G. (1922/2013). Relação da psicologia analítica com a obra de arte
poética. In: O espírito na arte e na ciência. OC XV. 8ª ed. Petrópolis: Vozes.

MAY, R. A Coragem de Criar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1987.

WECHSLER, S. M. Criatividade: Descobrindo e encorajando. 3ª ed. Campinas:


Lamp, 2008.

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