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Decisões judiciais complexas que tendem a atingir uma coletividade, assim como as
leis, são meros pontos de partida. Depende-se de efetiva implementação da política
pública prevista: alocação orçamentária, estruturas administrativas, pessoal,
infraestrutura, produtos etc. Não é incomum que haja lei e se careça de
regulamentação, implementação, execução, orçamento, etc; ou ainda que haja
disparidades regionais graves no alcance das políticas. Exemplos da L10098/2000
(acessibilidade em vias públicas), da Lei Maria da Penha e do programa Mais
Educação. Para além da implementação e do monitoramento das políticas, é
preciso observá-las de forma desagregada (observando diferentes regiões e
coletividades).
Tal monitoramento, com suas nuances, para além da mera implementação, deve
ser compreendido como dever geral extraído da Constituição para a efetivação dos
direitos fundamentais. O monitoramento pode se dar de diferentes perspectivas,
mas busca-se compreendê-lo para a realização concreta dos direitos fundamentais.
As duas últimas etapas são a avaliação dos dados produzidos e a eventual revisão
da política pública. O foco do monitoramento não é punitivo sobre os agentes
públicos, embora seja possível punir quando há ilegalidades. Por limitações da
mente humana, por vezes a implementação de políticas não gera os resultados
pretendidos. Logo, repensar as políticas é essencial. “A necessidade de avaliações
e de revisões das políticas públicas é natural, mas ela somente poderá ocorrer
diante do monitoramento efetivo dessas políticas em face do resultado concreto
esperado em termos de direitos fundamentais.”
Quais as razões para se estabelecer uma preocupação do direito constitucional para
com o monitoramento de políticas públicas? (i) Porque assim se buscará a garantia
do exercício e a efetividade dos direitos fundamentais. “Para levar os direitos a
sério, é preciso acompanhar, minimamente, o percurso da norma constitucional até
a realização de seus propósitos na vida real.”. (ii) Pois as políticas públicas
envolvem recursos financeiros, logo, restringem outras liberdades e direitos, pois os
recursos poderiam estar sendo destinados a outros fins. Preocupação de justificar
as intervenções na propriedade.