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ARTIGO FINAL DA PÓS

TÍTULO: Os riscos que o município de Boa Vista do Sul/RS está exposto de acordo com suas
matrizes econômicas.

PROBLEMA: Quais são os riscos a que Boa Vista do Sul se expõe, analisando suas matrizes
econômicas?

OBJETIVO: Encontrar os riscos a que Boa Vista do Sul fica exposto após analisar suas matrizes
econômicas.

INTRODUÇÃO:

De acordo com Souza (1981), a economia regional diz respeito a introdução do elemento espaço na
análise econômica; o estudo de problemas localizados e que envolvem separação espacial, como por
exemplo: problemas envolvendo emprego, como se aproveitam os recursos financeiros e naturais
locais, onde são feitos os investimentos e num contexto geral, tudo que envolve os investimentos e
todas as finanças públicas, entre outras.
A economia do município de Boa vista do Sul/RS é baseada em um leque pouco diversificado de
atividades, com destaque para a produção primária, especialmente a avicultura de corte. Conforme
Crepaldi (1993), os agricultores estão diminuindo as atividades em seus estabelecimentos rurais e
passaram a dedicar-se a apenas poucas, ou a apenas a uma ou duas espécies, se especializando nelas
e assim melhorando a qualidade de seus produtos para visar um mercado pela qual possa receber um
melhor preço.
No geral, os municípios apresentam tendência a possuir uma frente singular no qual baseiam seu
desenvolvimento econômico. Boa Vista do Sul teve uma colonização basicamente italiana e isso
influenciou muito nas tendências de sua matriz econômica, já que ao chegarem para povoar o local,
encontraram locais com geografia e clima típicos de serra. Sem contar que é um município que teve
sua emancipação política declarada em 1995 e é considerado jovem no cenário econômico e ainda
não teve sua economia desenvolvida por ainda depender de seus municípios mães para muitos
serviços essenciais, tendo que se adequar às matrizes regionais e tendências industriais e de negócios
mais próximos. Na visão de Bezzi (2002), analisar uma região é entender o que passa no local,
aceitando o constante conflito entre o novo e o velho, e até mesmo entre a organização e
desorganização que se passa neste espaço. Podemos considerar então que a região é a própria
identidade de um grupo que se identifica com o local e ali se estabelece com todas as suas
características.
Definir as características e, dentre estas, especialmente as matrizes econômicas de um local, é definir
quais são os moldes ou formas, ou até setores base deste local e assim ter um contexto para gerenciar
melhor as oportunidades e riscos que estes oferecem, proporcionando melhores condições de
desenvolvimento e melhores condições de vida a quem ali vive. Assim, a definição dos perfis de
negócios ou da economia de uma região, de uma empresa ou de um município depende de muitos
fatores e pode ser também afetada de diversas formas, sendo que a análise de riscos acaba sendo uma
ferramenta essencial para o gerenciamento público. De Cicco & Fantazzini (1994, apud OLIVEIRA,
2012) entendem que risco pode ter dois significados: é uma probabilidade de ocorrência de possíveis
danos em um período específico ou uma ou mais condições de uma variável que possa causar algum
tipo de dano. Também segundo Oliveira (2015), o risco sempre estará atrelado a ocorrência de um
efeito adverso.
Historicamente, riscos são definidos como eventos negativos, entretanto, o processo de análise de
riscos também pode considerar resultados positivos. Se tiver explorado o espaço econômico por
completo, pode-se conseguir resultados potenciais positivos, identificando armadilhas e apontando
novas oportunidades. No que diz respeito à economia, apesar das constantes crises e dificuldades
encontradas pelos pequenos municípios nos últimos anos, especialmente os que ainda não possuem
consolidadas suas economias e não encontraram válvulas de escape para momentos de dificuldades
em setores específicos, estes têm se mostrado bastante criativos e fortes, sendo capazes de influenciar
dentro de seus limites a suas próprias economias.
Partindo do pressuposto de que existem poucos estudos sobre análise dos riscos que a economia pode
oferecer, especialmente a um município pequeno e com matrizes econômicas específicas, como é o
caso do local onde desenvolvemos o projeto de pesquisa e que, estas informações são importantes no
desenvolvimento deste município e que podem auxiliar também outros municípios com
características semelhantes, este artigo, portanto, busca objetivar o encontro dos riscos a que Boa
Vista do Sul fica exposto após analisar suas matrizes econômicas. Para isso, foram revistos os
conceitos sobre matrizes econômicas e análises de riscos, bem como foi realizado um estudo sobre a
realidade econômica do município de Boa Vista do Sul. Após isso, foi abordada a metodologia da
pesquisa utilizada no presente estudo, passando a discussão dos resultados da pesquisa e finalmente
apresentadas algumas considerações finais.

METODOLOGIA:

O trabalho pode ser classificado como pesquisa qualitativa, com finalidade exploratória, pois visa
disponibilizar um melhor entendimento em relação ao problema de pesquisa (COOPER;
SCHINDLER, 2003). Para Paulilo (1999), a pesquisa qualitativa trabalha com valores, crenças,
hábitos, atitudes, representações, opiniões e adequa-se a aprofundar a complexidade de fatos e
processos particulares e específicos a indivíduos e grupos, desta forma, emprega-se compreensão de
fenômenos com características de alto grau de complexidade. Da mesma forma como pode ser
classificado como um estudo exploratório, uma vez que é um tipo de pesquisa muito específico e que
por muitas vezes assume um status de estudo de caso, onde o pesquisador familiariza-se com o
assunto ainda pouco explorado e ao final da pesquisa está apto a construir hipóteses sobre o mesmo
(GIL, 2008).
Esta investigação teve foco na realidade local econômica do município de Boa Vista do Sul/RS. Este
município tem uma população de aproximadamente 2.788 habitantes e possui uma área de unidade
territorial de 92,926 Km² e sua base econômica é a produção primária com ênfase na avicultura de
corte. Como primeira etapa de pesquisa, utilizou-se dados coletados sobre as matrizes econômicas
desta cidade do site da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul, datadas no período de
01.01.2010 até 31.12.2017. Toda e qualquer pesquisa para ser bem-sucedida, precisa e implica em
levantamento de dados de fontes variadas, quaisquer que sejam as fontes ou métodos empregados
(LAKATOS, 2010; MARCONI, 2010).
Na segunda etapa do estudo, foram feitas entrevistas presenciais com cinco economistas da região
com a finalidade de interpretação dos dados anteriormente coletados, especialmente no que diz
respeito aos riscos a que Boa Vista do Sul está sujeito de acordo com suas matrizes econômicas. Para
Minayo (2009), a estratégia mais usada no trabalho de campo é justamente a entrevista, e a é por meia
desta e da observação, que interação entre pesquisador/sujeito se dá. Os dados obtidos nas entrevistas
foram analisados buscando esclarecer o problema central da pesquisa e trazer contribuições para
futuros estudos sobre a matéria.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

A análise de risco é uma das etapas do processo de gerenciamento de riscos das empresas
que consiste na avaliação da probabilidade de um perigo ocorrer e no cálculo de
seu possível impacto e prejuízo para a corporação.
Essa etapa ocorre após a identificação dos potenciais perigos a que a corporação está su-
jeita. A análise dos riscos tem como objetivo não apenas estimar possíveis perdas operacio-
nais, mas, principalmente, evitar que elas aconteçam.
Gerenciamento de riscos, ou gestão de riscos, é um processo sistemático de planejamento
estratégico dentro das empresas que tem como objetivoidentificar, analisar e respon-
der aos riscos aos quais ela está sujeita.
Seu objetivo é minimizar ou mesmo eliminar a possibilidade de esses riscos terem um im-
pacto negativo sobre a corporação e seus projetos.
O gerenciamento de riscos corporativos (enterprise risk management, em inglês) adota
medidas e políticas buscando o equilíbrio entre a prevenção dos riscos e os custos para
evitá-los. Ele depende da tomada de decisões por parte dos responsáveis, que é mais efe-
tiva quando baseada em um bom sistema de controle.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SOUZA, Nali de Jesus de. Economia regional: conceito e fundamentos teóricos. Perspectiva
Econômica. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Ano XVI, v. 11, n. 32, p. 67-102. São Leopoldo,
1981.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural: Uma abordagem decisorial. São Paulo: Atlas:
1993.

BEZZI, M. L. Região Uma Re(visão) Historiográfica – da gênese aos novos paradigmas. Santa
Maria: Ed. da UFSM, 2004.

DE CICCO, F.; FANTAZZINI, M.L. Tópicos Especiais de gerência de riscos. V. 1-6. São Paulo:
ITSEMAP do Brasil, 1994. In: OLIVEIRA, P. R. A. Gerência de Riscos: Apostila do Curso de
especialização em engenharia de segurança do trabalho. Brasília, 2012. Disponível em:

https://www.dicionariofinanceiro.com/gerenciamento-de-riscos/ - Acesso em 18 de novembro de


2018.

COOPER, D.R.; SCHINDLER, P.S. Métodos de pesquisa em administração. 7. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2003.

PAULILO, M. A S. A pesquisa qualitativa e a história de vida. Serviço Social em Revista. Londrina,


v.2, n. 2, p. 135-148, jul/dez.1999. < http://www.ssrevista.uel.br/n1v2.pdf> . Acesso em 26 de julho
de 2016.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/rs/boa-vista-do-sul/panorama – Acesso em 18 de novembro de
2018.

http://boavistadosul.rs.gov.br/site/prefeitura/conheca-boa-vista-do-sul/historico/ - Acesso em 18 de
novembro de 2018.

LAKATOS, E. Maria; MARCONI, M. de Andrade. Fundamentos de metodologia científica:


Técnicas de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MINAYO, M. C. De S. Trabalho de Campo: contexto de observação, interação e descoberta In.


MINAYO, M. C. C. De S.; DESLANDES, S. F. GOMES, R. (Org). Pesquisa social: teoria, método
e criatividade. 28ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

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