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Os Professores de Arte Podem Trazer o Brasil À Razão
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Opinião: Sem educação artística, uma sociedade se perde nas armadilhas autoritárias
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Caravaggio foi difamado e perseguido na sua época. Ele não foi o único na história Oito erros sobre
da arte. Artistas, em várias épocas e em várias partes do mundo, pagaram preços alfabetização
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altos por expressar o que veem, o que vivem, o que querem. Obras de arte nos
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fazem olhar o mundo de outro jeito – e nos fazem olhar de um jeito diferente para 5 5 motivos para usar games
na aula de Matemática
nós mesmos. Não são feitas para agradar nem para desagradar. São apenas feitas.
A leitura é nossa – e alguém tem de nos ensinar os elementos para que possamos
fazer essa leitura com propriedade.
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Por isso, você, professor de arte, tem um papel fundamental neste momento do
Brasil. Você provavelmente acompanhou a polêmica sobre a exposição Acontecimentos históricos arte
Como professor de Arte, você sabe que essa reação não é nova – e também sabe o
quanto ela é perigosa. Vamos a mais um exemplo. O que vem à sua cabeça ao ouvir
a expressão "a origem do mundo"? Alguns vão pensar no Gênesis bíblico. Outros,
no Big Bang.
Você pode não gostar da pintura, mas Courbet tem um ponto. O que seria o mundo
sem a vagina? Sem o nascimento? Sem o meu nascimento? Sem o seu nascimento?
Que mundo nasce a cada parto? Qual sua origem?
Mas não foi um movimento simples. Em 2009, todos os livros que continham esse
quadro na capa foram con scados em Portugal. E é difícil imaginar uma
exposição, no Brasil atual, desse quadro num museu aberto sem uma forte
oposição, semelhante à que enfrentou o Queermuseu.
Todos eles são celebrados hoje porque nós já temos uma leitura estabelecida,
consolidada com o tempo. Nós os lemos como artistas confortáveis – e talvez
essas polêmicas sejam até importantes para lembrarmos que alguns dos nossos
pintores favoritos já foram muito desconfortáveis. É uma ótima discussão tanto
em sala de aula quanto fora dela. Sua força como professor está na escola, mas vai
muito além dela.
Além da contextualização histórica, vale falar sobre a distância que existe entre a
representação artística de um ato, o ato em si e a suposta apologia ao ato.
Trocando em miúdos: não tem ninguém falando para você fazer algo depois de ver
um quadro. Não há evidências de que alguém vá se tornar pedó lo ou fazer sexo
com animais porque viu isso numa exposição. Tudo isso parece óbvio para quem
conhece arte. Mas, como mostra a reação ao Queermuseu, o óbvio não é tão óbvio
no Brasil contemporâneo.
E, para nalizar, como sabe todo bom professor de Arte: uma obra de arte é
essencialmente aberta. O que você lê de uma obra diz mais sobre você do que a
obra em si. Claro que a in uência do artista é muito grande, mas a interpretação é
individual. E, com o passar dos anos, essas obras criam suas próprias realidades. O
subversivo Caravaggio se transforma em obra de apreciação de multidões. Goya, El
Greco, Anita, todos eles passam a fazer parte da cultura de todos nós.
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Antes mesmo da obra ser expressa o que define o potencial desse fenômeno é maneira
como a lógica se estrutura. É a maneira como se pensa e se reflete o mundo, se
expressa ou se aceita o expressado. Logo tudo vale. O pensamento artistico está em
tudo. Ele é a capacidade que temos de materializar ideias e coisas poeticamente
transmudando signos, tirando-os da conformidade sob o qual foram criados,
representando-os sem que percamos o equilíbrio da noção de beleza e ideal (sob e
esse aspecto sou bem idealista mesmo). Desse modo, tudo va... Ver mais
Curtir · Responder · 13 · 13 de setembro de 2017 20:42
Regina Pereira
Na frase "Não há evidências de que alguém vá se tornar pedófilo ou fazer sexo com
animais porque viu isso numa exposição." fica a reflexão de que se mesmo sem
evidências, um pedófilo se estimular, valeu a pena essa exposição?
Curtir · Responder · 4 · 13 de setembro de 2017 18:14
Jaime Guimarães
Já compartilhei esse texto para vários contatos e redes sociais. Parabéns, são palavras
esclarecedoras e lúcidas não apenas para professores, mas para todas as pessoas.
Curtir · Responder · 9 · 13 de setembro de 2017 11:24 · Editado
Nelson Hizo Vieira · Londrina
Comparar obras de Caravaggio, Goya, El Greco, com os expostas no museu de Porto
alegre, e como dizer o verbo e não saber conjuga-lo em tempo e pessoa que o
representa. E ridicula a comparação da gloria da arte de um artista real consagrado,
com o vexame ridicularizado de quem quiz provocar com um menino viado. Vergonha,
vergonha
Curtir · Responder · 2 · 17 de setembro de 2017 15:11
Bruno Daesse
Sim. Mas não impedir que outros apreciem.
Curtir · Responder · 18 · 14 de setembro de 2017 12:18