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Número de
ESCUELAS OFICIALES DE IDIOMAS control
PORTUGUÉS
NIVEL AVANZADO SEPTIEMBRE 2012
COMPRENSIÓN DE LECTURA
Duración: 75 minutos
NO ESCRIBA AQUÍ:
1
CONSEJERÍA DE EDUCACIÓN
Sei lá
— E se calhar trabalha. Estes tipos têm sempre uma atividade oficial. Não convém que se saiba que são do sis, senão já
não eram secretos, percebes? Eu nem te devia ter contado, mas saiu-me. Por esta e por outras é que nunca vou chegar a
embaixador — (0) com uma expressão cómica.
— Mas… mas este é que é o Francisco de que eu te falei, com quem andei depois do Ricardo!…
O Guilherme ficou espantado, mas não tanto como eu.
— Tu andaste com aquele gajo? Mas o gajo tem um ar tão irritante! É um taco de pia (1) em bom. Onde é que
estavas com a cabeça???
Estou sem resposta. Aliás, estou sem voz. Não consigo acreditar no que acabei de ouvir. O Francisco desapareceu com a
Luísa, vejo-os a saírem em direção à porta.
— Isto é demais para uma noite só — (2) entre dentes —, já completamente transtornada. Vamos para casa, está
bem?
— Como queiras, querida.
A auto-estrada parece uma pista de aviação com os candeeiros todos alinhados e as riscas brancas intermitentes
pintadas no chão traçadas ao milímetro. O silêncio reina dentro do carro, um silêncio horrível, incómodo e (3). O
Guilherme guia placidamente, como se nada fosse. Estou com uma dor de cabeça fortíssima, daquelas que põem a testa
a latejar e os (4) com vontade de saíram pelos olhos. Sinto as mão peganhentas e os pés gelados. Apetece-me roer
as unhas, mas o brilho imaculado do (5) dissuade-me a tempo de não estragar o trabalho aplicado da manicura. O
Bernardo com a Odete. E eu estes meses todos com o caso mesmo debaixo do nariz e sem nunca ter dado por nada. E o
Francisco, a trabalhar para o SIS… não, não pode ser verdade.
— Não posso acreditar que aquele gajo me andou a enganar este tempo todo, acabo por (6).
— Ninguém te mandou andar com ele.
Ou são ciúmes ou temos aqui uma nova faceta menos simpática do homem ideal.
— Parece-me que não tens nada a ver com isso.
— Não, mas também não te (7) o gosto. O gajo é um convencido!
— Pois é. Mas apeteceu-me andar com ele e agradecia que não te referisses ao assunto em tom de crítica.
— Tu é que puxaste a conversa — remata, discretamente triunfal.
Não volto a abrir a boca até chegarmos à porta de casa dele. Quando o vejo a virar o volante para entrar na garagem
peco-lhe que me leve a casa. Ainda tenta persuadir-me a ficar, mas sem qualquer sucesso.
— Leva-me a casa, ou então chamo um táxi. Quero ficar sozinha para arrumar a cabeça e não ter que conversar com
ninguém.
O Guilherme desliga o motor, apaga os faróis e põe o braço à volta dos meus ombros. É o primeiro gesto de carinho
desde que me foi buscar a casa e agora sinto que essa indiferença me fragilizou ainda mais.
— Ouve, não podes pensar que a culpa é tua de não teres percebido nada. O Francisco trabalha para o SIS e não é
suposto ninguém saber. Nem os pais dele devem fazer ideia, percebes?
Senão não valia a pena ele trabalhar lá. E quanto ao teu amigo Bernardo e à outra gaja, não te metas nessa história.
Ajuda mas é a tua amiga Catarina, que é um amor, e tenta manter-te à margem. Já vi várias amizades acabarem por
alguém querer ajudar e se meter a resolver a vida de casais. Entre marido e mulher (8) a colher, nunca ouviste o
ditado? Vá lá, não estejas triste… Se calhar até é melhor para ti saberes como é que as pessoas são…
O tom paternal conforta-me e irrita-me ao mesmo tempo.
— Falas-me como se eu fosse uma ingénua, uma idiota.
— Não é nada disso! Não vês que estas coisas podem acontecer a qualquer pessoa? Conheço tantos casos que passaram
completamente ao lado das pessoas mais próximas… A vida é mesmo assim, muitas vezes não vemos o que está mesmo
debaixo do nariz, mas isso não faz de ti uma pessoa ingénua, muito menos idiota.
Estou quase a sucumbir ao doce (9) e hesito em subir.
— Leva-me a casa, querido. Não é nada contigo, mas quero mesmo ficar sozinha e descansar esta noite.
O Guilherme não insiste. Da casa dele à minha são menos de cinco minutos e despeço-me com um beijo terno. Subo as
escadas devagar, depois de ter tirado os sapatos. Cada vez que saio (10) nos andaimes, arrependo-me sempre. Entro
sem fazer barulho e fecho a porta com cuidado para não acordar a vizinhança.
(752 palavras)
Sei lá, Margarida Rebelo Pinto
2
CONSEJERÍA DE EDUCACIÓN
Alternativas Respostas
0.
a. Remata.
0 a ✔
b. Retoma.
c. Inquire.
1.
a. Fitado.
1
b. Armado.
c. Baforado.
2.
a. Mordo.
2
b. Racho.
c. Rosno.
3.
a. Estoirado.
3
b. Esmagador.
c. Estapafúrdio.
4.
a. Miolos.
4
b. Cochichos.
c. Brilharetes.
5.
a. Engodo.
5
b. Casulo.
c. Verniz.
6.
a. Desabafar.
6
b. Despejar.
c. Escancarar.
7.
a. Enceto.
7
b. Trauteio.
c. Gabo.
8.
a. Não se mete.
8
b. Partilha-se.
c. Dá-se.
9.
a. Vinco.
9
b. Embalo.
c. Pecúlio.
10.
a. Empoleirada.
10
b. Abastada.
c. Encardida.
3
CONSEJERÍA DE EDUCACIÓN
Sob a direção do Maestro e Diretor Artístico Rui Massena, a Fundação Orquestra Estúdio faz soar os acordes do Hino
Nacional (0) como Capital Europeia da Cultura.
Na cerimónia de abertura a que presidiu, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva relembra que (11), mas hoje
é uma cidade preparada para o futuro.
«Aqui, o desenvolvimento não se fez à custa da herança histórica, o moderno não enjeitou o antigo, o cosmopolitismo
não sacrificou a cultura local. Pelo contrário, foi à sombra das suas muralhas, igrejas e palácios que a cidade cresceu. E
(12) que ela irá afirmar-se, este ano, como Capital Europeia da Cultura», afirma Cavaco Silva.
De Guimarães o Presidente (13), preparado para o futuro com a força das suas gentes.
«Já não somos apenas a terra de origem de muitas comunidades de emigrantes que, na Europa ou nas Américas, são
conhecidas pela sua dedicação e pelo seu labor. Somos também a terra natal de pintores e arquitetos, de cientistas e
escritores cujo talento é reconhecido em todo o mundo. Mais ainda, somos um país plenamente integrado no espaço
europeu, um país onde existem centros de investigação dos mais avançados em diversos domínios do saber, e (14),
integrando novas formas de expressão artística e dialogando com outras culturas», refere o Presidente da República.
Guimarães, Capital Europeia da Cultura em 2012, é para o Presidente mais uma oportunidade para afirmar no mundo o
valor de Portugal. «Portugal pode e deve afirmar-se, a nível europeu e a nível internacional, como um interlocutor válido
em múltiplos campos do saber e da criação artística. Em primeiro lugar, porque dispomos de instituições e protagonistas
à altura desse desafio. E, em segundo lugar, pela singularidade da nossa cultura, tal como a história que partilhámos
durante séculos com outros povos, pode representar neste mundo global em que (15) através de sucessivos
cruzamentos». Também o Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho relembra que Guimarães tem agora mais
oportunidades para afirmar as diversas capacidades.
«A partir de hoje, Guimarães tem uma excelente oportunidade de se afirmar como um cluster cultural de referência, de
se afirmar como um polo agregador e produtor de talentos, de se afirmar como uma grande casa de criatividade e da
beleza nas suas múltiplas manifestações. E tem uma excelente oportunidade de fazer uma proposta original,
inteiramente sua, da conciliação de uma rica e densa identidade própria com o cosmopolitismo a que o mundo cultural
contemporâneo tão fortemente apela. Estas possibilidades, uma vez realizadas, (16) abrindo os caminhos novos
da indústria criativa, enriquecendo o património e multiplicando as oportunidades para quem aqui vive e para quem aqui
gostaria de viver», afirma Passos Coelho.
(17) para na região criar e solidificar novas indústrias criativas, afirma Passos Coelho. «Mas o cluster cultural que
dá corpo à economia criativa requer a mobilização de mais ingredientes com uma estrutura mais complexa. Requer uma
grande parceria entre a iniciativa empresarial, instituições abertas às necessidades dos agentes envolvidos, e a pura
energia que é gerada pelo encontro das atividades contínuas de todas as pessoas que participam neste processo – a que
mais prosaicamente chamamos criatividade e inovação».
Também Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, esteve presente na abertura de Guimarães 2012 e (18).
«Por que razão apoiamos o projeto Capitais Europeias da Cultura? Em primeiro lugar para dar expressão à dimensão
cultural da Europa, porque sem cultura a Europa não faz qualquer sentido. Se não houvesse outro motivo para a União
Europeia, haveria razão de ser a identidade cultural da nossa Europa. Mas também porque (19), as Capitais Europeias
da Cultura têm sabido contribuir para o desenvolvimento económico e social das cidades, das regiões e dos países que
concretizam outros projetos », refere Durão Barroso.
O Presidente da Comissão Europeia (CE) refere ainda que: «estou convicto de que Guimarães-Capital Europeia da
Cultura (20), às suas potencialidades de crescimento, porque é preciso não esquecer que hoje em dia a cultura, o
conhecimento, a inovação não são meros adjetivos, pelo contrário, são elementos substanciais de qualquer processo de
crescimento ou de relançamento económico».
(666 palavras)
http://www.tvciencia.pt/tvccul/pagcul
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CONSEJERÍA DE EDUCACIÓN
As suas respostas
0 A ✔
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13
14
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