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Legislação Agrária e

Ambiental
1. Introdução 4

2. Conceitos Básicos 11

3. Noções Gerais do Direito Agrário 17


Conceito do Direito Agrário 17
Fontes do Direito Agrário: 17
Natureza Jurídica do Direito Agrário 18
Autonomia 19
Relação do Direito Agrário
com Outras Ciências 19
Codificação do Direito Agrário 19

4. Princípios do Direito Agrário


no Nosso Ordenamento Jurídico 21

5. Estatuto da Terra 25
Análise do Estatuto da Terra 25
Legislação Complementar 28

6. Código Florestal 35
Mecanismos de Proteção 35

7. Referências Bibliográficas 39

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03
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

1. Introdução

Fonte: Agro Planning1

O termo descobrimento é utiliza-


do para afeiçoar-se a chegada
da frota conduzida por Pedro Álva-
que se deu a vinda dos colonizadores
ao Brasil foi o início do capitalismo
comercial, que principiava a finan-
res Cabral ao local que hoje conhe- ciar as navegações em procura de
cemos como o Brasil. terras, matérias-primas e ainda
O termo descoberta apresenta mão-de-obra para seus trabalhos.
uma acepção, uma visão Eurocen- A ocupação do território do
trista, visto que não foram dada a Brasil, ou a invasão sucedida, se deu
devida importância as populações por meio do sistema de capitanias
nativas que jaziam o local. Alguns hereditárias (donatarismo), que
estudos de Darcy Ribeiro advertem constituíram o modo de adminis-
que, quando os colonizadores euro- tração do território pelo império
peus colonizaram nosso território, Português. Esse procedimento se
afere-se que existia aqui mais de 300 deu, porque a Coroa, com recursos
grupos tribais, inteirando aproxima- limitados, outorgou a tarefa de
damente 5 milhões de indivíduos, exploração de regiões particulares
que o ocupavam tirando deles a sua pelo meio da doação de lotes de
supervivência. terras.
É importante e respeitável Os favorecidos dessas Capita-
lembrar que o contexto histórico em nias eram indivíduos da pequena

1 Retirado em: https://www.agroplanning.com.br

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

nobreza de Portugal e o total de deste modo de ocupação, foi sendo


favorecidos foram 12. Isso denota originado.
dizer que a área da região brasileira Bueno (1999) cita que:
foi desconjuntada em 12 partes, cada
uma pertencente à Coroa portu- [...] inicialmente, o interesse da
coroa portuguesa nos domínios
guesa, contudo com direito de
legais foi pela busca de metais
privilégio exclusivo por 12 donos preciosos em especial o ouro,
pertencentes à nobreza. que, na época (século XVI), era
o lastro dos países, no que
Durante a abolição da escra- atualmente poderíamos deno-
vatura e pressões externas para a minar de reservas interna-
nova realidade, foi sancionada pela cionais (dólar americano). Co-
mo em uma primeira explora-
Coroa de Portugal, em meados 1850 ção o ouro não foi encontrado, a
a primeira Lei de Terras no Brasil. A colônia caiu no esquecimento
lei implantava, pela primeira vez no por parte dos lusitanos. [...]
país, a propriedade privada de terras
a de lei n° 601, de 18/09/1850. Assim, foi pela verificação de
De acordo com Barros que a colônia brasileira em meados
(1996:43): de 1500 a 1532 estava sendo plei-
teada por outros povos, em espe-
[...]a finalidade desta Lei era a cífico pelos franceses, que não
de reestruturar o sistema de abrigavam o tratado de Tordesilhas,
propriedade da terra no Brasil. e que a coroa portuguesa adota a
Então, a partir dela, qualquer
cidadão brasileiro poderia se ação de efetivamente requerer a
transformar em proprietário ocupação do Brasil. O modo da ocu-
privado de terras. Essa lei, que pação do território, usada no Brasil,
agora fornecia a posse da terra
para aqueles que possuíam foi a mesma de outras colônias, na
bens suficientes para possuí-la, qual estava fundamentada na
foi um dos grandes marcos do
divisão do território em porções, de-
latifúndio no Brasil. [...]
signadas de Capitanias Hereditárias.
Sendo assim, a partir do Estas capitanias ficaram pro-
tratado de Tordesilhas, que decom- metidas a membros da coroa portu-
pôs o mundo, em duas partes, na guesa que tivesse disposição de vir
época, é que podemos começar a para o “novo mundo”, para afiançar
entender sobre o próprio desco- a determinante posse da colônia por
brimento e a póstumo modo de parte de Portugal. A colônia foi
ocupação do Brasil e a sua sugestão desmembrada em grandes expan-
com a estrutura agrária que, a partir

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

sões de terras as chamadas Capita- riadores uma relação das capitanias


nias Hereditárias Brasileiras. hereditárias com a armação versada
Portugal e Castela firmaram o como feudo que é, artefato central
Tratado de Tordesilhas que dissemi- do modo feudal de produção.
nou, pelas duas cortes, o chamado A partir dessa introdução o
Novo Mundo. O meridiano de Tor- modo de ocupar o território, a então
desilhas conferia a Portugal as terras colônia brasileira adveio a ter um
achadas e por achar que se esta- embrião do que derivaria a ser em
beleciam antes da linha imaginária seguida o desenho da nossa com-
do meridiano a 370 léguas, isto é, posição agrária.
1.770 km/s a Oeste da ilha de Cabo Nascia, portanto, o regime de
verde, outorgando, portanto, a Cas- escravidão onde o operário rural é o
tela as terras bem além desse escravo do grande proprietário. No
contorno. sistema feudal, o rei outorgava
terras a grandes senhores. Estes,
então, ofereciam terras a outros
senhores menos importantes deno-
minado de cavaleiros, que, em troca
batalhavam a seu favor. Quem
conferia a terra era um suserano, e
quem a auferia era um vassalo.
Esse sistema de exploração
sesmeiro, acendeu, de acordo com
Barros (1996):

[...] a grande confusão da


Fonte: Histórias e Estórias titularidade da terra no Brasil.
A sesmaria passou a ser uma
concessão do Donatário da Ca-
Este modo de distribuição de pitania Hereditária a outrem. O
terras da jurisdição na colônia ainda ato de concessão era através de
uma carta. A confusão, se dá
é denominado de donatarismo, uma por não haver uma legislação
vez que, os seus proprietários apre- no Brasil que regulamentasse a
sentavam a detenção absoluta desta titularidade da terra, dando
margem a toda sorte de formas
área, até mesmo sobre as pessoas e de ocupação de terras. Esta
os animais. A forma como as terras confusão só será parcialmente
foram disseminadas, o donatarismo, superada com a Lei de Terras
(Lei nº 601, de 1850). [...]
chegou a promover em alguns histo-

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

Com a Lei de Terras, assim comprometesse a cultivá-lo.


Quem a recebia pagava uma
como a Lei nº 601 do Império esteve
pensão ao estado, em geral
mais versada, o único modo de constituída pela sexta parte do
conseguir a titularidade de terra no rendimento através dele obtido.
Quando o Brasil foi descoberto,
Brasil era por meio da compra. Na para cá, transplantou-se o
compreensão de Barros (1996), esta regime jurídico das sesmarias.
lei denotou: O rei, ou os primeiros dona-
tários de capitanias, faziam do-
ações de terras a particulares,
[...] a primeira medida no que se comprometiam a cultivá-
sentido de disciplinar a titula- las e povoá-las[...]
ridade da terra no Brasil, então
imperial (1850). Considerando [...] A Lei de Terras, como ficou
o momento histórico do Brasil, conhecida a lei n. 601 de 18 de
os detentores do capital (gran- setembro de 1850, é um docu-
des proprietários da produção mento fundamental para com-
de café) eram os potencialmen- preender a organização agrária
te em condições de aquisição do Brasil. Ela atendia à evidente
das terras. [...] necessidade de organizar a situ-
ação dos registros de terras
Assim, a Lei de Terras pode doadas desde o período colonial
e legalizar as ocupadas sem
apresentar uma dupla interpre- autorização, para depois reco-
tação: uma que retrata a questão nhecer as chamadas terras de-
estritamente na lei, isto é, dela volutas, pertencentes ao Es-
tado.
enquanto um marco regulador da O contexto de sua aprovação,
posse da terra, e outro que explana entretanto, sugere a reflexão
que a lei de terras de acordo com o sobre outros objetivos que
pautavam a Lei: a suspensão do
histórico e de sua repercussão, espe- tráfico de escravos, no mesmo
cialmente, ponderando a transição ano, anunciava a Abolição; a
que o Brasil de então estava inci- busca de atrair imigrantes eu-
ropeus para o trabalho agrícola
dindo, com o gradativo desamparo nas grandes propriedades; o
da mão de obra do escravo negro. A desejo do Império de dispor das
subsequente citação debela estas terras devolutas, para poder
financiar o processo de imigra-
duas interpretações: ção e colonização. [...]
Definição de sesmarias de
acordo com Barros (1996): Dessa maneira, pode-se
afiançar que, no Brasil, desde os
[...] Terreno sem culturas ou primórdios da colônia até o a
abandonado, que a antiga legis-
lação portuguesa, com base em conquista da imigração estrangeira,
práticas medievais, determina- houve o dominação da grande
va que fosse entregue a quem se propriedade, especialmente nos

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

ciclos econômicos e agrícolas da pação do território brasileiro surgi-


cana-de-açúcar e do Café, além caro ram como debate, em meado dos
do ciclo do Gado. anos 1940, duas teses: a tese do
Desse modo a estrutura agrá- Feudalismo Agrário, com a defesa
ria, de certa configuração, é a nossa do Alberto Passos Guimarães, e a
herança da ocupação Ibérica: dos tese do Capitalismo agrário, na qual
portugueses legamos a grande pro- o causídico foi Caio Prado Júnior.
priedade agrícola (plantation), por A luta pela terra teve início em
exemplo a cana-de-açúcar como o 1960, mas em 1964 teve o seu
plantio predecessor e dos espanhóis declínio. Contudo uma das grandes
a grande propriedade retornada bandeiras destes atos, que é a
para a produção pecuária (hacien- influência do estado no quesito
da). agrária, completou por se tornar um
Estas duas demonstrações da artefato concreto com o nascimento
estrutura agrária, constituíram-se do Estatuto da Terra, em 30 de
concretizando nas diferentes regiões Novembro de 1964. Por início desse
do Brasil, em umas é mais signi- Estatuto, existiu a probabilidade,
ficativa, distinguindo e produzindo por meio de legislação específica,
uma carcaça agrária típica, como com a associação na citada
podemos elucidar o Nordeste brasi- legislação da função social da terra,
leiro com a cana-de-açúcar e o de desapropriação.
Pampa Gaúcho com o Gado. Com isso, existiu a probabi-
lidade de chegar o grande objetivo
do Estatuto da Terra, que era a
concretização da Reforma Agrária
no Brasil. Apesar tenha sido com-
firmado o Estatuto da Terra em 1964
e o Estado possuía as ferramentas
legais para operacionalizar a inter-
ferência na questão agrária, por
meio da reforma agrária de 1964 a
1984, predominantemente, foi
realizada a política de colonização,
Fonte: Folha política está, consolidada com a
concepção, em 1970, do Instituto
Com essa interpretação da Nacional de Colonização e Reforma
historicidade sobre o modo de ocu- Agrária conhecido como INCRA.

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

Então, a partir dos anos 70, Nesta nova constituição, há


houve uma vagarosa e progressiva uma parte exclusiva sobre a questão
retomada dos oscilações e atos pela agrária, cujo foi regulamentada em
luta da terra. Esses movimentos 1993 chamada a lei Agrária de n°
culminaram com a disposição de um 8629/93.
camping ao longo da rodovia que
coligava as cidades de Passo Fundo
a Ronda
Alta, no RS, cujo ficou
nacionalmente reconhecido como
Encruzilhada natalino. Esse cam-
ping era analisado como o embrião
das novas agitações sociais pela luta
da terra e colaborou para a
concepção o movimento agrário no
Brasil que foi o Movimento dos
Agricultores Sem Terra - MST.
Logo apenas em 1985, com a
conhecida Nova República, houve
uma adulteração na política, com o
lançamento do I Plano Nacional de
Reforma Agrária - PNRA, sendo em
seguida relançado em 2003 o II
Plano Nacional de Reforma Agrária.
O 1º PNRA retomava para o
Estatuto da Terra um dos seus
grandes desígnios que era a reforma
agrária, especialmente na política de
desapropriações de terras que não
estivessem desempenhando o papel
social. Em meados de 1996 foi
elegida uma Assembleia Nacional
representativa com o desígnio de
formar uma nova constituição para
o Brasil. Sendo concluída em 1988,
que por sua vez é a nossa atual
constituição.

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

2. Conceitos Básicos

Fonte: Exame Abril2

C omo já vimos o Estatuto da


Terra foi criado pela Lei 4.504
em 1964. Formando um conjunto de
do dar um perfeito equilíbrio de
propriedade.
O amparo da propriedade
medidas que tende a agenciar uma rural se encontra na Política Agrí-
melhor distribuição da terra para o cola é que visa nortear as atividades
fenecimento da reforma agrária. Há agropecuárias ao garantir-lhes seu
uma conotação de cunho social. pleno emprego. Nisso temos:
Desse modo, a reforma agrária: é a Imóvel Rural: É uma cons-
uma forma de distribuição de terras, trução rústica, de área contínua, que
porquanto institui uma relação em- se propõe a exploração agrícola,
tre o homem e a propriedade e a pecuária ou agroindustrial. Podendo
utilização da terra de modo a pro- ser de propriedade pública ou
vocar a diminuição gradativa do privada, sendo em localização no
minifúndio e do latifúndio, buscan- perímetro urbano, suburbano ou
rural dos municípios. A distinção

2 Retirado em: http://exame.abril.com.br

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

basilar desse tipo se encontra no seu penho social para fins de R.A em
registro em Cartório de Registros de 1993.
Imóveis do município, que pos- Empresa Rural: é uma ini-
sibilita a definição. ciativa de pessoa física ou jurídica,
Propriedade Familiar: é pública ou privada, que empreenda
um imóvel rural com características economicamente e prudentemente
para a sobrevivência de uma família de um imóvel rural, desde que acate
entre 4 a 6 pessoas, e vem ser os seguintes requisitos:
explorada pelo agricultor e sua  Constitua ser maior que o
família e com ajuda de terceiros. A minifúndio;
sua área é anexa para os tipos de  Seja menor que o latifúndio
exploração em cada região do País, o por comprimento;
que estabelece o módulo rural ou  Proporcione um Grau de
utilização da Terra (GUT)
módulo fiscal da região.
igual ou superior a 80%;
Módulo Rural: é uma pro-  Proporcione um Grau de
priedade familiar, entretanto indire- Eficiência de Exploração
tamente definido. Suas caracterís- (GEE) igual ou superior a
ticas giram entorno de: 100%;
 Uma medida de área;  Cumpra, legitimamente, as
 Satisfatoriamente para con- afinidades de trabalho e os
centrar a M.O. do agricultor e contratos de uso provisório da
a família; terra.
 Pode variar de acordo com a
região do país; Minifúndio: é a área agri-
 Também pode muda com o cultável baixo do módulo de Pro-
tipo de exploração; priedade Familiar.
 Deve permitir uma renda
mínima ao agricultor;
 E pode admite o progresso
social.

Módulo Fiscal: é uma classe


recente de módulo rural criado em
meados de 1979. Que ganhou um
emprego importante que é a de
situar o conceito de pequena, média Fonte: Descomplica
e grande propriedade para impli-
cações de desapropriação por em- Latifúndio por dimensão:
sendo a área do imóvel rural for

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

maior que a 600 vezes do tamanho trabalha particularmente ou em


do módulo de uma Propriedade regime de economia familiar, de tal
Familiar da região. Entretanto foi modo abrangido pelo trabalho dos
abolido na Constituição de 1988. membros da família, imperativo à
Latifúndio por explora- própria subsistência. Além disso
ção: sendo a sua área agricultável, serão assentadas outras famílias que
apesar maior que o módulo da permaneçam cadastradas no INCRA
Propriedade Familiar na região e e que acatem aos requisitos legais
inferior ao Latifúndio por Dimen- instituto no cadastramento e
são, constitua inadequadamente seleção.
explorado, ou seja, não esteja sendo Terras Públicas: São terras
explorado de forma econômica e de domínio da União, dos Estados e
social. dos Municípios.
Ainda quando se se trata de Terras Particulares: São
direito agrário existem alguns ter- terras de domínio privada.
mos técnicos publicados pelo IN- Terras Devolutas: São
CRA: terras que não se atinam aplicadas a
Assentamento: É uma área alguma utilidade pública seja Fede-
física em que o INCRA forma os ral, Estadual ou Municipal e não se
favorecidos pela reforma agrária, agrupam ao domínio privado, isto é,
cujos passam a ser chamados são “terras de ninguém”, ainda
assentados. conhecidas como “terras sem dono”.
Posseiro: A pessoa que é o
titular sobre terras públicas. Ou seja,
o que apossa ou contrai terras com a
desígnio de ser dono, sem o título
legítimo da propriedade.
Grileiro: É a pessoa que pelo
meio de dolo ou outro meio ilícito,
falsifica, seja no todo ou em parte,
documento público ou particular,
Fonte: Usina CTAH com a finalidade de ter para si ou
outrem, a propriedade de imóvel
Assentado: Pode ser assen- alheio.
tado do Programa de Reforma Parceleiro: O indivíduo que
Agrária Nacional do INCRA todo contrai um lote ou parcela de área
operário rural sem-terra e o que com fim à Reforma Agrária e/ou

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

Colonização podendo ser Pública ou Registro de Propriedade:


Privada. Hoje em dia a expressão É um registro documental de uma
mais empregada é assentado. propriedade ou um título que trans-
Servidão: É o comando pleno ferira a propriedade para outro, em
de uma propriedade adstrita em Cartório específico. Exemplo: Venda
benefício de outros. Isto é, a pessoa de um imóvel no Cartório de
adquire o direito sobre a proprie- Registro de Imóveis do Município.
dade de outro, ou em parte, em Usucapião: É a obtenção, legi-
própria benfeitoria, por utilização timação ou legalização de uma
prolongado. propriedade por exploração prolon-
Gleba: É um ou parte de gada, consecutiva, branda, pacífica e
imóvel rural, isto é, fração de terra incontestável de um imóvel de
particular dentro de um empre- outrem. Sendo que existem três
endimento maior. tipos de usucapião:
Benfeitorias: São benfeito-  Ordinário: utilização e posse
rias provindas de imóvel rural, por 10 anos entre pessoa vol-
como: casas, cercas, alojamentos tada para a agricultura fami-
gerais, tanques, tapumes, valos, liar e sustentabilidade, ou
ainda utilização e posse por 15
terraços, etc.
anos entre pessoa ausente.
Loteamento: É a separação  Extraordinário: utilização e
de uma área dentro das glebas ou detenção por 20 anos em
lotes padronizados, com abertura de qualquer situação.
novas ruas e estradas, logradouros  Especial: regimentada pela Lei
públicos ou prolongamentos, altera- 6.969/98: utilização e deten-
ção ou acrescentamento de vias ção ininterrupta, durante 5
existentes. anos, sem obstinação, de um
imóvel rural, apresente nele a
sua moradia e o tenha tornado
produtivo com a eficácia do
seu trabalho. Esse tipo de
usucapião só é admitido para
áreas baixos a 25 hectares.

Acesso à Propriedade: os
modos de acesso à propriedade são
Fonte: Rafael Cássio por meio pelos quais um indivíduo
pode se tornar dono de um imóvel.

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

Os desígnios da política de ingresso  Áreas ocasionadas de des-


à propriedade são: membramento de imóveis ru-
 Progresso da estrutura fundiá- rais, na qual transferência a
ria do País; terceiros será efetuada pelo
 Proporcionar ocasião a quem INCRA no modo deste regu-
trabalha na terra. lamento;
 Novas parcelas originadas pe-
lo processo de ajuntamento de
Desse modo, uma propriedade
minifúndios.
pode ser obtida de múltiplas ma-
neiras: Pelo poder público:
 por meio de desapropriação
por conclusões sociais;
 por meio de compra, venda e
doação;
 por meio de depósito de bens
vagos;
 por meio de legado;
 por meio de reversão de
direito de sua propriedade
ilicitamente ocupada por
terceiros.

Particularmente:
 por meio de compra, venda e
doação;
 por meio de permuta;
 por meio de herança;
 por meio de usucapião.

Outros modos Complementa-


res:
 Loteamentos rurais, propostos
à urbanização, indústria-
lização e desenvolvimento de
sítios de recreio;
 Loteamentos rurais propostos
ao emprego econômico da
terra por meio de exploração
agrícola, pecuária, extrativa ou
agroindustrial;

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

3. Noções Gerais do Direito Agrário

Fonte: Imagens Agrária3

Conceito do Direito Agrário Fontes do Direito Agrário:

P ode citar GischKow (1972) que


o direito agrário é um “(...) ra-
mo do direito positivo que regula as



Constituição Federal;
Estatuto da Terra;
Doutrina;
relações jurídicas do homem com a  Jurisprudência: decisões dos
terra”. tribunais a respeito dos com-
Note as suas características flitos agrários;
 Direito consuetudinário: pode
essenciais:
se dizer que a atividade agrária
tem características tópicas de-
a. Imperatividade das regras: correntes de altercações cli-
forte interferência do Estado; maticas, regionais, geológicas,
b. Regras são sociais, isto é, edafológicas, culturais etc. Re-
possui proteção social. lações humanas são intermi-
náveis, crescentes e intricadas

3 Retirado em: http://imagensagropecuaria.com

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

o que pode advir uma situação Natureza Jurídica do Direi-


em sensível em algum mo- to Agrário
mento, que não ache respaldo
em alguma regra existente;
 Direito comparado: meio de  Dualismo clássico: direito pú-
manutenção do direito agrário blico e privado.
são as adaptações de códigos  Direito público: acondiciona a
de fora do Direito Agrário para estrutura pública.
estes princípios;  Direito privado: disciplinas ju-
 Função social da propriedade: rídicas que constituem o for-
qualquer imóvel sendo urbano necimento de condutas indivi-
ou rural no Brasil tem um duais.
comprometimento social, de
fundamentalmente atender às
obrigações coletivas e em
seguida satisfazer as do indi-
víduo proprietário.
 Justiça Social: aspecto inova-
dor na sua concepção, como
ramo do direito, de originar a
justiça social no meio rural.
Especialmente no sentido das
relações sociais e de trabalho,
direito e modo de manejo da
terra;
Fonte: Paseli Consulting
 Prevalência da veemência co-
letiva sobre o particular: per-
muta do bem a proteger a alti- Segundo Barros (1996:22):
vez dos direitos entre donos e
trabalhadores, ainda a impor- [...] o direito agrário possui
tância das dessemelhanças en- estrutura tanto de direito pú-
tre essas partes envolvidas. blico, quando trata de desapro-
priação para fins de reforma
 Princípio de reformulação da agrária, como de direito priva-
estrutura fundiária: dá-se iní- do, quando estuda contratos de
cio no Estatuto da Terra, em arrendamento e de parcerias.
que o novo direito agrário su- Também o autor salienta que
jeita a precisão de uma refor- há uma constatação, de que
superior ao público e ao privado
mulação na estrutura agrária. estaria o interesse social, ou
 Princípio do progresso econô- seja, o da coletividade (socie-
mico e social: exterioridade de dade) – conclui o autor: “direito
ampliação da produtividade agrário é enquadrável como
tanto particular como do país. direito social”. [...]

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

Autonomia por ser uma reunião metódica,


sistemática e exaustiva de um ramo
 Autonomia legislativa: lei le- do direito e tem uma unicidade
gislada pelo Congresso Nacio- sistemática, predicados que o
nal que dá direitos especiais da Estatuto da Terra não abarca em
União para estabelecer Lei equidade das complexas e multi-
Federal.
formes relações agrárias.
 Autonomia didática: discipli-
nas obrigatórias nos cursos de
Direito.

Como esclarecimento de auto-


nomia do novo ramo do direito, está
a concepção, adentro dos tribunais,
de estrutura característica para a
decisão de subversões agrários.

Relação do Direito Agrário


com Outras Ciências

Este ramo conserva relações


interdisciplinar com outras ciências
e disciplinas como a política e
legislação agrária, sociologia rural,
economia agrária, estatística, geo-
grafia, história, etimologia, entre
outras.

Codificação do Direito
Agrário

É um instrumento basilar de
estudo do direito agrário é a
Constituição federativa do Brasil,
assim como o Estatuto da Terra,
além da Lei Agrária de nº 8.629 de
1993. Contudo o mesmo não é um
Código, porquanto esse se distingue

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

4. Princípios do Direito Agrário no Nosso Ordena-


mento Jurídico

Fonte: Aen4

C omo já citam anteriormente


dantes não existia uma legis-
lação específica que dirigia as terras,
sesmarias, em 1822. Somente no
ano de 1964, durante o período
Militar, com a publicação da Lei n.
cultivos agrícolas e até seus conflitos 4.504 então o Estatuto da Terra, que
no meio ambiente, possuía uma o Direito Agrário consolidou sua
exigência de uma legislação ade- autonomia legislativa.
quada para isso. Antes eram condu- Desse modo, o Direito Agrário
zidos pelo Direito Civil, no que se presentemente é regido por prin-
referia à propriedade. cípios, culturas, e pela Constituição
Por fim, em 1850 surgiu a Lei Federal, ainda especialmente pelo
nº 601 conhecida com a Lei de Estatuto da Terra, a ação do próprio
Terras, quadrando para cobrir vazio do Direito Agrário é sistematizado
legislativo deixado posteriormente a em sua doutrina, especificando um
extinção do regime colonial de código de estudos adequado,

4 Retirado em: http://aen.pr.gov.com

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

provocando uma autonomia didá- Conservação e preservação dos


recursos naturais e do meio
tica.
ambiente etc. – a produção
Dessa forma, o Direito Agrário rural não deve desperdiçar ou
é conduzido por princípios próprios, pôr em risco os recursos
naturais disponíveis [...]
tais quais Menezes Neto e Pardo
Filho (2010) concerne:
Barroso, L e Rezek (2007) cita
que os principais princípios que
[...] Monopólio legislativo da
União – a União é a única conduzem o Direito Agrário são
competente para legislar em desiguais, tais quais:
matéria de direito agrário;
Utilização da terra se sobrepõe
à titulação dominical – a terra é [...] Função social da Propri-
um bem que deve servir à edade: este princípio reza que a
coletividade, em detrimento de propriedade deve atender as
um ou um número restrito de necessidades da coletividade,
indivíduos; ou seja, no sentido de ser
Propriedade condicionada à produtiva gerando emprego,
função – a propriedade rural renda etc.
deve ser plenamente utilizada, e Justiça social: este princípio se
não se tornar um objeto de molda no sentido de que as
especulação financeira; regras de direito agrário são
Dicotomia do direito agrário: voltadas para atender a neces-
política de reforma agrária e sidade de justiça social nas
política de desenvolvimento ru- relações no campo, combaten-
ral – a terra deve estar dispo- do a desigualdade.
nível a todos, e estes devem Prevalência do Interesse Cole-
nela produzir; tivo Sobre o Particular: este
Interesse público sobre o princípio tem por base a supre-
individual – o interesse público macia do interesse público, no
prevalece sobre as pretensões direito agrário faz jus ao sem-
do indivíduo. tido social do direito agrário,
Proteção à propriedade familiar pois só desta forma é possível
e a pequena e média proprie- combater os interesses dos
dade – a lei deve buscar a mais privilegiados sobre os que
manutenção da propriedade realmente trabalham no campo
que sirva ao sustento de um e dependem da terra para sua
núcleo familiar, e as pequenas e subsistência.
médias propriedades – sempre Reformulação da estrutura fun-
produtivas, claro – devem ter o diária: este princípio demons-
estímulo do poder público; tra a força revolucionaria do
Fortalecimento da empresa ru- direito agrário e sua intenção de
ral – deve ser estimulada a uni- mudança no direito brasileiro
dade que se dedica a culturas em prol do desenvolvimento da
agrícolas, criação de gado ou relação do homem com a terra.
culturas florestais, com a fina- Progresso econômico e social: o
lidade de obtenção de renda. direito agrário tem por base o
progresso econômico e social

22
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

do país com medidas protetivas entretanto em seguida abaixo no


e eficazes na política agrária.
inciso XXIII deposita uma espécie a
Autonomia: o direito agrário
ainda não tem sua autonomia essa garantia. A propriedade existe
consolidada em forma de có- para ser protegida, desde que
digo em nosso país, no entanto
é notório que é um ramo do
atendida à sua função social.
direito autônomo, tal fato é Diante dos múltiplos princí-
provado mediante a análise das pios mencionados acerca do Direito
grades das faculdades que tem
como matéria autônoma o
Agrário, pode-se finalizar que, por
Direito Agrário. [...] ser um campo relativamente novo
no Direito, existe ainda diversos
Porém ainda existem outros campos de estudo sobre o tema, e,
princípios defendidos por outros proporcionalmente, cada autor
juristas como importantes no estudo alega e protege princípios diferen-
sobre o tema: tes, contudo com a relevância da
Princípio da Adequação da Supremacia do Público diante ao
Propriedade Imobiliária ao Progres- Privado, e da Repartição igualitária
so Social e ao Desenvolvimento das terras restituídas, sempre após-
Econômico. Este refere como deve tilados e recomendados pelos
ser empreendido o imóvel rural, é autores.
aproveitado para dirimir qualquer
subversão agrária. O baseamento
para este princípio é que a terra não
jaz ali para bazofiar patrimônio, e
sim suscitar riqueza.
Ainda o Princípio da Redis-
tribuição das Propriedades Imobili-
árias Inadequadas e Reestruturação
das Titularidades Fundiárias no
País. Este tem costume sanciona-
tório. Se não existe competência de
se acomodar as propriedades imo-
biliárias, a terra ficará disponível
para atender as características so-
cialistas.
Desse modo, no art. 5° da
Constituição em seu inciso XXII
afiança o direito à propriedade,

23
24
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

5. Estatuto da Terra

Fonte: Cerrado Editora5

T ítulo dado à Lei nº 4.504, de


30 de novembro de 1964, cujo
se instituiu convencionalmente o
avançado que os precedentes pro-
jetos de lei originários do Poder
Executivo. Ele é complexo e casuís-
instrumento institucional, antes fal- ta, contendo profusas cláusulas de
tante, destinado a adequar a estru- política agrícola no qual adoção de
tura agrária brasileira às indigências modo óbvio prescindiria de auto-
do desenvolvimento econômico e rização legislativa.
social do país. Visivelmente, essa ênfase na
política agrícola consente à conhe-
Análise do Estatuto da cida tese do tradicionalismo agrário
Terra no Brasil de que ela é novamente
mais importante do que um aper-
O Estatuto da Terra está feiçoamento da estrutura agrária.
carregado das convergências ideo- Em decorrência, a lei acha-se emba-
lógicas do movimento que lhe deu raçada de amplificadores inócuos,
procedência, estando bem menos produzindo medidas de assistência e

5 Retirado em: http://cerradoeditora.com

25
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

amparo à economia rural, assistên- Toda a filosofia da reforma


cia técnica, cultivo e repartição de agrária materializada no Estatuto da
sementes e mudas, criação, venda, Terra conforta no que se poderia
repartição de reprodutores e utiliza- avocar de consagração da proprie-
ção de inseminação artificial, meca- dade familiar, comparecida como
nização agrícola, cooperativismo verdadeira panaceia para a conve-
etc. niência da estrutura agrária.
A avaliação de latifúndio por Conforme os críticos do
privilégio exclusivo é aberrante da Estatuto da Terra, se a propriedade
convencionada em seminários e familiar simula quem sabe o ideal
reuniões técnicas de conhecedores. nas zonas de economia de subsis-
Visto que, por ela, uma propriedade tência, o próprio não acontece nas
de tamanho sutil, com certo grau de zonas de agricultura comercial, es-
exploração, pode ser considerada pecialmente a de exportação, aonde
como latifúndio. a precisão de mecanização, de
Ainda é ambíguo o conceito de emprego de fertilizantes em grande
“empresa rural”, que dissente de escala e de procedimentos racionais
acordo com a tradição adotado. Pelo de produção não se coaduna com o
Estatuto, todo imóvel rural na qual a modo de propriedade familiar de
área mínima é agricultável seja dimensões reduzidas.
empreendida de forma econômica e Desse modo, o Estatuto da
racional, ainda que não exista Terra, é tão minucioso e casuístico
separação alguma do trabalho e nem em muitos ares, não faz nem uma
seja usada mão de obra paga, é citação sobre à participação dos
abrangido na categoria de empresa lavradores, parceiros e arrenda-
rural. tários, ou seja, favorecidos potenci-
Não obstante, é falho o com- ais da reforma agrária, no cumpri-
ceito de “módulo rural”, inovado mento desta medida, e nem um
pelo Estatuto da Terra. Conquanto dispositivo há conectando a sindica-
admissível como análoga ao de lização rural a bom cumprimento da
“pequena propriedade familiar”, reforma.
devotado nas leis agrárias de outros Sem sindicatos rurais fortes,
países, ele se torna censurável devi- bem aparelhados e auxiliados pela
do à forma contrafeita, ambígua e Justiça Trabalhista, virou-se fatal o
dificultosa de sua mensuração e às descumprimento dos dispositivos
deformidades que provoca na carga do Estatuto que contrafazem as
tributária. veemências dos latifundiários. A

26
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

experiência histórica comprova que mo, em face da espantosa dificul-


a reforma agrária não produz os dade de apurar-se, em cada aconte-
frutos prometidos se não contar com cimento, se a gleba foi de fato esco-
a adesão político das coletividades lhida para o fim preconizado no
mais absolutamente nela interes- inciso. Sendo essencial, para incitar
sadas. o arrendatário ou o parceiro a
O Estatuto da Terra isenta em instalar na terra, oferecer uma
artigo 19, no parágrafo 2º, alínea b) fiança de estabilidade à frente da
“a empresa rural da desapropriação exploração agrícola por limite
por interesse social. ” Como em seu aceitável, necessitaria ter em lei
artigo 4º, item VI, dessa lei apro- fixado maiores limites e mínimos de
visionara as pastagens e matas locação, assim como, além do mais,
naturais às áreas cultivadas, muito fazer parte de todos os projetos
latifúndio não trabalhado é quali- antecedentes de lei e que consta em
ficado como “empresa rural”, per- todas as leis de reforma agrária de
manecendo, portanto, livre da outros países.
desapropriação. Note que o Estatuto estipula,
Ainda o próprio revogou os nos acordos de venda a prazo de
diferentes modos de exploração feu- lotes de terra em instruções de
dal dos parceiros e arrendatários, reforma agrária e colonização, o rea-
tais como o prestamento de serviço justamento dos pagamentos men-
gratuito, exclusividade na venda da sais de diminuição e juros, asim
produção, remuneração em vales como dos saldos devedores, em
etc., contudo não estipulou sanção apoio adequado ao índice geral de
em qualquer caso de violação da preços. Tal arranjo é desestimulante
cláusula, o que o torna inoperante. à obtenção de lotes pelos lavradores,
O Estatuto ainda cita que o visto o caráter contingente da ativi-
preço do arrendamento não poderá dade agrícola, que, em caso de seca,
extrapolar 15% do valor cadastral do enchente, acontecimento de pragas
imóvel, somente se o arrendamento e abjecção de preços no mercado,
for partidário e recair exclusi- poderá levá-los à falência e, logo, o
vamente em glebas escolhidas para contrassenso de liquidar o paga-
fins de exploração intensiva de alto mento reajustada.
lucro, no caso em que o preço poderá Dessa forma, o Estatuto
aumentar até o alcance de 30%. alterou substancialmente o Imposto
Nisso, se abriu a porta para a Territorial Rural. Este induz em
adoção genérica desse alcance máxi- conta o valor da terra desnuda e dos

27
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

benefícios, a área do imóvel, sua órgãos autárquicos para seu cum-


circunstância e suas condições primento:
técnicas e econômicas, o caráter do  O Instituto Brasileiro de
direito e dos contratos de arren- Reforma Agrária, submisso à
damento, parceria e pagamentos, Presidência da República,
categorização das terras e área total competido de agenciar e orde-
nar os programas especiais de
agricultável de um mesmo dono.
reforma agrária;
Alega-se ainda que esse  E o Instituto Nacional do De-
aperfeiçoamento de perfeccionismo, senvolvimento Agrário, ligado
além dos claros problemas opera- ao Ministério da Agricultura,
cionais de fiscalização, não se com o desígnio basilar de pro-
explica ante a exiguidade da alíquota mover a ampliação rural nos
básica de pelo menos 0,2% sobre o setores da colonização, da
expansão rural e do coopera-
valor da terra desnuda e dos
tivismo.
alcances máximos dos coeficientes
de progressividade previstos na lei.
Legislação Complementar
No respectivo ao ponto crucial
da justa compensação no caso de Após a sua publicação realiza
desapropriação por veemência so- em 1964, o Estatuto da terra sofreu
cial, o Estatuto apronta que, para algumas alterações substanciais, em
sua sujeição, levar-se-ão em conta o sua quase no todo decorrentes de
valor confessado do imóvel para sugestões formulados pelo grupo de
efeito de Imposto Territorial Rural, trabalho cunhado pelo Decreto nº
o valor fiel do cadastro sucedido dos 63.250, de 18 de setembro de 1968,
acrescimentos com a correção mo- com o escopo de proceder ao exame
netária acaso cabível e o valor venal dos diferentes aspectos da reforma
do imóvel. Argumenta-se que essa agrária.
citação demonstra o valor venal, Cabe sobressair as conse-
sempre muito mais alto que valor quentes alterações de acordo com
cadastral, dá beirada a prolongadas Guedes Pinto (1995):
altercações judiciais no ensaio de
conceituar, em cada caso, o que é a [...] 1) Decreto-Lei nº 494, de 16
justa compensação. de março de 1969, regula-
Ao contrário do preceito mentando a aquisição de terras
por estrangeiros. Posterior-
invariável seguido em todas as leis mente, esse decreto-lei foi revo-
de reforma agrária de outros países, gado pela Lei nº 5.709, de 7 de
o Estatuto em Terra instituiu dois novembro de 1971, regula-
mentada pelo Decreto nº

28
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

74.965, de 26 de novembro de mediante depósito em banco


1974. Foram então estabele- oficial do valor da propriedade
cidas as seguintes restrições declarado pelo seu titular para
para a aquisição de imóveis fins de pagamento do Imposto
rurais por estrangeiros: Territorial Rural.
a) a soma das áreas rurais 3) Decreto-Lei nº 582, de 15 de
pertencentes a pessoas estran- maio de 1969, criando o Grupo
geiras físicas ou jurídicas não Executivo da Reforma Agrária,
poderá ultrapassar 1/4 da com a finalidade de intensificar
superfície dos municípios onde a execução da reforma agrária.
se situem;
b) as pessoas físicas ou jurídicas 4) Decteto-Lei nº 1.110, de 9 de
estrangeiras de mesma nacio- julho de 1970, criando o
nalidade não poderão ser Instituto Nacional de Coloni-
proprietárias em cada muni- zação e Reforma Agrária e
cípio de mais de 40% do limite extinguindo o Instituto Brasi-
acima; leiro de Reforma Agrária, o
c) a aquisição de imóvel rural Instituto Nacional de Desenvol-
por pessoa física estrangeira vimento Agrário e o Grupo
não poderá exceder a 50 Executivo de Reforma Agrária.
módulos de exploração indefi-
nida, em área contínua ou 5) Decreto-Lei nº 1.179, de 6 de
descontínua, no país. Foram julho de 1971, instituindo o
excluídas das restrições acima: Programa de Redistribuição de
a transmissão por causa mortis; Terras e de Estímulo à Agroin-
os imóveis adquiridos antes de dústria do Norte e do Nordeste
10 de março de 1969, e a (Proterra). Por sua importân-
aquisição por pessoa física — cia, este decreto-lei merece
desde que não proprietária em destaque. Seu objetivo (artigo
todo ou em parte de outros 1º) é promover o mais fácil
imóveis rurais — de um único acesso do homem à terra, criar
imóvel rural com área não melhores condições de empre-
superior a três módulos. A go de mão-de-obra e fomentar a
autorização para aquisição agroindústria nas regiões com-
deverá ser dada pelo Instituto preendidas nas áreas de atua-
Nacional de Colonização e ção da Sudam e da Sudene. Os
Reforma Agrária (INCRA), para recursos alocados ao Proterra
pessoa física, pelo Ministério da têm a seguinte destinação
Agricultura, para pessoa jurí- (artigo 3º):
dica, e em certos casos pelo a) aquisição de terras ou sua
presidente da República. desapropriação por interesse
social, mediante prévia e justa
2) Decreto-Lei nº 554, de 25 de indenização em dinheiro, para
abril de 1969, determinando posterior venda a pequenos e
que, não havendo acordo quan- médios produtores rurais da
to à indenização a ser paga nos região;
casos de desapropriação por b) empréstimos fundiários a
interesse social, a União poderá pequenos e médios produtores
imitir-se imediatamente na rurais para aquisição de terra
posse do imóvel desapropriado própria cultivável ou ampliação

29
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

de minifúndios; Decorridos quase 15 anos de


c) financiamento de projetos
validade do Estatuto da Terra, é
destinados à expansão da agro-
indústria e da produção de in- cogente reconhecer que ele insu-
sumos destinados à agricultura; ficiente ou quase nada colaborou
d) assistência financeira à
organização e à modernização
para a desejável alteração da estru-
de propriedades rurais, à tura agrária do Brasil. A desapro-
pesquisa, experimentação, ar- priação de terras por veemência
mazenagem, transporte e ener-
gia elétrica;
social, para sua seguinte distribui-
e) subsídios ao uso de insumos ção entre lavradores, autuou-se em
modernos; escala mínima: o número de seus
f) garantia de preços mínimos
para os produtos de expor-
favorecidos não sobrevém de uns
tação; poucos milhares, bem como deveria
g) custeio de ações discri- exceder um milhão, se exercidas as
minatórias de terras devolutas.
metas mínimas indicadas pela Food
and Agriculture Orgarnization
Desse modo, a abnegação dos
(FAO) e pelos melhores conhece-
grandes donos pelos financiamentos
dores na matéria.
oficiais acondicionados à venda de
terras ociosas, de outro modo, e o
pouco acondicionamento governa-
mental em ativar os dispositivos
legais de desapropriação por vee-
mência social, em contrapartida,
combateram o Proterra a um arre-
dondado fracasso no seu desígnio
básico de progressivo banimento Fonte: http://plantdefender.com.br
dos latifúndios inexplorados.
É expressivo que, na formu- Durante esse período, a
lação do Proterra, nem um indulto centralização da propriedade tendeu
se tenha feito ao Estatuto da Terra, a agravar-se, intensificou-se o êxodo
nem à reforma agrária em si. Além rural por meio do banimento em
disso curioso é que tal programa massa de companheiros, colonos,
jazida para ressuscitar o pagamento empregados e agregados pelos
em dinheiro das compensações por fazendeiros, e multiplicaram-se as
desapropriação, o que o Ato Insti- subversões armados pelo direito da
tucional nº 9 prontamente admitia terra.
que fosse em títulos da dívida Do mesmo modo, o Estatuto
pública. foi largamente descumprido nos

30
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

ampliadores que cominam limi- tização do latifúndio, estimado, no


tações aos direitos dos grandes início da década de 1960, como o
proprietários. O arrecadamento dos fundamental obstáculo ao desen-
bens vagos, entidade idealizado para volvimento.
circunscrever a retenção especula- Durante a década de 70, a
tiva de imóveis abandonados, não atualização da agricultura brasileira
chegou sequer a ser regimentada. se fez basicamente por meio de
Essas decepcionantes decor- estímulos fiscais e de subsídios às
rências no aproveitamento do grandes propriedades, possibilitan-
Estatuto da Terra devem-se, mais do progressos tecnológicos do mês-
que tudo, à ausência de melindre mo modo em que acontecia a
dos últimos governos em analogia à aceleração do processo de expro-
reforma agrária. Cercaram eles em priação dos operários e de alteração
seu campo de ação no direito agrário das relações sociais no campo. Como
a uma custosa propagação de terras decorrência, as subversões fundiá-
nas fronteiras agrícolas do país. A rias não só prosseguiram em dife-
oportuna tributação territorial rural, rentes regiões de ocupação mais
que adveio a ser oferecida como remota, como se distenderam a
opção para a reforma agrária, outras, devido o consentimento de
qualquer efeito corretivo acarretou, vastas expansões de terra a grandes
não só por suas percentagens grupos parcimoniosos em regiões da
irrisórias, que pouco refletem sobre fronteira agrícola.
os valores unitários de produção, Assim, o Estatuto da Terra foi
porém além disso, porquanto é revivido pelo sindicalismo rural, que
enorme sua sonegação. descobriu nele um apoio legal para
Apesar de cunhado pelo amparar sua demanda de desapro-
regime militar, o Estatuto da Terra, priação de áreas de subversão. Em
durante aproximadamente em toda que carregue à pouca eficácia das
a vigência desse regime, foi acusações e das exigências feitas,
abandonado de lado enquanto a durante toda a década de 70, por
ferramenta de desapropriação de meio da Confederação Nacional dos
terras para implicação de reforma Trabalhadores na Agricultura
agrária. Essa opção retribuiu ao (Contag), desse modo, o Estatuto da
abandono da dissertação de que a Terra aprovisionou o encosto pelo
reforma agrária poderia ser uma meio cujo os conflitos por terra
passagem para a modernização da puderam se explanar na linguagem
agricultura, pelo meio da amor- da lei e do direito.

31
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

A manifestação, no início da MST, recém impetrado, e os sindi-


década de 80, de inovações pela luta catos rurais unidos à Central Única
da terra, especialmente das ocupa- dos Trabalhadores (CUT). Propon-
ções, a constituição do MST e as do-se a concretizar uma reforma
lutas sindicais exigindo desapro- agrária de acordo com os parâme-
priações constituíram fatores que tros legais, dessa maneira o governo
recolocaram a altercação a propósito da Nova República, que incidiu
da reforma agrária na ordem do dia. sobre os governos militares, compôs
O último governo militar, presidido um comitê para organizar o Plano
pelo general João Batista Figuei- Nacional de Reforma Agrária.
redo, aspirando a exasperação dos O parecer de plano organizado
conflitos no campo, completou por pela comissão desvirtuava às últi-
instituir o Ministério Extraordinário mas consequências as probabilida-
dos Assuntos Fundiários e conse- des reformistas do Estatuto da Terra
guiu determinadas desapropriações de acordo com Guedes Pinto (1995):
em extensões de forte conflito social,
com apoio no Estatuto da Terra. [...] A desapropriação por
interesse social era considerada
Na conjuntura do debate em
o principal instrumento de
volta da redemocratização do país e reforma agrária (em oposição
da concepção da Aliança Democrá- ao que tinha sido feito pelos
governos militares, que só lan-
tica, um frontispício que aglomerou çaram mão desse recurso em
o Partido do Movimento Demo- situações extremas e valoriza-
crático Brasileiro (PMDB) e dos ram sempre as propostas de
colonização). [...]
contraditórios oficialista o Partido
Democrático Social (PDS) aliados na
Assim, as indenizações neces-
Frente Liberal e que nomeou, de
sitariam ser improvisadas com
configuração indireta, Tancredo
acostamento no valor declarado pa-
Neves e José Sarney, concomi-
ra fins fiscais, admitindo, porquan-
tantemente presidente e vice-
to, o estilo de punitivo dos pro-
presidente da República, o assunto
prietários fundiários pela não
da terra foi um tópico importante.
execução da função social da terra; e
Desse modo, o desempenho do
existiu a valorização do assen-
Estatuto da Terra consistiu em um
tamento como instrução basilar da
dos pontos polêmicos, visto que sua
proposta de reforma agrária.
potência para praticar a reforma
Entretanto, no debate que
agrária adveio a ser discutida por
advinha de dentro das organizações
importantes frentes políticas, como
de representação dos trabalhadores

32
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

rurais, buscava-se ir mais à frente do padeceu em sua grande derrota com


Estatuto da Terra, exigindo novas a Constituição de 1988. Conforme o
leis que admitissem, entre outros texto, as desapropriações necessita-
fatos, a desapropriação das empre- riam serem perpetradas mediante
sas rurais e a compensação dos prévia e justa compensação em
benefícios por meio de títulos do títulos da dívida agrária, com cláu-
débito agrário. Em contrapartida, a sula de precaução do valor real;
pressão das ocupações realizadas contornava-se insuscetíveis de desa-
especialmente pelo MST desvirtuava propriação de pequenas e médias
a desapropriações, sendo a maior propriedades, assim como as
parte delas eram realizadas nos propriedades produtivas. Dessa
termos da legislação vigente. forma, o termo “latifúndio”, uma das
Nesse período de disputa citações basilares do Estatuto da
política, cujo os proprietários de Terra, foi abolido da lei.
terra ligeiramente se prepararam A Lei Agrária de nº 8.629 de
para combater o parecer do Plano 1993, que regulamentou os subitens
Nacional de Reforma Agrária, o constitucionais alusivos à questão
Estatuto da Terra virou um objeto de da terra, colocou que a propriedade
multíplices explanações que des- que não desempenhasse sua função
pontavam distintas posições no social constituiria passível de desa-
quesito da reforma agrária. propriação, que as terras públicas
Na composição derradeira do calhariam a ser destinadas priorita-
Plano Nacional de Reforma Agrária, riamente à reforma agrária e supria
o comprimento da desapropriadora a classe latifúndio por um critério
do Estatuto da Terra igualmente afora politizado de tamanho de
principiou a ser posta de lado, propriedade, deliberado modular-
disposição que se materializou com mente. Desse modo, limitaram-se os
o Decreto nº 7363, de outubro de ambientes legais para a viabilização
1987, que antevia a eliminação dos de desapropriações em larga escala.
campos em produção da proba-
bilidade de desapropriação, acen-
dendo uma lacuna para que as
propriedades que apresentassem
parte de suas terras produzindo
significassem postas a salvo.
Entretanto, o fator desapro-
priador do Estatuto da Terra

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34
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

6. Código Florestal

Fonte: Renova mídia6

O Código Florestal é a lei que


constitui os códigos gerais so-
bre onde e de que modo a vegetação
Congresso, que diminuiu a proteção
ambiental das versões antecedentes.

nativa do território brasileiro pode Mecanismos de Proteção


ser trabalhada. Ele decide as áreas
que necessitam ser preservadas e Para alcançar o seu escopo de
quais áreas estão autorizadas a preservação, o código constituiu do-
auferir os diversos tipos de produção is tipos de áreas: a Reserva Legal e a
rural. Área de Preservação Permanente
O primeiro Código se pro- (APP).
mulgou em 1934, e, desde então, Sendo que, a Reserva Legal
passou mudanças significativas co- (RL) é a quantia de cada proprie-
mo a de 1965, que o tornaram mais dade ou posse rural que deve ser
incontestável. Sua última reforma conservada, por acolher uma parte
foi aprovada em maio de 2012 e representativa do meio natural da
elemento de aturada batalha no região onde está pregada e, por-

6 Retirado em: http://renovamidia.com

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

quanto, imprescindível à conser- que não pode sofrer com as ações


vação da biodiversidade local. A externas dos homens, com intran-
exploração por manejo florestal sigentes limites, onde não é lícito
sustentável se produz nas demar- construir, agricultar ou explorar
cações constituídos em lei de acordo economicamente.
com o bioma em que está a pro- Os conceitos de RL e APP’s
priedade. estão estabilizados na legislação.
Com o desígnio de preservar os dís-
pares biomas, assim a quarta parte
dos imóveis rurais passam a ser na
Reserva legal. Na Amazônia, no
código de 1965, 50% de todos os
imóveis rurais careceriam de cons-
tituídos de reservada para estes fins.
No restante do país a alíquota eram
de 20%. Nesta variante da lei, As
APPs são melhores acentuadas com
extensões mínimas e direção sobre
qual extensão das terras deveriam
ser protegidas.
Desse modo, a Lei 7.803 de
1989 decidiu que a reposição das
florestas nas RL fossem bancada
prioritariamente com espécies nati-
vas. E o limite das APPs nas beiradas
dos rios retornou a ser modificado,
Fonte: Snapwire
com a concepção de áreas protegidas
ao redor de nascentes, beiras de
Por outro lado, as Áreas de
altiplanos ou em áreas em altura
Preservação Permanente possuem o
superior a 1.800 metros.
emprego de conservar locais frágeis
Entretanto, a partir de 1996, o
como costas de rios, cumes de
Código Florestal adveio a ser modi-
morros e orlas, que não podem ser
ficado por diferentes Medidas Provi-
desmatados para não originar ero-
sórias, a de 2001, MP 2166-67 no
sões e deslizamentos de terra, além
ano de 2001. Durante este período,
disso resguardar nascentes, fauna,
o Código ainda foi alterado por um
flora e biodiversidade destas exten-
amplificador relacionado, a Lei de
sões. As APP’s são áreas naturais

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LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

Crimes Ambientais de n.º 9.605 de proprietários de imóveis rurais do


1998. Diferentes infrações adminis- país tiveram seus registros feitos.
trativas ali comprimidas decorreri- Outro obstáculo que ocorreu
am para se tornar crimes e a lei foi que o Código ainda prevê que os
consentiu o bom emprego de altas Estados cunhem, confirmem, moni-
multas pelos órgãos de fiscalização torem e fiscalizem Planos de Regula-
ambiental, também de designar rização Ambiental (PRA) para que as
novas infrações propriedades readquiram ou contra-
pesem áreas de preservação. Até
2019, cinco anos após a promu-
lgação do Código Florestal, ainda
está em entrave.

Fonte: Gypsyugal

O Cadastro Ambiental Rural


(CAR), um registro eletrônico, impe-
rativo para todos as propriedades
rurais, que tem por alvo associar as
informações ambientais, necessita-
ria estar disponível em 2013, um ano
em seguida a abertura em vigor do
Código. Entretanto, o prazo de um
ano foi adiado por mais uma vez, e
somente em maio de 2014, os

37
38
LEGISLAÇÃO AGRÁRIA E AMBIENTAL

7. Referências Bibliográficas
ARAÚJO, Telga de. Estudos de direito GISCHKOW, Emílio Alberto Maia.
Agrário. Recife: Ed. FASA. 1985. Autonomia do Direito Agrário. Revista da
Faculdade de Direito, 1972, 1.6.
BARROS, Welligton Pacheco. Curso de
direito agrário. Porto Alegre: Livraria do GUEDES PINTO, Luís C. Reflexões sobre
Advogado Editora. 2009. a política agrária brasileira no período
1964-1994. Reforma agrária, 1995, 25.1:
BARROS, Wellington Pacheco. Curso de 65-92.
direito agrário e legislação complementar.
Livraria do Advogado Editora, 1996. LARANJEIRA, Raymundo. Direito
agrário. São Paulo: LTr Editora. 1984
BARROSO, L.; REZEK, G. O código civil eo
direito agrário. Rivista di Diritto Agrario, MENEZES NETO, Fernando; PARDO
2007, 86.2: 259-293. FILHO, Milton. Desapropriações no
Direito Agrário. 2010.
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