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Introdução

O presente trabalho em causa referente a cadeira de Linguística Descritiva do Português I,


pretende falar sobre o estudo da fonética do português especificamente as áreas da fonética;
classificação articulatoria dos sons de português e traços distintos.

Nesta abordagem, para além de falar sobre a fonética do português, vamos falar da morfologia:
palavra, constituentes da palavra; Classes de palavras e o processo de formação de palavras.

Portanto, a fonética é uma disciplina que se ocupa no estudo dos sons da fala e de como são
percebidos. E a morfologia é a parte da Gramática, que se occupa no estudo da fórma e
transformação das palavras.

Assim, o trabalho tem os seguintes objetivos:

Objetivos gerais:

 Conhecer as áreas da fonética e a sua classificação articulatoria;

 Analisar os princípios reguladores das propriedades dos sons e das alterações que
ocorrem nas diferentes línguas do mundo.

Objectivos específicos:

 Distinguir as áreas da fonética;

 Compreender os processos articulatorio que estão na base da classificação tradicional


das consoantes e das vogais.

 Definir o traços distintos.

 Mencionar os constituentes da palavra ;

 Identificar as classes de pelavras e o processo de formação de palavras.

Metodologia

Para elaboração deste trabalho, utilizou-se como metodologia, a consulta de algumas obras
bibliografiacas físicas.

Portanto, as abordagens deste trabalho foram desenvolvidas organizadamente conforme a


estrutura que se sengue: introdução, desenvolvimento, conclusão e a referência bibliográfica.

Fonética do Português
De acordo com COVANE (2014-10) afirma que a fonética é uma disciplina que se ocupa dos
sons da fala e de como são percebidos. A fala é a manifestação sensível da linguagem por
excelência.

Áreas da Fonética

O estudo da Fonética subdivide-se em três áreas a saber:

 Fonética articulatória - que estuda o modo como os articuladores se movimentam para


a produção dos sons da fala;

 Fonética acústica - que estuda as propriedades físicas dos sons da fala;

 Fonética perceptiva - que estuda o modo como os sons da fala são ouvidos e
interpretados.

Classificação Articulatoria dos Sons de Português

Com as palavras do Lourenço (2014-16) a classificação do ponto de articulação dos vogais, a


posição do dorso e da raiz da língua ( língua dimensiona a altura das vogais - altas, médias ,
baixa - e o respectivo ponto de articulação - anterior, central, posterior) e a posição dos lábios
( arrendondado/não - arredondado). Em português europeu, existem também vogais nasais.
Estas vogais são diferentes das orais, na medida em que o fluxo de ar, no seu percurso para o
exterior, passa quer pela cavidade oral quer pala cavidade nasal, provocando ressonância nasal.

Anterior ou palatal Central Posterior ou velar

Alta [i] [ī] [] [u]

Média [e][ê] [ a] [] [O][õ]

Baixa [] [] [ ]

A classificação do ponto de articulação das consoantes do PE padrão, pode ser : labiodente ;


dental; alveolar; palatal; velar; ovular.

O modo de articulação descreve a forma como o fluxo de ar é expelido para o exterior, isto é,
qual o tipo de perturbação que é introduzido à passagem do fluxo de ar no tracto vocal. As
consoantes do PE dividem-se em quanto grandes categorias que corresponde a tantas formas
de perturbação da passagem do ar no tracto vocal:

 Oclusivas: constrição total à passagem do fluxo de ar, por exemplo: [ p, t, k, d, g];


 Fricarivas: constrição parcial à passagem do fluxo de ar, suficiente para provocar ruído,
por exemplo: [ f, s, v, z, 3];

 Laterais: constrição central à passagem do ar, obrigando o ar a passar pelos lados do


dorso da língua, por exemplo: [ I, ];

 Vibrantes: constrição parcial que proca a vibração da língua, por exemplo: [ r, R].

Modo Oclusiva Fric. Lat. Vibr.

Ponto Oral Nasal

Bilabial Vozeado B m

Não P
vozeado

Labiodental Vozeado v

Não f
vozeado

Dental Vozeado D z

Não T s
vozeado

Alveolar Vozeado n I r

Não
vozeado

Palatal Vozeando n 3

Não
vozeado

Vozeado G

Velar Não K
vozeado

Ovular Vozeado R
não
vozeado

A análise da articulação dos sons apoia-se basicamente na informação de natureza cinestésica


sobre as estruturas articulatórias que intervém na sua produção. Este tipo de análise, que pode
ser controlada pelo próprio falante , está na origem da classificação tradicional dos sons
utilizados, ainda hoje, para os referir globalmente e para os integrar em grandes classes: os
órgãos vocais; parâmetros classificatórios das consoantes, ponto de articulação e a articulação
das vogais e das semivogais.

Traços Distintos

Os segmentos fonológico são unidades complexas, tal como os sons, e têm propriedades
identificadores que são denominadas traços distintivos. Estes traços funcionam de modo
binário, com o valor [+] que indica a sua presença, e o valor [ - ] que indica a sua ausência. A
classe universal de traços distintivos foi primeiramente proposta por Jackobson, Fant e Halle.

A teoria de traço distintivo é normalmente aceite a está implícita e explicitamente presente em


todas as tentativas de descrição quer das oposições fonologicas no interior de uma dada língua,
quer das diferenças e semelhanças entre duas ou mais línguas. Pode dizer-se que a teoria dos
traços distintivos nasceu com a Escola de Praga e da constatação da existência de propriedades
pertinentes de sons.

Traços relacionados com o modo articulação ( consoantes)

 Oclusivas

[ p, b, t, k, g] [ - contínuas, - sonantes]

 Fricativas

[ f, v, s, z, 3] [ + contínuas, + soantes]

 Líquidas

[ Laterais e vibrantes ]

[ I, r, R] [ + soantes, - nasais ]

 Nasais

[ m, n, ] [ + soantes, + nasais]
Traços relacionados com o ponto de articulação

 Labias e labio-dentais

[ p, b,f,v,m] [ + anteriores, - coronais ]

 Dentais e alveolares

[ t, d, s, z, n, l, r] [ + anteriores, - coronais]

 Pré-palatais e palatais

[ 3, i] [- anteriores, - recuadas]

 Valores e uvulares

[ k, g, R] [ + recuadas]

Ponto de articulação ( vogais e semi-vogais)

 Palatais

[ i, e, j] [ - recuadas, - arredondadas ]

 Central

[a] [ + recuada, - arredondada]

 Velares

[o, u, w] [ + recuadas, arredondadas]

Os traços que podem predizer-se a partir de outros, ou pelas razões indicadas, são traços
prediziveis que denominamos traços redundantes. Na eliminação das redundâncias
verificamos, portanto, podemos dizer:

1. O valor de um traço oposto a um que esteja indicado com o sinal [ +] (p.ex. [ + alto]
implica [-baixo];

2. O valor de um traço implicado por outro em termos das características articulatórias dos
sons (p.ex. um segmento [ + soante ] é sempre [ + vozeado ];
3. O valor de um traço, num certo sistema fonológico, quando esse valor está sempre
associado ao mesmo valor outro traço (p.ex. em português, uma vogal [ + arredondada]
é sempre [ + recuada ] em português não ser [ + arredondada], como sucede com /a/.
Nestas circunstâncias é necessário indicar os dois troços, porque ambos são pertinentes;

4. O valor de um troço em resultado de características da pronúncia da vogal ou da


consoante a identificar ( p.ex. as vogais habitualmente [ - anteriores ] e [ - coronais]
porque estes traços implicam uma obstrução a que esses segmentos não estão sujeitos);

5. O valor negativo de um traço em consequência de identificar segmentos menos


frequentes nas línguas do mundo (p.ex. os traços [ nasal] e [ lateral] quando não não
indicados explicitamente têm sempre o valor [-]).

Traços distintivos e traços redundantes

A representação fonológica e a representação fonética não diferem apenas no valor que é


atribuído aos traços: os traços fonológicos são encarados como unidades classificatórias que
permitem identificar os segmentos e definir as classes naturais com que operam as regras
fonológicas, enquanto o troço fonéticos são encarados como o conjunto de componentes que
são actualizados quando o segmentos são realizados. Por outras palavras, enquanto na
apresentação fonológica apenas são considerados os troços que tem uma função distintiva, na
apresentação fonética são especificados os valores atribuídos a todos os troços que permitem
descrever a configuração do tracto vocal correspondente a realização de cada segmento numa
dada língua e num dado contexto. Como nenhuma língua utiliza todos os contraste
universalmente possíveis, nem todas as propriedades são distintas. Há, por conseguinte, muita
propriedade redundantes, isto é, prediziveis com base num conjunto de princípios.

Alguns destes princípios são universais e determinam a combinação de traços que são
obrigatórias ( por exemplo, o segmentos laterais são obrigatoriamente coronais), os que
simultaneamente [ + alto] e [ + baixo] e ainda os que ocorrem na maioria das línguas e, por isso,
fazem parte de um conjunto de segmentos ( por exemplo, os segmentos [ os segmentos [ +
silábicos ] são normalmente [ + soantes] e [ + vozeados].

Morfologia

palavra

De acordo com o Lourenço (2014-34) em sintaxe, as palavras são unidades que ocupam
posições determinadas pelas estruturas, designadas posições X°. Onde X é uma variável que
cobre a totalidade das categorias sintácticas ( adjectivo, nome, preposição,verbo, etc), e ° um
indicador de que essa é uma posição de núcleo de uma categoria sintagmática.

Em semântica a definição de palavra é ainda mais complexa. Consideremos, aqui, que a palavra
se relaciona com o valor referencial inerente a uma sequência, por oposição a outras
sequências que não tem qualquer valor referencial, mas são operadores de vária ordem.

Em morfologia, a definição de palavra recorre ao critério sintáctico de identificação de uma


sequência que ocupa uma posição X°, em critérios morfológicos de análise da sua estrutura
interna.

Constituintes da palavra

Os constituintes da palavra são unidades que se associam entre si, de acordo com as suas
propriedades inerentes e com os princípios gerais da morfologia, e pertencem a categorias,
como : radical, prefixo e sufixo.

Alguns radicais podem constituir, por si só, uma palavra, que é necessariamente uma palavra
simples, como feliz. Mas, de um modo geral, os radicais estão associados a prefixos, como
infeliz , ou sufixos, como em felicidade.

As palavras simples podem sere formadas por um único constituinte - o radical, ou por dois
constituintes - um radical e um sufixo realizado pelos morfemas a, o, ou e. Café, pau, feliz, ramo
são um exemplo de palavras simples. Este é um tipo de palavras simples ( nomes, adjectivos)
muito frequente em português. Porém, cafezinho, paulada, infeliz, ramal, são palavras
complexas. Neste tipo de palavras é possível identificar, pelo menos, dois constituintes - um
radical, e um ou mais afixos ( que não são realizados, ou não apenas realizados. Pelo menos a, e
ou o), ou um radical, ou uma palavra, e outra palavra.

Classes de palavras

As classes de palavras são categorias gramaticais que visam organizar o vocabulário de acordo
com as funções e estrutura das palavras.

Quanto ao seu tipo temos variáveis e invariáveis:

Palavras variáveis

Os substantivos, adjetivos, artigos, numerais, pronomes e verbos são palavras variáveis, pois
têm a constituição modificada para marcar alguns elementos gramaticais, como o:
gênero (masculino/feminino); número (singular/plural); pessoa (primeira, segunda e terceira);
tempo (pretéritos, presente, futuros); modo (indicativo, subjuntivo, imperativo).

Palavras invariáveis

Os advérbios, as preposições, as conjunções e as interjeições são palavras invariáveis, já que


não comportam transformações em suas formas.

Processo de Formação de Palavras

Segundo William Zona(2014-72) a língua portuguesa apresenta dois processos de formação de


palavras a saber: a composição e a derivação.

Processo de Formação de Palavras por Composição

A composição consiste na constituição de uma nova palavra por meio de elementos aptos a
serem utilizados de forma livre. Distingue-se couve-flor, palavra cujos elementos couve e flor
podem existir autonomamente num enunciado. Quanto à forma, os elementos de uma palavra
composta podem estar:

 Justapostos - conservado cada um a sua autonomia: beija-mão, bem-me-quer;

 Aglutinadas - com perda da sua integridade silábica e com um só acento tônico:


aguardente ( água+ ardente); embora( em+boa+hora).

Processo de Formação de Palavras por Derivação

Derivação consiste na composição de uma palavra de que um só dos elementos constitutivos é


susceptível de figurar de maneira autónoma num enunciado. Ex: refazer, comummente,
bocarra.

Nos exemplos dados os vocábulos, fazer, comum e boca estão aptos a aparecer isoladamente
num enunciado. O mesmo não acontece com re-, -mente, -arra, que se manifestam
exclusivamente nas formações derivadas. A estes elementos dá-se o nome de afixos.

Os afixos utilizados pela derivação e que são antepostos à base são chamados prefixos; os que
são pospostos à base são chamados sufixos.

Os prefixos raramente modificam a classe gramatical do vocábulo a que se associam.

Ex: fazer/ desfazer ( verbo); Amor / desamor ( substantivo); Feliz / infeliz ( adjectivo).

Os sufixos têm efeito modificar a classe gramatical do elemento de base: comum ( adjetivo)/
comummente ( advérbio de modo).
A sufixação, além do seu papel morfológico e semântico que partilha com a prefixação, tem um
papel sintático, como acontece na transformação de nominalização:

Ex: Os trabalhadores ocuparam a fábrica.

A ocupação da fábrica pelos trabalhadores.

A derivação regressiva consiste na formação de substantivos a partir de verbos por redução da


palavra primitiva. É um fenômeno de certo modo contrário á prefixação e à sufixação, pois
nestas verifica-se o acrescentamento de elementos:

Caçar - caça; censurar - censura; sustentar - sustento.

Derivação imprópria é um processo de enriquecimento vocabular que consiste nan mudança


de classes de palavras. Se colocarmos um artigo, definido ou indifinido, antes de qualquer
palavra ela torna-se substantivo:

Ex: Todos sabem que o estudar é bom.

Antes de aceitares o cargo de director, analisa os prós e os contras.

O que eu temo é um não.

Estudar ( verbo), pró e contra ( preposição) e não ( adversário) passaram a substantivos com a
presença dos artigos.

A derivação parassintética consiste na formação de vocábulos pela junção simultânea de


prefixo e sufixo a um radical, de tal maneira que só o conjunto dos três elementos produzem
uma palavra utilizável. São parassintéticas:

Ex: Abotoar; Amanhecer; Embainhar; Ensurdecer.

Para além desses processos, a língua portuguesa também possui outros processos para
formação de palavras , como: hibridismos; A onomatopéia; A abreviação vocabular; A sigla e o
Neologismo.

Os hibridismos são palavras compostas, ou derivadas, constituídas por elementos originários


de línguas diferentes ( automóvel e monóculo, grego e latim / sociologia, bígamos, bicicleta,
latim e grego / alcalóide, alcoômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal -
africano e latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego);

A onomatopéia é a reprodução imitativa de sons ( pingue- pingue, zunzum, miau);


A abreviação vocabular consiste na redução da palavra até o limite de sua compreensão
( metrô, moto, pneu, extra, dr., Obs);

A sigla é a formação de sigla utiliza as letras iniciais de uma sequência de palavras ( Academia
Brasileira de Letras - ABL).

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