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TJ - MS

Direito
Processual
Penal

Livro Eletrônico
AULA ESSENCIAL 80/20
Direito Processual Penal
Douglas Vargas

Sumário
Aula Essencial 80/20.. ...................................................................................................................................................4
Introdução.............................................................................................................................................................................4
1. Análise Estatística da Organizadora. ................................................................................................................4
2. Funções da Prisão em Flagrante........................................................................................................................8
2.1. Art. 283 do CPP.. ........................................................................................................................................................9
2.2. Art. 287 do CPP. . .......................................................................................................................................................9
2.3. Art. 310 do CPP...................................................................................................................................................... 10
3. Audiência de Custódia........................................................................................................................................... 10
3.1. Desdobramentos da Audiência de Custódia............................................................................................11
4. Prisão Domiciliar.. ......................................................................................................................................................14
5. Prisão Temporária.....................................................................................................................................................14
5.1. Requisitos para sua Decretação. . ..................................................................................................................16
5.2. Prazo de Duração da Prisão Temporária. .................................................................................................18
5.3. Prisão Temporária e Concessão de Ofício................................................................................................18
5.4. Direitos do Preso Temporário.. .......................................................................................................................19
6. Da Prova.........................................................................................................................................................................23
6.1. Provas Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas........................................................................... 24
6.2. Meios de Prova.. ..................................................................................................................................................... 24
6.3. Ônus de Prova.........................................................................................................................................................25
6.4. Espécies de Prova................................................................................................................................................25
6.5. Finalidade da Prova.. ...........................................................................................................................................26
6.6. Objeto da Prova.. ....................................................................................................................................................26
6.7. Classificações da Prova....................................................................................................................................26
6.8. Serendipidade......................................................................................................................................................... 28
6.9. Prova Testemunhal.. ............................................................................................................................................29
6.10. Interrogatório do Acusado. . ..........................................................................................................................32
7. Confissão.......................................................................................................................................................................33

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8. Busca e Apreensão.. .................................................................................................................................................34


Questões de Concurso................................................................................................................................................35
Gabarito...............................................................................................................................................................................45
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................46

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AULA ESSENCIAL 80/20


Introdução
E aí, queridos(as) aluno(as)!
Na aula de hoje vamos trazer uma abordagem inovadora, com um resumo caprichado dos
tópicos mais importantes sobre o Direito Processual Penal com foco total no nosso edital e
com base nas estatísticas da organizadora.
Preparamos um levantamento especial para você. Você verá um retrato bastante interes-
sante dos assuntos historicamente mais cobrados, com destaque para os campeões em ques-
tões, contando com algumas dicas bem direcionadas para essa reta final da sua preparação!
Ademais apresentaremos diversas dicas, de forma esquematizada, sempre com base nas
estatísticas mencionadas supra ao passo que também chamaremos a sua atenção para deta-
lhes importantes e específicos para o nosso certame.
A ideia por trás da aula essencial é apresentar o conteúdo com base no chamado princípio
de Pareto, ou regra 80-20, segundo a qual 80% dos efeitos advêm de 20% das causas.
Nesse sentido, é imprescindível mencionar que a Aula essencial 80-20 não substitui o estu-
do integral da matéria, e que não se recomenda, de forma alguma, que você conte apenas com
o conteúdo aqui apresentado em sua preparação.
Ademais, nunca há garantias de que apenas o conteúdo mais cobrado continuará a ser
cobrado. Lembre-se, sempre: toda escolha é uma perda.
Mas, dito isso, é claro que a presente aula contribui, sobremaneira, para que você tenha um
retrato sobre o histórico da banca e possa construir uma estratégia sobre o conteúdo previsto
em nosso edital.
Espero sinceramente que gostem dessa abordagem. Foi feita com muito carinho para
todos vocês!
Estamos juntos! Um abraço e bons estudos!
Professor Douglas Vargas

1. Análise Estatística da Organizadora


Em primeiro lugar, o objetivo da aula de hoje é apresentar para você quais são os assuntos
que compõem “a nata” do Direito Processual Penal nos certames organizados pelo FGV.
Especificamente quanto ao Direito Processual Penal, é possível encontrar nas bases de
concursos anteriores aproximadamente 634 questões elaboradas pela organizadora.

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O levantamento realizado resultou no seguinte quadro de destaque: O levantamento reali-


zado resultou no seguinte quadro de destaque:

Tópico do Edital Total

Prisão 90

Da Prova 80

Ação Penal 63

Demais assuntos 401


Com base nesse levantamento, verificamos informações importantes, no sentido de que:
1) No âmbito processual, os temas são bastante equilibrados, com prevalência dos temas
prisão e prova, os quais veremos nesta aula.
É claro que não se deve desconsiderar a importância dos demais tópicos previstos no edi-
tal. No entanto, a estatística apresentada é um bom norte para orientar o candidato sobre o
histórico da banca.
Sabemos ainda que os examinadores usualmente mantêm um padrão na elaboração de
questões, mas não podemos esquecer de um detalhe importante: inovações legislativas são
sempre um assunto benquisto pelos examinadores.
Assim sendo, é importante considerar as seguintes alterações legislativas que ocorre-
ram e que podem ser objeto de elaboração de questões inovadoras e não previstas em nossa
estatística:

A FGV possui o hábito de cobrar entendimentos sumulados em concursos de carreiras ju-


rídicas e no âmbito da OAB, hábito esse que pode reverberar em concursos de maneira geral.
Assim sendo, a leitura de súmulas recentes e de informativos do STJ e do STF pode constituir
também um hábito diferencial caso a banca decida ampliar essa prática para todos os concur-
sos sob sua tutela.
De todo modo, é preciso ressaltar que as inovações legislativas tendem sempre a receber
destaque, qualquer que seja a organizadora, de modo que devem ser priorizadas e que a fami-
liaridade com textos legais que sofreram alterações em 2018, 2019, 2020 e 2021 deve sempre
ser um dos nossos principais objetivos.
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Excelente. Já temos um bom direcionamento sobre o qual trabalhar, concordam? Então


mãos à obra. Vamos ao conteúdo.
Prisão e Liberdade Provisória

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A prisão em flagrante, segundo a doutrina, tem uma natureza administrativa e de ato com-
plexo. Vejamos o motivo:

 Obs.: A prisão em flagrante enquanto ato administrativo, ou seja, antes da comunicação da


prisão à autoridade policial, tem como autoridade coatora para impetração de Habeas
corpus o próprio delegado de polícia, a ser impetrado perante um juiz de 1º grau.

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2. Funções da Prisão em Flagrante


Sabendo que a prisão em flagrante não autoriza, por si só, que o agente permaneça preso duran-
te todo o curso do processo penal, vejamos suas principais funções apontadas pela doutrina:

Fases da prisão em flagrante:


1) Captura do agente;
2) Condução coercitiva;
3) Lavratura do auto de prisão em flagrante: Autoridade policial ouve o condutor;
testemunhas e acusado;
4) Recolhimento à prisão.
• A lavratura do auto de prisão em flagrante requer, em regra, duas testemunhas. Se não
estiverem disponíveis duas testemunhas do fato criminoso, a falta pode ser suprida
por duas testemunhas de apresentação do preso à autoridade policial. Curiosidade: Na
prática, em delegacias de polícia, quando não há testemunhas do povo disponíveis para
lavratura do auto de prisão em flagrante, os próprios agentes da autoridade policial se
apresentam como testemunhas.
• Segundo o STJ, o próprio condutor do flagrante (o responsável pela apresentação do
preso à autoridade policial) pode contar como testemunha.
• Via de regra, a autoridade policial realiza a oitiva do condutor, das testemunhas, depois
da vítima, e finalmente a do preso (cujo depoimento, obviamente, não é obrigatório, ten-
do em vista o direito deste ao silêncio).
• É dispensável a presença de advogado no momento do interrogatório do acusado.
• Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não ces-
sar a permanência (art. 303 do CPP).
• Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo
apresentado à do lugar mais próximo (art. 308 do CPP).

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• Tome nota: Súmula 397: O poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o
regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito.

1) Comunicação da prisão e do local onde está o preso: Será imediata- ao juiz competente,
ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada:

CPP- Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-
tamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

2) Prazo de 24 horas após a realização da prisão (CPP- Art. 306, § 1º e § 2º):


• Encaminhar ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não
informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
• Será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com
o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

2.1. Art. 283 do CPP


Mudança pertinente apresentada pelo pacote anticrime está no texto do art. 283 do CPP:

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condena-
ção criminal transitada em julgado.

Anteriormente, o referido artigo apresentava a possibilidade de prisão em decorrência de


prisão temporária ou prisão preventiva. A expressão foi substituída pela sentença “prisão cau-
telar”, ou seja, o artigo passa a prever a possibilidade de prisão pelo gênero e não pelas espé-
cies (preventiva e temporária).

2.2. Art. 287 do CPP


Ainda no âmbito do tema prisões, o art. 287 passa a contar com a previsão expressa sobre
a audiência de custódia:

Redação anterior Nova redação

Art. 287. Se a infração for


Art. 287. Se a infração for
inafiançável, a falta de exibição
inafiançável, a falta de exibição
do mandado não obstará a prisão,
do mandado não obstará à
e o preso, em tal caso, será
prisão, e o preso, em tal caso,
imediatamente apresentado ao
será imediatamente apresentado
juiz que tiver expedido o mandado,
ao juiz que tiver expedido o
para a realização de audiência de
mandado.
custódia.

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2.3. Art. 310 do CPP


Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena
de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ile-
galidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de
imediata decretação de prisão preventiva.

Assim as seguintes mudanças se destacam:


• O art. 310 passa a citar expressamente a audiência de custódia;
• O art. 310 passa a citar expressamente o prazo para realização da referida audiência;
• Há previsão expressa de denegação de liberdade provisória para agentes reincidentes
ou que integram organizações criminosas, ou que portem arma de fogo de uso restrito;
• Há previsão de responsabilização de autoridades que derem causa sem motivação idô-
nea à não realização da audiência de custódia no prazo;
• Define-se que a prisão passa a se tornar ilegal no caso de não realização de audiência
de custódia no prazo.

3. Audiência de Custódia
Se traduz no direito do preso ser conduzido sem demora a uma audiência que lhe possibilitará
um contato imediato com o juiz das garantias, com um defensor e com o Ministério Público.
• Prazo: 24 horas após a realização da prisão.

Mesmo antes de previsão expressa no CPP, a audiência de custódia foi regulamentada pela
resolução do CNJ de n. 213 de 15/12/2015, a qual determina:
• A vedação da presença dos agentes policiais responsáveis pela prisão ou pela investigação
durante a audiência de custódia;

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• Que a autoridade judicial deve perguntar acerca do tratamento recebido em todos os


locais por onde passou antes da apresentação à audiência, questionando sobre a ocor-
rência de tortura e maus tratos e adotando as providências cabíveis;
• Que a autoridade judicial deve abster-se de formular perguntas com finalidade de produ-
zir prova para a investigação ou ação penal relativas aos fatos objeto do auto de prisão
em flagrante.

3.1. Desdobramentos da Audiência de Custódia


1) Relaxar prisão ilegal:
Trata-se da análise da legalidade da prisão em flagrante que diz respeito a verificação de
circunstância flagrancial (art. 302 do CPP); se foram atendidas as formalidades constitucio-
nais e legais previstas para o ato e se o uso de algemas obedeceu ao teor da súmula vincu-
lante n.11.

O juízo de legalidade não se confunde com o juízo de necessidade de medidas cautelares. Des-
sa forma, nada impede que o juiz, ao relaxar a prisão ilegal, decrete outras medidas cautelares
diversas da prisão ou ainda decrete prisão temporária ou preventiva a depender da existência
dos requisitos legais.

2) Conversão da prisão em flagrante em preventiva:


Apesar da lei trazer apenas a expressão preventiva, a doutrina entende ser cabível também
sua conversão em prisão temporária. Essa decisão deverá ser fundamentada e provocada,
quando presentes os requisitos do art. 312 do CPP e se revelarem inadequadas ou insuficien-
tes as medidas cautelares diversas da prisão.
Após o advento da Lei n. 13.964/2019, não é mais possível a conversão da prisão em fla-
grante em preventiva de ofício pelo juiz. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
A Lei n. 13.964/2019, ao suprimir a expressão “de ofício” que constava do art. 282, § 2º, e
do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da prisão preventiva
sem o prévio requerimento das partes ou representação da autoridade policial.
Logo, não é mais possível, com base no ordenamento jurídico vigente, a atuação ‘ex offi-
cio’ do Juízo processante em tema de privação cautelar da liberdade.
A interpretação do art. 310, II, do CPP deve ser realizada à luz do art. 282, § 2º e do art.
311, significando que se tornou inviável, mesmo no contexto da audiência de custódia,
a conversão, de ofício, da prisão em flagrante de qualquer pessoa em prisão preven-
tiva, sendo necessária, por isso mesmo, para tal efeito, anterior e formal provocação do
Ministério Público, da autoridade policial ou, quando for o caso, do querelante ou do
assistente do MP.

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Vale ressaltar que a prisão preventiva não é uma consequência natural da prisão flagrante,
logo é uma situação nova que deve respeitar o disposto, em especial, os arts. 311 e 312
do CPP1.
STJ. 3ª Seção. RHC 131263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021
(Info 686).
STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 24/02/2021.

3) Concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, cumulada (ou não) com as me-
didas cautelares diversas da prisão:
Ocorre quando o juiz verifica a legalidade da prisão e conclui pela não necessidade da con-
versão em prisão preventiva. A liberdade provisória é regra em nosso ordenamento jurídico.
Prisão preventiva:
• Regida pelo CPP;
• Não pode ser decretada de ofício pelo juiz;
• Não possui prazo previsto em lei;
• Pode ser decretada na fase de investigação e na fase processual.
Requisitos
A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência
da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
• A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qual-
quer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares.

 Obs.: Prisão preventiva em crimes culposos: Em regra, não é possível a sua decretação.

Remédios para a prisão

Diante de uma prisão considerada ilegal, o remédio é o relaxamento da prisão.

Diante de uma prisão legal, admite-se a revogação ou a concessão de liberdade provisória,


a depender do caso;

1
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Depois da Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime), não é mais possível que o juiz,
de ofício, converta a prisão em flagrante em prisão preventiva (é indispensável requerimento). Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6b5617315c9ac918215f-
c7514bef514b>. Acesso em: 22/04/2021

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4. Prisão Domiciliar

• Consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela


ausentar-se com autorização judicial (art. 317 do CPP).
• Substituição da prisão preventiva pela domiciliar, quando o agente for:
I – maior de 80 (oitenta) anos;

II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou
com deficiência;

IV – gestante;

V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos
de idade incompletos.

5. Prisão Temporária
A prisão temporária é uma espécie de prisão cautelar disciplinada pela Lei de n. 7.960 de
1989 no intuito de assegurar a eficácia das investigações criminais no que diz respeito a de-
terminados delitos considerados mais graves.

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É importante que você saiba que o legislador determinou expressamente que essa mo-
dalidade de prisão somente poderá ser efetivada após a expedição de mandado judicial. Tal
previsão buscou dar fim a chamada “prisão para averiguações”:

Lei n. 7.960/1989
Art. 2º, § 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

Vejamos um quadro comparativo que nos remete às aulas anteriores:

Sua peculiaridade é a seguinte: A prisão temporária tem um vínculo com a INVESTIGAÇÃO


realizada pela polícia e por outros órgãos (como o MP, por exemplo).
Nesse sentido, já temos a primeira diferença entre a prisão temporária e a prisão preventi-
va: A primeira só pode ser decretada durante a fase pré-processual (investigativa).
Observe que eu não utilizei o termo inquérito policial propositalmente. Antigamente, fala-
va-se apenas em prisão temporária na fase de inquérito policial. Atualmente, no entanto, tal
definição seria um erro. Investigações realizadas por outros órgãos, como a realizada em um
PIC (Procedimento Investigatório Criminal, que tramita no Ministério Público), por exemplo,
também possibilitam a decretação de prisão temporária.
Certo. Sabendo disso, precisamos agora abordar em quais hipóteses, durante a fase pré-pro-
cessual, é possível decretar a prisão temporária.

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5.1. Requisitos para sua Decretação


Conforme previsão legal (art. 1º da Lei n. 7.960/1989), caberá prisão temporária:

I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial.

Logo, não há de se falar em decretação de prisão temporária no curso da ação penal.

II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclare-
cimento de sua identidade.

A presença do inciso I ou do inciso II do art. 1º da Lei n. 7.960/1989 nos traz o requisito do


periculum libertatis, ou seja, é a situação de perigo na manutenção da liberdade do acusado.
Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação
penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes (Art. 1º, III, da Lei n. 7.960):
• Homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
• Sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
• Roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
• Extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
• Extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
• Estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único);
• Atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único). Delito revogado;
• Rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único).
Delito revogado;
• Epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
• Envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela
morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
• Quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal. Trata-se, hoje, do delito de asso-
ciação criminosa;
• Genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956), em qualquer de
suas formas típicas;
• Crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986);
• Crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016);
• Crimes hediondos e equiparados (Lei n. 8.072/90, art. 2º, §4º).
• Aqui o rol também é taxativo (só é cabível a decretação da prisão temporária nas hipó-
teses prevista na lei, de forma restritiva).

Não é cabível prisão temporária para crimes culposos e contravenções penais.


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O inciso III nos traz o requisito do fumus comissi delicti. É a chamada “fumaça no cometi-
mento do delito”, a qual se traduz em:

O entendimento doutrinário majoritário é de que as hipóteses de decretação da prisão tempo-


rária devem ser NECESSARIAMENTE COMBINADAS.
Nesse sentido, ou estaremos diante de uma combinação entre o inciso I e o inciso III, ou de
uma combinação entre o inciso II e o inciso III.

Em outras palavras: A prisão temporária só é cabível para o rol de crimes citados no


inciso III. Uma vez que estamos diante de um dos crimes listados em tal dispositivo, a pri-
são deve ainda ser imprescindível para as investigações do inquérito policial OU o indiciado
não deve possuir residência fixa ou não fornecer elementos necessários para esclarecer sua
identidade.
É muito importante ler e reler o rol de delitos para os quais é cabível a prisão temporária.
Além disso, especial atenção para a previsão de prisão temporária para os crimes previstos na
lei de terrorismo, visto que as bancas costumam gostar de explorar as inserções mais recen-
tes em um rol taxativo como o do artigo 1º.

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5.2. Prazo de Duração da Prisão Temporária


Seguindo em frente, o próximo ponto a ser observado é que a lei fixa um prazo exato para
a duração da prisão temporária – o que não ocorre com a prisão preventiva, que não tem um
prazo específico:

Exceção:
No caso de crimes hediondos ou equiparados, o prazo da prisão temporária é de 30 dias,
prorrogável por mais 30, por previsão expressa contida na Lei n. 8.072/1990.
Veja, caro aluno, que o prazo previsto na lei é MÁXIMO (ou seja, o julgador pode decretar a
prisão temporária por um prazo INFERIOR a cinco dias, mas nunca SUPERIOR). Quem pode o
mais, pode o menos.
Além disso, é importante que você saiba que o mandado de prisão deverá conter necessa-
riamente o período de duração da prisão temporária e o dia em que o preso deverá ser liberta-
do. Trata-se de atualização do pacote anticrime (art. 2º, § 4º-A). Além disso, tome nota:

Lei n. 7.960/1989
Art. 2º, § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custó-
dia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso
em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decreta-
ção da prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019).
Art. 2º, § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão
temporária. (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019).

5.3. Prisão Temporária e Concessão de Ofício


Mesmo antes da vigência do pacote anticrimes, o qual estendeu o entendimento à prisão
preventiva, a prisão temporária já não podia ser decretada de ofício pelo julgador. Essa obser-
vação DESPENCA em provas de concursos públicos.
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Dessa forma, assim como a preventiva, a prisão temporária deve sempre ser precedida de
requerimento do MP ou de representação do delegado de polícia.

Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministé-


rio Público (Art. 2º, § 1º).

Agora sim: Já conhecemos os principais pontos sobre a prisão temporária e você já sabe a
importância de conhecer os crimes para os quais a lei admite a prisão temporária.

5.4. Direitos do Preso Temporário


No intuito de resguardar a integridade do preso temporário durante o período de encarce-
ramento, temos a seguinte previsão:

Lei n. 7.960/1989
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais de-
tentos.

Além disso, é importante que você saiba as seguintes previsões do art. 2º da referida lei:
• Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art.
5º da Constituição Federal.
• O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado den-
tro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da represen-
tação ou do requerimento.
• O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, de-
terminar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da
autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
• Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das
quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

Prisão e Medidas Cautelares:


• Segundo o STF, medida cautelar é um procedimento que visa prevenir, conservar ou
defender direitos. O nome, obviamente, deriva do termo cautela, e caracteriza um ato
PREVENTIVO decretado pelo Judiciário;

Prisão:
• Segundo Nucci, “Prisão é a privação da liberdade, tolhendo-se o direito de ir e vir, através
do recolhimento da pessoa humana ao cárcere.”

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Prisão Pena:
• É aquela decretada ao condenado, após o trânsito em julgado da sentença penal con-
denatória. Ou seja, não há mais recurso, e só resta ao Estado submeter o indivíduo, cuja
culpa já está formada além de qualquer dúvida razoável, à execução da pena cominada
aos atos por ele praticados.

Prisão Cautelar:
• É uma espécie de medida cautelar, e pode ser decretada antes do trânsito em julgado da
sentença penal condenatória. Também pode ser chamada de prisão provisória, proces-
sual ou mesmo de prisão sem pena, dependendo da doutrina adotada pela banca.

Prisões Cautelares:
• Via de regra a doutrina subdivide as prisões cautelares em preventiva, flagrante e temporária.

Liberdade Provisória:
• Previsão CF: Art. 5º, LXVI: ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
• A proibição de liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o re-
laxamento da prisão processual por excesso de prazo.
• A regra é que o acusado responda em liberdade!

Fiança:
• Fiança é uma garantia real, consistente no pagamento em dinheiro ou na entrega de va-
lores ao Estado, para assegurar o direito de permanecer em liberdade no transcurso de
um processo criminal.
• A fiança será sempre definitiva:

CPP
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em
julgado a sentença condenatória autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de
infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liber-
dade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade
cominada for superior a 4 (quatro) anos.

• Se a situação econômica do preso recomendar:


− reduzir o valor até o máximo de 2/3 (dois terços);
− aumentar em até 1.000 (mil) vezes.

Apenas o juiz pode dispensar o valor da fiança.

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Não será concedida fiança nos termos dos arts. 323 e 324 do CPP:

I – nos crimes de racismo;


II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo
e nos definidos como crimes hediondos;
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
o Estado Democrático;
IV – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido,
sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;
V – em caso de prisão civil ou militar;
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

• Quebramento da fiança:

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:


I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo;
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do
processo;
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
IV – resistir injustificadamente a ordem judicial;
V – praticar nova infração penal dolosa.

 Obs.: Também haverá quebra: situação em que o réu se mudar de residência sem prévia per-
missão da autoridade processante ou ausentar-se por mais de 8 dias de sua residência
sem comunicar à autoridade o lugar onde será encontrado.

• Perda da fiança:

CPP, art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não
se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

• Reforço da fiança:

CPP, art. 340. Será exigido o reforço da fiança:


I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou
depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade
deste artigo, não for reforçada.

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São medidas cautelares diversas da prisão (Art. 319, CPP):

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6. Da Prova
PROVA é um meio de se demonstrar uma verdade.
Destinatário:
• Direto: Juiz
• Indireto: As Partes

Sistemas de Valoração da Prova:

CP – Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contradi-
tório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

• Classificações:

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6.1. Provas Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas

• Conceito:

6.2. Meios de Prova

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6.3. Ônus de Prova

6.4. Espécies de Prova

• Prova Pericial
− Quantidade de Peritos:

• Exame de Corpo de Delito


• Exame de Lesões Corporais
− Em regra, é obrigatório;
− Pode ser suprido pela prova testemunhal.

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6.5. Finalidade da Prova


• “A finalidade da prova é convencer o juiz a respeito da verdade de um fato litigioso.”

6.6. Objeto da Prova


• Em regra, são os fatos;
• Excepcionalmente os Direitos.

6.7. Classificações da Prova

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6.8. Serendipidade

• A serendipidade é o fenômeno conhecido como encontro FORTUITO ou CASUAL de provas.

Etapas do rastreamento do vestígio na cadeia de custódia:


1) Reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a
produção da prova pericial.
2) Isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o
ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime.
3) Fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no
corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias, fil-
magens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito
responsável pelo atendimento.
4) Coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas
características e natureza.
5) Acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado
de forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas,
para posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acon-
dicionamento.
6) Transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manuten-
ção de suas características originais, bem como o controle de sua posse.
7) Recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documen-
tado com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia
judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de ras-
treamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem
o recebeu.
8) Processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a meto-
dologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o
resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito.

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9) Armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do mate-


rial a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado,
com vinculação ao número do laudo correspondente
10) Descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vi-
gente e, quando pertinente, mediante autorização judicial.
Em seguida temos a inclusão do art. 158-C, o qual nos apresenta a forma da coleta de ves-
tígios, bem como os procedimentos a ela relacionados:

§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como des-
crito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar
a forma do seu cumprimento.

A lei proíbe a entrada em locais isolados e a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
antes da liberação por parte do perito responsável. Quem o fizer, responderá por fraude processual.

6.9. Prova Testemunhal

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• Características dos depoentes:

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Classificação das Testemunhas:

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Sistemas de Formulação de Perguntas:

6.10. Interrogatório do Acusado

• É meio de prova e meio de defesa.


• Características:

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Etapas do Interrogatório:

7. Confissão

• Características:

• Classificações da Confissão:

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8. Busca e Apreensão

• Comparativo entre a Busca Domiciliar e Busca Pessoal:

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-RJ/2019) Lucas, oficial do Ministério
Público, enquanto cumpria sua função em via pública, por volta de 15h, depara-se com Antônio
conduzindo uma motocicleta com simulacro de arma de fogo na cintura e se surpreende com
aquela situação, tendo em vista que identificou, pela placa, que aquela moto era de propriedade
de seu colega de trabalho. Diante disso, Lucas entra em contato com seu colega, que confirma
que fora vítima de um crime de roubo que teria sido praticado 30 minutos antes, descrevendo
as características do autor do fato, que coincidiam com as de Antônio.
Considerando as informações expostas, em sendo confirmada a autoria, é correto afirmar
que Lucas:
a) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, tendo em vista que, apesar da situação de
flagrante, o ato somente pode ser realizado por agentes de segurança pública;
b) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez que inexiste situação de flagrante
prevista em lei, apesar da identificação da autoria;
c) poderá realizar a prisão captura de Antônio, pois constatada a situação de flagrante próprio
prevista em lei;
d) poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez constatada a situação de flagrante
presumido;
e) poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que há situação de flagrante esperado.

002. (FGV/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/2019) Enquanto


Pedro estava praticando um crime de furto em um carro localizado na rua, Antônio, que morava
na casa da frente, contatou o seu advogado e perguntou quem poderia prendê-lo.
À luz da sistemática afeta aos direitos e garantias constitucionais, o advogado respondeu cor-
retamente que, naquele instante, Pedro
a) apenas poderia ser preso por ordem do Delegado de Polícia.
b) apenas poderia ser preso pelo proprietário do veículo.
c) apenas poderia ser preso se houvesse ordem judicial.
d) poderia ser preso por qualquer do povo.
e) apenas poderia ser preso pela polícia.

003. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-CE/2019) Mariana, tecnicamente primária e com en-


dereço fixo, foi identificada, a partir de câmeras de segurança, como autora de um crime de
furto simples (Pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa) em um estabelecimento comercial. O
inquérito policial com relatório conclusivo, acompanhado da Folha de Antecedentes Criminais
com apenas uma outra anotação referente à ação penal em curso, sem decisão definitiva, foi
encaminhado ao Poder Judiciário e, posteriormente, ao Ministério Público.
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Entendendo que existe risco de reiteração delitiva, já que testemunhas indicavam que Mariana,
que se encontrava solta, já teria praticado delitos semelhantes, no mesmo local, em outras
ocasiões, poderá o Promotor de Justiça com atribuição requerer que seja:
a) fixada cautelar alternativa de comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com
as testemunhas, mas não o recolhimento domiciliar no período noturno por ausência de pre-
visão legal;
b) fixada cautelar alternativa de proibição de frequentar, por determinado período, o estabele-
cimento lesado, mas não a decretação da prisão preventiva ou temporária;
c) fixada a cautelar alternativa de internação provisória, que gera detração da pena, mas não a
prisão preventiva ou temporária;
d) decretada a prisão temporária da indiciada;
e) decretada a prisão preventiva da indiciada.

004. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-AL/2018/ADAPTADA) Um dos te-


mas relevantes no Processo Penal é “Prisões e Medidas Cautelares Alternativas”, já que está
relacionado ao fundamental direito à liberdade. Sobre o tema em questão, de acordo com as
previsões do Código de Processo Penal, a medida cautelar de internação provisória exige lau-
do, indicando a inimputabilidade do agente e risco de reiteração, mas não que os crimes sejam
praticados com violência ou grave ameaça à pessoa.

005. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR/TJ-SC/2015/ADAPTADA) A Lei n. 7.960/89 traz


uma medida cautelar pessoal de natureza constritiva conhecida como prisão temporária. So-
bre tal medida, é correto afirmar que poderá ser decretada de ofício pelo magistrado.

006. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-CE/2019) Alan, funcionário público de determinado Tri-


bunal de Justiça, estava sendo investigado, em inquérito policial, pela suposta prática dos
crimes de associação criminosa e corrupção passiva. Decorrido o prazo das investigações, a
autoridade policial encaminhou os autos ao Poder Judiciário solicitando novo prazo para pros-
seguimento dos atos investigatórios. O Ministério Público apenas concordou com o requeri-
mento de prorrogação do prazo, não apresentando qualquer outro requerimento. O magistrado,
por sua vez, ao receber os autos, concedeu mais 15 (quinze) dias para investigações e, na mes-
ma decisão, decretou a prisão temporária de Alan pelo prazo de 05 (cinco) dias, argumentando
que a cautelar seria imprescindível para as investigações do inquérito policial.
Alan foi preso temporariamente e mantido separado dos demais detentos da unidade peni-
tenciária. Ao final do 4º dia de prisão, a autoridade judicial prorrogou por mais 05 (cinco) dias
a prisão temporária, esclarecendo que os motivos que justificaram a decisão permaneciam
inalterados, ainda sendo necessária a medida drástica para as investigações.

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Procurado pela família do preso, o advogado de Alan deverá esclarecer que:


a) a prisão temporária foi decretada e prorrogada de maneira válida, mas houve ilegalidade na
sua execução, tendo em vista que os presos temporários não podem ser mantidos separados
dos demais detentos;
b) a prisão temporária não poderia ter sido prorrogada pelo prazo de 05 (cinco) dias, já que
essa cautelar somente tem prazo máximo total de 05 (cinco) dias, que foi o período inicial-
mente fixado;
c) a prisão temporária, mesmo que presentes os requisitos legais, não poderia ter sido decre-
tada de ofício pela autoridade judicial;
d) a prisão temporária foi decretada e prorrogada de maneira válida, não havendo também
qualquer ilegalidade em sua execução;
e) o crime de associação criminosa não admite a decretação da prisão temporária por não
estar previsto no rol da Lei n. 7.960/89.

007. (FGV/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR/TJ-SC/2018) Durante investigação de práti-


ca de crime de extorsão simples, considerando que a prisão do indiciado José era indispensá-
vel para as investigações, após representação da autoridade policial, mas sem requerimento
expresso do Ministério Público, o juiz competente decretou a prisão temporária de José pelo
prazo inicial de 10 dias.
Quando o oficial de justiça, acompanhado de força policial, foi cumprir o mandado de prisão,
José entrou imediatamente em contato com seu advogado, para esclarecimentos. O advogado
de José deverá esclarecer que a prisão temporária:
a) não é válida, porque não cabe prisão temporária antes do oferecimento da denúncia;
b) não é válida, apesar de cabível no delito mencionado, em razão do prazo fixado pelo
magistrado;
c) é válida e, ao final do prazo, deverá o preso ser colocado em liberdade independentemente
de nova ordem judicial;
d) é válida, apesar de decretada de ofício em razão da ausência de requerimento do Ministé-
rio Público;
e) não é válida, porque o crime investigado não está no rol daqueles que admitem essa moda-
lidade de prisão.

008. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PC-RN/2021) Tramita no âmbito in-


terno da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte processo administrativo disciplinar
(PAD) que apura eventual falta funcional praticada por certo delegado de polícia. Durante a
instrução do PAD, foi verificada pela autoridade competente que o conduz a necessidade de
obtenção de prova emprestada, consistente em interceptação telefônica realizada no bojo de
processo criminal. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o compartilha-
mento de prova pretendido é:
a) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que é inviolável o sigilo da corres-
pondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas;

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b) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica so-
mente pode ser utilizada para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
c) viável, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal competente e respeitados os
princípios do contraditório e da ampla defesa;
d) viável, independentemente de prévia autorização pelo juízo criminal, porque, uma vez produ-
zida, a prova pertence ao Estado que é uno;
e) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica so-
mente pode ser produzida no âmbito de investigação e processo criminal ou ação de improbi-
dade administrativa.

009. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PC-RN/2021) No curso de inquérito


policial para investigar a prática de crime sexual, a autoridade policial entendeu necessária a
realização de exame de DNA de Leonardo, suspeito do delito, para colher informações sobre a
sua autoria. Nesse sentido, a prova em questão:
a) não poderá ser recusada por Leonardo, diante da sua condição de indiciado, independente-
mente de exigir comportamento ativo ou passivo;
b) poderá ser realizada, independentemente da concordância de Leonardo, ainda que invasiva,
mas exige decisão judicial prévia;
c) poderá ser recusada por Leonardo no curso do inquérito policial, mas não no curso de pro-
cesso judicial;
d) poderá ser realizada sobre material descartado por Leonardo, independentemente de sua
concordância;
e) poderá ser realizada independentemente da concordância de Leonardo, ainda que exija
comportamento ativo do agente, desde que sujeita ao contraditório e ampla defesa.

010. (FGV/AGENTE E ESCRIVÃO/PC-RN/2021) De acordo com a doutrina, em que pese pre-


valeça no direito processual penal brasileiro o sistema acusatório, algumas características
típicas do sistema inquisitório ainda são encontradas disciplinadas no Código de Processo
Penal, em especial sobre o tema prova.
Em relação a tais aspectos, acerca do exame de corpo de delito, é correto afirmar que:
a) o laudo deverá ser produzido por dois peritos oficiais ou, caso não disponíveis, três pessoas
idôneas com curso superior, de preferência na área relacionada;
b) a sua realização poderá ser suprida pela confissão do acusado, ainda que o crime dei-
xe vestígio;
c) a prova testemunhal poderá suprir a falta do exame, caso este não seja possível por have-
rem desaparecido os vestígios;
d) o laudo deve ser produzido por perito isento, não admitindo a formulação de quesitos pe-
las partes;
e) o juiz, diante da natureza de prova pericial, ficará adstrito ao laudo, não podendo rejeitá-lo.

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011. (FGV/ESTÁGIO FORENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEI-


RO/MPE-RJ/2020) De maneira geral, a doutrina conceitua prova como todo elemento através
do qual se pretende influenciar o convencimento do julgador, demonstrando-se a existência ou
realidade de um fato. Em que pese o Código de Processo Penal seja primordialmente marcado
pelo sistema acusatório, alguns resquícios sobre características do sistema inquisitivo perma-
necem em relação ao tema.
Com base nas previsões do Código de Processo Penal, em relação ao tema “prova”, é correto
afirmar que:
a) a prova da qualificadora do crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo depen-
de da realização de exame de corpo de delito, podendo esse ser suprido apenas pela confissão
do acusado;
b) as provas ilícitas deverão ser desentranhadas do processo, assim como aquelas que dela deri-
varem, ainda que as derivadas pudessem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras;
c) o crime de lesão corporal de natureza grave exige a realização de exame de corpo de delito,
que poderá ser, porém, indireto, caso os vestígios desapareçam;
d) a busca e apreensão pessoal, havendo prova da materialidade e indícios de autoria de fla-
grante delito e posse de instrumentos do crime, depende da prévia existência de mandado;
e) o exame pericial deverá ser realizado por dois peritos oficiais, ou, em sua falta, duas pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior.

012. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-RJ/2019) Em matéria Penal, através


das provas, as partes pretendem influenciar o convencimento do julgador, além de demonstrar
a veracidade de determinado fato.
O Código de Processo Penal disciplina o tema, trazendo previsões gerais e regras próprias para
as provas em espécie.
Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
a) em razão do livre convencimento motivado, ao Ministério Público, assim como ao acusado,
é facultado apresentar quesitos e indicar assistente técnico por ocasião da prova pericial, mas
o laudo elaborado não vincula o juiz, que poderá aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte;
b) em razão do direito de presença do acusado, o Código de Processo Penal não admite o inter-
rogatório por videoconferência com fundamento no risco para segurança pública com fundada
suspeita de fuga do preso durante o deslocamento para audiência;
c) no procedimento do Tribunal do Júri, durante o interrogatório do réu em sessão plenária, as
perguntas deverão ser feitas diretamente pelas partes e pelos jurados, cabendo ao juiz apenas
complementá-las;
d) com base no princípio da inércia, o sistema a ser observado quando da oitiva das testemu-
nhas é o cross examination, não podendo o magistrado complementar as perguntas das partes;
e) diante do caráter inquisitório do inquérito policial, os elementos informativos não poderão ser
mencionados na sentença, nem mesmo para corroborar a decisão do juiz fundamentada em provas.

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013. (FGV/ANALISTA JURÍDICO/2018/TJ-SC) Em determinada data, Glaucia ingressou em


estabelecimento comercial, após arrombar a fechadura da porta, para subtrair diversos bens.
Descobertos os fatos, foi denunciada pelo crime de furto qualificado pelo rompimento de
obstáculo.
Considerando que a infração deixou vestígios, o reconhecimento da qualificadora:
a) poderia ser obtido a partir da produção de provas de qualquer natureza, tendo em vista que
adotado pelo Direito Processual Penal brasileiro o princípio do livre convencimento motivado;
b) dependeria de laudo pericial direto e, ainda que tivessem desaparecidos os vestígios, o exa-
me indireto não seria suficiente;
c) exigiria exame de corpo de delito, que poderia ser direto ou indireto, ainda que realizado por
um perito, mas a confissão não seria suficiente;
d) dependeria de realização de exame pericial, que poderia, porém, ser suprido pela confis-
são do réu;
e) exigiria realização de exame pericial, exame esse que deveria ser realizado por dois peri-
tos oficiais.

014. (FGV/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR/TJ-SC/2018) Após a prisão em flagrante de


Tício pelo crime de tráfico de drogas, já que ele teria sido encontrado enquanto trazia consigo
grande quantidade de drogas, os policiais militares incentivaram o preso, algemado, no interior
da viatura policial, sem assegurar o direito ao silêncio, a confessar os fatos. Diante do incenti-
vo, o preso confirmou seu envolvimento com a associação criminosa que dominava o tráfico
da localidade, sendo a declaração filmada pelos policiais sem que Tício tivesse conhecimento.
Após denúncia, o Ministério Público acostou ao procedimento o vídeo da filmagem do celular
realizada pelos policiais. Durante a instrução, Tício alegou que o material entorpecente era
destinado ao seu uso.
Diante da situação narrada, o vídeo com a filmagem do celular do policial deve ser conside-
rado prova:
a) ilícita, gerando como consequência a substituição do juiz que teve acesso a ela, não sendo
necessário, porém, que seja desentranhada dos autos;
b) lícita, sendo a confissão a rainha das provas, de modo que deverá prevalecer sobre os de-
mais elementos probatórios produzidos durante a instrução;
c) ilícita, devendo ser desentranhada do processo, apesar de os atos anteriores da prisão em
flagrante serem considerados válidos;
d) lícita, mas caberá ao juiz responsável pela sentença atribuir o valor que entenda adequado
a essa prova;
e) ilícita, gerando o reconhecimento da invalidade da prisão em flagrante como um todo.

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015. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-RJ/2016) Chega ao conhecimento


do Ministério Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava escondido um facão que
seria instrumento de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda sujo com sangue do
autor e da vítima. O Ministério Público entra com pedido de busca e apreensão domiciliar,
sendo deferido pelo juiz. Com base nisso, monta operação com a Chefia da Polícia Civil para
cumprimento do mandado. Lá chegando, porém, deparam-se com policiais militares, que, sem
mandado, aproveitaram que a residência estava vazia e encontraram o facão, que estava em
cima da mesa da sala. A Polícia Civil formaliza o cumprimento do mandado e a apreensão do
instrumento, oferecendo o Ministério Público denúncia em face de Tício. Em defesa prévia, o
acusado alega a ilicitude da prova no que tange ao facão. No caso, é correto afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na
residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos;
b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram
na residência de Tício;
c) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, em razão da aplicação da teoria do “Fruto da Ár-
vore Envenenada”;
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos
a prova ilícita, mas não a ilegítima;
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.

016. (FGV/TÉCNICO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA-ADVOGADO/AL-MA/2013) Assinale a


alternativa que indica o princípio que fundamenta a lição da doutrina de que a prova não per-
tence à parte que a produziu, mas ao processo.
a) Princípio do livre convencimento motivado.
b) Princípio do contraditório.
c) Princípio da oralidade da prova.
d) Princípio da publicidade da prova.
e) Princípio da aquisição ou comunhão da prova.

017. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-AP/2010) Relativamente ao tema prova, analise as


afirmativas a seguir:
I – Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requeri-
mento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
II – No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, quando não houver
escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a
pessoa escreva o que Ihe for ditado, não podendo o indiciado recusar-se sob pena de crime de
desobediência.
III – O juiz ficará adstrito ao laudo, não podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo apenas em parte.

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Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

018. (INSTITUTO AOCP/PERITO OFICIAL CRIMINAL/PC-ES/2019) Quando a infração deixar


vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. No que se refere ao
exame de corpo de delito, com fundamento no que dispõe o Código de Processo Penal Brasi-
leiro, assinale a alternativa correta.
a) O exame de corpo de delito será feito em qualquer dia, sempre em horário diurno.
b) Não é necessário que o exame de corpo de delito seja realizado por perito oficial portador de diplo-
ma de curso superior, bastando que se trate de pessoa com ampla expertise e experiência na área.
c) A realização de exame de corpo de delito terá prioridade de realização quando se tratar de
crime que envolva violência doméstica e familiar.
d) O juiz ou a autoridade policial negará o exame de corpo de delito requerido pelas partes,
quando não for necessário ao esclarecimento da verdade.
e) O exame de corpo de delito poderá ser suprido com a confissão do acusado.

019. (INSTITUTO AOCP/ASSISTENTE SOCIAL/PC-ES/2019) Tratando das perícias em geral,


com base no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
a) Os peritos elaborarão o laudo pericial no prazo máximo de 10 dias improrrogáveis, onde des-
creverão minuciosamente o que examinarem e responderão aos quesitos formulados.
b) Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa,
ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instru-
mentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
c) O laudo sobre o cadáver encontrado deve ser redigido pelos peritos de maneira textual e
descritiva, sendo vedado qualquer desenho que não represente a fotografia real do corpo.
d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade
de nova perícia e, obrigatoriamente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou
microfotográficas, desenhos ou esquemas.
e) A autópsia será feita pelo menos doze horas depois do óbito, sendo vedado aos peritos fazer
a autópsia antes daquele prazo.

020. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE/ITEP-RN/2018) Segundo a doutrina,


prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes e/ou pelo Juiz, visando à formação
do convencimento quanto a atos, fatos e circunstâncias. Nesse contexto, referente à matéria
de provas prevista no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
a) Antes de proferir a sentença, o Juiz pode, de ofício, determinar a realização de diligências
complementares para esclarecer ponto relevante.

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b) A prova obtida por meios ilícitos não será admitida no processo, porém aquelas que deriva-
rem dela podem ser utilizadas.
c) O juiz, ao sentenciar o processo, pode fundamentar sua decisão exclusivamente com base
nas provas produzidas em fase de inquérito policial.
d) O interrogatório, por se tratar de ato de defesa, não pode ser realizado novamente no mes-
mo processo.
e) O silêncio do acusado em seu interrogatório pode ser interpretado como confissão.

021. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE/ITEP-RN/2018) Acerca do Exame de


corpo de delito e perícias em geral, assinale a alternativa correta.
a) Os exames de corpo de delito somente poderão se realizados em dias úteis.
b) A confissão do acusado é suficiente para a comprovação das infrações penais que deixam
vestígios.
c) As perícias em geral serão, em regra, realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma
de curso superior, não cabendo às partes formularem quesitos ou indicar assistente técnico.
d) Não sendo possível realizar o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestí-
gios, tal prova poderá ser suprida pela prova testemunhal.
e) É obrigatória a juntada de fotografias, esquemas e desenhos, para acompanhar os laudos
de que representem lesões.

022. (INSTITUTO AOCP/TÉCNICO DE NECRÓPSIA/SES-PE/2018) Preencha a lacuna e assi-


nale a alternativa correta referente ao artigo 162 do Código de Processo Penal.
A autópsia será feita pelo menos ______ depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
a) 03 horas
b) 06 horas
c) 12 horas
d) 18 horas
e) 24 horas

023. (VUNESP/ESCRIVÃO/PC-CE/2015) Com relação às disposições do Código de Processo


Penal, acerca do exame de corpo de delito e perícias em geral, é correto afirmar que
a) não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
b) a autópsia será feita até seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
sinais de morte, julgarem que possa ser feita depois daquele prazo, o que declararão no auto
c) na falta de perito oficial, o exame será realizado por 1 (uma) pessoa idônea, portadora de
diploma de curso superior.
d) o exame de corpo de delito deverá ser feito durante o dia
e) os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos obrigatoriamente por dois
peritos oficiais.

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024. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJDFT/2015) Conforme a teoria dos frutos da árvore


envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo
criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto,
ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as pro-
vas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita.

025. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) Pedro, sem autorização judicial, inter-


ceptou uma ligação telefônica entre Marcelo e Ricardo. O conteúdo da conversa interceptada
constitui prova de que Pedro é inocente do delito de latrocínio do qual está sendo processado.
Nessa situação, embora a prova produzida seja manifestamente ilícita, em um juízo de propor-
cionalidade, destinando-se esta a absolver o réu, deve ser ela admitida, haja vista que o erro
judiciário deve ser a todo custo evitado.

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GABARITO
1. d
2. d
3. b
4. E
5. E
6. c
7. b
8. c
9. d
10. c
11. c
12. a
13. c
14. c
15. e
16. e
17. a
18. c
19. b
20. a
21. d
22. b
23. a
24. C
25. C

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GABARITO COMENTADO
001. (FGV/OFICIAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-RJ/2019) Lucas, oficial do Ministério
Público, enquanto cumpria sua função em via pública, por volta de 15h, depara-se com Antônio
conduzindo uma motocicleta com simulacro de arma de fogo na cintura e se surpreende com
aquela situação, tendo em vista que identificou, pela placa, que aquela moto era de propriedade
de seu colega de trabalho. Diante disso, Lucas entra em contato com seu colega, que confirma
que fora vítima de um crime de roubo que teria sido praticado 30 minutos antes, descrevendo
as características do autor do fato, que coincidiam com as de Antônio.
Considerando as informações expostas, em sendo confirmada a autoria, é correto afirmar
que Lucas:
a) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, tendo em vista que, apesar da situação de
flagrante, o ato somente pode ser realizado por agentes de segurança pública;
b) não poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez que inexiste situação de flagrante
prevista em lei, apesar da identificação da autoria;
c) poderá realizar a prisão captura de Antônio, pois constatada a situação de flagrante próprio
prevista em lei;
d) poderá realizar a prisão captura de Antônio, uma vez constatada a situação de flagrante
presumido;
e) poderá realizar a prisão captura de Antônio, já que há situação de flagrante esperado.

A situação narrada diz respeito ao flagrante presumido, ficto ou assimilado: Aquele que é en-
contrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração.
Letra d.

002. (FGV/GUARDA CIVIL MUNICIPAL/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/2019) Enquanto


Pedro estava praticando um crime de furto em um carro localizado na rua, Antônio, que morava
na casa da frente, contatou o seu advogado e perguntou quem poderia prendê-lo.
À luz da sistemática afeta aos direitos e garantias constitucionais, o advogado respondeu cor-
retamente que, naquele instante, Pedro
a) apenas poderia ser preso por ordem do Delegado de Polícia.
b) apenas poderia ser preso pelo proprietário do veículo.
c) apenas poderia ser preso se houvesse ordem judicial.
d) poderia ser preso por qualquer do povo.
e) apenas poderia ser preso pela polícia.

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Trata do art. 301 do CPP:

Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.
Letra d.

003. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-CE/2019) Mariana, tecnicamente primária e com en-


dereço fixo, foi identificada, a partir de câmeras de segurança, como autora de um crime de
furto simples (Pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa) em um estabelecimento comercial. O
inquérito policial com relatório conclusivo, acompanhado da Folha de Antecedentes Criminais
com apenas uma outra anotação referente à ação penal em curso, sem decisão definitiva, foi
encaminhado ao Poder Judiciário e, posteriormente, ao Ministério Público.
Entendendo que existe risco de reiteração delitiva, já que testemunhas indicavam que Mariana,
que se encontrava solta, já teria praticado delitos semelhantes, no mesmo local, em outras
ocasiões, poderá o Promotor de Justiça com atribuição requerer que seja:
a) fixada cautelar alternativa de comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com as tes-
temunhas, mas não o recolhimento domiciliar no período noturno por ausência de previsão legal;
b) fixada cautelar alternativa de proibição de frequentar, por determinado período, o estabele-
cimento lesado, mas não a decretação da prisão preventiva ou temporária;
c) fixada a cautelar alternativa de internação provisória, que gera detração da pena, mas não a
prisão preventiva ou temporária;
d) decretada a prisão temporária da indiciada;
e) decretada a prisão preventiva da indiciada.

Essa questão é extremamente interessante. Primeiramente devemos nos lembrar dos requi-
sitos para a decretação de prisão temporária e preventiva. O delito de furto simples não está
contemplado no rol taxativo previsto em lei para aqueles crimes que autorizam a prisão tempo-
rária. Já para a prisão preventiva necessitamos, entre outros requisitos, de ser o crime doloso
com pena máxima superior a 4 anos ou situação de reincidência em crime doloso. Logo, a
situação apresentada também não autoriza essa modalidade de prisão cautelar. Logo, como
forma de garantir a eficácia do processo criminal, o magistrado poderá decretar medidas alter-
nativas à prisão diante do requerimento do membro do Parquet.

CPP- Art. 319, II e V:


II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacio-
nadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco
de novas infrações;
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusa-
do tenha residência e trabalho fixos.
Letra b.

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004. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-AL/2018/ADAPTADA) Um dos te-


mas relevantes no Processo Penal é “Prisões e Medidas Cautelares Alternativas”, já que está
relacionado ao fundamental direito à liberdade. Sobre o tema em questão, de acordo com as
previsões do Código de Processo Penal, a medida cautelar de internação provisória exige lau-
do, indicando a inimputabilidade do agente e risco de reiteração, mas não que os crimes sejam
praticados com violência ou grave ameaça à pessoa.

Nada disso. Para a decretação da medida cautelar de internação provisória, o crime deve ter
sido praticado com violência ou grave ameaça:

CPP- art. 319, VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com vio-
lência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do
Código Penal) e houver risco de reiteração.
Errado.

005. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO AUXILIAR/TJ-SC/2015/ADAPTADA) A Lei n. 7.960/89 traz


uma medida cautelar pessoal de natureza constritiva conhecida como prisão temporária. So-
bre tal medida, é correto afirmar que poderá ser decretada de ofício pelo magistrado.

Essa você não erra mais! Prisão temporária jamais de ofício.


Errado.

006. (FGV/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJ-CE/2019) Alan, funcionário público de determinado Tri-


bunal de Justiça, estava sendo investigado, em inquérito policial, pela suposta prática dos
crimes de associação criminosa e corrupção passiva. Decorrido o prazo das investigações, a
autoridade policial encaminhou os autos ao Poder Judiciário solicitando novo prazo para pros-
seguimento dos atos investigatórios. O Ministério Público apenas concordou com o requeri-
mento de prorrogação do prazo, não apresentando qualquer outro requerimento. O magistrado,
por sua vez, ao receber os autos, concedeu mais 15 (quinze) dias para investigações e, na mes-
ma decisão, decretou a prisão temporária de Alan pelo prazo de 05 (cinco) dias, argumentando
que a cautelar seria imprescindível para as investigações do inquérito policial.
Alan foi preso temporariamente e mantido separado dos demais detentos da unidade peni-
tenciária. Ao final do 4º dia de prisão, a autoridade judicial prorrogou por mais 05 (cinco) dias
a prisão temporária, esclarecendo que os motivos que justificaram a decisão permaneciam
inalterados, ainda sendo necessária a medida drástica para as investigações.
Procurado pela família do preso, o advogado de Alan deverá esclarecer que:
a) a prisão temporária foi decretada e prorrogada de maneira válida, mas houve ilegalidade na
sua execução, tendo em vista que os presos temporários não podem ser mantidos separados
dos demais detentos;

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b) a prisão temporária não poderia ter sido prorrogada pelo prazo de 05 (cinco) dias, já que essa
cautelar somente tem prazo máximo total de 05 (cinco) dias, que foi o período inicialmente fixado;
c) a prisão temporária, mesmo que presentes os requisitos legais, não poderia ter sido decre-
tada de ofício pela autoridade judicial;
d) a prisão temporária foi decretada e prorrogada de maneira válida, não havendo também
qualquer ilegalidade em sua execução;
e) o crime de associação criminosa não admite a decretação da prisão temporária por não
estar previsto no rol da Lei n. 7.960/89.

Vejamos caso a caso:


a) Errada. Deverão, obrigatoriamente, estar separados dos mais detentos.
b) Errada. Há possibilidade de prorrogação em caso de extrema e comprovada necessidade.
c) Certa. Mais uma vez o examinador batendo nessa tecla.
d) Errada. Houve ilegalidade na prisão visto ter sido decretada de ofício.
e) Errada. Está presente na lei como o antigo delito de quadrilha ou bando.
Letra c.

007. (FGV/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR/TJ-SC/2018) Durante investigação de práti-


ca de crime de extorsão simples, considerando que a prisão do indiciado José era indispensá-
vel para as investigações, após representação da autoridade policial, mas sem requerimento
expresso do Ministério Público, o juiz competente decretou a prisão temporária de José pelo
prazo inicial de 10 dias.
Quando o oficial de justiça, acompanhado de força policial, foi cumprir o mandado de prisão,
José entrou imediatamente em contato com seu advogado, para esclarecimentos. O advogado
de José deverá esclarecer que a prisão temporária:
a) não é válida, porque não cabe prisão temporária antes do oferecimento da denúncia;
b) não é válida, apesar de cabível no delito mencionado, em razão do prazo fixado pelo magistrado;
c) é válida e, ao final do prazo, deverá o preso ser colocado em liberdade independentemente
de nova ordem judicial;
d) é válida, apesar de decretada de ofício em razão da ausência de requerimento do Ministé-
rio Público;
e) não é válida, porque o crime investigado não está no rol daqueles que admitem essa moda-
lidade de prisão.

Na situação apresentada, o prazo fixado pelo magistrado está incompatível com a determina-
ção legal. O delito de extorsão admite prisão temporária pelo prazo de 5 dias + 5 dias em caso
de extrema e comprovada necessidade (prorrogação).
Letra b.

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008. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PC-RN/2021) Tramita no âmbito in-


terno da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Norte processo administrativo disciplinar
(PAD) que apura eventual falta funcional praticada por certo delegado de polícia. Durante a
instrução do PAD, foi verificada pela autoridade competente que o conduz a necessidade de
obtenção de prova emprestada, consistente em interceptação telefônica realizada no bojo de
processo criminal. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, o compartilha-
mento de prova pretendido é:
a) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que é inviolável o sigilo da corres-
pondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas;
b) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica so-
mente pode ser utilizada para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
c) viável, desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal competente e respeitados os
princípios do contraditório e da ampla defesa;
d) viável, independentemente de prévia autorização pelo juízo criminal, porque, uma vez produ-
zida, a prova pertence ao Estado que é uno;
e) inviável, pois a Constituição da República de 1988 prevê que a interceptação telefônica so-
mente pode ser produzida no âmbito de investigação e processo criminal ou ação de improbi-
dade administrativa.

É viável sim. Nesse sentido:

JURISPRUDÊNCIA
Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo discipli-
nar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contradi-
tório e a ampla defesa.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.

Letra c.

009. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PC-RN/2021) No curso de inquérito


policial para investigar a prática de crime sexual, a autoridade policial entendeu necessária a
realização de exame de DNA de Leonardo, suspeito do delito, para colher informações sobre a
sua autoria. Nesse sentido, a prova em questão:
a) não poderá ser recusada por Leonardo, diante da sua condição de indiciado, independente-
mente de exigir comportamento ativo ou passivo;
b) poderá ser realizada, independentemente da concordância de Leonardo, ainda que invasiva,
mas exige decisão judicial prévia;

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c) poderá ser recusada por Leonardo no curso do inquérito policial, mas não no curso de pro-
cesso judicial;
d) poderá ser realizada sobre material descartado por Leonardo, independentemente de sua
concordância;
e) poderá ser realizada independentemente da concordância de Leonardo, ainda que exija
comportamento ativo do agente, desde que sujeita ao contraditório e ampla defesa.

Vejamos caso a caso:


a) Errada. Conforme estudamos, o acusado não está obrigado a realizar qualquer comporta-
mento ativo que poderá produzir provas contra si mesmo, sob pena de violação ao princípio da
não autoincriminação.
b) Errada. A não autoincriminação abrange o direito do acusado de não produzir nenhuma pro-
va incriminadora invasiva.
c) Errada. Poderá se recusar em qualquer fase da persecução penal.
d) Certa. Exatamente o que destacamos, como bitucas de cigarro descartadas por ele, fios de
cabelo encontrados...
e) Errada. Mesmo diante do contraditório e da ampla defesa, ele não está obrigado a concordar
em face do princípio do nemo tenetur se detegere.
Letra d.

010. (FGV/AGENTE E ESCRIVÃO/PC-RN/2021) De acordo com a doutrina, em que pese pre-


valeça no direito processual penal brasileiro o sistema acusatório, algumas características
típicas do sistema inquisitório ainda são encontradas disciplinadas no Código de Processo
Penal, em especial sobre o tema prova.
Em relação a tais aspectos, acerca do exame de corpo de delito, é correto afirmar que:
a) o laudo deverá ser produzido por dois peritos oficiais ou, caso não disponíveis, três pessoas
idôneas com curso superior, de preferência na área relacionada;
b) a sua realização poderá ser suprida pela confissão do acusado, ainda que o crime dei-
xe vestígio;
c) a prova testemunhal poderá suprir a falta do exame, caso este não seja possível por have-
rem desaparecido os vestígios;
d) o laudo deve ser produzido por perito isento, não admitindo a formulação de quesitos pe-
las partes;
e) o juiz, diante da natureza de prova pericial, ficará adstrito ao laudo, não podendo rejeitá-lo.

Vejamos caso a caso:


a) Errada. Basta um perito oficial. Na falta deste, serão necessários dois peritos não oficiais,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que
tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
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b) Errada. Conforme o CPP:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

c) Certa. Isso mesmo. Em casos de desaparecimento dos vestígios, impedindo a realização


do exame complementar, a prova testemunhal será considerada suficiente, conforme previsão
expressa no CPP.
d) Errada. Conforme o CPP:

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.

e) Errada. Conforme o CPP:

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Letra c.

011. (FGV/ESTÁGIO FORENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEI-


RO/MPE-RJ/2020) De maneira geral, a doutrina conceitua prova como todo elemento através
do qual se pretende influenciar o convencimento do julgador, demonstrando-se a existência ou
realidade de um fato. Em que pese o Código de Processo Penal seja primordialmente marcado
pelo sistema acusatório, alguns resquícios sobre características do sistema inquisitivo perma-
necem em relação ao tema.
Com base nas previsões do Código de Processo Penal, em relação ao tema “prova”, é correto
afirmar que:
a) a prova da qualificadora do crime de furto qualificado pelo rompimento de obstáculo depen-
de da realização de exame de corpo de delito, podendo esse ser suprido apenas pela confissão
do acusado;
b) as provas ilícitas deverão ser desentranhadas do processo, assim como aquelas que dela
derivarem, ainda que as derivadas pudessem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras;
c) o crime de lesão corporal de natureza grave exige a realização de exame de corpo de delito,
que poderá ser, porém, indireto, caso os vestígios desapareçam;
d) a busca e apreensão pessoal, havendo prova da materialidade e indícios de autoria de fla-
grante delito e posse de instrumentos do crime, depende da prévia existência de mandado;
e) o exame pericial deverá ser realizado por dois peritos oficiais, ou, em sua falta, duas pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior.

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Vejamos caso a caso:


a) Errada. Essa você não erra mais. A confissão do acusado não supre a necessidade de reali-
zação do exame de corpo de delito nas infrações penais que deixem vestígios.
b) Errada. Nada disso. Conforme o CPP:

Art. 157, § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não eviden-
ciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por
uma fonte independente das primeiras.

c) Certa. Nós destacamos esse ponto em nossa aula: o exame indireto é perfeitamente lícito,
podendo inclusive ser realizado por meio de prova testemunhal.
d) Errada. Conforme o CPP:

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada
suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

e) Errada. Mais uma vez essa! Apenas um perito oficial.


Letra c.

012. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-RJ/2019) Em matéria Penal, através


das provas, as partes pretendem influenciar o convencimento do julgador, além de demonstrar
a veracidade de determinado fato.
O Código de Processo Penal disciplina o tema, trazendo previsões gerais e regras próprias para
as provas em espécie.
Sobre o tema, de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, é correto afirmar que:
a) em razão do livre convencimento motivado, ao Ministério Público, assim como ao acusado,
é facultado apresentar quesitos e indicar assistente técnico por ocasião da prova pericial, mas
o laudo elaborado não vincula o juiz, que poderá aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte;
b) em razão do direito de presença do acusado, o Código de Processo Penal não admite o inter-
rogatório por videoconferência com fundamento no risco para segurança pública com fundada
suspeita de fuga do preso durante o deslocamento para audiência;
c) no procedimento do Tribunal do Júri, durante o interrogatório do réu em sessão plenária, as
perguntas deverão ser feitas diretamente pelas partes e pelos jurados, cabendo ao juiz apenas
complementá-las;
d) com base no princípio da inércia, o sistema a ser observado quando da oitiva das testemu-
nhas é o cross examination, não podendo o magistrado complementar as perguntas das partes;
e) diante do caráter inquisitório do inquérito policial, os elementos informativos não poderão ser
mencionados na sentença, nem mesmo para corroborar a decisão do juiz fundamentada em provas.

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Vejamos caso a caso:


a) Certa. A questão aborda dois dispositivos do CPP:

Art. 159, §3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao
querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico;
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
b) Errada. Assertiva que extrapola nosso conteúdo, mas o CPP admite sim (Art. 185, § 2º).
c) Errada. Mais uma que vai além. As perguntas dos jurados serão feitas por intermédio do juiz
presidente: CPP, art. 474, § 2º.
d) Errada. Conforme o CPP:

Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o
juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na
repetição de outra já respondida.
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.
e) Errada. Essa você já sabe:

CPP- Art.155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contradi-
tório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Letra a.

013. (FGV/ANALISTA JURÍDICO/2018/TJ-SC) Em determinada data, Glaucia ingressou em


estabelecimento comercial, após arrombar a fechadura da porta, para subtrair diversos bens.
Descobertos os fatos, foi denunciada pelo crime de furto qualificado pelo rompimento de
obstáculo.
Considerando que a infração deixou vestígios, o reconhecimento da qualificadora:
a) poderia ser obtido a partir da produção de provas de qualquer natureza, tendo em vista que
adotado pelo Direito Processual Penal brasileiro o princípio do livre convencimento motivado;
b) dependeria de laudo pericial direto e, ainda que tivessem desaparecidos os vestígios, o exa-
me indireto não seria suficiente;
c) exigiria exame de corpo de delito, que poderia ser direto ou indireto, ainda que realizado por
um perito, mas a confissão não seria suficiente;
d) dependeria de realização de exame pericial, que poderia, porém, ser suprido pela confis-
são do réu;
e) exigiria realização de exame pericial, exame esse que deveria ser realizado por dois peri-
tos oficiais.

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Vejamos caso a caso:


a) Errada. O examinador destacou que a infração penal deixou vestígios. Nessa hipótese, será
indispensável o exame de corpo de delito.
b) Errada. O exame poderá ser direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
c) Certa. Nos exatos do art. 158 do CPP:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

d) Errada. Como já sabemos, a confissão do acusado não supre a realização de exame pericial.
e) Errada. Apenas um perito oficial.
Letra c.

014. (FGV/OFICIAL DE JUSTIÇA E AVALIADOR/TJ-SC/2018) Após a prisão em flagrante de


Tício pelo crime de tráfico de drogas, já que ele teria sido encontrado enquanto trazia consigo
grande quantidade de drogas, os policiais militares incentivaram o preso, algemado, no interior
da viatura policial, sem assegurar o direito ao silêncio, a confessar os fatos. Diante do incenti-
vo, o preso confirmou seu envolvimento com a associação criminosa que dominava o tráfico
da localidade, sendo a declaração filmada pelos policiais sem que Tício tivesse conhecimento.
Após denúncia, o Ministério Público acostou ao procedimento o vídeo da filmagem do celular
realizada pelos policiais. Durante a instrução, Tício alegou que o material entorpecente era
destinado ao seu uso.
Diante da situação narrada, o vídeo com a filmagem do celular do policial deve ser considerado prova:
a) ilícita, gerando como consequência a substituição do juiz que teve acesso a ela, não sendo
necessário, porém, que seja desentranhada dos autos;
b) lícita, sendo a confissão a rainha das provas, de modo que deverá prevalecer sobre os de-
mais elementos probatórios produzidos durante a instrução;
c) ilícita, devendo ser desentranhada do processo, apesar de os atos anteriores da prisão em
flagrante serem considerados válidos;
d) lícita, mas caberá ao juiz responsável pela sentença atribuir o valor que entenda adequado
a essa prova;
e) ilícita, gerando o reconhecimento da invalidade da prisão em flagrante como um todo.

A situação hipotética apresentada narra um flagrante completamente válido, uma vez que Tí-
cio foi encontrado portando uma grande quantidade de drogas. Contudo, sem ser comunicado
acerca de seus direitos constitucionalmente previstos na condição de preso, foi coagido a
confessar outros fatos que o incriminavam. Nesse caso, essa prova colhida é totalmente ilícita
e por expressa determinação legal, deve ser desentranhada dos autos.
Letra c.

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015. (FGV/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-RJ/2016) Chega ao conhecimento


do Ministério Público e da Polícia Civil que na casa de Tício estava escondido um facão que
seria instrumento de crime de homicídio ocorrido no dia anterior, ainda sujo com sangue do
autor e da vítima. O Ministério Público entra com pedido de busca e apreensão domiciliar,
sendo deferido pelo juiz. Com base nisso, monta operação com a Chefia da Polícia Civil para
cumprimento do mandado. Lá chegando, porém, deparam-se com policiais militares, que, sem
mandado, aproveitaram que a residência estava vazia e encontraram o facão, que estava em
cima da mesa da sala. A Polícia Civil formaliza o cumprimento do mandado e a apreensão do
instrumento, oferecendo o Ministério Público denúncia em face de Tício. Em defesa prévia, o
acusado alega a ilicitude da prova no que tange ao facão. No caso, é correto afirmar que:
a) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, já que os policiais ingressaram sem mandado na
residência do réu, de modo que deve ser desentranhada dos autos;
b) a prova é válida, tendo em vista que havia flagrante delito quando os policiais ingressaram
na residência de Tício;
c) deve ser reconhecida a ilicitude da prova, em razão da aplicação da teoria do “Fruto da Ár-
vore Envenenada”;
d) deve a prova ser mantida nos autos, pois a legislação apenas proíbe que constem dos autos
a prova ilícita, mas não a ilegítima;
e) a prova é válida, aplicando-se a ideia da descoberta inevitável e fonte independente.

É importante destacarmos que a prova colhida pelos policiais militares é ilícita em face de não
haver na casa situação flagrancial que corroborasse sua entrada sem mandando judicial. En-
tretanto, é notório que essa prova poderia ser colhida por uma outra fonte, totalmente indepen-
dente da primeira: Por meio do pedido de busca e apreensão domiciliar feito pelo MP e deferi-
do pelo juiz. Dessa forma, temos uma situação hipotética amparada no art. 157, do CPP, §1º:

São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo
de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras.
Letra e.

016. (FGV/TÉCNICO DE GESTÃO ADMINISTRATIVA-ADVOGADO/AL-MA/2013) Assinale a


alternativa que indica o princípio que fundamenta a lição da doutrina de que a prova não per-
tence à parte que a produziu, mas ao processo.
a) Princípio do livre convencimento motivado.
b) Princípio do contraditório.
c) Princípio da oralidade da prova.
d) Princípio da publicidade da prova.
e) Princípio da aquisição ou comunhão da prova.

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De acordo com o princípio da comunhão ou da aquisição da prova, a prova é comum. Uma vez
produzida, não pertence a qualquer das partes, tampouco pertence ao juiz.
Letra e.

017. (FGV/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-AP/2010) Relativamente ao tema prova, analise as


afirmativas a seguir:
I – Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a
exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requeri-
mento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
II – No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, quando não houver
escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a
pessoa escreva o que Ihe for ditado, não podendo o indiciado recusar-se sob pena de crime de
desobediência.
III – O juiz ficará adstrito ao laudo, não podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo apenas em parte.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Vejamos caso a caso:


I – Certo. Conforme estudamos, nos delitos que envolvem lesões corporais, a regra é a reali-
zação de exame de corpo de delito (salvo exceções expressamente previstas). Existe ainda a
possibilidade de exame complementar em determinados casos. Um exemplo clássico é o que
ocorre com a vítima de lesões corporais graves.
II – Errado. A recusa não configura desobediência. Em face do princípio da não autoincrimi-
nação, a pessoa não é obrigada a realizar um comportamento ativo para produção de prova
contra si, como escritos a fim da realização de exame grafotécnico.
III – Errado. Essa você não erra mais. CPP:

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Letra a.

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018. (INSTITUTO AOCP/PERITO OFICIAL CRIMINAL/PC-ES/2019) Quando a infração deixar


vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto. No que se refere ao
exame de corpo de delito, com fundamento no que dispõe o Código de Processo Penal Brasi-
leiro, assinale a alternativa correta.
a) O exame de corpo de delito será feito em qualquer dia, sempre em horário diurno.
b) Não é necessário que o exame de corpo de delito seja realizado por perito oficial portador
de diploma de curso superior, bastando que se trate de pessoa com ampla expertise e experi-
ência na área.
c) A realização de exame de corpo de delito terá prioridade de realização quando se tratar de
crime que envolva violência doméstica e familiar.
d) O juiz ou a autoridade policial negará o exame de corpo de delito requerido pelas partes,
quando não for necessário ao esclarecimento da verdade.
e) O exame de corpo de delito poderá ser suprido com a confissão do acusado.

a) Errada. Qualquer dia a qualquer hora (Art. 161 do CPP).


b) Errada. Prevê o art. 159 que o exame será realizado por perito oficial, portador de nível su-
perior (regra geral).
c) Certa. É o que prevê o art. 158, I, CPP.
d) Errada. As referidas autoridades podem negar a realização de perícia, exceto nos casos de
corpo de delito.
e) Errada. Pode ser suprido por prova testemunhal, mas não pela confissão do acusado.
Letra c.

019. (INSTITUTO AOCP/ASSISTENTE SOCIAL/PC-ES/2019) Tratando das perícias em geral,


com base no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
a) Os peritos elaborarão o laudo pericial no prazo máximo de 10 dias improrrogáveis, onde des-
creverão minuciosamente o que examinarem e responderão aos quesitos formulados.
b) Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa,
ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instru-
mentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
c) O laudo sobre o cadáver encontrado deve ser redigido pelos peritos de maneira textual e
descritiva, sendo vedado qualquer desenho que não represente a fotografia real do corpo.
d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade
de nova perícia e, obrigatoriamente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou
microfotográficas, desenhos ou esquemas.
e) A autópsia será feita pelo menos doze horas depois do óbito, sendo vedado aos peritos fazer
a autópsia antes daquele prazo.

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a) Errada. O prazo pode ser prorrogado (Art. 160, parágrafo único, CPP).
b) Certa. É o que prevê o art. 171 do CPP.
c) Errada. A juntada de desenhos é possível (Art. 165 CPP).
d) Errada. A ilustração dos laudos com provas fotográficas será realizada sempre que conve-
niente (Art. 170 do CPP).
e) Errada. Pelo menos 06 horas (Art. 162 do CPP).
Letra b.

020. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE/ITEP-RN/2018) Segundo a doutrina,


prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes e/ou pelo Juiz, visando à formação
do convencimento quanto a atos, fatos e circunstâncias. Nesse contexto, referente à matéria
de provas prevista no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta.
a) Antes de proferir a sentença, o Juiz pode, de ofício, determinar a realização de diligências
complementares para esclarecer ponto relevante.
b) A prova obtida por meios ilícitos não será admitida no processo, porém aquelas que deriva-
rem dela podem ser utilizadas.
c) O juiz, ao sentenciar o processo, pode fundamentar sua decisão exclusivamente com base
nas provas produzidas em fase de inquérito policial.
d) O interrogatório, por se tratar de ato de defesa, não pode ser realizado novamente no mes-
mo processo.
e) O silêncio do acusado em seu interrogatório pode ser interpretado como confissão.

Vejamos item por item:


a) Certa. É o que rege o art. 156, II, do CPP. Em que pese a questão seja anterior ao pacote
anticrimes e o debate doutrinário atual sobre a iniciativa probatória do juiz, note que o item
elaborado foi extraído da literalidade do CPP.
b) Errada. As derivadas também não (frutos da árvore envenenada).
c) Errada. Em regra, não é possível, nos termos do art. 155 do CPP.
d) Errada. O art. 196 do CPP admite essa possibilidade.
e) Errada. Não pode o silêncio do acusado ser interpretado como confissão.
Letra a.

021. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE/ITEP-RN/2018) Acerca do Exame de


corpo de delito e perícias em geral, assinale a alternativa correta.
a) Os exames de corpo de delito somente poderão se realizados em dias úteis.

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b) A confissão do acusado é suficiente para a comprovação das infrações penais que deixam
vestígios.
c) As perícias em geral serão, em regra, realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma
de curso superior, não cabendo às partes formularem quesitos ou indicar assistente técnico.
d) Não sendo possível realizar o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestí-
gios, tal prova poderá ser suprida pela prova testemunhal.
e) É obrigatória a juntada de fotografias, esquemas e desenhos, para acompanhar os laudos
de que representem lesões.

a) Errada. A qualquer dia e a qualquer hora (Art. 161 do CPP).


b) Errada. A confissão do acusado não pode suprir a falta do exame de corpo de delito, nos
termos do art. 158 do CPP.
c) Errada. É possível a formulação de quesitos, conforme estudamos.
d) Certa. Art. 167 do CPP.
e) Errada. São juntados quando possível (art. 165 do CPP).
Letra d.

022. (INSTITUTO AOCP/TÉCNICO DE NECRÓPSIA/SES-PE/2018) Preencha a lacuna e assi-


nale a alternativa correta referente ao artigo 162 do Código de Processo Penal.
A autópsia será feita pelo menos ______ depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
a) 03 horas
b) 06 horas
c) 12 horas
d) 18 horas
e) 24 horas

Basta memorizar a literalidade do art. 162 do CPP. A autópsia, rege o referido codex, deve ser
realizada pelo menos 06 horas após o óbito.
Letra b.

023. (VUNESP/ESCRIVÃO/PC-CE/2015) Com relação às disposições do Código de Processo


Penal, acerca do exame de corpo de delito e perícias em geral, é correto afirmar que
a) não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a
prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
b) a autópsia será feita até seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
sinais de morte, julgarem que possa ser feita depois daquele prazo, o que declararão no auto
c) na falta de perito oficial, o exame será realizado por 1 (uma) pessoa idônea, portadora de
diploma de curso superior.

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d) o exame de corpo de delito deverá ser feito durante o dia


e) os exames de corpo de delito e as outras perícias serão feitos obrigatoriamente por dois
peritos oficiais.

Conforme estudamos, a prova testemunhal pode suprir a falta do exame de corpo de delito, por
força do art. 167 do CPP.
Letra a.

024. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJDFT/2015) Conforme a teoria dos frutos da árvore


envenenada, adotada pelo Código de Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo
criminal tem o condão de contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto,
ficar evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas, ademais, as pro-
vas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente da prova ilícita.

Exatamente. A prova ilícita irá contaminar todas as provas que decorrerem dela, desde que
fique comprovado que há nexo de causalidade entre a prova ilícita e as derivadas.
Entretanto, se houver maneira de obter a prova derivada por fonte independente, tais provas
serão consideradas válidas, independentemente de existir uma prova originária ilícita.
Certo.

025. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE/2015) Pedro, sem autorização judicial, inter-


ceptou uma ligação telefônica entre Marcelo e Ricardo. O conteúdo da conversa interceptada
constitui prova de que Pedro é inocente do delito de latrocínio do qual está sendo processado.
Nessa situação, embora a prova produzida seja manifestamente ilícita, em um juízo de propor-
cionalidade, destinando-se esta a absolver o réu, deve ser ela admitida, haja vista que o erro
judiciário deve ser a todo custo evitado.

Isso mesmo. Quando em benefício do réu, para comprovar sua inocência, a prova de origem
ilícita será admitida no processo, de forma excepcional.
Certo.

Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).

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